Como sempre, pendurados
Nos projectos que exigem - ou impõem - massas – encefálicas, argentárias, “sensibilitárias”...
Mas é provável que eu não chegue a ver o
tal aeroporto, apesar de opiniões criteriosas sobre o dito cujo – claro que
essas me parecem ser as de quem o apoia, com dados precisos...
Henrique Salles da Fonseca
11.09.19
Perguntado sobre se o “A bem da Nação” se
pronuncia sobre o novo aeroporto no Montijo, segue o que me é dado parecer.
DA UTILIDADE MILITAR: A Base Aérea do Montijo teve a sua
razão de ser no âmbito da vigilância da actividade dos submarinos estrangeiros
na zona central da nossa costa ocidental mas o tipo de aviões então utilizado
já corresponde actualmente a peças de museu. A utilidade militar daquela
localização passou a factor irrelevante. CONCLUSÃO: A Base Aérea do Montijo é um
equipamento militar dispensável.
DA SEGURANÇA AÉREA: A pista do aeroporto do Montijo é
praticamente paralela à pista da Portela pelo que a gestão do tráfego se fará
por rotas não conflituantes – sobretudo se, nas descolagens, rodarem em
sentidos divergentes. CONCLUSÃO: Perspectiva-se a gestão integrada
(Portela-Montijo) do tráfego aéreo em condições de segurança.
DO IMPACTO SONORO: O
acréscimo do impacto sobre a condição humana será menor do que se se tratasse
de obra nova mas trata-se da adaptação de uma base aérea militar que já tem,
por si própria, um impacto objectivo. De notar que os aviões militares a jacto
são muito mais ruidosos do que os civis e que os aviões turbo-hélice militares
têm um impacto sonoro equiparável ao dos civis a jacto. Admitamos
que actualmente há dois movimentos (descolagem e aterragem) militares a
jacto por dia (de 12 horas) e cinco a turbo-hélice. Admitamos que futuramente haverá dez
movimentos horários civis a jacto e que o dia também tenha 12 horas. O impacto
futuro não será mais gravoso do que o que actualmente acontece em Lisboa nas
zonas de aproximação e descolagem da Portela. CONCLUSÃO: Anulação do impacto sonoro militar e
criação de novo impacto (civil) não superior ao que ocorre actualmente em
Lisboa
DO IMPACTO SOBRE A FAUNA Tenho o
impacto sobre a fauna (aves) como matéria risível e espero mesmo que a
Administração do novo aeroporto no Montijo se muna de falcões que afugentem as
demais aves de modo a que não ocorram acidentes e as aves afugentadas emigrem
para zonas sem actividade aeronáutica (e sem falcões). CONCLUSÃO: Impacto desprezível na fauna
DO IMPACTO ORÇAMENTAL Parto
do pressuposto de que a deslocalização do equipamento militar se fará a custos
irrelevantes para outra(s) base(s) aérea(s); a transferência do Pessoal será a
custo nulo para o Estado. As obras do novo aeroporto correrão por
conta da concessionária da gestão dos aeroportos portugueses pelo que o Estado
Português não terá qualquer despesa específica. O
Estado Português assumirá, sim, o custo de obras nas acessibilidades
rodoviários ou mesmo ferroviárias cuja execução e exploração não estejam ou não
venham a estar concessionadas a terceiros. CONCLUSÃO: Relativamente reduzido impacto orçamental.
DA VIABILIDADE DO INVESTIMENTO: A nível
do investimento público, a questão é quase despicienda tudo dependendo de o
Estado ter que fazer algum investimento caso se «esqueça» de adjudicar a
construção-exploração de algumas infraestruturas que sejam imprescindíveis ao
bom funcionamento do novo aeroporto, nomeadamente as acessibilidades. A nível
do investimento privado, parto do princípio de que as entidades já envolvidas e
as que venham a envolver-se futuramente, sabem fazer contas e a última
necessidade que por certo sentem é que eu as ensine a fazer as ditas contas.
DA REPARTIÇÃO DE TRÁFEGO
Vôos «low cost» no Montijo
Vôos de companhias de bandeira na Portela
CONCLUSÃO FINAL Sou favorável à
adaptação da Base Aérea do Montijo a Aeroporto de modo integrado com o da
Portela, nomeadamente em todo o processo de gestão de tráfego aéreo.
