Tout casse. Tout lasse… Et tout
se remplace. À la longue…
Eleições europeias: revista de imprensa
Não há nada que chegue ao populismo propagado a partir de
institucionais e comunicacionais lugares de virtude, ou à desinformação
devidamente referenciada como informação.
JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista do Observador
OBSERVADOR, 15 jun. 2024, 00:1861
Logo a 6 de Junho, o Nouvel Observateur exibia em capa, sobre
um mapa da Europa sombrio com fronteiras rubras, uma hidra de cinco cabeças (Geert Wilders, Viktor Orbán, Marine Le
Pen, Giorgia Meloni, Alice Weide), todas elas munidas de olhos maléficos e bocas
sinistras; bocas essas de onde talvez só não escorresse um fio de sangue para
que os leitores (e os eleitores) não tomassem imediatamente por vampiresca
ficção a peça jornalística anunciada: “Extrême
Droite en Europe: La Menace Intérieure”.
No dia 8 de Junho, as primeiras páginas dos jornais continuavam a
fazer soar o alarme por toda a Europa perante uma possível e terrível alteração
climática eleitoral. O risco era extremo ou mesmo transcendental. Previam-se
temperaturas à boca das urnas nunca antes registadas.
O El
Pais trazia um extenso título: “Europa ante unas elecciones
transcendentales” (e em baixo) “Von der Leyen enfria ahora su acercamiento a la ultraderecha”. O Le Monde, outro farol de isenção
jornalística, titulava: “L’Europe sous la pression de l’extrême droite”; e o conceituado Libération : “Européennes
– L’Extrême Risque”.
Em Itália, “as gordas” do La Reppublica (“Sovranisti all’assalto
della UE”) também bradavam o seu Hannibal
ad portas!, a fim de preparar os europeus para a invasão dos bárbaros
soberanistas. Mas a 9 de Junho, dia de quase todas as votações, o mesmo La
Reppublica sossegava os leitores: “Sovranisti
divisi al voto”… Não sem
que o director do jornal, Maurizio Molinari, lançasse em editorial um “Às
urnas, cidadãos!”, não fosse o diabo tecê-las: “Alle urne contro il retorno dei
nazionalismi!”
A
13 Junho, perante os resultados, o Nouvel Observateur passaria então a
concentrar-se na Frente Popular que se organizava para livrar do mal a França
(e a Europa), exibindo em capa uma pluralidade de seres pensantes
de rosto humano sob um fundo cor-de-rosa: “Face au RN: La Gauche au Défi du ‘Front Populaire.’” Se dúvidas
restassem quanto a certo jornalismo de excelência, isenção e referência,
bastava confrontar as capas do Nouvel Observateur de 6 e 13 de Junho.
O inimigo nacionalista
O
nacionalismo, eis o inimigo: é a peça retórica dos
federalistas e esquerdistas europeus; os que, do centro-direita à
extrema-esquerda, continuam a sustentar as utopias kantianas ou
pseudo-kantianas da paz perpétua num planeta onde os Estados seriam abolidos e
os homens, ou melhor, os seres humanos ou até os seres vivos em geral, seriam
iguais, dóceis, desvinculados e prontos a consumir.
No
mundo real, lembramos que na descrição dos construtores da União Europeia o
objectivo proclamado era “interligar as economias dos Estados Nacionais
europeus e submetê-las a regras e controlos comuns, de tal forma que nenhum
membro pudesse prosseguir interesses próprios contra outros, sem graves
consequências.” Daqui se esperaria uma comunidade de nações de
onde, ultrapassadas as rivalidades nacionais e os instintos de dominação, os países pequenos saíssem com mais poder
do que teriam por si próprios.
A história da União Europeia tem vindo a mostrar o que havia de
utópico nesse almejado apagamento dos interesses nacionais. Na verdade, o que se foi vendo durante muitos anos
foram os constantes duelos e confrontações entre os grandes poderes pela
hegemonia entre os Estados membros, com o Reino Unido, até ao Brexit, a
procurar limitar a influência dos Estados centrais continentais, espicaçando o
duelo – e depois o jogo – franco-alemão.
Entretanto, o que emergiu do fracasso desta utopia igualitária
integrada foi uma classe dirigente bem instalada no topo e na estrutura
média-alta da Comissão que, com a burocracia de Bruxelas, foi discretamente
procurando criar um suprapoder sobre os governos eleitos dos Estados-membros.
Esta nova estratégia acentuou-se quando os referendos francês e holandês
recusaram a famosa Constituição Europeia. Ao mesmo tempo, através dos seus influencers mediáticos, foi
querendo convencer-nos de que deveríamos subalternizar as nações e as
fronteiras em nome da paz, da democracia e da igualdade entre os Estados.
