sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Mas há limites


Que a sobriedade ou a educação impõem. De que Ventura se eximiu, com uma facúndia palavrosa de grande torpeza, por vezes, o que lhe retira credibilidade e o transforma em títere arruaceiro, apenas.

A vice-presidência

A frase de Voltaire sobre a defesa do direito da expressão das ideias às quais nos opomos deveria doravante queimar os lábios de quem, votando contra a vice-presidência do Chega, a pronunciasse.

PAULO TUNHAS

OBSERVADOR, 10 fev 2022, 00:1948

Eu poderia, como muita gente, perguntar-me se a esquerda não está a magnificar propositadamente o Chega para satisfazer o seu velho fantasma de que a direita no seu todo não é mais do que o prolongamento natural do Estado Novo. Porque, não tenhamos dúvidas, toda esta conversa sobre o prometido chumbo de Pacheco de Amorim (ou de qualquer outro deputado do Chega) ao cargo de vice-presidente da Assembleia da República tem a consequência de instalar o Chega no seu lugar ideal, o da vitimização dos excluídos do sistema. E, como é óbvio, de aumentar, logo a curto prazo, a sua base eleitoral.

Porque o eleitorado do Chega está longe de se restringir a um núcleo maciço sem capacidade de se expandir para lá de limites restritos. Pelo contrário. Como os seus actuais doze deputados mostram – mais, convém lembrar, do que os do Bloco e do PC juntos (o muro derrubado por Costa acabou por lhes cair em cima) –, o seu voto extravasa largamente o daqueles que vêem em Ventura o paladino das causas dos “deploráveis” cá de casa. Congrega também muita gente que, de diversa e mais pacata maneira, reage contra a ideologia difusa que tende a permear a sociedade. E esse tipo de voto tem todas as condições para progredir. Sobretudo se o “cordão sanitário” em torno do Chega se apertar.

Mas este raciocínio, por correcto que me pareça, não toca no problema que, apesar de tudo, é o mais grave. O problema mais grave é o do desrespeito pela democracia que o chumbo anunciado a uma vice-presidência do Chega, a que ele constitucionalmente tem direito, representa. Dêem-se as voltinhas que se derem, estamos aqui em presença de um ataque às regras da democracia. Não um ataque indirecto e feito de obscuras subtilezas, mas directo e às claras, à plena luz do dia. A legitimidade da representação é declaradamente mandada às urtigas. Se isto não é óbvio, nada é óbvio. E a frase de Voltaire que toda a gente gosta de citar sobre a defesa do direito da expressão das ideias às quais nos opomos deveria doravante queimar os lábios de quem, votando contra a vice-presidência do Chega, a pronunciasse.

Ignoro como se portará, nesta matéria, o PSD. É difícil, de resto, desde a deriva teológica de Rui Rio sobre a natureza de “centro-esquerda” do PSD, que a tão lindos resultados conduziu, mergulhando-o na insubstancialidade, saber o que pensa o PSD, se alguma coisa pensa, sobre o que quer que seja. Mas, se também ele votar contra a vice-presidência do Chega, conseguirá descer ainda um degrau abaixo. Se não o fizer, merece os parabéns possíveis.

No fundo, é o espírito prévio ao 25 de Novembro – que é também, num certo sentido, o espírito prévio ao 25 de Abril, apenas que de sinal contrário – que assim se manifesta. É o desprezo pela “democracia formal” em benefício de uma suposta “democracia” que se define, ao arrepio de qualquer “formalidade”, pela exigência de uma comunidade unânime de valores. Ora, se é verdade que qualquer sociedade, para subsistir, precisa de partilhar um certo número de valores, quanto mais não seja para atenuar os conflitos intestinos que a atravessam, também o é que a democracia formal fornece o quadro para o conflito entre valores diversos e, muitas vezes, opostos. Querer que assim não seja é contrariar o próprio projecto da democracia. Foi isso que fez o Estado Novo, foi a isso que ambicionaram os revolucionários até ao 25 de Novembro.

Pretender que aquilo que acabo de dizer corresponde a qualquer forma de simpatia por Ventura e pelo Chega, coisa que as máquinas de tradução ideológica não deixarão de fazer, é algo que não merece sequer uma resposta. De facto, até mencionar tal possibilidade é já uma cedência que nada nos obriga a contemplar. Há limites para a explicitação do óbvio. Em nenhuma conversa convém ultrapassá-los. Seria dar a mão ao delírio.

