segunda-feira, 17 de junho de 2024

Tout passe


Tout casse. Tout lasse… Et tout se remplace. À la longue…

Eleições europeias: revista de imprensa

Não há nada que chegue ao populismo propagado a partir de institucionais e comunicacionais lugares de virtude, ou à desinformação devidamente referenciada como informação.

JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista do Observador

OBSERVADOR, 15 jun. 2024, 00:1861

Logo a 6 de Junho, o Nouvel Observateur exibia em capa, sobre um mapa da Europa sombrio com fronteiras rubras, uma hidra de cinco cabeças (Geert Wilders, Viktor Orbán, Marine Le Pen, Giorgia Meloni, Alice Weide), todas elas munidas de olhos maléficos e bocas sinistras; bocas essas de onde talvez só não escorresse um fio de sangue para que os leitores (e os eleitores) não tomassem imediatamente por vampiresca ficção a peça jornalística anunciada: “Extrême Droite en Europe: La Menace Intérieure”.

No dia 8 de Junho, as primeiras páginas dos jornais continuavam a fazer soar o alarme por toda a Europa perante uma possível e terrível alteração climática eleitoral. O risco era extremo ou mesmo transcendental. Previam-se temperaturas à boca das urnas nunca antes registadas.

O El Pais trazia um extenso título: “Europa ante unas elecciones transcendentales” (e em baixo) “Von der Leyen enfria ahora su acercamiento a la ultraderecha”. O Le Monde, outro farol de isenção jornalística, titulava:L’Europe sous la pression de l’extrême droite”; e o conceituado Libération : “Européennes – L’Extrême Risque”.

Em Itália, “as gordas” do La Reppublica (“Sovranisti all’assalto della UE”) também bradavam o seu Hannibal ad portas!, a fim de preparar os europeus para a invasão dos bárbaros soberanistas. Mas a 9 de Junho, dia de quase todas as votações, o mesmo La Reppublica sossegava os leitores: “Sovranisti divisi al voto”… Não sem que o director do jornal, Maurizio Molinari, lançasse em editorial um “Às urnas, cidadãos!”, não fosse o diabo tecê-las: “Alle urne contro il retorno dei nazionalismi!”

A 13 Junho, perante os resultados, o Nouvel Observateur passaria então a concentrar-se na Frente Popular que se organizava para livrar do mal a França (e a Europa), exibindo em capa uma pluralidade de seres pensantes de rosto humano sob um fundo cor-de-rosa: “Face au RN: La Gauche au Défi du ‘Front Populaire.’” Se dúvidas restassem quanto a certo jornalismo de excelência, isenção e referência, bastava confrontar as capas do Nouvel Observateur de 6 e 13 de Junho.

O inimigo nacionalista

O nacionalismo, eis o inimigo: é a peça retórica dos federalistas e esquerdistas europeus; os que, do centro-direita à extrema-esquerda, continuam a sustentar as utopias kantianas ou pseudo-kantianas da paz perpétua num planeta onde os Estados seriam abolidos e os homens, ou melhor, os seres humanos ou até os seres vivos em geral, seriam iguais, dóceis, desvinculados e prontos a consumir.

No mundo real, lembramos que na descrição dos construtores da União Europeia o objectivo proclamado era “interligar as economias dos Estados Nacionais europeus e submetê-las a regras e controlos comuns, de tal forma que nenhum membro pudesse prosseguir interesses próprios contra outros, sem graves consequências.” Daqui se esperaria uma comunidade de nações de onde, ultrapassadas as rivalidades nacionais e os instintos de dominação, os países pequenos saíssem com mais poder do que teriam por si próprios.

A história da União Europeia tem vindo a mostrar o que havia de utópico nesse almejado apagamento dos interesses nacionais. Na verdade, o que se foi vendo durante muitos anos foram os constantes duelos e confrontações entre os grandes poderes pela hegemonia entre os Estados membros, com o Reino Unido, até ao Brexit, a procurar limitar a influência dos Estados centrais continentais, espicaçando o duelo – e depois o jogo – franco-alemão.

Entretanto, o que emergiu do fracasso desta utopia igualitária integrada foi uma classe dirigente bem instalada no topo e na estrutura média-alta da Comissão que, com a burocracia de Bruxelas, foi discretamente procurando criar um suprapoder sobre os governos eleitos dos Estados-membros. Esta nova estratégia acentuou-se quando os referendos francês e holandês recusaram a famosa Constituição Europeia. Ao mesmo tempo, através dos seus influencers mediáticos, foi querendo convencer-nos de que deveríamos subalternizar as nações e as fronteiras em nome da paz, da democracia e da igualdade entre os Estados.