O estado da “ARTE”
A emissão da cadeia franco-alemã de
televisão ARTE na noite das eleições europeias foi elucidativa: o semblante quase fúnebre dos
comentadores ao ouvir as notícias dos correspondentes em França e na Alemanha –
a vitória do Rassemblement National e a baixa votação da coligação
alemã no poder (sociais-democratas + verdes + liberais) –, só se transfigurou quando passaram à
análise dos resultados na Polónia. Ali,
porque a coligação de centro-esquerda chefiada por Donald Tusk, agora herói
democrático, tinha marcado pontos e vencido, pivots e comentadores passaram a
irradiar felicidade. E com a
felicidade veio também a flexibilidade quanto à verdade: não seria o facto de
os abusos de poder de que Tusk acusava o Lei e Justiça se terem repetido e
agravado com o seu governo que iria ensombrar aquele feliz nicho em noite
eleitoral; e porque não atribuir ao actual governo progressista uma renovação
das Forças Armadas Polacas feita ao longo dos anos pelos “iliberais” governos
anteriores?
Feliz ou infelizmente, nada disto resiste à dura realidade. O evidente estrebuchar perante a vitória
da direita nacionalista e popular e a perspectiva de perda de influência de
alguns poderes instalados não precisa de fact check – os factos
estão aí e são eloquentes:
Nos grandes países – Alemanha, França e Itália – a direita e as
direitas nacionalistas e nacionais-conservadoras, separadas, independentes ou
coligadas, venceram e ficaram em maioria. Na
Alemanha, o primeiro partido foi a aliança da União Democrata
Cristã e da União Social Cristã (CDU/CSU),
e o segundo, o partido “populista de extrema-direita” Alternativa Para a
Alemanha (AFD); em França, o Rassemblement National foi de
longe o primeiro partido, com mais do dobro dos liberais de Macron, obrigando o
Presidente a convocar eleições antecipadas. E, em Itália, Giorgia
Meloni saiu em triunfo com os seus Fratelli
d’Italia.
Assim, no Parlamento Europeu,
as famílias dos partidos da direita nacional e popular – Conservadores e
Reformistas Europeus, com 73 deputados, e Identidade e Democracia, com 58 –
cresceram significativamente. Apesar de
todos estes partidos e de estes dois grupos terem as suas diferenças, é
possível que possam aproximar-se de modo a constituir uma aliança. E além
destes, estão ainda os não-inscritos, entre os quais os 17 deputados da AFD e
os 11 do Fidesz húngaro.
Todos estes partidos, ditos de “ultra-direita” ou de “extrema-direita”, são nacionalistas e soberanistas; são, por
isso, críticos do federalismo e do alargamento de poderes dos órgãos
não-eleitos democraticamente da Comissão. No resto divergem, ou
seja, uns são mais religiosos e conservadores em costumes, outros mais liberais.
E o mesmo quanto à economia.
E há causas, outrora
na crista da onda, como a Agenda Verde, que saíram bastante mal destas eleições, com
os Verdes a perderem 19
lugares no Parlamento (passando de
71 passa para 52). Os graves prejuízos infligidos aos agricultores europeus,
a opacidade de algumas políticas e negócios de sustentabilidade e energias
renováveis e os custos da desindustrialização levaram a esta baixa.
Com os comunistas e a extrema-esquerda
em vias de desaparecimento, com a crescente consciencialização da influência
nas estruturas não eleitas da União de alienadas “vanguardas esclarecidas” e a
gradual constatação dos graves danos causados pela investida woke, com o
crescimento das direitas nacionalistas e conservadoras nos grandes países
europeus e a progressiva transferência de “voto católico” para estas direitas, talvez
possamos esperar uma reversão do ciclo pró-globalista e mundialista que
resultou do fim da Guerra Fria.
Mas por enquanto, no proselitismo cultural e moral que vai
sustentando o resto, ainda não há nada que chegue ao verdadeiro populismo (o
propagado a partir dos costumeiros “lugares de virtude”, institucionais ou
comunicacionais) nem à verdadeira desinformação (a devidamente referenciada
como informação e dispensada de polígrafo).