Setembro de 2019 Henrique Sallves da Fonseca
COMENTÁRIOS
Anónimo 11.09.2019: As populações já foram ouvidas? É que se agora tem um
voozito ou outro, não me parece que passar a ter vários voos por hora seja
indiferente para os habitantes racionais e irracionais que 1 por ali pululam!!
Põe-te no lugar deles, passar a ter a poluição sonora e química em cima das
cabeças, e as aves, que não votam, a ter que ir pastar para outro lado ou,
ficar e fazer perigar as aterragens,se me perguntarem digo-lhes logo (se tiver
que voar) que ali nem morto me apanham.Vai tu!!!!!!!!!!!! abraço V v Z
Anónimo 12.09.2019:
Muitos anos k venho dizendo o mesmo tão
logo a nossa actividade militar cessou quando se fez a ponte Vasco da Gama
pensei e disse é agora k vão aliviar a Portela cá em família toda a gente me
" gozou" o meu País anda sempre a passo de caracol ou então haviam
uns " simpáticos" k ao projectarem aqueles espaços verdes e as
bonitas avenidas paralelas as pistas da Portela tavam já a sonhar com um
deslumbrante condomínio e a pensar " k bem que fica um aeroporto na Ota
nuns terrenos de um amigo meu. Não liguem eu sou acusada de gostar de divagar
coisas da idade isabel pedroso
Anónimo 12.09:
O impacto sobre a fauna é
importantíssimo e criminoso sob o ponto de vista ambiental. O perigo de embate
em aves é enorme e não há falcões que possam cheguar. O aeroporto terá sempre
limitações de ordem técnica e apenas servirá aviões single-aisle. É uma solução
coxa e tal como o futuro terminal marítimo do Barreiro que vai necessitar de
dagajens regulares, nunca deveria ter avançado.
Anónimo 12.09.2019
100 % de acordo. A evolução de um pais
terá sempre uma equação dificil de resolver. Terá sempre de crescer
prejudicando sempre, mas o meio ambiente mitigando ao máximo o seu
impacto
O que se passa em Portugal é-me insuportáavel ja que qaqlquer hipote de avancarmos rem sempre uns tantos a defender o bem estar da populacoes e o meio ambiente Vejs-se o Litio mais o Aeroporto mais não sei o que temos se ser razoáveis e aproveitar oportunidades de investimento e não querermos o pais mais limpo da Europa mas simultaneamente o mais avisado Carlos Costa
O que se passa em Portugal é-me insuportáavel ja que qaqlquer hipote de avancarmos rem sempre uns tantos a defender o bem estar da populacoes e o meio ambiente Vejs-se o Litio mais o Aeroporto mais não sei o que temos se ser razoáveis e aproveitar oportunidades de investimento e não querermos o pais mais limpo da Europa mas simultaneamente o mais avisado Carlos Costa
Henrique Salles da Fonseca 12.09.2019 :
Meu Caro Amigo Estou 100% de acordo consigo e muito lhe agradeço as
excelentes informações que tanto contribuem para o meu nível de conhecimentos,
com um abraço do José Carlos Gonçalves Viana
Henrique Salles da
Fonseca 12.09.2019 Não posso estar mais de acordo contigo! O aeroporto já
devia ter sido posto a funcionar para os voos “charter” e “low cost” há muito
tempo, mesmo sem grandes instalações de apoio, e mesmo sem os laboriosos
estudos que vão pretender que os animaizinhos voadores tenham privacidade e não
sejam desviados – aliás tal como aconteceu no primeiro estudo de impacte,
aquando da reallização do projecto da Ponte Vasco da Gama. É fantástico como é
que a maior parte das pessoas que se pronunciam – que está muitíssimo longe de
ser a maioria – não se dão conta do irrisório das questões: 1. O impacto
sobre residentes na área, além de ser, como dizes, irrisório, é o normal, tendo
em vista o desenvolvimento das cidades – nesse caso a CML não poderia deixar
construir o “Alto de Lisboa”, grandioso projecto no qual até foi parte
interessada…
2. As Aves terão que se adaptar – e adaptam-se melhor que muitos homens… – e, prova disso veja-se a continuação da existência da população dos graciosos flamingos que, “afinal”, continua a viver normalmente nos arredores da Ponte Vasco da Gama! Um abraço Jorge Nogueira-Vaz
2. As Aves terão que se adaptar – e adaptam-se melhor que muitos homens… – e, prova disso veja-se a continuação da existência da população dos graciosos flamingos que, “afinal”, continua a viver normalmente nos arredores da Ponte Vasco da Gama! Um abraço Jorge Nogueira-Vaz
Henrique Salles da Fonseca 12.09.2019 Henrique, Não sou especialista, mas sou e
sempre fui pelo progresso.
