Dois textos, para melhor integração no contexto: europeu e nacional.
I TEXTO:
Mundo europeu a
votos.
Vinte países vão a votos para eleger
próximo Parlamento Europeu
No total, cerca de 361 milhões de eleitores dos 27 países da UE são
chamados a escolher a composição do próximo Parlamento Europeu, elegendo 720
eurodeputados, mais 15 que na legislatura anterior.
OBSERVADOR, 09
jun. 2024, 09:57
Os
eleitores da Roménia,
Bélgica, Croácia e Hungria já começaram
a votar para as eleições para o Parlamento Europeu, que terminam este domingo,
com votações em 20 Estados-membros da União Europeia (UE), incluindo Portugal.
No total, cerca de 361 milhões de eleitores dos 27 países da UE são chamados a escolher
a composição do próximo Parlamento Europeu (PE), elegendo 720 eurodeputados,
mais 15 que na legislatura anterior. A Portugal cabem 21
lugares no hemiciclo.
Uma vez eleitos, os eurodeputados
organizam-se por grupos, mas vai ser preciso esperar cerca de um mês para
conhecer a formação definitiva do Parlamento Europeu.
A
partir de dia 18 deste mês, os grupos políticos começam a reunir-se e têm até
15 de julho para “fechar” a sua constituição — apesar de ser possível formar
novos grupos em qualquer momento da legislatura.
Os eurodeputados eleitos iniciam
funções com a sessão plenária constitutiva, entre 16 e 19 de julho em
Estrasburgo, durante a qual elegem o líder do Parlamento Europeu, cargo
atualmente ocupado pela maltesa Roberta
Metsola (PPE), que pode
renovar por mais um mandato de dois anos e meio.
Actualmente, o hemiciclo conta com
oito grupos: Partido
Popular Europeu – PPE (inclui PSD e CDS-PP); Socialistas e Democratas (a que
pertence o PS); Renovar a Europa (inclui Iniciativa Liberal); Identidade e
Democracia (que o Chega integra); Verdes (Livre e PAN); Conservadores e
Reformistas — ECR, e Esquerda (PCP e Bloco de Esquerda), além dos não inscritos.
A
campanha foi dominada pelo debate sobre a previsível subida dos movimentos de
extrema-direita e eurocépticos, para que as sondagens apontam. O alargamento da UE, o apoio à Ucrânia,
migrações, economia e ambiente também marcaram a agenda dos candidatos.
Os primeiros resultados provisórios só
começam a ser divulgados depois do encerramento das urnas em Itália, às 23:00
locais (22:00 em Lisboa).
PARLAMENTO EUROPEU UNIÃO EUROPEIA EUROPA MUNDO
Tópicos:
Em directo/ Meloni vence sem surpresas em Itália
23:53 Eslovénia. Centro-direita arrasa e socialistas
não elegem
23:36 Lituânia. Centro-direita vence eleições
europeias, mas com centro-esquerda perto
23:27 Letónia. Centro-direita vence. Em segundo fica
a direita radical
23:06 Elon Musk critica "reacção negativa"
contra a AfD, cujas políticas "não parecem extremistas"
Em directo/Pedro Nuno: "PS é hoje a primeira
força política"
00:56 Le Pen teve o resultado que Ventura "gostava de ter
em Portugal"
00:50 Ventura recusa que tenha havido castigo ao Chega por
posições no Parlamento
II TEXTO:
Culpa do Zé Povinho? “Pois quanto mais tu me bates mais gosto de ti…”
O
Zé Povinho das greves dê por onde der… Amante do Costa risonho e burlão, e do
Pedro espertalhão e choroso, que continua a chorar-se, a gabar-se, a trucidar, hipócrita
e manhoso… Mas o povo gosta assim, e colabora, que também é manhoso e se está
nas tintas para a correcção e a seriedade de um verdadeiro sentimento nacional…
Montenegro assume objectivo falhado, mas
diz que não muda nada. E deixa agrado ao PS
Líder do PSD
tenta estancar resultado na noite das Europeias e diz que o Governo não esteve
na estrada e que aí só sentiu "confiança renovada". Avisa PS, mas
deixou anúncio que agrada socialistas.
OBSERVADOR10 jun. 2024, 02:246
Na campanha Luís Montenegro começou por
dizer que era “muito difícil” ganhar,
mas acabou a revelar que afinal o que queria era uma “vitória substancial”.