A SEXTA
COLUNA HISTÓRIA CULTURA ELEIÇÕES
EUROPEIAS ELEIÇÕES POLÍTICA
COMENTÁRIOS (de 61):
José B Dias: .. crescente consciencialização da influência nas
estruturas não eleitas da União de alienadas “vanguardas esclarecidas” e a
gradual constatação dos graves danos causados pela investida woke Infelizmente
ainda continua a haver uma maioria de "cegos" ou de gente demasiado
medrosa para reagir ... Ronin
> Rui Lima: Claro que não há reacção dos "jornalistas",
obedecem ao dono das empresas e dos accionistas. O caso do Público por exemplo, sempre me perguntei por
que diabo uma empresa de mercearias mais ou menos grandes é dono de um jornal
de extrema esquerda, só pode ser por causa do diabo. Rui Lima: O espantoso é que em França a esquerda e os socialistas
uniram-se à extrema esquerda racista e pro-hamas de Jean-Luc Mélenchon o
“islamo-gauchiste» e não vejo nos jornais uma reacção à altura do escândalo
desta situação, à esquerda tudo é permitido. maria
santos > Carlos Chaves: Boas tardes. Se não interpretei mal a sua pergunta
final, salvo melhor opinião, é positivo que Jaime Nogueira Pinto escreva no
Observador. Tendo em atenção o espectro dos leitores de centro direita que
optam por ler este jornal e que não têm paciência para os outros. É uma questão
de optar por uma leitura não só agradável como ancorada nos factos
perfeitamente distintos do comentário, e não numa mélange de mera
propaganda. A não ser que apareça outro meio de comunicação bem sustentado, em substância
noticiosa e capital. Bom fim de semana.
Tim do A: Mais
um monumental excelente artigo de Jaime Nogueira Pinto. Isto é que é serviço
público. E é por
estes alguns artigos de algumas.pessoas que aqui escrevem que vale a pena
assinar o Observador, mesmo apesar de alguns artigos horríveis que aqui também
são apresentados. Rui Lima
> Antonio Marques Mendes: Caro António, pensar nos netos será o seu e o meu
objectivo , mas lendo o seu comentário vejo que pensa nos netos dos outros o
que é humano e lhe fica bem mas não o faça à custa dos nossos. Não ver que o
que está a acontecer é nada entender deste fenómeno, dizia-me um português:
Quando cheguei aos arredores de Paris o meu filho era o único estrangeiro na
escola , hoje o meu neto é o único europeu na sua turma. Desabafo de um amigo
francês, não tenho coragem para votar le Pen mas espero que muitos franceses a
tenham. Joaquim
Almeida: Excelente. E,
ao serviço desses senhores da verdade "institucionais e
comunicacionais", vem aí a galope a censura prévia das redes sociais e
outras vias de comunicação digital. (vejam o eloquente
exemplo da arriscada luta pela liberdade de expressão de opinião no Brasil, de
há uns três anos para cá) Carlos
Chaves: Caríssimo
Jaime Nogueira Pinto, é preciso sair do “main stream dos media” mentiroso e da
propaganda da extrema esquerda (onde o PS de PNS está incluído), para
encontrarmos em crónicas como a sua, uma radiografia exacta da situação
política actual da União Europeia. Muito Obrigado. A viragem da Europa à
direita (incluindo Portugal), é um sinal claro de rejeição das políticas da
esquerda, que nos mentem, nos retiram a soberania, nos empobrecem e emburrecem!
Só uma pequena pergunta, por quanto tempo vai continuar a escrever no
Observador? Maria
Alva: A comunicação
social, eivada de jornalistas progressistas woke formados nas madraças das
ciências sociais, é a principal causadora da actual bipolarização social e da
perda de credibilidade dos media. É penoso assistir a uma mesa de debate onde,
por exemplo, estejam as comentadeiras de facção Anabela Neves, Mafalda Santos e
Margarida Davim. É pior que os Dupont e Dupond. Infelizmente o corpo redactorial
do Observador vai pelo mesmo caminho. Só mantenho a assinatura pela categoria
dos autores dos artigos de opinião, designadamente JNP. Lupus Maris: A dita direita radical, extrema ou lá o que é,
alimenta-se da tibieza e da obsessão pelo politicamente correcto da direita
tradicional, em particular quando alcança o poder e, pela sua acção (e
sobretudo inacção), desilude os seus próprios eleitores. José
Paulo C Castro > Carlos Quartel: É preciso que apanhar as batatas e as maçãs volte a
valer mais que os serviços. E refletir isso no preço final. João
