Com a ironia desmistificadora de sempre, hélas! Do ALBERTO
GONÇALVES de sempre, evoé!.
Os nossos estudantes não são menos cúmplices que os outros
No que toca à qualidade, o nosso
apreço pelo terrorismo islâmico não fica atrás do que se pratica no
estrangeiro. Falta é saber divulgar no exterior um produto competitivo.
ALBERTO GONÇALVES Colunista do
Observador
OBSERVADOR, 01 jun. 2024, 00:192
RSe
Alá fala através do Grande Aiatola Ali Khamenei, como este garante, o Grande
Aiatola Ali Khamenei comunica com os mortais através do Twitter, onde conta com
um milhão e duzentos mil seguidores. Há
dias, Sua Autoridade Psicótica recorreu a essa invenção do Grande Satã para
congratular os estudantes universitários dos EUA. Pelos vistos, os
estudantes em questão “estão do lado certo da história”, na medida em que as
“suas consciências despertaram para defender as mulheres e as #crianças (com
hashtag e tudo) de Gaza” e passaram a “formar um ramo da Frente de Resistência,
iniciando uma honrosa luta face à brutal pressão do governo americano, que
apoia abertamente os sionistas”.
São
palavras bonitas de Sua Divindade Sanguinária, as quais certamente encheram de
motivação e orgulho os revoltosos nos campus de Nova Iorque e Los Angeles, de
São Francisco e de Boston. Agora, os estudantes que trocaram os estudos pelo berreiro diário em
prol da “Palestina” podem juntar o apoio de Sua Sumidade Carniceira ao apoio
dos governos de Espanha, Irlanda e Noruega; de cento e tal regimes ditatoriais
ou em vias disso, incluindo Rússia, China e Brasil; do eng. Guterres; de
resíduos dispersos do Ku Klux Klan e outros supremacistas brancos; de
incontáveis cançonetistas pop e artistas de variedades; dos dirigentes do Hamas,
do Hezbollah, do Estado Islâmico e dos taliban; de neo-nazis declarados; de
neo-nazis disfarçados; de teóricos da conspiração; e um longo etc. que congrega
boa parte disponível dos assassinos, ignorantes terminais, corruptos sem
escrúpulos ou malucos sem medicação. Só é pena que o Canibal de Milwaukee já
não se encontre entre nós, pois decerto não deixaria de expressar simpatia pela
causa num “post” do Instagram.
O problema é que os louvores de Sua
Omnipotência Tresloucada são exclusivamente dedicados aos estudantes americanos
e ignoram a luta, igualmente digna, dos alunos de centenas de universidades em
dezenas de países. Dos alunos portugueses, por exemplo, que sendo uma minoria
são uma minoria assaz ruidosa. Existem por cá muitos pais que pagam a enormidade
de 60 ou 70 euros mensais nas faculdades públicas de modo a que os filhos
ocupem o ano lectivo em protestos contra Israel, e com a esperança de verem
tamanho esforço reconhecido por um sociopata internacional. Infelizmente, em
Lisboa, Porto, Braga e Coimbra os meninos e as meninas faltam às aulas, montam
tendas, desenham cartazes, insultam colegas judeus e gritam com riscos de
rouquidão os clichés do “genocídio” e do “rio até ao mar”. E para quê? Para
receberem a solidariedade declarada ou presumida de consagradas irrelevâncias
caseiras como os dirigentes dos três partidos comunistas, do ocasional
socialista, do ex-juiz que é candidato do Ergue-te e, talvez, de skinheads na
meia-idade. De Sua Luminária Abominável, nem um pio de incentivo.
É
preciso não nos conformarmos com semelhante desprezo. E é urgente que as
autoridades nacionais, incluindo possivelmente os próximos eurodeputados e o
corpo diplomático, saibam exigir lá fora o respeito merecido pelos
manifestantes cá de dentro. Afinal, no que toca à qualidade, o nosso apreço
pelo terrorismo islâmico não fica atrás do que se pratica no estrangeiro. Falta
é saber divulgar no exterior um produto competitivo, apenas prejudicado pelo
carácter periférico do país. Se o embaixador em Teerão está a dormir, convém
que, quando acordar, movimente influências para dar a conhecer o trabalho
realizado nas universidades daqui, a cargo dos alunos e, com frequência, dos
professores. Não somos menos anti-semitas que ninguém.
Aliás, se me é permitida a sugestão, seria da maior importância que,
além de requisitar um “tweet” encorajador de Sua Sabedoria Transtornada, a
embaixada assegurasse um protocolo de intercâmbio estudantil. O Irão enviava
para cá moços e moças sem consciências despertas e Portugal mandava para o Irão
activistas pela “Palestina”. Uma espécie de Erasmus do fanatismo, portanto, em que todos sairiam a ganhar: os
iranianos aprenderiam os horrores da liberdade e os portugueses experimentariam
na pele os prazeres de uma teocracia propensa a chacinar, perdão, a reeducar
mulheres, homossexuais e seres vivos em geral.
Entretanto, está aí a época de exames
e o ministério do Ensino Superior deve aboli-los sem demora. Não há
ambiente para estudar medicina ou engenharia enquanto, a cada dia, são
destruídos oitenta e cinco hospitais em Rafah, que já não tem água nem víveres
vai para seis meses. O ideal é os estudantes desmontarem as tendas e mudarem-se
directamente para o Acampamento de Verão do Bloco, a fim de aprimorarem por uns
meses os conhecimentos em desobediência civil, feminismo, transsexualidade e
assim. E depois, pelo fresquinho do Outono, pegam nos conhecimentos
recém-adquiridos e levam-nos para o Irão, com escala facultativa na “Palestina”.
Não faz sentido limitarmo-nos a exportar cérebros. Também dá jeito despacharmos
cabeças ocas.
TERRORISMO MUNDO PALESTINA ISRAEL MÉDIO ORIENTE NAZISMO
COMENTÁRIOS
J. D.L.: OK: "Existem por cá muitos pais que pagam a enormidade de 60 ou 70
euros mensais nas faculdades públicas." O que quer dizer que os
contribuintes (e os pensionistas que não recebem pensões dignas) pagam o resto,
ou seja, 4 ou 5 mil euros por mês por cada uma dessas "cabeças
ocas"...
Nenhum comentário:
Postar um comentário