Acho q vc aborda bem o tema, mas, mais uma vez, vamos ter um problema lá mais a frente.
Esta situação Portela/Montijo, já se percebeu, é de recurso e para durar pouco tempo. Aqui, Estou como o Jerónimo de Sousa. Alcochete é a solução, mas o fantasma Sócrates continua a pairar e criou-se este embuste. Também, mais dia menos dia, virá à baila oTGV. Aliás, com receio, ainda por causa do fantasma, já vão falando do comboio de alta velocidade de mercadorias. Lá se chegará. Nós q felizmente, conhecemos mundo, estas evidências entram- nos pelo olho dentro e aos políticos tb, mas os fantasmas são uma porra e o país é q paga. Mas gostei do seu trabalho.
Abraço António Barros
Acho q vc aborda bem o tema, mas, mais uma vez, vamos ter um problema lá mais a frente.
Esta situação Portela/Montijo, já se percebeu, é de recurso e para durar pouco tempo. Aqui, Estou como o Jerónimo de Sousa. Alcochete é a solução, mas o fantasma Sócrates continua a pairar e criou-se este embuste. Também, mais dia menos dia, virá à baila oTGV. Aliás, com receio, ainda por causa do fantasma, já vão falando do comboio de alta velocidade de mercadorias. Lá se chegará. Nós q felizmente, conhecemos mundo, estas evidências entram- nos pelo olho dentro e aos políticos tb, mas os fantasmas são uma porra e o país é q paga. Mas gostei do seu trabalho.
Abraço António Barros
Henrique Salles da Fonseca 12.09.2019 18:13 Caro Henrique Obrigado pelas
excelentes informações
Grande abraço Manuel Veloso
Grande abraço Manuel Veloso
Henrique Salles da Fonseca 12.09.2019 : O PRESENTE COMENTÁRIO TEVE QUE SER DIVIDIDO EM
VÁRIAS PARTES PARA SER ACEITE PELO SERVIDOR 1) M/ Caro Dr. Salles da Fonseca, Peço
vénia para discordar. A ver se consigo ser convincente q.b. sem me
alongar em detalhes maçadores. A decisão NAL/Montijo é razoável se se quiser
uma infra-estrutura aeronáutica para servir, apenas, aqueles que cá vivem e
gostam de viajar, mais aqueles outros que desejarem vir até cá de tanto em
tanto. Ou seja, para servir o mercado da região que tem Lisboa como pólo de
atracção. Era isso que os estudos pagos pelo Governo "Jamais" tinhma
em mente, ou porque a sabedoria não lhe dava para mais, ou porque lhe
incomodava a ideia de dar por perdidos os investimentos feitos nos terrenos ao
redor da Ota. Mas convém não perder de vista o que se passa na indústria do
transporte aéreo mundial e as oportunidades que aí ainda existem. Ao nível das
companhias aéreas, a reorganização incidiu, tempos atrás, na distinção entre
"carriers" (as que asseguram as rotas trans-continentais, ou de longo
curso) e "feeders" (as que asseguram as rotas regionais e locais, de
caminho alimentando as "carriers"). Para melhor estruturar este
modelo, sobretudo na faixa do globo compreendida entre o meridiano do Dubai e o
meridiano de S. Francisco, as companhias aéreas reuniram-se em Grupos de
Transporte Aéreo (GTA): Star Alliance (onde está a TAP, liderada pela
Lufthansa), One World (British Airways, Ibéria, LAN Chile, etc.) e Sky Team
(Air France, KLM, etc.) - e estou a omitir as companhias aéreas norte-americanas.
