Da nossa preocupação actual. E isso me
trouxe à lembrança o poema de Alberto
Caeiro «O Tejo é mais belo que o rio que
corre pela minha aldeia», do conceito
relativo, por motivo de um sentimentalismo reflectido, mas também o soneto de Du
Bellay que a Internet me facultou, citado pelo comentador do Dr. Salles, Manuel José Guedes Vieira, soneto que estudei já na idade dos estudos pós liceais, e que,
como tantos outros textos e obras, marcaram o meu amor pela França do
pensamento harmónico, ainda que de expressão nostálgica, como neste caso. Também conhecia a
fábula citada pelo Dr. Salles, que,
naturalmente, ajudava – espero que se mantenha - à formação moral dos mais
jovens, e isso é reconfortante.
Heureux qui, comme Ulysse, a fait un beau voyage,
Ou comme cestui-là qui conquit la toison,
Et puis est retourné, plein d'usage et raison,
Vivre entre ses parents le reste de son âge !
Quand reverrai-je, hélas! de mon petit village
Fumer la cheminée, et en quelle saison
Reverrai-je le clos de ma pauvre maison,
Qui m'est une province, et beaucoup davantage ?
Plus me plaît le séjour qu'ont bâti mes aïeux,
Que des palais romains le front audacieux;
Plus que le marbre dur me plaît l'ardoise fine,
Plus mon Loire gaulois, que le Tibre latin,
Plus mon petit Liré, que le mont Palatin,
Et plus que l'air marin la douceur angevine. (“REGRETS”,
Du Bellay)
Uma doçura e um
conforto, nestes tempos, disso tão escassos! Com os agradecimentos a quem
no-los proporcionou.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA A BEM DA NAÇÃO, 11.02.22
No
liceu francês de Lisboa, o «Charles Lepierre», tínhamos que decorar poesias
como exercício da memória e com algum objectivo cultural. Passados sessenta e
tal anos, lembro-me de alguns versos de diferentes poesias mas de «Le crapaud»
só me lembrava de dois versos meio atrapalhados e só me lembrava de que o nome
do autor rimava com Lisboa. Procurei e encontrei:
LE CRAPAUD
«Viens vite,
Pierre, viens voir
Un affreux crapaud tout noir!
Disait Paul à petit Pierre;
Nous allons le tuer, ça va nous amuser »
Et Paul prend un bâton, et son frère une pierre.
Ils courent au crapaud pour le martyriser.
Un âne, en ce moment traînant une charrette,
Allait mettre le pied sur le corps de la bête :
Il s'arrête.
Et s'en va de côté pour ne pas l'écraser.
Paul alors dit à petit Pierre,
Qui laisse tomber ses cailloux:
« Ah ! qu'allions-nous faire, mon frère!
Un âne est moins méchant que nous.
Louis
Ratisbonne
(1827, Strasbourg – 1900,
Paris)
Tags: "da
minha biblioteca"
COMENTÁRIO: Anónimo 11.02.2022: Fizeste - me lembrar o passado! A mim ficou
na memória o "Heureux qui comme Ulysses a fait un beau voyage..." Do
resto já não me lembro, mas também o tenho guardado. Abraço Manuel José
Guedes Vieira
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