O estado da “ARTE”

A emissão da cadeia franco-alemã de televisão ARTE na noite das eleições europeias foi elucidativa: o semblante quase fúnebre dos comentadores ao ouvir as notícias dos correspondentes em França e na Alemanha a vitória do Rassemblement National e a baixa votação da coligação alemã no poder (sociais-democratas + verdes + liberais) –, só se transfigurou quando passaram à análise dos resultados na Polónia. Ali, porque a coligação de centro-esquerda chefiada por Donald Tusk, agora herói democrático, tinha marcado pontos e vencido, pivots e comentadores passaram a irradiar felicidade. E com a felicidade veio também a flexibilidade quanto à verdade: não seria o facto de os abusos de poder de que Tusk acusava o Lei e Justiça se terem repetido e agravado com o seu governo que iria ensombrar aquele feliz nicho em noite eleitoral; e porque não atribuir ao actual governo progressista uma renovação das Forças Armadas Polacas feita ao longo dos anos pelos “iliberais” governos anteriores?

Feliz ou infelizmente, nada disto resiste à dura realidade. O evidente estrebuchar perante a vitória da direita nacionalista e popular e a perspectiva de perda de influência de alguns poderes instalados não precisa de fact check – os factos estão aí e são eloquentes:

Nos grandes países – Alemanha, França e Itália – a direita e as direitas nacionalistas e nacionais-conservadoras, separadas, independentes ou coligadas, venceram e ficaram em maioria. Na Alemanha, o primeiro partido foi a aliança da União Democrata Cristã e da União Social Cristã (CDU/CSU), e o segundo, o partido “populista de extrema-direita” Alternativa Para a Alemanha (AFD); em França, o Rassemblement National foi de longe o primeiro partido, com mais do dobro dos liberais de Macron, obrigando o Presidente a convocar eleições antecipadas. E, em Itália, Giorgia Meloni saiu em triunfo com os seus Fratelli d’Italia.

Assim, no Parlamento Europeu, as famílias dos partidos da direita nacional e popular – Conservadores e Reformistas Europeus, com 73 deputados, e Identidade e Democracia, com 58 – cresceram significativamente. Apesar de todos estes partidos e de estes dois grupos terem as suas diferenças, é possível que possam aproximar-se de modo a constituir uma aliança. E além destes, estão ainda os não-inscritos, entre os quais os 17 deputados da AFD e os 11 do Fidesz húngaro.

Todos estes partidos, ditos de “ultra-direita” ou de “extrema-direita”, são nacionalistas e soberanistas; são, por isso, críticos do federalismo e do alargamento de poderes dos órgãos não-eleitos democraticamente da Comissão. No resto divergem, ou seja, uns são mais religiosos e conservadores em costumes, outros mais liberais. E o mesmo quanto à economia.

E há causas, outrora na crista da onda, como a Agenda Verde, que saíram bastante mal destas eleições, com os Verdes a perderem 19 lugares no Parlamento (passando de 71 passa para 52). Os graves prejuízos infligidos aos agricultores europeus, a opacidade de algumas políticas e negócios de sustentabilidade e energias renováveis e os custos da desindustrialização levaram a esta baixa.

Com os comunistas e a extrema-esquerda em vias de desaparecimento, com a crescente consciencialização da influência nas estruturas não eleitas da União de alienadas “vanguardas esclarecidas” e a gradual constatação dos graves danos causados pela investida woke, com o crescimento das direitas nacionalistas e conservadoras nos grandes países europeus e a progressiva transferência de “voto católico” para estas direitas, talvez possamos esperar uma reversão do ciclo pró-globalista e mundialista que resultou do fim da Guerra Fria.

Mas por enquanto, no proselitismo cultural e moral que vai sustentando o resto, ainda não há nada que chegue ao verdadeiro populismo (o propagado a partir dos costumeiros “lugares de virtude”, institucionais ou comunicacionais) nem à verdadeira desinformação (a devidamente referenciada como informação e dispensada de polígrafo).