As companhias "low cost" vieram baralhar um bocado este modelo nas
rotas regionais ("feeders"), mas algumas aprenderam rapidamente a
cooperar com os "carriers" - daí a acentuada quebra de receitas nas
companhias aéreas (fossem ou não "de bandeira") que apenas operavam
em rotas locais e regionais.(continua)
2) (continuação do Henrique Salles da Fonseca 12.09.2019 3)
(continuação dos comentários anteriores)
O projecto NAL/Montijo tem sido defendido recorrendo-se a 4 inverdades: (i) tempo de prontidão; (ii) custo de adaptação da BA 6 (Montijo); (iii) custo de uma aeroporto de raiz em Alcochete; (iv) a resolução do problema da Portela.
Não é verdade que a BA 6 disponha já de uma pista operável comercialmente (não falo dos apoios de aerogare). A pista terá de ser toda refeita porque, tal como está, não aguentará uma operação comercial intensiva de aviões muito mais pesados do que aviões militares (e demolir para fazer de novo é tão demorado, se não mais, que fazer de raíz - a única diferença estará nas terraplanagens que, feitas por gente competente, acrescentariam mais de 6 meses, se tanto, no cômputo total do tempo de construção). Quem esperou 20 anos, não pode esperar mais 6 meses para ter uma boa solução em vez de um remedeio e não deitar dinheiro à rua? Não é verdade que o custo da adaptação da BA 6 seja comparavelmente muito menor - tudo o que haveria que fazer em Alcochete há que fazer na BA 6, a que acrescerão os custos do redesenho, adaptação, demolições e reconstruções num tecido urbano hoje estável e razoavelmente valorizado. Onde estão as estimativas destes custos? Não é verdade que um "hub" de raíz custe mundos e fundos. Se não se quiser repetir os erros de Atenas, construir um "hub" totalmente operacional rondará € 1.0 mil Milhões (isto é, mais € 400 milhões que o custo estimado para NAL/Montijo), com a vantagem de os GTAs interessados poderem participar no financiamento, como contrapartida do acesso a um "hub" que lhes poupará custos operacionais e lhes facilitará a gestão da frota. Por fim, não é verdade que Lisboa fique com o problema resolvido durante uma geração: pelo menos, alguns aviões das rotas trans-continentais terão de continuar a usar a Portela. Não me surpreende que o Governo persista no erro e nos enganos - é genético a todos os Governos que nos calhem em sorte. O que me surpreende é que a ANA não veja a oportunidade que se lhe oferece de passar para a 1ª Liga das gestoras de aeroportos - e que a TAP não perceba que está a pôr em risco a sua viabilidade futura. Ou sou eu que estou a ver mal? Escrevi uma série de artigos de opinião sobre isto no extinto "O Independente", quando o debate sobre o NAL estava bem aceso. Agora, repito-me, que melhor não sei fazer.
Desculpe a extensão, mas, ao contrário da pista da BA 6 que vai ser difícil esticar para as dimensões recomendáveis, eu não consegui encolher este escrito para a dimensão que desejava. Abraço António Palhinha Machado
O projecto NAL/Montijo tem sido defendido recorrendo-se a 4 inverdades: (i) tempo de prontidão; (ii) custo de adaptação da BA 6 (Montijo); (iii) custo de uma aeroporto de raiz em Alcochete; (iv) a resolução do problema da Portela.
