Assim nos habituássemos todos a ponderar
sobre os valores que definem o ser humano cordato, como ser racional, embora
seja compreensível a sua capacidade de revolta perante a observação de tanta
injustiça que alastra no mundo. Sirvo-me mesmo, como confirmação deste comentário,
de uma frase de Wilhelm Reich em epígrafe
da NOTA INTRODUTÓRIA do livro de Luís
Soares de Oliveira “GUERRA CIVIL DE ESPANHA”, de um percurso historiográfico
de penetrante análise e elegante expressão, que se relê com prazer. É o
seguinte, o dístico de Wilhem
Reich aí aposto: “Não perguntes porque se revoltam os homens; Pergunta
sim porque não se revoltam eles.”
Mas Henrique Salles da Fonseca, verdadeiro representante da velha guarda cumpridora, defensora das tais máximas com que a pena dos moralistas pintou o Homem, e cujos desvios serviram à sátira de todos os tempos, vai descrevendo os seus princípios de rectidão, nesta nossa época de tantos desvios a uma tradição que ficou inscrita na literatura de sempre, quer pela seriedade quer pela ironia. Vale a pena ler os seus textos saudáveis:
HENRIQUE SALLES DA
FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 08.02.22
Hoje,
ao acordar antes do Sol, lembrei-me de que as religiões fazem as
civilizações e de que, dentro destas, são os povos que fazem as culturas.
Estas, estratificam-se desde a base «naïve» até aos níveis da
erudição e, quiçá, do sublime. E, aqui, pensei nas elites
que puxam os de baixo para cima e nas que calcam os de baixo. E pensei também naqueles que se dizem ateus e que, “só” por isso,
se desligam duma pertença clara a qualquer metafísica, que podem chegar ao
extremo do libertarianismo, à universalidade, à auto-classificação de apátridas. Toda esta postura tendencial ou efectiva, pode conduzir à
rejeição dos sentimentos de fraternidade e de solidariedade, à abstração de
conceitos que se pretendem tão concretos como esse que consiste no bem.comum – na versão democraticamente vencedora no sufrágio periódico livre e
universal. Tudo, dizem eles, no
sentido da independência e liberdade utópicas. E eis que, infiéis à
solidariedade e ao bem-comum, esses libertários universalistas e apátridas são
vigiados de perto pelos Estados que, por precaução, os podem ter que confinar. E assim se transforma uma utopia no seu inverso. Em boa hora os meus maiores me
integraram – e eu aceitei – na nossa Nação. Tenho
casa, não sou sem-abrigo. Entretanto, levantou-se o Sol, começou o dia e eu,
passando ao pragmatismo, deixei-me de volatilidades.
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avulsos
Miguel
Magalhaes 10.02.2022: Quem sabe, Henrique, se não estás 100%, na posse da
verdade...
Adriano Miranda Lima 10.02.2022: A crónica do Dr. Salles é irrebatível na sua
argumentação. É sabido que tanto a Rússia como a China dispõem de meios de
guerra cibernética que nada ficam atrás do potencial congénere existente no
mundo ocidental. Ora, se todos começarem a disparar a torto e a direito, ou ao
mínimo pretexto, o mundo actual fica paralisado. Os seus efeitos poderão não
ter a mesma letalidade que é provocada pelos mísseis, artilharia e carros de
combate, mas alguém já pensou na real dimensão dos seus efeitos?
COMENTÁRIOS:
Miguel
Magalhaes 10.02.2022: Quem sabe, Henrique, se não estás 100%, na posse da
verdade...
Adriano Miranda Lima 10.02.2022: A crónica do Dr. Salles é irrebatível na sua
argumentação. É sabido que tanto a Rússia como a China dispõem de meios de
guerra cibernética que nada ficam atrás do potencial congénere existente no
mundo ocidental. Ora, se todos começarem a disparar a torto e a direito, ou ao
mínimo pretexto, o mundo actual fica paralisado. Os seus efeitos poderão não
ter a mesma letalidade que é provocada pelos mísseis, artilharia e carros de
combate, mas alguém já pensou na real dimensão dos seus efeitos?
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