Os comentários que o artigo de Rui Ramos mereceu a respeito dos efeitos, não só físicos mas políticos
das alterações climáticas sobre o deslizar do mundo, são de interesse, que ainda mais o valorizam, justificando-o, por vezes em despique, em
clima de maior ou menor cordialidade. Mas prescindi dos últimos, já que o texto
de Rui Ramos me pareceu perfeitamente criterioso e oportuno.
O outro perigo das
alterações climáticas /premium
As alterações climáticas não são apenas uma ameaça à vida no planeta.
São também, pelo tipo de campanha que inspiram e pelas causas nefastas a que
dão abrigo, uma ameaça aos regimes democráticos.
RUI RAMOS OBSERVADOR, 10 dez 2019
As “alterações climáticas” — nova etiqueta do
“aquecimento global” — fazem-me
lembrar a aposta de Pascal sobre Deus. Se o clima está mesmo a mudar,
e a causa dessa mudança for o tipo de uso que a humanidade dá aos combustíveis
fósseis, então que se faça o que for preciso para atenuar os factores dessa
mudança. Ninguém quer cidades debaixo de água ou ursos polares sem gelo
debaixo das patas. Mas se o clima não estiver a mudar, ou se, estando a
mudar, a causa não for humana, que se faça também o que for preciso para
poluirmos menos o planeta e dependermos menos de fontes não renováveis de
energia, porque um ambiente mais limpo e uma vida mais sustentável são bens em
si. Nada teremos a perder com isso, tal como Pascal nada tinha a
perder em ser bom cristão, existisse ou não Deus. O que temos a
perder, porém, é com o tipo de campanhas que as alterações climáticas estão a
inspirar. E sem querer diminuir a questão do clima, atrever-me-ia a dizer que
não são um problema menor, porque um ambiente político em que debater
civilizadamente é impossível não é menos perigoso para a sobrevivência da
civilização.
Para os evangelistas das alterações climáticas, tudo prova a iminência do fim do mundo, quer
chova, quer faça sol. A urgência é tão grande, que já não é só a dúvida que é um crime, mas
qualquer tipo de discussão, por mais contida. Só admitem “acção”, e “já”. Tudo isto é estranho, se pensarmos que os
zeladores do clima insistem muito em ter o conforto da ciência. De facto,
comportam-se como se tivessem tido uma revelação divina. Lembram mais um
profeta no alto da montanha, do que um investigador no laboratório. Qualquer
dúvida é uma heresia, qualquer divergência é uma blasfémia, qualquer debate é
um pecado mortal, qualquer demora é o fim do mundo. Todo este frenesim apocalíptico implica dois riscos.
Por um lado, aumenta a probabilidade de decisões erradas, por falta de
escrutínio e de ponderação; por outro lado, ameaça subtrair uma grande parte
das políticas públicas ao regime de liberdade e de controvérsia que é normal
numa democracia pluralista. A campanha das alterações climáticas é hoje,
pelo seu catastrofismo histérico, um dos maiores perigos para a democracia no
Ocidente.
E é-o também pelo tipo de causas nefastas que entretanto têm tentado cobrir-se
com o manto intocável da crise climática. Já passaram trinta anos depois do
fim das ditaduras comunistas na Europa. Mas não falta quem aspire a destruir a
democracia parlamentar e a economia de mercado. Para esses, as alterações
climáticas foram uma dádiva dos céus. A emergência ambiental tem-lhes permitido
denegrir os regimes democráticos, como incapazes de agir perante os problemas,
e sugerir que a alteração dos modos de vida só pode significar a substituição
do mercado pelo inevitável sistema de comando central à maneira soviética. Ora, tudo isto seria um pouco mais convincente, não se
desse o caso de terem sido os regimes socialistas aqueles que, no século XX,
maiores catástrofes ecológicas provocaram, como a destruição do mar de Aral na
União Soviética.
As pretensas alternativas ao capitalismo e à democracia usaram o
desconforto com as desigualdades, como agora usam as preocupações ecológicas,
para minar e subverter as liberdades ocidentais. Mas nunca garantiram soluções
eficazes e sustentáveis. De facto, os sistemas democráticos e de economia de
mercado mostraram-se muito mais capazes de ultrapassar crises e injustiças do
que qualquer outro sistema. Por isso, a melhor maneira de enfrentar a crise
climática passa ainda e sempre por defender a democracia e o mercado
contra o eterno retorno dos falsos profetas.