Não é verdade que a BA 6 disponha já de uma pista operável comercialmente (não falo dos apoios de aerogare). A pista terá de ser toda refeita porque, tal como está, não aguentará uma operação comercial intensiva de aviões muito mais pesados do que aviões militares (e demolir para fazer de novo é tão demorado, se não mais, que fazer de raíz - a única diferença estará nas terraplanagens que, feitas por gente competente, acrescentariam mais de 6 meses, se tanto, no cômputo total do tempo de construção). Quem esperou 20 anos, não pode esperar mais 6 meses para ter uma boa solução em vez de um remedeio e não deitar dinheiro à rua? Não é verdade que o custo da adaptação da BA 6 seja comparavelmente muito menor - tudo o que haveria que fazer em Alcochete há que fazer na BA 6, a que acrescerão os custos do redesenho, adaptação, demolições e reconstruções num tecido urbano hoje estável e razoavelmente valorizado. Onde estão as estimativas destes custos? Não é verdade que um "hub" de raíz custe mundos e fundos. Se não se quiser repetir os erros de Atenas, construir um "hub" totalmente operacional rondará € 1.0 mil Milhões (isto é, mais € 400 milhões que o custo estimado para NAL/Montijo), com a vantagem de os GTAs interessados poderem participar no financiamento, como contrapartida do acesso a um "hub" que lhes poupará custos operacionais e lhes facilitará a gestão da frota. Por fim, não é verdade que Lisboa fique com o problema resolvido durante uma geração: pelo menos, alguns aviões das rotas trans-continentais terão de continuar a usar a Portela. Não me surpreende que o Governo persista no erro e nos enganos - é genético a todos os Governos que nos calhem em sorte. O que me surpreende é que a ANA não veja a oportunidade que se lhe oferece de passar para a 1ª Liga das gestoras de aeroportos - e que a TAP não perceba que está a pôr em risco a sua viabilidade futura. Ou sou eu que estou a ver mal? Escrevi uma série de artigos de opinião sobre isto no extinto "O Independente", quando o debate sobre o NAL estava bem aceso. Agora, repito-me, que melhor não sei fazer.
Desculpe a extensão, mas, ao contrário da pista da BA 6 que vai ser difícil esticar para as dimensões recomendáveis, eu não consegui encolher este escrito para a dimensão que desejava. Abraço António Palhinha Machado
Adriano
Lima 12.09.2019: O Dr. Salles
apresenta o problema de forma compreensível para qualquer leigo, como eu.
Estou de acordo com as suas conclusões e desejo, acima de tudo, que se decide
sem mais delongas, tergiversações e adiamentos. Penso que perdemos todo
este tempo que passou desde que Sócrates tomou a decisão de construir o
aeroporto, ciente ele estava de que a actual infra-estrutura deixara de ter
capacidade de resposta. Há um mês, utilizei o aeroporto e apercebi-me, de
facto, que aquilo está a rebentar pelas costuras. Sempre que é preciso tomar
grandes decisões sobre os problemas, os velhos do Restelo aparecem de todos os
lados.
Por curiosidade, revisitei uma notícia publicada em 2007 num jornal
diário em que o problema da construção do aeroporto era colocado desta forma
esquemática e liminar:
TRÊS ESTUDOS EM CAUSA
Quem? Governo Onde? Ota Quanto? 3 mil milhões Vantagens?
Potencia economia regional e fomenta turismo Desvantagens? Remover
terras e construir em terrenos alagados
Quem? CIP Onde?
Alcochete Quanto? 2 mil milhões Vantagens? Mais barato,
construção faseada Desvantagens? Não são apontadas no estudo
Quem? ACP Onde? Portela 1 (Montijo) Quanto? 1,5 mil milhões Vantagens?
Mais barato, investimento gradual, rendibilização da Portela Desvantagens?
Não são apontadas no estudo
SAIBA MAIS
34 milhões de euros é o custo total, desde 1998, dos estudos técnicos
realizados para a construção do novo aeroporto de Lisboa na Ota. Desde então a
despesa anual rondou em média os 2,7 milhões de euros.
65 milhões de euros é a verba prevista para pagar a expropriação de 1810 hectares de terrenos na Ota a 16 proprietários.
CAMPO DE TIRO: As Forças Armadas já manifestaram total disponibilidade para abandonar o Campo de Tiro em Alcochete caso o Governo escolha este local para a construção do novo aeroporto.
65 milhões de euros é a verba prevista para pagar a expropriação de 1810 hectares de terrenos na Ota a 16 proprietários.
CAMPO DE TIRO: As Forças Armadas já manifestaram total disponibilidade para abandonar o Campo de Tiro em Alcochete caso o Governo escolha este local para a construção do novo aeroporto.
ALENTEJO : Se Alcochete for a opção do Executivo para o novo
aeroporto o novo Campo de Tiro poderá ser instalado no Alentejo.