A SEXTA COLUNA      HISTÓRIA      CULTURA     ELEIÇÕES EUROPEIAS     ELEIÇÕES     POLÍTICA

COMENTÁRIOS (de 61):

José B Dias: .. crescente consciencialização da influência nas estruturas não eleitas da União de alienadas “vanguardas esclarecidas” e a gradual constatação dos graves danos causados pela investida woke Infelizmente ainda continua a haver uma maioria de "cegos" ou de gente demasiado medrosa para reagir ...                Ronin > Rui Lima: Claro que não há reacção dos "jornalistas", obedecem ao dono das empresas e dos accionistas. O caso do Público por exemplo, sempre me perguntei por que diabo uma empresa de mercearias mais ou menos grandes é dono de um jornal de extrema esquerda, só pode ser por causa do diabo.               Rui Lima: O espantoso é que em França a esquerda e os socialistas uniram-se à extrema esquerda racista e pro-hamas de Jean-Luc Mélenchon o “islamo-gauchiste» e não vejo nos jornais uma reacção à altura do escândalo desta situação, à esquerda tudo é permitido.                      maria santos > Carlos Chaves: Boas tardes. Se não interpretei mal a sua pergunta final, salvo melhor opinião, é positivo que Jaime Nogueira Pinto escreva no Observador. Tendo em atenção o espectro dos leitores de centro direita que optam por ler este jornal e que não têm paciência para os outros. É uma questão de optar por uma leitura não só agradável como ancorada nos factos perfeitamente distintos do comentário, e não numa mélange de mera propaganda. A não ser que apareça outro meio de comunicação bem sustentado, em substância noticiosa e capital. Bom fim de semana.       Tim do A: Mais um monumental excelente artigo de Jaime Nogueira Pinto. Isto é que é serviço público. E é por estes alguns artigos de algumas.pessoas que aqui escrevem que vale a pena assinar o Observador, mesmo apesar de alguns artigos horríveis que aqui também são apresentados.              Rui Lima > Antonio Marques Mendes: Caro António, pensar nos netos será o seu e o meu objectivo , mas lendo o seu comentário vejo que pensa nos netos dos outros o que é humano e lhe fica bem mas não o faça à custa dos nossos. Não ver que o que está a acontecer é nada entender deste fenómeno, dizia-me um português: Quando cheguei aos arredores de Paris o meu filho era o único estrangeiro na escola , hoje o meu neto é o único europeu na sua turma. Desabafo de um amigo francês, não tenho coragem para votar le Pen mas espero que muitos franceses a tenham.         Joaquim Almeida: Excelente. E, ao serviço desses senhores da verdade "institucionais e comunicacionais", vem aí a galope a censura prévia das redes sociais e outras vias de comunicação digital. (vejam o eloquente exemplo da arriscada luta pela liberdade de expressão de opinião no Brasil, de há uns três anos para cá)        Carlos Chaves: Caríssimo Jaime Nogueira Pinto, é preciso sair do “main stream dos media” mentiroso e da propaganda da extrema esquerda (onde o PS de PNS está incluído), para encontrarmos em crónicas como a sua, uma radiografia exacta da situação política actual da União Europeia. Muito Obrigado. A viragem da Europa à direita (incluindo Portugal), é um sinal claro de rejeição das políticas da esquerda, que nos mentem, nos retiram a soberania, nos empobrecem e emburrecem! Só uma pequena pergunta, por quanto tempo vai continuar a escrever no Observador?                 Maria Alva: A comunicação social, eivada de jornalistas progressistas woke formados nas madraças das ciências sociais, é a principal causadora da actual bipolarização social e da perda de credibilidade dos media. É penoso assistir a uma mesa de debate onde, por exemplo, estejam as comentadeiras de facção Anabela Neves, Mafalda Santos e Margarida Davim. É pior que os Dupont e Dupond. Infelizmente o corpo redactorial do Observador vai pelo mesmo caminho. Só mantenho a assinatura pela categoria dos autores dos artigos de opinião, designadamente JNP.                Lupus Maris: A dita direita radical, extrema ou lá o que é, alimenta-se da tibieza e da obsessão pelo politicamente correcto da direita tradicional, em particular quando alcança o poder e, pela sua acção (e sobretudo inacção), desilude os seus próprios eleitores.               José Paulo C Castro > Carlos Quartel: É preciso que apanhar as batatas e as maçãs volte a valer mais que os serviços. E refletir isso no preço final.                  