quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Clima



Os comentários que o artigo de Rui Ramos mereceu a respeito dos efeitos, não só físicos mas políticos das alterações climáticas sobre o deslizar do mundo, são de interesse, que ainda mais o valorizam, justificando-o, por vezes em despique, em clima de maior ou menor cordialidade. Mas prescindi dos últimos, já que o texto de Rui Ramos me pareceu perfeitamente criterioso e oportuno.
O outro perigo das alterações climáticas /premium
As alterações climáticas não são apenas uma ameaça à vida no planeta. São também, pelo tipo de campanha que inspiram e pelas causas nefastas a que dão abrigo, uma ameaça aos regimes democráticos.
RUI RAMOS  OBSERVADOR, 10 dez 2019
As “alterações climáticas” —  nova etiqueta do “aquecimento global — fazem-me lembrar a aposta de Pascal sobre Deus. Se o clima está mesmo a mudar, e a causa dessa mudança for o tipo de uso que a humanidade dá aos combustíveis fósseis, então que se faça o que for preciso para atenuar os factores dessa mudança. Ninguém quer cidades debaixo de água ou ursos polares sem gelo debaixo das patas. Mas se o clima não estiver a mudar, ou se, estando a mudar, a causa não for humana, que se faça também o que for preciso para poluirmos menos o planeta e dependermos menos de fontes não renováveis de energia, porque um ambiente mais limpo e uma vida mais sustentável são bens em si. Nada teremos a perder com isso, tal como Pascal nada tinha a perder em ser bom cristão, existisse ou não Deus. O que temos a perder, porém, é com o tipo de campanhas que as alterações climáticas estão a inspirar. E sem querer diminuir a questão do clima, atrever-me-ia a dizer que não são um problema menor, porque um ambiente político em que debater civilizadamente é impossível não é menos perigoso para a sobrevivência da civilização.
Para os evangelistas das alterações climáticas, tudo prova a iminência do fim do mundo, quer chova, quer faça sol. A urgência é tão grande, que já não é só a dúvida que é um crime, mas qualquer tipo de discussão, por mais contida. Só admitem “acção”, e “já”. Tudo isto é estranho, se pensarmos que os zeladores do clima insistem muito em ter o conforto da ciência. De facto, comportam-se como se tivessem tido uma revelação divina. Lembram mais um profeta no alto da montanha, do que um investigador no laboratório. Qualquer dúvida é uma heresia, qualquer divergência é uma blasfémia, qualquer debate é um pecado mortal, qualquer demora é o fim do mundo. Todo este frenesim apocalíptico implica dois riscos. Por um lado, aumenta a probabilidade de decisões erradas, por falta de escrutínio e de ponderação; por outro lado, ameaça subtrair uma grande parte das políticas públicas ao regime de liberdade e de controvérsia que é normal numa democracia pluralista. A campanha das alterações climáticas é hoje, pelo seu catastrofismo histérico, um dos maiores perigos para a democracia no Ocidente.
E é-o também pelo tipo de causas nefastas que entretanto têm tentado cobrir-se com o manto intocável da crise climática. Já passaram trinta anos depois do fim das ditaduras comunistas na Europa. Mas não falta quem aspire a destruir a democracia parlamentar e a economia de mercado. Para esses, as alterações climáticas foram uma dádiva dos céus. A emergência ambiental tem-lhes permitido denegrir os regimes democráticos, como incapazes de agir perante os problemas, e sugerir que a alteração dos modos de vida só pode significar a substituição do mercado pelo inevitável sistema de comando central à maneira soviética. Ora, tudo isto seria um pouco mais convincente, não se desse o caso de terem sido os regimes socialistas aqueles que, no século XX, maiores catástrofes ecológicas provocaram, como a destruição do mar de Aral na União Soviética.
As pretensas alternativas ao capitalismo e à democracia usaram o desconforto com as desigualdades, como agora usam as preocupações ecológicas, para minar e subverter as liberdades ocidentais. Mas nunca garantiram soluções eficazes e sustentáveis. De facto, os sistemas democráticos e de economia de mercado mostraram-se muito mais capazes de ultrapassar crises e injustiças do que qualquer outro sistema. Por isso, a melhor maneira de enfrentar a crise climática passa ainda e sempre por defender a democracia e o mercado contra o eterno retorno dos falsos profetas.