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
CONFERÊNCIA
DO CLIMA DEMOCRACIA
NAÇÕES
UNIDAS SOCIALISMO AMBIENTE CIÊNCIA SOCIEDADE
MUNDO POLÍTICA
Comentários:
Tiago Queirós: Particularmente grave, se atendermos ao facto de que
os partidos monopolizadores do discurso ambientalista coincidem, rigorosamente,
com os partidos que se opõem ao investimento em fontes limpas de energia
(atendamos, por exemplo, ao facto de o PAN e o Bloco se oporem ao Plano
Nacional de Barragens). Na pior das hipóteses, o discurso ecologista é um
mero meio de instrumentalização das massas absolutamente desprovido de conteúdo
e de consequência. Aliás, o consumo de electricidade aumentou, em território
Português; quantos desses consumidores compõem o rol de pretensos
ambientalistas? Seria interessante descobrir.
victor guerra: Andam 7 biliões por este planeta e os mais
desenvolvidos a andar de pópó, a usar télélés,a aquecer as casas,.a viajar e
não querem deixar "pegada"?Já sabemos que há um problema e é preciso
contenção, o resto é conversa Aónio
Eliphis > victor guerra: 7 mil milhões
Oscar Maximo >victor guerra: Grosso modo, era preciso reduzir o nivel de vida a
ocidente e a população a oriente. Nada será feito.
Maria José Melo: Bom artigo de Rui Ramos! Que tal falarem da poluição causada pelas
economias emergentes da China e Índia, bem como da poluição em África e
na América Latina? Os países mais desenvolvidos já têm métodos, leis e
fiscalização para controlar a poluição, mas os outros não. Que tal estabelecer
um plano para esses países? É curioso que os activistas apenas falam do
capitalismo e dos E.U. e Europa, o que se passa nos outros países é muito mais
grave. Veja-se o ar irrespirável na Cidade do México, em Beijing ou na
Índia. O verdadeiro problema é
preservar o planeta Terra e seus habitantes, não são as alegadas “alterações
climáticas”, que eu não vejo nem sinto aqui em Portugal.
Romeu Francisco: Não existe solução para o
problema das mudanças climáticas fora do capitalismo.
A única forma de mudar as emissões de CO2 passa por mudar os hábitos de
consumo, causando assim uma mudança no mercado. Pensar
que algo deste género passa por destruir o capitalismo está completamente
errado e condenado ao falhanço.
Aónio EliphisRomeu Francisco: Correcto, trata-se pois de
internalizar no custo dos produtos e serviços as externalidades ambientais https://pt.wikipedia.org/wiki/Externalidades
Artur Viegas; Cristalino
e 100% correcto. Tal como o terrorismo islâmico, a bomba atómica demográfica
islâmico-africana-asiática e o comunismo ditatorial chinês, não por acaso
silenciado e benzido pelo eco-fascismo; o neo-marxismo, de inspiração académica
anglo-saxónica, macaqueado por todo o Ocidente, e também aqui pelos nossos
próprios idiotas-úteis, que, como muitas outras matérias, da alimentação ao
"racismo" e passando pelo homossexualismo, capturou e manipula
politicamente a questão ambiental-climática, constitui uma gravíssima ameaça à
liberdade, à democracia e à Civilização. Sem prejuízo de a questão
ambiental-climática ser relevante e carecer de estudo e resposta racionais, o
extremismo totalitário que a capturou e mabobra tem que ser não só frontalmente
desmascarado e denunciado como, sobretudo, extirpado e esmagado sem piedade.
Chronos 2.0 > Artur Viegas: Aqui um exemplo claro de
comentário isento, sensato e democrático. Consigo e espécimes semelhantes, a
civilização está no zénite!
Jose Faria > Artur Viegas: Há um mundo de diferença
entre 'islâmico' e "o terrorismo islâmico" financiado pelas
aliados do fundamentalismo cristão do regime de Washington, Arábia Saudita e
Qatar; armado pela CIA e treinado pelo Pentágono nas duas bases militares
americanas da Jordânia, com uma ajudazinha da Alemanha.