João Ramos: A comunicação social é hoje o verdadeiro cancro das sociedades chamadas desenvolvidas…               Carlos Chaves > Tim do A: Concordo, apesar de uns não compensarem os outros, os esquerdóides estão em larga maioria! Quando classifica artigos aqui publicados como horríveis, não são só horríveis, é pior que isso, são carregados de estratégia, muitas vezes encapotada, de propaganda da esquerda totalitária, ladra e bancarroteira!               Nuno Abreu: Por mais que tente gritar, a esquerda que se afasta do centro não quer dar conta que tenta tapar o sol com um peneira. É tempo de constatar que a esquerda dogmática está mentalmente envelhecida e por mais que invoque o proletário este já não os ouve porque na generalidade deixou de o ser. Precisamos de gente como o Jaime Nogueira da Cunha que denuncie este esquerdismo caquético da comunicação social!               Maria Nunes: Excelente e esclarecedor artigo.               Carlos Quartel: Essa deriva autoritária e mesmo racista, é resultado da invasão de pés descalços, com os seus costumes e religiões diferentes. A Europa também  tem culpa, aburguesou-se e não quer trabalhar, sõ computador e secretária. Como todos os seres vivos, somos territoriais e não gostamos do nosso espaço invadido. O problema é que não queremos apanhar as batatas ou as maças. queremos criados, dóceis e submissos e que se metam num buraco, depois do trabalho. Um caso sério ....           Luis Silva > Nuno Abreu: Temos a esquerda dogmática e a falsa direita que é neo-marxista, woke e LGBT. O objectivo é o mesmo, mas os meios são diferentes. Atingir o comunismo através da revolução do proletariado já não funciona, pois proletariado não há, mas o comunismo pode ser atingido pela revolução cultural e de costumes. É a falsa direita que ainda reina na União Europeia e nos EUA.                 Maria Emília Santos: Quem se lembra de a UE ter ordenado aos agricultores que despejassem no lixo o leite dos seus animais? Medonho! E a maioria obedeceu! Porque mandaram os globalistas aos agricultores despejar fora o leite que era parte integrante da sua sobrevivência? E porque querem eles acabar com a agricultura? Gente demoníaca, insensível e inclassificável! Eles querem que morramos à fome, para que a população diminua! Faz parte da agenda da ONU ou 2030. Conseguir colocar no lugar deles um governo de direita, que se conduza por métodos humanos, sensíveis e morais!              mais um: A esquerda caviar a ver o caviar a fugir....      Joaquim Almeida > Maria Alva: O OBS não percebe, mas não percebe mesmo que, para ser "um jornal diferente", não pode enfileirar com a assinantes, em vez de enxotá-los.                  Sérgio Coelho: Excelente. Os europeus e Europa só voltarão a ter relevância a nível mundial e qualidade de vida e prosperar quando toda a escumalha de esquerdalhada for VARRIDA no mapa!            A D: Lamentavelmente Portugal foi em contraciclo e botou novamente à esquerda, dando a esmagadora maioria aos mais à esquerda (o PS) do que menos (o PSD). Agora uma coisa é certa: se Itália (de onde mais poderia ser?) emergiu uma líder forte, segura e que sabe o que quer para o seu país e para a Europa. Pela primeira vez desde 1945 a Europa tem razões para acreditar no seu futuro e dos europeus cidadãos dos seus países. Esperemos pelos próximos tempos.                Isabel Gomes: A esquerda globalista tem medo de perder os seus privilégios. Europa nunca terá um federalismo semelhante aos USA porque não só a génese é diferente mas porque o governo europeu não permitiria nunca a liberdade de informação e o liberalismo económico inscrito na sabedoria da Constituição americana. A Europa federativa será sempre concentradora de poderes e tudo menos liberal na economia. Basta ver a gigantesca diferença entre o sistema bancário americano e europeu e as abordagens socializantes que Bruxelas sempre teve e terá. Seremos mais socializantes que os USA e isso pagar-se-á muito caro em termos de qualidade de vida a médio e longo prazo, porque os jovens mais brilhantes têm fugido da falta de liberdade de investimento na Europa onde só os grandes têm hipótese ao contrário dos USA. Além de que esta Europa como a conhecemos só tem existido porque existe uma NATO comandada pelos USA caso contrário alemães e franceses e ingleses já teriam bulhado entre si com cada um a querer mandar no outro. Não apagamos num ápice milhares de anos de tribos com pensamento e costumes próprios o que só conseguiu ser feito por emigrantes europeus em fuga em ambientes muito hostis porque a sobrevivência assim o exigia.            