Não só não a teve, como saiu derrotado pela primeira vez desde que é líder
do PSD (juntando no mesmo saco regionais e uma nacional, que foi o que fez
durante a campanha) e precisamente quando um primeiro-ministro em situação
periclitante. Mas afasta que isso faça diferença na governação e agarra-se ao
que pode para afastar esse peso que a partir de agora tem sobre os ombros.
Quem via Montenegro e Sebastião
Bugalho entrar na sala do Hotel Sana, em Lisboa, para a declaração final, não
imaginaria que tinham acabado de ter uma derrota. Sorrisos
rasgados, bandeiras ao alto e gritos pela coligação, mas em total contraste com o silêncio absoluto que se abateu sobre o
quartel-general da AD durante toda a noite eleitoral e que não apareceu em directo
nas televisões. Só mesmo a entrada dos dois na sala fez com que as
hostes reagissem, sedentas por ouvir Montenegro afugentar os fantasmas que
entraram pela sala da coligação.
Começou por assumir que a AD “não
cumpriu os objectivos”, mas depois seguiu caminho tentando driblar o que já
sabe que é certo na leitura dos resultados. E um dos pesos que leva desta noite
é a ultrapassagem socialista, que acabou
a cerca de 40 mil votos à frente da AD, invertendo o que aconteceu nas legislativas. Questionado se vai seguir o conselho do presidente do PS e ser “mais
humilde” depois desta derrota, Montenegro garantiu que a AD se mostrou
“disponível desde a primeira hora para dialogar negociar e encontrar consensos
com todas as forças políticas”. Mas acrescentou que “naturalmente dentro delas, aquela com que temos necessidade de
aprofundar mais esse diálogo é o PS”. Disse que o fez “em tudo o que
foi relevante” na governação até aqui, com a abertura de canais de diálogo directos”.
Mas para atirar a responsabilidade para o lado de lá: “Não conseguimos obrigar quem não quer consensualizar a fazê-lo.”
Garantiu
continuar “com a mesma disponibilidade” e “com humildade”, mas também continua
a lembrar que a partir do momento em que o PS não inviabilizou o programa do
seu Governo “assume a responsabilidade de o deixar executar”. Mas
também foi para a declaração final com
uma deixa pronta para agradar ao socialismo, ao dizer que se António Costa
decidir avançar para a presidência do Conselho Europeu, terá o seu apoio. “A AD
e o Governo não só apoiarão como farão tudo para que essa candidatura
tenha sucesso”, garantiu.
DIOGO VENTURA/OBSERVADOR
Montenegro sentiu “renovada confiança”
na rua e promete “compromisso férreo”.
Quanto à sua leitura desta noite e o que
leva para o Governo, Montenegro deixa-a para comentadores, já que garante ter
ouvido “na rua” uma “renovada confiança” nas “interações” que foi tendo
nesta campanha das Europeias. O líder do PSD empenhou-se na estrada eleitoral e
apareceu cinco vezes ao lado de Sebastião Bugalho, a sua escolha para cabeça de
lista, mas isso agora é passado. O
que Montenegro (e também o seu candidato) tentou fazer esta noite foi a
separação das águas.
“O
Governo não esteve em campanha eleitoral, esteve a cumprir os seus
compromissos”, afirmou. Em campanha, esta mesma ideia, foi usada várias vezes
para rejeitar as críticas de “eleitoralismo” que vinham do lado socialista.
Também Sebastião Bugalho viria de seguida garantir que “a estrutura decisional
e política do Governo era, e foi, totalmente autónoma da estrutura
decisional e política da candidatura”.
Mas a verdade é que foram várias as medidas do Governo aprovadas ao
longo desta campanha e a AD tenta agora evitar que seja feita qualquer associação entre
o que o Governo foi fazendo nestes dois primeiros meses em funções — e que usou
em campanha — com o que saiu das eleições. Avisa mesmo quem faz “análise
política” que também é “apaixonado” por essa prática, mas que só “em segundo
plano, porque no primeiro”, disse, está o seu “compromisso férreo com a população portuguesa” e que isso lhe
vai “dar força para continuar a governar”.