DEMOCRACIA   SOCIEDADE   PARTIDO CHEGA  POLÍTICA   LIBERDADE DE EXPRESSÃO   LIBERDADES   ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

COMENTÁRIOS
antonio Noronha
: Como sempre um artigo brilhante !          Maria Rita Menezes: Muito bom!  Excelente artigo! Cpts            Cristina Rego: A democracia em Portugal parece estar ainda muito longe da maturidade plena. Pergunto-me se alguma vez atingirá algum tipo de maturidade por cá: a discórdia é tida por insulto, o confronto é visto como ameaça. Ainda não existe verdadeiro pluralismo nem ampla tolerância no debate de ideias, passados quase 48 anos sobre Abril. Se agora surgisse um novo partido de extrema esquerda, ainda mais à esquerda que a amálgama do BE, haveria tanta celeuma como a que se vê com o Chega…?        Camilla Parca de Bolas (Camilla Parker Bowles): O Chega é um partido nazi-fascista, racista e xenófobo. Pacheco de Amorim pertenceu a uma organização terrorista, MDLP, que assassinou portugueses. From England with love da Rainha Com Sorte.       Daniel Pinto: O artigo ia muito bem, não havia necessidade de, no fim, fazer aquela cedência ao politicamente correcto. Acho que ainda não andam a levar ninguém para os campos de concentração.              FernandoC:  “Presidente da República Mário Soares entrega Bastão de Marechal, símbolo do mais alto grau da hierarquia militar, ao Marechal António de Spínola.” 6 novembro de 1991 - Para certa esquerda é “fascista”. Está tudo dito.          Mr. Lobby: filósofo residente volta a atirar-se para a piscina de costas, caindo fora dela... O cerne substancial da questão do Chega! não são as ideias mais ou menos obtusas, esparsas e delirantes, mas a sua divergência, pelo menos táctica, dos pilares, dos princípios, dos axiomas que sustentam a democracia liberal enquanto conceito civilizacional  significante.           Pedro Belo > Mr. Lobby: Curioso que também os partidos de esquerda divergem E MUITO da democracia liberal e nunca houve problema com a sua participação na Assembleia ou no Governo          Mr. Lobby > Pedro Belo: Divergiu, sobretudo o PCP, mas de modo muito mais comedido e sem cair em populismos.  Mas não questionam o primado da liberdade na democracia portuguesa, o que faz o Chega! de vários modos indirectos e subreptícios. E sobretudo, nem PCP nem BE, atentam e atacam ostensivamente o Estado de Direito como faz o Chega! recorrentemente... FernandoC: Agora é o Chega. Quem será amanhã? Os Comunistas chamavam fascista ao PS durante o PREC. Lembram-se o que aconteceu ao Jornal República durante o PREC?       Maria Emília Santos Santos: O Chega é o partido daqueles que querem ordem na sociedade, famílias apoiadas, educação livre de ideologias e formadores de mentes de crianças e jovens, quer quem trabalhe e ganhe o seu pão com o seu esforço, quer protecção aos jovens e adolescentes, quer casas para todos, quer protecção à maternidade, quer paz e harmonia e progresso! obrigada hg pela extraordinária coragem  enfrentar esses lobos na AR. Ventura, está a dar provas de que terá capacidade para ser um grande primeiro ministro! Força Chega! Vamos ver, quando faltarem os extraordinários apoios ,,,.. ao PS e outros, o que acontecerá!            Rufino o Hiperativo Daltónico > Maria Emília Santos Santos: Conseguiu escrever tudo isso sem rir?            Mr. Lobby > Maria Emília Santos Santos: Esse intenso delírio programático é obtido com ou sem medicação?!... O padrão de pensamento assim expresso é bem conhecido das patologias psíquicas.           josé maria: Um filósofo erudito, como o Paulo Tunhas , a perder tempo com as diatribes do boçal  e histriónico Ventura... Ao que isto CHEGOU...        Mr. Lobby > josé maria: Nunca confunda um licenciado/doutorado/catedrático em Filosofia com um filósofo... Assim como de modo algum um licenciado/doutorado/catedrático em Matemática pode ser garantido e considerado como um matemático...             A PADEIRA ALJUBARROTA (VOLTOU): A lei sobre a  Vice-presidência  foi criada pelo partido comunista para intervir na assembleia de forma democrática.  A lei diz que o 3°e 4° partidos têm direito ao lugar. O CHEGA ficou em 3° e à frente do IL, nada mais democrático que o lugar seja atribuído ao mais votado. Podem dizer que não querem Pacheco de Amorim, então deixem o CHEGA apresentar outro como o Prof. Mitha Ribeiro. O que não podem é jogar com a democracia para afastar o Chega. Se é para desrespeitar os eleitores, então EXIGIREMOS a queda do governo com maioria absoluta e ir novamente a eleições. Para encontrarmos um governo mais democrático  para Governar. O Marcelo tem de resolver este impasse...       Paulo Silva > A PADEIRA ALJUBARROTA (VOLTOU): Além da hipocrisia do PCP exposta a nu, o problema é de natureza Ética. Tecnicamente os candidatos terão de obter a maioria dos votos dos deputados, tudo bem. Mas se o voto é nominativo, livre e secreto, nenhum dirigente partidário pode vir anunciar boicotes ao(s) candidato(s) de um partido; ainda para mais quando o nome nem sequer é conhecido. Que foi o que a Esquerda fez. Além do mais, os argumentos retorcidos apresentados viram-se todos contra os arautos da pretensa superioridade moral da esquerda. É o retrato da ‘democracia’ que temos.          