maria santos: Peço desculpa pela primeira pessoa, mas eu tenho muita, muita pena por assistir nestes 50 anos ao retorno, persistente, do descalabro da governação socialista com comunistas pela arreata, em toda a Administração Pública. Temos pena e temos tempo, com persistência e competência temos tempo.               GateKeeper: Top 5, caro Jaime. Top 5. Temos tempo. "Grão a Grão... ... o papo".                Americo Magalhaes: A análise e aula do Prof JNP é cristalina e mais ainda gratuita. Obrigado Prof pela clarividência e obrigado Observador por ainda manter (não sei por quanto mais tempo) este ilustre cronista. Os burocratas de Bruxelas não são eleitos democraticamente, e depois da rejeição do federalismo em referendo na França e na Holanda, decidiram não avançar com similares referendos na casa dos outros membros, certamente prevendo novas rejeições. É mais fácil impor o federalismo à força, com a ajuda directa duma CS subserviente ao poder económico e totalmente domesticada. Não esquecer que a "nazi" da Comissão Europeia diz que a primeira prioridade é a "desinformação" (seja lá o que isso for, porque ninguém conhece os critérios) e por conseguinte a Censura vai progredir com a ajuda da Perseguição / Inquisição e até prisão, a quem pensa e se exprime diferente. É só estar atento ao que se passa nas diversas instituições. Os resultados das Eleições não são tidos em conta, é só ver as tribos de contorcedores da realidade que enxameiam as TVs =as madraças. Quo vadis Europa?                 Tim do A > Fernando Cascais: Lamento não concordar, caro Fernando. Foram para fora de Portugal. Porque Portugal, com o federalismo, não vale mesmo a pena. Vai para o buraco. Voltámos à emigração dos nossos. Mas desta feita, dos mais preparados. E importamos o lixo mundo com este federalismo. Temos uma economia de miséria, de baixos salários e de baixa produtividade, a aposta que fizemos no turismo. Vamos mesmo para o fundo da Europa, com aumento galopante da criminalidade inclusiva, pedintes de esmolas, sem dignidade e cuja política única é andar de mão estendida. Em suma, com o federalismo ficamos com o pior da Europa e não ficamos com o melhor. Num ponto importante tem razão. Só mesmo emigrando.             Fernando Cascais > José Paulo C Castro: Na minha opinião ver o federalismo como esquerda e direita é um erro. À esquerda interessa menos o federalismo do que à direita, tanto, que grande parte das esquerdas são anti-UE. Uma Europa das Nações pode também ser federal. A diferença está na autonomia de cada um dos estados. Nações mais autonomia, federalismo menos autonomia. Todos já perceberam que a UE tem lugar no G7, mas, França ou Alemanha isolados perante USA, China, Rússia, Índia, são secundarizados. A UE é hoje indispensável para socialistas, sociais-democratas e conservadores. Cada um quer uma UE à sua medida. Quanto à taxa aplicada aos carros eléctricos chineses, esta foi avançada pelos Estados Unidos alegando concorrência desleal, já que, os carros chineses tem financiamento estatal, isto para não referir mão de obra infantil e direitos humanos, ou se quisermos, direitos laborais e sindicâncias. A Europa está com medo de aplicar multas aos carros eléctricos chineses, porque, os chineses vão retaliar contra os eléctricos europeus que têm grande mercado na China. Um pau de dois bicos. A China como é uma ditadura não tem os problemas das democracias e pode mais facilmente atingir os objectivos, mas, não podem fazer tudo o que querem, tem que haver regras comerciais. Copiar e fazer mais barato não é correcto. Dispensar o custo de inventar é batota, uma batota que o Ocidente permitiu porque uma China fechada era potencialmente perigosa do ponto de vista militar, mas, agora, tornou-se perigosa do ponto de vista económico procurando rebentar com a concorrência através de copiar e mão de obra barata. Os USA começaram a colocar travões aos chineses e os europeus, não tardará muito, terão que fazer o mesmo. Se as fábricas de automóveis europeus fecharem por défice de vendas, o desemprego na Europa aumenta e a pobreza aparece. Nós não temos que adaptar a nossa economia à economia chinesa, tanto, que não somos ditaduras, a China é que tem de se adaptar à nossa economia e aos salários dos europeus. Creio, que quer socialistas, sociais democratas ou conservadores tem o mesmo objectivo de defender a economia europeia.          Tim do A > Fernando Cascais 1 d Estamos mesmo a caminho do federalismo há muito tempo. O mesmo tempo em que Portugal está a caminho da pobreza, da burocracia e tributação insuportáveis e da irrelevância. Já reparou?

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