Ramos: A comunicação
social é hoje o verdadeiro cancro das sociedades chamadas desenvolvidas… Carlos
Chaves > Tim do A: Concordo,
apesar de uns não compensarem os outros, os esquerdóides estão em larga
maioria! Quando classifica artigos aqui publicados como horríveis, não são só
horríveis, é pior que isso, são carregados de estratégia, muitas vezes
encapotada, de propaganda da esquerda totalitária, ladra e bancarroteira! Nuno
Abreu: Por mais que
tente gritar, a esquerda que se afasta do centro não quer dar conta que tenta
tapar o sol com um peneira. É tempo de constatar que a esquerda dogmática está
mentalmente envelhecida e por mais que invoque o proletário este já não os ouve
porque na generalidade deixou de o ser. Precisamos de gente como o Jaime
Nogueira da Cunha que denuncie este esquerdismo caquético da comunicação
social! Maria Nunes:
Excelente e esclarecedor artigo. Carlos
Quartel: Essa deriva
autoritária e mesmo racista, é resultado da invasão de pés descalços, com os
seus costumes e
religiões diferentes. A Europa também tem culpa, aburguesou-se e não quer
trabalhar, sõ computador e secretária. Como todos os seres vivos, somos territoriais
e não gostamos do nosso espaço invadido. O problema é que não queremos apanhar
as batatas ou as maças. queremos criados, dóceis e submissos e que se metam num
buraco, depois do trabalho. Um caso sério .... Luis Silva > Nuno Abreu: Temos a esquerda dogmática e a
falsa direita que é neo-marxista, woke e LGBT. O objectivo é o mesmo, mas os
meios são diferentes. Atingir o comunismo através da revolução do proletariado
já não funciona, pois proletariado não há, mas o comunismo pode ser atingido
pela revolução cultural e de costumes. É a falsa direita que ainda reina na
União Europeia e nos EUA.
Maria Emília Santos: Quem se lembra de a UE ter ordenado aos agricultores
que despejassem no lixo o leite dos seus animais? Medonho! E a maioria obedeceu! Porque mandaram os globalistas
aos agricultores despejar fora o leite que era parte integrante da sua
sobrevivência? E porque querem eles acabar com a agricultura? Gente demoníaca,
insensível e inclassificável! Eles querem que morramos à fome, para que a população
diminua! Faz parte da agenda da ONU ou 2030. Conseguir colocar no lugar deles
um governo de direita, que se conduza por métodos humanos, sensíveis e morais! mais um: A esquerda caviar a ver o
caviar a fugir.... Joaquim
Almeida > Maria Alva: O OBS não percebe, mas não
percebe mesmo que, para ser "um jornal diferente", não pode
enfileirar com a assinantes, em vez de enxotá-los. Sérgio
Coelho: Excelente. Os europeus e Europa só voltarão a ter relevância a nível
mundial e qualidade de vida e prosperar quando toda a escumalha de
esquerdalhada for VARRIDA no mapa!
A D: Lamentavelmente Portugal foi em contraciclo e botou novamente à esquerda,
dando a esmagadora maioria aos mais à esquerda (o PS) do que menos (o PSD).
Agora uma coisa é certa: se Itália (de onde mais poderia ser?) emergiu uma
líder forte, segura e que sabe o que quer para o seu país e para a Europa. Pela
primeira vez desde 1945 a Europa tem razões para acreditar no seu futuro e dos
europeus cidadãos dos seus países. Esperemos pelos próximos tempos. Isabel
Gomes: A esquerda globalista tem medo de perder os seus privilégios. Europa nunca
terá um federalismo semelhante aos USA porque não só a génese é diferente mas
porque o governo europeu não permitiria nunca a liberdade de informação e o
liberalismo económico inscrito na sabedoria da Constituição americana. A Europa
federativa será sempre concentradora de poderes e tudo menos liberal na
economia. Basta ver a gigantesca diferença entre o sistema bancário americano e
europeu e as abordagens socializantes que Bruxelas sempre teve e terá. Seremos
mais socializantes que os USA e isso pagar-se-á muito caro em termos de
qualidade de vida a médio e longo prazo, porque os jovens mais brilhantes têm
fugido da falta de liberdade de investimento na Europa onde só os grandes têm
hipótese ao contrário dos USA. Além de que esta Europa como a conhecemos só tem
existido porque existe uma NATO comandada pelos USA caso contrário alemães e
franceses e ingleses já teriam bulhado entre si com cada um a querer mandar no outro.
