Mas poria em pé inúmeros ovos
E viveríamos todos felizes para sempre, como
nas histórias de amor que se escreviam antigamente e que ainda se vêem em
filmes bonitos, hoje.
Que Deus, pois, o ouça, Dr. Salles, ainda que
não seja Colombo...
O BREXIT E COLOMBO
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 17.12.19
Boris Johnson ganhou inequivocamente as eleições e assim tomou forma a
saída negociada do Reino Unido da União Europeia, o Brexit civilizado.
Um problema insolúvel é a mossa feita nas férreas
convicções daqueles que consideram a UE como um edifício para que se entra mas
de que se não sai, qual sentença perpétua. Tudo o mais, pelos vistos, tem solução como demonstra
o acordo a que Bruxelas e Londres chegaram depois de um relativamente longo
processo negocial iniciado por Teresa May e concluído por Boris Johnson.
Não sei como vai evoluir a questão da Escócia mas algo me diz que
chegou a hora de Maria Stuart se vingar de Isabel I levando a segunda do nome a
passar de rainha de vasto Império a rainha de um relativamente pequeno reino em
vias de possível desmembramento. Contudo, a secessão escocesa carece
da realização de um referendo que aponte no sentido da separação relativamente
ao Reino Unido e esse acto referendário carece da absolutamente improvável
aprovação por parte do primeiro ministro britânico. E isto significa que o
referendo se fará sem respeito por esse requisito legal de lógica absurda ou,
cumprindo-se a Lei em vigor, a independência escocesa
«perde na secretaria».
Quanto ao resto, diz-se que ficou tudo resolvido com o tal acordo do
Brexit civilizado.
Mas se esse acordo se revelar ineficaz, resta sempre a possibilidade de o
Reino Unido regressar à EFTA (por si próprio fundada quando De
Gaulle vetou a adesão britânica à então CEE) e, por essa via, passar a integrar o
Espaço Económico Europeu[1] que corresponde à zona de comércio
livre de toda a Europa com excepção da Suíça[2]. E assim se dissolverá o problema
comercial entre as duas Irlandas.
E eu não sou Cristóvão Colombo.
Dezembro de 2019
Henrique Salles da Fonseca
[2] -
Não estranhe o leitor esta excepção pois a Suíça é sede da ONU, organização a
que não pertence.
COMENTÁRIOS:
Francisco G. de
Amorim 17.12.2019: É
mais ou menos trocar uma de dez por duas de cinco
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