OPOSIÇÃO: Os partidos aguardam o relatório do LNEC, mas Luís
Filipe Menezes, que já apoiou a Ota, diz que o PSD é pela manutenção da Portela
e construção faseada em Alcochete.
CRONOLOGIA - 1969 Os primeiros estudos apontam Fonte da Telha,
Portela, Montijo, Alcochete, Porto Alto e Rio Frio como locais para novo
aeroporto.
- 1982 Novos estudos indicam, além daqueles, Santa Cruz, Ota, Azambuja,
Alverca, Granja, Tires e Marateca como locais possíveis.
- 1988 Novos estudos técnicos reduzem a Rio Frio e Ota os locais
possíveis para a construção do novo aeroporto.
- 1997 Governo PS anuncia hipótese de aeroporto ser construído na Ota, mas mantém em estudo Rio Frio.
- 1998 Sonae e Espírito Santo apoiam lóbi de Setúbal a favor de Rio Frio. Nasce Comissão Pró-Aeroporto da Ota, que pede estudo ao Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano (CEDRU).
- 1997 Governo PS anuncia hipótese de aeroporto ser construído na Ota, mas mantém em estudo Rio Frio.
- 1998 Sonae e Espírito Santo apoiam lóbi de Setúbal a favor de Rio Frio. Nasce Comissão Pró-Aeroporto da Ota, que pede estudo ao Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano (CEDRU).
- 1999 CEDRU confirma solução Ota. Governo assume Ota como melhor local.
Estudos ingleses contra opção Ota e a favor da ampliação da Portela.
- 2000 Governo aprova resolução para avançar com Ota. Jorge Coelho,
ministro das Obras Públicas, diz que projecto será concluído em 2010.
- 2001 Jorge Coelho admite eventual revisão dos grandes projectos
nacionais devido a contenção da despesa pública.
- 2002 Valente de Oliveira, ministro das Obras Públicas do Governo
PSD/CDS-PP, diz que Ota está nos planos mas não é prioridade. Construção do
aeroporto é adiada para 2007. - 2003 Um grupo criado pela Comissão Europeia
considera o aeroporto na Ota como prioritário e que deveria ser construído até
2015.
- 2004 Deputados do PS pedem debate de urgência no Parlamento para
discutir o aeroporto na Ota. Carmona Rodrigues, ministro das Obras Públicas,
quer expansão da Portela.
- 2005 Movimento Pró-Ota elogia decisão do novo Governo em retomar o
projecto. Mário Lino garante que as obras do aeroporto da Ota começarão nesta
legislatura.- 2006 Mário Lino reafirma em Pombal que o aeroporto na Ota
beneficiará o distrito. - 2007 Marques Mendes, líder do PSD, faz forte oposição
ao aeroporto na Ota. Cavaco Silva apela a debate profundo. Mário Lino diz que
Margem Sul “é um deserto”. CIP apresenta estudo com local em Alcochete. Lino
envia estudo para o LNEC. ACP apresenta estudo com Portela 1 (Montijo).