Comentários:
Tiago Queirós: Particularmente grave, se atendermos ao facto de que os partidos monopolizadores do discurso ambientalista coincidem, rigorosamente, com os partidos que se opõem ao investimento em fontes limpas de energia (atendamos, por exemplo, ao facto de o PAN e o Bloco se oporem ao Plano Nacional de Barragens).  Na pior das hipóteses, o discurso ecologista é um mero meio de instrumentalização das massas absolutamente desprovido de conteúdo e de consequência. Aliás, o consumo de electricidade aumentou, em território Português; quantos desses consumidores compõem o rol de pretensos ambientalistas? Seria interessante descobrir.
victor guerra: Andam 7 biliões por este planeta e os mais desenvolvidos a andar de pópó, a usar télélés,a aquecer as casas,.a viajar e não querem deixar "pegada"?Já sabemos que há um problema e é preciso contenção, o resto é conversa       Aónio Eliphis > victor guerra: 7 mil milhões 
Oscar Maximo >victor guerra: Grosso modo, era preciso reduzir o nivel de vida a ocidente e a população a oriente. Nada será feito.
Euro de Eos > Oscar Maximo: Nada que umas bombas atómicas não resolvam.
Maria José Melo: Bom artigo de Rui Ramos! Que tal falarem da poluição causada pelas economias emergentes da China e Índia, bem como  da poluição em África e na América Latina? Os países mais desenvolvidos já têm métodos, leis e fiscalização para controlar a poluição, mas os outros não. Que tal estabelecer um plano para esses países? É curioso que os activistas apenas falam do capitalismo e dos E.U. e Europa, o que se passa nos outros países é muito mais grave. Veja-se o ar irrespirável na Cidade do México, em Beijing ou na Índia.  O verdadeiro problema é preservar o planeta Terra e seus habitantes, não são as alegadas “alterações climáticas”, que eu não vejo nem sinto aqui em Portugal.
Romeu Francisco: Não existe solução para o problema das mudanças climáticas fora do capitalismo. A única forma de mudar as emissões de CO2 passa por mudar os hábitos de consumo, causando assim uma mudança no mercado. Pensar que algo deste género passa por destruir o capitalismo está completamente errado e condenado ao falhanço.
Aónio EliphisRomeu Francisco: Correcto, trata-se pois de internalizar no custo dos produtos e serviços as externalidades ambientais   https://pt.wikipedia.org/wiki/Externalidades
Artur Viegas; Cristalino e 100% correcto. Tal como o terrorismo islâmico, a bomba atómica demográfica islâmico-africana-asiática e o comunismo ditatorial chinês, não por acaso silenciado e benzido pelo eco-fascismo; o neo-marxismo, de inspiração académica anglo-saxónica, macaqueado por todo o Ocidente, e também aqui pelos nossos próprios idiotas-úteis, que, como muitas outras matérias, da alimentação ao "racismo" e passando pelo homossexualismo, capturou e manipula politicamente a questão ambiental-climática, constitui uma gravíssima ameaça à liberdade, à democracia e à Civilização. Sem prejuízo de a questão ambiental-climática ser relevante e carecer de estudo e resposta racionais, o extremismo totalitário que a capturou e mabobra tem que ser não só frontalmente desmascarado e denunciado como, sobretudo, extirpado e esmagado sem piedade.
Chronos 2.0 > Artur Viegas: Aqui um exemplo claro de comentário isento, sensato e democrático. Consigo e espécimes semelhantes, a civilização está no zénite!
Jose Faria > Artur Viegas: Há  um mundo de diferença entre 'islâmico' e "o terrorismo islâmico" financiado pelas aliados do fundamentalismo cristão do regime de Washington, Arábia Saudita e Qatar; armado pela CIA e treinado pelo Pentágono nas duas bases militares americanas da Jordânia, com uma ajudazinha da Alemanha.
