sábado, 15 de junho de 2024

Faltou nas medidas


A imposição de um menor intervencionismo parental nas escolas, que põe a nu, tantas vezes, o pretensiosismo irrelevante dos Encarregados de Educação, com as consequências de aumento da indisciplina escolar, proveniente, naturalmente, também, do alargamento do poder filial que uma democracia atoleimada decretou “ab initio”.


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

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Professores aposentados, mais horas extraordinárias, contratação acelerada. As "15 medidas de emergência" para os alunos sem professores

Várias medidas entram em vigor já no início do próximo ano letivo. O grande objectivo da equipa de Fernando Alexandre é reduzir substancialmente o número de alunos sem professores por longos períodos.

OBSERVADOR TEXTO

14 jun. 2024, 15:45 3 

LUÍSA NHANTUMBO/LUSA

O ministro da Educação apresentou esta sexta-feira as “15 medidas de emergência” para resolver o que classifica como “drama nacional” nas escolas. Dividido em três áreas fundamentais — “Apoiar mais”, “gerir melhor” e “reter e atrair docentes” —, o plano vai começar a ser posto em prática já no início do próximo ano lectivo e o objectivo é “prevenir que os alunos fiquem sem aulas durante períodos prolongados ao longo do ano lectivo 2024/2025”.

No comunicado que enviou às redacção a propósito do plano de emergência para a Educação (baptizado “+ Aulas + Sucesso”), o ministério de Fernando Alexandre refere que a “interrupção prolongada da aprendizagem pode resultar em danos irreversíveis no percurso escolar dos alunos, pondo em causa as suas expectativas, assim como o investimento das suas famílias e do Estado”.

No diagnóstico que fez antes de apresentar as 15 medidas, o ministro deu alguns números que espelham a dimensão do problema da falta de professores nas escolas e, consequentemente, de alunos sem aulas — nalguns casos, situações que se mantêm desde o início do ano lectivo. “A aplicação das 15 medidas apresentadas começa no próximo ano lectivo, com prioridade imediata em escolas sinalizadas, onde se concentra um número elevado de Alunos sem aulas por períodos prolongados”, refere o comunicado do ministério.

Logo em setembro, quando arrancou o ano lectivo, havia, segundo o Ministério da Educação, 324.228 alunos  sem aulas a pelo menos uma disciplina. Já perto do final do ano lectivo, nos últimos dias de maio, havia ainda 939 alunos que tinham ficado sem aulas a uma disciplina durante todo o ano lectivo.

As medidas que o Governo aprovou esta sexta-feira em reunião do Conselho de Ministros pretendem, assim, dar resposta ao universo de alunos que ficam sem aulas durante longos períodos do ano lectivo.

Conheça as medidas.

“Apoiar mais”

Com este segmento do plano, o Ministério da Educação pretende “melhorar as condições de trabalho dos docentes através da redução da carga burocrática e da remuneração do trabalho extraordinário”.

Permitir a contratação de 140 técnicos superiores para tarefas administrativas de apoio aos directores de turma.

Atribuir mais 30 mil horas extraordinárias nos grupos de recrutamento com défice de professores e nas Escolas sinalizadas, na impossibilidade de as Escolas suprirem as necessidades através da contratação. Subir para 10 horas semanais o limite de horas extraordinárias a atribuir a cada docente. Autorizar os docentes com redução de carga horária ao abrigo do artigo 79.o do ECD a prestar trabalho extraordinário.

“Gerir melhor

Direccionadas às escolas e aos directores, as medidas deverão, na expectativa do ministério, garantir os “instrumentos que permitam uma gestão de professores mais eficaz para reduzir o número de alunos sem aulas”.

Flexibilizar a gestão de horário para evitar sobreposição de disciplinas críticas, para assim garantir que todos os Alunos tenham aulas compensando as ausências prolongadas.

Acelerar a contratação de escola para permitir a seleção de candidatos de forma mais célere, todos os dias da semana.

Permitir a agregação de horários no mesmo ou em agrupamento distinto daquele onde o docente está colocado (horários incompletos), disponibilizando 3 mil horas de crédito.

Alargar de 3 meses para 1 ano o período de substituição dos docentes cuja junta médica indica incapacidade para o exercício de funções todo o ano lectivo.

Reduzir em 25% o total de mobilidades estatutárias atribuídas a docentes de grupos de recrutamento deficitários no ano letivo 2024/2025.

Reter e atrair docentes

Com a manutenção de professores aposentados nas escolas, a atracção de professores que tinham abandonado a área de ensino e com a colocação de doutorados nas escolas, o ministério espera também conseguir reduzir o número de alunos sem aulas por longos períodos do ano letivo.

Viabilizar, a partir de 2025, a contratação de docentes aposentados, com a devida compensação.

Incentivo remuneratório para os docentes que atinjam a idade de aposentação e que queiram continuar a dar aulas.

Criar uma campanha de sensibilização para potenciar o regresso de docentes à profissão. Criar um regime de mobilidade intercarreiras, com reposicionamento na carreira docente.

Possibilitar a acumulação de até 10 horas a bolseiros de doutoramento.

Atrair mestres e doutorados para o exercício de funções docentes com formação científica correspondente aos grupos de recrutamento deficitários, incentivando através de uma bolsa a qualificação profissional para a docência.

Abrir o acesso à profissão a docentes e investigadores doutorados, sendo integrados na carreira docente do básico e secundário, tendo em conta o tempo de serviço prestado em instituições de ensino superior, com a obrigatoriedade de frequência da adequada formação pedagógica.

Simplificar os procedimentos conducentes ao reconhecimento de habilitações para a docência e integração no sistema educativo português de professores imigrantes.

Atribuir 2 mil bolsas de estudo a novos estudantes matriculados nas licenciaturas e mestrados em Ciências da Educação/Ensino.

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COMENTÁRIOS:

Hugo Silva: Hoje, em Portugal, só há uma coisa que se aproveita... o governo AD. Tudo o resto é um deserto de ideias, uma teia de corrupção, um bando de populistas, conselhos de administração carregados de incompetentes e empresas públicas infestadas de chulos .... Mas isso acabou, finalmente surgiu, a casta pura maçónica. Ouse alguém criticar!!                     H Rodrigues: A questão é substituir um lugar vazio por um professor. É preferível ter um professor velhote do que não ter aulas, ou não será? Mas haveria sempre a alternativa do colégio privado, já me esquecia...              Alexandre Barreira: Pois. Tenho um vizinho que se reformou o ano passado. Foi professor de matemática durante 38 anos. Diz ele que não será assim que irão resolver o "busílis". Se os novos têm dificuldade em "aturar pandilhas". Os Velhotes não estarão à altura para essas "lides"...!!!                    Pedro Campos: Finalmente, Portugal tem um ministro da Educação!!!               Paulo Almeida: Muitas medidas não são concretas. E que tal dar um suplemento a sério para professores deslocados? Um professor com 66 ou mais anos vai decidir leccionar por mais 750 euros? Ele já terá uma boa reforma, pode fazer os mesmos 750 euros a dar umas explicações se precisar de dinheiro e só depender dele, tranquilo da vida.

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