Henrique Salles da Fonseca 13.09.2019 : Caro Dr. Henrique Salles da Fonseca, Consultei o site que simpaticamente enviou e li com
muito interesse as considerações que teceu relativas à construção do novo
aeroporto do Montijo tendo ficado mais elucidada nalguns aspectos. Entretanto,
não queria deixar de lhe transmitir a minha preocupação baseada sobretudo num
dos últimos comentários que Engº Carlos Matias Ramos fez há dias na TVI e em
que expôs sucintamente o seguinte:
. A Base aérea do Montijo estando próxima de baías, esteiros, sapais e
marinhas que por constituírem uma das maiores zonas húmidas da Europa onde
nidificam milhares de aves, residentes ou migratórias - por serem sobrevoadas a
baixa altitude, pelo risco de colisão aves-aviões (birdstrike) ou pelo risco de
serem sugadas pelos reactores podendo provocar um incêndio colocando em risco a
vida da tripulação e passageiros;
. a impossibilidade de expansão da pista impedindo a operação de aviões de grande capacidade, com a “nuance” de que apenas acolherá as companhias “low-cost”;
. a impossibilidade de expansão da pista impedindo a operação de aviões de grande capacidade, com a “nuance” de que apenas acolherá as companhias “low-cost”;
. o Montijo não irá além dos 4 a 5 milhões de passageiros em 2030 ( de
acordo com vários estudos);
. a vertente de não receber sequer carga; a solução de Alcochete seria uma solução mais duradoura e não existiria análise de risco. Confiando apesar de tudo que esta será a melhor solução, espero que as considerações do Engº Carlos Ramos sejam “nuvens” que se dissipem, Os meus melhores cumprimentos Mª Emilia Gonçalves
. a vertente de não receber sequer carga; a solução de Alcochete seria uma solução mais duradoura e não existiria análise de risco. Confiando apesar de tudo que esta será a melhor solução, espero que as considerações do Engº Carlos Ramos sejam “nuvens” que se dissipem, Os meus melhores cumprimentos Mª Emilia Gonçalves
Henrique Salles da Fonseca 10.12.2019
2ª PARTE DO COMENTÁRIO DO DR. PALHINHA MACHADO
Isto no ar. Em terra (e os aviões não podem estar sempre no ar), o
modelo era de "hubs & spikes". "Hubs" são os aeroportos
que concentram e distribuem o tráfego aéreo, constituindo os principais pontos
de apoio das rotas trans-continentais - sendo, por isso, os pilares sobre os
quais assenta toda a infra-estrutura da indústria do transporte aéreo mundial.
"Spikes" são as ligações entre os "hubs" e aeroportos
regionais, operadas por companhias aéreas "feeders". Voltando aos
GTAs. Deste lado do Atlântico, temos: (i) One World com dois
"hubs"(Londres e Madrid); (ii) Sky Team também com dois
"hubs" (Paris, Amsterdam); (iii) Star Alliance só com um
"hub" (Frankfurt). Olhemos agora para as rotas trans-continentais na
bacia do Atlântico (Norte e Sul): (i) Rota 1 - América do Norte (a Norte do
paralelo 32º N); (ii) Rota 2 - América do Norte (a sul do paralelo 32º N) e
Bacia das Caraíbas; (iii) Rota 3 - (Costa Leste); (iv) Rota 4 - África
Ocidental. Partindo destes "hubs" que referi, e excepção feita à Rota
1, as restantes rotas trans-continentais para os principais "hubs" de
destino têm todas tempos de vôo comercial iguais ou superiores a 9 horas. Isto
significa que nenhum avião comercial pode assegurar vôos diários de ida e
volta. Ou seja: (i) cada avião só faz um percurso por dia, tendo de pernoitar
no destino; (ii) para operar essas rotas há que afectar, pelo menos, dois
aviões; (iii) e, consequentemente, os custos operacionais disparam. É
justamente por causa desta restrição técnica (insuperável com os aviões
comerciais actuais, mesmo os de último modelo) que Sky Team mantém em estudo a
construção de um "hub" em Casablanca só para apoio aos seus vôos
trans-atlânticos alimentados pelos "feeders" desse GTA. E Lisboa?
Lisboa tem todas as condições para ser o melhor "hub" da Europa
Ocidental nas Rotas 2, 3 e 4, em simultaneo, uma vez que a duração dos vôos
Lisboa/S. Paulo, Lisboa/Caracas, Lisboa/Havana, Lisboa/Miami, Lisboa/Luanda,
Lisboa/Kinshasa (mas não Lisboa/Jo'burg), só para dar alguns exemplos, não
ultrapassa a barreira das 9 horas - e os aviões podem fazer em cada período de
24 horas uma rotação completa (com tripulações diferentes e as necessárias
paragens técnicas, obviamente). A concorrência entre GTAs, não só passa também
por isto, como este é um ponto absolutamente fulcral para reduzir custos
operacionais. O NAL/Montijo, com os remendos projectados, não tem condições
para se tornar o "hub" que falta na Europa Ocidental e na Star
Alliance. Continuará a fazer qualquer coisinha, como a Portela, hoje em dia - e
Portugal, para não variar, desperdiçará mais uma oportunidade de ouro: agora a
de se tornar um pilar fundamental (e ter uma palavra a dizer) na indústria do
transporte aéreo mundial.
SEGUE-SE A 3ª PARTE, JÁ PUBLICADA
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