Carlos LopesJose Faria: Faço os mais profundos e sentidos votos para que o Faria esquerdopata, defensor do islamismo, se encontre, a muito breve prazo e com toda a sua família, cara a cara, com um islâmico, prontinho para vos esfaquear e amanhar ou fazer explodir, como os cães infieis que são, e se devote, com toda a tranquilidade, a explicar ao pobre islâmico, vítima da ocidente, as suas doentias teorias da conspiração, moralmente cúmplices dos mais bárbaros assassinatos. Não se esqueça de nos mandar novas do além, a contar como foram as coisas e qual a razão por que afinal acabou com sete palmos em cima.
Aónio Eliphis > Artur Viegas: O Ocidente representa 1/5 da população mundial mas consome 2/3 dos recursos. Ademais não encontro ligação entre alterações climáticas e homossexualismo.
Jose Faria > Carlos Lopes: Filhos da pide, como aqui o Lopes, mal ouvem falar nos desmandos dos fundamentalistas cristãos do regime de Washington sacam logo do bordão das teorias da conspiração... Azar! As teorias da conspiração transformam-se, via de regra, em factos de confirmação – vide o financiamento do extremismo islâmico pelas monarquias absolutistas do Golfo Pérsico aliadas do regime de Washington que arma e treina os bandidos do estado islâmico na Jordânia, dando-lhes o nome esdrúxulo de "rebeldes moderados"!!
Diogo Cruz > Aónio Eliphis: Sem dúvida que és o avençado fundamentalista mais desonesto e imundo que por aqui polui. Li e reli o comentário e nenhuma ligação é feita entre alterações climáticas e homossexualismo. É sim dito, e a meu ver muito bem, que, entre outras, essas são áreas instrumentalizadas pelo marxismo hodierno. Quanto à população, como é óbvio, o problema não está na alocação de recursos, mas no seu crescimento sem controle, e em alguns casos com intuitos políticos, em áfrica, na ásia e em todo o mundo islâmico. Se não fosses mais um desonesto ideólogo a soldo, dirigias-te a essas gentes para deixarem de procriar como uma praga
Chronos 2.0: Tudo normal e corriqueiro com o RR a estabelecer um paralelo iníquo e desinformante entre as consequências verificáveis das alterações climáticas e a acção,  que ele apoda de "nefastas",  de quem luta pela visibilidade do problema e por uma consequente alteração de políticas. Sempre promovendo o mesmo chiqueiro ideológico, mas pelo menos é coerente. 
Earl Woode > Chronos: Tudo isso é muito bonito mas ainda não vi um único plano para “salvar” o planeta que não incluísse a destruição do capitalismo e a imposição de um regime colectivista, vulgo Comunista.
Earl WoodeChronos 2.0: Sim porque todos nós sabemos o bom que o Socialismo trouxe aos povos que o experimentaram!  Eu escolho sempre o capitalismo e não, não é uma questão de uma coisa ou outra como você desonestamente coloca o assunto. 
ALEX de Sousa;  “E é-o também pelo tipo de causas nefastas que entretanto têm tentado cobrir-se com o manto intocável da crise climática. Já passaram trinta anos depois do fim das ditaduras comunistas na Europa. Mas não falta quem aspire a destruir a democracia parlamentar e a economia de mercado. Para esses, as alterações climáticas foram uma dádiva dos céus. A emergência ambiental tem-lhes permitido denegrir os regimes democráticos, como incapazes de agir perante os problemas, e sugerir que a alteração dos modos de vida só pode significar a substituição do mercado pelo inevitável sistema de comando central à maneira soviética”  (Rui Ramos)
Vejam o que diz o genro do doutor Louçã para confirmarem que Rui Ramos tem toda a razão no que escreve. Vale mesmo a pena lerem APENAS para confirmarem o que esta gente pensa!  Diz o genro do doutor Louçã que o sistema (capitalista claro!) é o responsável pelas alterações climáticas. E tem toda a razão: o capitalismo criou desenvolvimento e o desenvolvimento fez aumentar as emissões de gases de efeito de estufa (GEE). Por isso, diz o genro do doutor Louçã, é preciso combater o sistema! Que é como quem diz voltar ao tempo da moca e das cavernas, passando primeiro por sistemas como os vigentes em Cuba, na Venezuela e na Coreia do Norte que é para a transição não ser tão violenta! Mas lá chegaremos: ainda iremos ver o genro do doutro Louçã, e o próprio doutor Louçã, a deslocarem-se usando cordas como o Tarzan. Um meio de locomoção extremamente amigo do ambiente e com zero emissões.