Carlos LopesJose Faria: Faço os mais profundos e
sentidos votos para que o Faria esquerdopata, defensor do islamismo, se
encontre, a muito breve prazo e com toda a sua família, cara a cara, com um
islâmico, prontinho para vos esfaquear e amanhar ou fazer explodir, como os
cães infieis que são, e se devote, com toda a tranquilidade, a explicar ao
pobre islâmico, vítima da ocidente, as suas doentias teorias da
conspiração, moralmente cúmplices dos mais bárbaros assassinatos. Não se
esqueça de nos mandar novas do além, a contar como foram as coisas e qual a
razão por que afinal acabou com sete palmos em cima.
Aónio Eliphis > Artur Viegas: O Ocidente representa 1/5 da
população mundial mas consome 2/3 dos recursos. Ademais não encontro ligação
entre alterações climáticas e homossexualismo.
Jose Faria > Carlos Lopes: Filhos da pide, como aqui o
Lopes, mal ouvem falar nos desmandos dos fundamentalistas cristãos do regime de
Washington sacam logo do bordão das teorias da conspiração... Azar! As teorias da conspiração transformam-se,
via de regra, em factos de confirmação – vide o financiamento do extremismo
islâmico pelas monarquias absolutistas do Golfo Pérsico aliadas do regime de
Washington que arma e treina os bandidos do estado islâmico na Jordânia,
dando-lhes o nome esdrúxulo de "rebeldes moderados"!!
Diogo Cruz > Aónio Eliphis: Sem dúvida que és o avençado
fundamentalista mais desonesto e imundo que por aqui polui. Li e reli o
comentário e nenhuma ligação é feita entre alterações climáticas e
homossexualismo. É sim dito, e a meu ver muito bem, que, entre outras, essas
são áreas instrumentalizadas pelo marxismo hodierno. Quanto à população, como é
óbvio, o problema não está na alocação de recursos, mas no seu crescimento sem
controle, e em alguns casos com intuitos políticos, em áfrica, na ásia e em
todo o mundo islâmico. Se não fosses mais um desonesto ideólogo a soldo,
dirigias-te a essas gentes para deixarem de procriar como uma praga
Chronos 2.0: Tudo normal e corriqueiro com o
RR a estabelecer um paralelo iníquo e desinformante entre as consequências
verificáveis das alterações climáticas e a acção, que ele apoda de
"nefastas", de quem luta pela visibilidade do problema e por
uma consequente alteração de políticas. Sempre promovendo o mesmo chiqueiro
ideológico, mas pelo menos é coerente.
Earl Woode > Chronos:
Tudo isso é
muito bonito mas ainda não vi um único plano para “salvar” o planeta que não
incluísse a destruição do capitalismo e a imposição de um regime colectivista,
vulgo Comunista.
Earl WoodeChronos 2.0: Sim porque todos nós sabemos o
bom que o Socialismo trouxe aos povos que o experimentaram! Eu escolho
sempre o capitalismo e não, não é uma questão de uma coisa ou outra como você
desonestamente coloca o assunto.
ALEX de Sousa; “E é-o também pelo tipo de causas nefastas que
entretanto têm tentado cobrir-se com o manto intocável da crise climática. Já
passaram trinta anos depois do fim das ditaduras comunistas na Europa. Mas não
falta quem aspire a destruir a democracia parlamentar e a economia de
mercado. Para esses, as alterações climáticas foram uma dádiva dos céus. A
emergência ambiental tem-lhes permitido denegrir os regimes democráticos, como
incapazes de agir perante os problemas, e sugerir que a alteração dos modos de
vida só pode significar a substituição do mercado pelo inevitável sistema de
comando central à maneira soviética” (Rui
Ramos)
Vejam o que diz o genro do doutor Louçã para
confirmarem que Rui Ramos tem toda a razão no que escreve. Vale mesmo a
pena lerem APENAS para confirmarem o que esta gente pensa! Diz o genro do doutor Louçã que o sistema
(capitalista claro!) é o responsável pelas alterações climáticas. E tem toda a
razão: o capitalismo criou desenvolvimento e o desenvolvimento fez aumentar as
emissões de gases de efeito de estufa (GEE). Por isso, diz o genro do doutor
Louçã, é preciso combater o sistema! Que é como quem diz voltar ao tempo da
moca e das cavernas, passando primeiro por sistemas como os vigentes em Cuba,
na Venezuela e na Coreia do Norte que é para a transição não ser tão violenta!
