Tema proposto na Versão 2 do Exame Final
Nacional de Português do 12ºAno de Escolaridade deste ano, sem pretender seguir,
todavia, as normas estruturais da composição, provavelmente incutidas nas aulas,
pois que apenas me interessou o assunto em si, e nele peguei pelo prazer da
reflexão pessoal, que nem sequer contará para os poucos leitores que venha a merecer.
É, pois, sobre as redes sociais que o
mecanismo da rede mediática favorece, de uma forma profusa, que trata o tema
proposto no grupo III da prova de Exame, onde se afirma que “elas são usadas pelas pessoas, quer para se
mostrarem ao mundo, quer para se esconderem por detrás de uma imagem falsa, e que
por isso são formas igualmente questionáveis de comunicação.”
Julgo, todavia, que, mais do que para se
mostrarem ao mundo, as redes sociais implicam, pelo menos inicialmente, uma curiosidade,
quantas vezes acrescida de real prazer, de saber o que é feito dos amigos
espalhados no mundo, e encontrados no acaso de um meio de comunicação que
trouxe o passado até nós, sobre vivências que cada um deles se construiu, e que
desconhecíamos, por vezes com pesar, pelo irreparável das distâncias, afogadas
nos diversos ritmos que cada um projectou ou seguiu. Daí, talvez, uma
efusividade própria de quem se revive num passado de alegre harmonia, retomada
numa actualidade saudosista, que uma proximidade real tantas vezes trai, afinal.
Mas a proposta do texto é sobre
exibicionismo próprio – “quer para se
mostrarem ao mundo, quer para se esconderem por detrás de uma imagem falsa” –
e também esse aspecto me parece imposto com bastante dureza. Porque o expor a
opinião própria não tem forçosamente que implicar uma arrogância positiva ou negativa,
de exposição ou de ocultação do “eu”, este último item, pela falsidade de um
pensamento menos verdadeiro que se pretende defender por puro maquiavelismo,
quantas vezes irónico.
De toda a maneira, hoje põe-se muito em causa qualquer opinião, numa sociedade democrática que tudo afirma e tudo contesta, sem um apoio nesses mestres mores do saber, que foram os clássicos, e isso parece pura tontice.
PS-
Como o texto anterior atingiu as 350 palavras do máximo permitido, ponho ponto
final na minha redacção, em que este PS não conta, pois acrescentou mais 28.
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