Jose Faria: As alterações climáticas não são apenas uma ameaça à vida no planeta. São também, a revelação patente nos arquivos geológicos de que o clima da Terra variou desde que o planeta existe, (mais de 4 biliões de anos), com fases de frio e calor naturais.
Aónio Eliphis > Jose Faria
Mas sempre que mudou foi uma tragédia para as espécies reinantes. Ou quer que aconteça ao Homo Sapiens o mesmo que aconteceu com os dinossauros (que, contrariamente ao que se pensa, não foi o impacto do asteróide que os extingiui, mas as alterações climáticas subsequentes)?
Manuel Ferreira: Ao ler o artigo, lembrei-me da recente banana da exposição de arte. É arte conceptual, diz o artista, e os “merchandisings de arte” correm a negociar o produto. Com o histerismo à volta da emergência climática passa-se quase a mesma coisa. Os ambientalistas gritam com o fim do mundo, e os “merchandisings do ambiente” correm a vender a história. Ainda esta semana, vários “posts” nas redes sociais alarmavam as pessoas com a seca nas cascatas da rainha Vitória (Vitoria Falls) no Zimbabué, algo que já não acontecia, vejam lá, desde 1995. Deus nos livre de termos cheias iguais às que tivemos em 1967, porque aí, virávamos vegans à força de Decreto-Lei, entre muitos novos impostos!
Carlos Quartel: Este é um folclore perigoso. Milhares em manifestações, mas não prescindem das viagens, dos automóveis, das escapadinhas, das pontes. Os radicalismos são sempre totalitários e há que ter muito cuidado. Pode fazer-se algo na energia, no controle dos plásticos, alguma consciência ecológica é boa, mas não vamos voltar às cavernas. 
Jose Miguel Pereira: Concordo com Rui Ramos. Penso que ele também concordará que não podemos andar a encanar a perna à rã até à COP 75. Quanto mais tempo passa sem medidas consequentes, menos margem de manobra fica para soluções deciDIdas e implementadas em regime de democracia liberal e mais se prepara o terreno para ímpetos revolucionários e totalitários.
Amora Bruegas: Interessante análise.., mas que esquece um ponto fundamental! É que a ameaça NÃO é externa à democracia mas interna, pois muitos dos “democratas” são na sua essência tiranos. Pretendem impor o seu desumano ponto de vista e daqueles grupos ou ideologias, tal como os da Nova Ordem Mundial. Portugal é um bom exemplo! A criminosa descolonização não foi referendada nem os povos ultramarinos tiveram Direito a escolher os seus governantes, antes terem-lhes imposto aqueles que até então eram terroristas marxistas, caso do PAIGC, MPLA, FRELIMO  e FRETILIN. A legalização do aborto foi democraticamente manipulada, a adesão à então CEE NÃO foi referendada nem querem que a eutanásia o seja….  de um regime que abençoa terroristas (FP25Abril) que democracia defende? A UE está cada vez mais parecida com a ex-URSS, amordaçado as identidades nacionais e impondo um mordaça ideológica, nomeadamente uma mordaça digital…  para onde vamos?
Pedro Ferreira: Excelente artigo, ponderado, razoável e um grande alerta. Basta ler a doutrina dos ambientalistas para compreender a agenda, a culpa é do Capitalismo e do "homem ocidental". Uma direita esclarecida, acredita que é necessário fazer muita coisa pelo ambiente e essa luta deve incluir-se numa lógica de desenvolvimento, qualidade de vida e busca da felicidade. 
Jay Pi: As alterações climáticas são inevitáveis com base na meteorologia, geofísica e astronomia. Mas para o marxista o inferno são os outros e tudo o que acontece de mal é culpa do inimigo que urge abater e suprimir. Desta feita, para o marxista, o culpado da mudança do clima é o capitalismo, o mercado, a democracia liberal multipartidária, a indústria, a sociedade de consumo, de conforto e bem estar global. É o seu combate. Para o marxismo há um eterno combate. Até à hecatombe.



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