Primeira tábua de salvação: comparar com o pior resultado dos
últimos 20 anos
A AD conseguiu manter os mesmos eurodeputados (seis do PSD e um do CDS)
que tinha em 2019 e também teve “mais votos e a correlação de força com os
outros partidos também foi maior”. O
que Montenegro não disse na sua análise aos resultados é que estava a comparar
com o pior resultado dos últimos 20 anos, já que em 2019 o PSD teve 21,9% e o
CDS 6%.
Agarrou-se, assim, à “circunstância
política onde à direita” da AD “foram eleitos pelo menos quatro deputados de
duas forças políticas que eram inexpressivas nesse último acto eleitoral”,
referindo-se ao Chega e à Iniciativa Liberal que, nestas eleições, elegeram
dois eurodeputados cada.
Teve uma ajuda de Sebastião Bugalho
nesta tentativa de desinsuflar o PS, com o cabeça de lista que agora vai para
Bruxelas a dizer que “alguém podia dizer
que foi mesmo por poucochinho“. A
expressão é da antologia política, já que foi usada numa noite de Europeias
pelo então comentador António Costa em relação ao PS e, a partir daí, saltou
num desafio à liderança socialista de António José Seguro.
DIOGO VENTURA/OBSERVADOR
“Compreendo que quem não ganhava há quatro eleições esteja a festejar,
eu também estaria”. Foi a outra frase que a AD levava preparada com esse mesmo
objectivo: desvalorizar a vantagem socialista. Mas ambos os rostos da AD nesta noite
reconheceram a vitória, numa altura em que o resultado é suficientemente
parecido com o das legislativas para que possam fazer outra coisa. Afinal, foi
com base numa diferença da mesma dimensão que a AD conseguiu cantar vitória e
assumir o Governo a 10 de março.
O desconforto com essa magra
diferença foi, no entanto, patente deste início entre as hostes da coligação. Quando as
projeções chegaram às oito da noite, a
sala gelada do Hotel Sana onde estavam alguns apoiantes foi também fria nas reacções.
Silêncio total entre o grupo de mais de duas dezenas de pessoas que se juntavam
frente às televisões com a emissão dos quatro canais em simultâneo para ver os
primeiros números. Até aí tinha havido apenas uma declaração curtíssima do director
de campanha que vinha em linha com os elogios à estrutura eleitoral que tinha
funcionado com a novidade do voto em mobilidade.
Só muito depois das projecções veio Nuno Melo, presidente do CDS, numa
declaração que esteve hesitante durante mais de uma hora porque os resultados
estavam suficientemente renhidos para dizer o que quer que fosse. Mas
o líder centrista lá apareceu para fazer as primeiras despesas da noite que
acabaram por mostrar que as expectativas eram baixas. Afinal,
Melo focou-se na parte meio cheia do copo: que
Portugal continuava a ser um “espaço de moderação”, tendo em contra o
crescimento da extrema-direita noutros estados-membros, que o resultado seria
melhor do que o último e que o Chega estaria “muito abaixo das expectativas”
— aproveitando logo para dizer que “ser muleta do PS em Portugal não
compensa”. Um exercício de forçado optimismo que a AD manteve até ao
fim da noite eleitoral.
ELEIÇÕES EUROPEIAS ELEIÇÕES POLÍTICA AD GOVERNO
COMENTÁRIOS
Pertinaz: Que eu saiba a meta do bugalho eram os 29%… ultrapassou-a…!!! Lupus
Maris: Que alívio! Descansar destes dois "grandes" jornalistas
"independentes" a malhar quotidianamente no Luís Montenegro... Isabel
Gomes: O Montenegro não serve. O PSD não quer reformar. Ainda
por cima apoia a candidatura do Costa. Joao Cadete: O positivo é que vou deixar de ter de ler os textos
destes dois jornalistas "isentos". Carlos Quartel: Uma lição que espero que lhe sirva de emenda. As
bolhas mediáticas não funcionam com todos, O universo da AD tem muita gente que
poderia ter feito melhor. Teve sorte Montenegro, a sua posição está mais
consolidada. Ventura hesitará em manobras que possam implicar novas eleições e
PNS sabe que está muito longe de uma maioria que lhe permita governar. Cabe a
Montenegro aproveitar esta oportunidade. Se não cometer asneiras garrafais pode
aspirar a uma legislatura tranquila. Jorge
Espinha: Custa muito
ter um gráfico resumo do resultado eleitoral? Para não ter de ir ao site da sic
e não ler um a tonelada de palha mal alinhavada?
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