Mas lá chegaremos: ainda iremos ver o genro do doutro Louçã, e o próprio doutor
Louçã, a deslocarem-se usando cordas como o Tarzan. Um meio de locomoção
extremamente amigo do ambiente e com zero emissões.
Jose Faria: As alterações climáticas não
são apenas uma ameaça à vida no planeta. São também, a revelação patente nos arquivos geológicos
de que o clima da Terra variou desde que o planeta existe, (mais de 4 biliões
de anos), com fases de frio e calor naturais.
Aónio Eliphis > Jose Faria
Certo, tudo explicado aqui: https://www.veraveritas.eu/2018/08/temperaturas-na-terra-e-o-aquecimento.html
Mas sempre que mudou foi uma tragédia para as
espécies reinantes. Ou quer que aconteça ao Homo Sapiens o mesmo que aconteceu
com os dinossauros (que, contrariamente ao que se pensa, não foi o impacto do
asteróide que os extingiui, mas as alterações climáticas subsequentes)?
Manuel Ferreira: Ao ler o artigo, lembrei-me da
recente banana da exposição de arte. É arte conceptual, diz o artista, e os
“merchandisings de arte” correm a negociar o produto. Com o histerismo à volta
da emergência climática passa-se quase a mesma coisa. Os ambientalistas gritam
com o fim do mundo, e os “merchandisings do ambiente” correm a vender a
história. Ainda esta semana, vários “posts” nas redes sociais alarmavam as
pessoas com a seca nas cascatas da rainha Vitória (Vitoria Falls) no Zimbabué,
algo que já não acontecia, vejam lá, desde 1995. Deus nos livre de termos
cheias iguais às que tivemos em 1967, porque aí, virávamos vegans à força de
Decreto-Lei, entre muitos novos impostos!
Carlos Quartel: Este é um folclore perigoso.
Milhares em manifestações, mas não prescindem das viagens, dos automóveis, das
escapadinhas, das pontes. Os radicalismos
são sempre totalitários e há que ter muito cuidado. Pode fazer-se algo na
energia, no controle dos plásticos, alguma consciência ecológica é boa, mas não
vamos voltar às cavernas.
Jose Miguel Pereira: Concordo com Rui Ramos. Penso que ele também
concordará que não podemos andar a encanar a perna à rã até à COP 75. Quanto mais tempo passa sem medidas consequentes,
menos margem de manobra fica para soluções deciDIdas e implementadas em regime
de democracia liberal e mais se prepara o terreno para ímpetos revolucionários
e totalitários.
Amora Bruegas: Interessante análise.., mas que
esquece um ponto fundamental! É que a
ameaça NÃO é externa à democracia mas interna, pois muitos dos “democratas” são
na sua essência tiranos. Pretendem impor o seu desumano ponto de vista e
daqueles grupos ou ideologias, tal como os da Nova Ordem Mundial. Portugal é um
bom exemplo! A criminosa descolonização não foi referendada nem os povos
ultramarinos tiveram Direito a escolher os seus governantes, antes terem-lhes
imposto aqueles que até então eram terroristas marxistas, caso do PAIGC, MPLA,
FRELIMO e FRETILIN. A legalização do aborto foi democraticamente
manipulada, a adesão à então CEE NÃO foi referendada nem querem que a eutanásia
o seja…. de um regime que abençoa terroristas (FP25Abril) que democracia
defende? A UE está cada vez mais parecida
com a ex-URSS, amordaçado as identidades nacionais e impondo um mordaça
ideológica, nomeadamente uma mordaça digital… para onde vamos?
Pedro Ferreira: Excelente artigo, ponderado,
razoável e um grande alerta. Basta ler a doutrina dos ambientalistas para
compreender a agenda, a culpa é do Capitalismo e do "homem
ocidental". Uma direita esclarecida, acredita que é necessário fazer muita
coisa pelo ambiente e essa luta deve incluir-se numa lógica de desenvolvimento,
qualidade de vida e busca da felicidade.
Jay Pi: As alterações climáticas são
inevitáveis com base na meteorologia, geofísica e astronomia. Mas para o
marxista o inferno são os outros e tudo o que acontece de mal é culpa do
inimigo que urge abater e suprimir. Desta feita, para o marxista, o culpado da
mudança do clima é o capitalismo, o mercado, a democracia liberal
multipartidária, a indústria, a sociedade de consumo, de conforto e bem estar
global. É o seu combate. Para o marxismo há um eterno combate. Até à hecatombe.
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