Não apagamos num ápice milhares de anos de tribos com pensamento e costumes
próprios o que só conseguiu ser feito por emigrantes europeus em fuga em
ambientes muito hostis porque a sobrevivência assim o exigia. maria santos: Peço desculpa pela primeira pessoa, mas eu tenho muita,
muita pena por assistir nestes 50 anos ao retorno, persistente, do descalabro da governação socialista com comunistas pela
arreata, em toda a Administração Pública. Temos pena e temos tempo, com persistência e competência temos tempo. GateKeeper: Top 5, caro Jaime. Top 5. Temos tempo. "Grão a
Grão... ... o papo". Americo
Magalhaes: A análise e
aula do Prof JNP é cristalina e mais ainda gratuita. Obrigado Prof pela
clarividência e obrigado Observador por ainda manter (não sei por quanto mais
tempo) este ilustre cronista. Os burocratas de Bruxelas não são eleitos
democraticamente, e depois da rejeição do federalismo em referendo na França e
na Holanda, decidiram não avançar com similares referendos na casa dos outros
membros, certamente prevendo novas rejeições. É mais fácil impor o federalismo
à força, com a ajuda directa duma CS subserviente ao poder económico e
totalmente domesticada. Não esquecer que a "nazi" da Comissão
Europeia diz que a primeira prioridade é a "desinformação" (seja lá o
que isso for, porque ninguém conhece os critérios) e por conseguinte a Censura
vai progredir com a ajuda da Perseguição / Inquisição e até prisão, a quem
pensa e se exprime diferente. É só estar atento ao que se passa nas diversas
instituições. Os resultados das Eleições não são tidos em conta, é só ver as
tribos de contorcedores da realidade que enxameiam as TVs =as madraças. Quo
vadis Europa? Tim do A
> Fernando Cascais: Lamento não concordar, caro Fernando. Foram para fora
de Portugal. Porque Portugal, com o federalismo, não vale mesmo a pena. Vai
para o buraco. Voltámos à emigração dos nossos. Mas desta feita, dos mais
preparados. E importamos o lixo mundo com este federalismo. Temos uma economia
de miséria, de baixos salários e de baixa produtividade, a aposta que fizemos
no turismo. Vamos mesmo para o fundo da Europa, com aumento galopante da
criminalidade inclusiva, pedintes de esmolas, sem dignidade e cuja política única
é andar de mão estendida. Em suma, com o federalismo ficamos com o pior da
Europa e não ficamos com o melhor. Num ponto importante tem razão. Só mesmo
emigrando. Fernando
Cascais > José Paulo C Castro: Na minha opinião ver o federalismo como esquerda e
direita é um erro. À esquerda interessa menos o federalismo do que à direita,
tanto, que grande parte das esquerdas são anti-UE. Uma Europa das Nações pode
também ser federal. A diferença está na autonomia de cada um dos estados.
Nações mais autonomia, federalismo menos autonomia. Todos já perceberam que a
UE tem lugar no G7, mas, França ou Alemanha isolados perante USA, China,
Rússia, Índia, são secundarizados. A UE é hoje indispensável para socialistas, sociais-democratas
e conservadores. Cada um quer uma UE à sua medida. Quanto à taxa aplicada aos
carros eléctricos chineses, esta foi avançada pelos Estados Unidos alegando
concorrência desleal, já que, os carros chineses tem financiamento estatal,
isto para não referir mão de obra infantil e direitos humanos, ou se quisermos,
direitos laborais e sindicâncias. A Europa está com medo de aplicar multas aos
carros eléctricos chineses, porque, os chineses vão retaliar contra os
eléctricos europeus que têm grande mercado na China. Um pau de dois bicos. A
China como é uma ditadura não tem os problemas das democracias e pode mais
facilmente atingir os objectivos, mas, não podem fazer tudo o que querem, tem
que haver regras comerciais. Copiar e fazer mais barato não é correcto.
Dispensar o custo de inventar é batota, uma batota que o Ocidente permitiu
porque uma China fechada era potencialmente perigosa do ponto de vista militar,
mas, agora, tornou-se perigosa do ponto de vista económico procurando rebentar
com a concorrência através de copiar e mão de obra barata. Os USA começaram a
colocar travões aos chineses e os europeus, não tardará muito, terão que fazer
o mesmo. Se as fábricas de automóveis europeus fecharem por défice de vendas, o
desemprego na Europa aumenta e a pobreza aparece. Nós não temos que adaptar a
nossa economia à economia chinesa, tanto, que não somos ditaduras, a China é
que tem de se adaptar à nossa economia e aos salários dos europeus. Creio, que
quer socialistas, sociais democratas ou conservadores tem o mesmo objectivo de
defender a economia europeia. Tim do A
> Fernando Cascais 1 d
Estamos mesmo a caminho do federalismo há muito tempo. O mesmo tempo em que
Portugal está a caminho da pobreza, da burocracia e tributação insuportáveis e
da irrelevância. Já reparou?
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