Andrade QB: Não foi assim há muito tempo que as vozes que sempre clamavam pelo respeito da vontade do povo através do voto começaram a questionar que o povo tivesse direito a votar. Foi assim com Trump, Bolsonaro e será com qualquer resultado que não lhes interesse. Triste é ver gente com idade para ter juízo não perceber a que é que isso leva.            Mário Rodrigues: Obrigado por explicar tão claramente o cerne da questão.           manuel soares Martins: Convido os distintos Doutores encarregados do sistema de revisão aqui constituído a lerem este texto do Prof. Paulo Tunhas e a meditar sobre ele.            bento guerra: O curioso é que a mensagem anti-Chega dos "xuxas" (para achincalhar o PSD) é furiosamente alimentada pelo Bloco, os "anti-Nato, anti-UE e anti-Euro" que dormiram com o Costa durante seis anos. Paladinos das "democracias" sul-americanas        Sérgio Rodrigues: Como é possível nesta situação dizer-se que o partido A, B ou C está a vitimizar-se? Estamos perante um caso de bullying parlamentar e aponta-se o dedo à vítima? Só se perceberia este argumento se a comunicação social e os opinadores demonstrassem que a vítima não tem o direito a apresentar o candidato ou que, apresentando, pediu para que este fosse rejeitado.            A PADEIRA ALJUBARROTA (VOLTOU) > Sérgio Rodrigues: Eu votei no Chega por convicção  e se não pudesse ser no Chega , seria no IL. NÃO vou ADMITIR que o meu voto valha menos que os outros, as vezes de velhos que entretanto já faleceram, eram burros, analfabetos com 3° e 4° classes. Se o Costa continuar a discriminar o CHEGA e a não dar importância devida às leis que entram no parlamento. O PROBLEMA É O MARCELO QUE  TEM DE RESOLVER COM NOVAS ELEIÇÕES, DAQUI A UNS MESES. Observador Censurado > A PADEIRA ALJUBARROTA (VOLTOU): A continuar a ditadura do politicamente correcto, brevemente, estaremos todos nas ruas em protesto (Chega, IL, PCP, BE), excepto o PS e o PSD (não sabe para onde ir). Apela-se aos militantes do PSD que deixem o PSD e se juntem aos outros partidos para combatermos, politicamente, o PS. O PSD já não faz falta a Portugal e deve morrer o mais rápido possível.   advoga diabo: O mínimo gesto de normalização de escumalha que, despudoradamente, nega qualquer respeito à civilidade, torna quem o faz conivente. Só deve ser tida em conta se decisões a tomar impliquem "contar cabeças"!          Antonio Bentes > advoga diabo: E os partidos da extrema esquerda que se intitulam arautos da democracia e que são os representes máximos do regime mais monstruoso que existiu, que devorou os seus cidadãos? Que autoridade têm, o BE e PCP, para falar em democracia? No Parlamento Europeu o comunismo foi equiparado ao nazismo. Só neste retângulo à beira-mar é que toleramos a extrema esquerda criminosa como campeões da democracias e liberdades individuais. Poupe-me. PS: Não votei Chega, mas a democracia e o voto dos eleitores são para serem respeitados. As simple as that.         A PADEIRA ALJUBARROTA (VOLTOU) > advoga diabo: Eu sinceramente não sei a quem chama escumalha. Não é ao CHEGA de Certeza!!!! Se for, é melhor ter cuidado, o MAMADOU BA  ja vai levar um processo judicial  em cima por difamar o CHEGA. E o mesmo  acontecerá ao BE, PCP e PS. O André ventura aturou calado muita coisa porque estava sozinho, hoje é diferente. Nós sabemos  que chamar fascista, racista é a táctica politica usada por toda a esquerda para meter medo aos velhos eleitores portugueses traumatizados com o SALAZAR. O Chega não tem nada a ver com o SALAZAR E O FASCISMO, nem extrema direita é.  Isso é o partido ERGUE-TE. Agora, quem difamar o chega vai ser posto  em Tribunal e se continuar vamos exigir indemnizações pesadas pelos danos reputacionais causados ao partido. PORTANTO, MUITA ATENÇÃO A FALAR A PARTIR  DE AGORA SOBRE O QUE É  Cisca Impllit > A PADEIRA ALJUBARROTA (VOLTOU): Sim, não gosto do Chega. Mas não argumento que não pode indicar um vice-presidente da AR e vir a ter um.  Também tive que gramar PS, be, e pc, que usam argumentos contra o Chega que eram mais bem aplicadinhos neles.        Vitor Batista: Paulo Tunhas já percebeu o que se está a passar, mas certos betinhos queques cronistas aqui do folheto xuxalista ainda não perceberam.         Carlos Quartel: Tudo isto são pretextos. Numa estratégia de diabolização de tudo o que não seja socialismo.  É um apelo à coesão "de esquerda" e tentativa de dizer que fora do PS só há fascismo, racismo e xenofobia. Como bem diz um leitor, em comentário anterior, o grande visado é o PSD, ou outra qualquer força não socialista, moderada ou radical, todas postas ao mesmo nível. Normalmente funciona, o Chega crescerá, sempre à custa do eleitorado não socialista, a, a prazo, só restarão Chega e PS. Situação ideal para o PS, com maiorias garantidas por largos anos. Uma armadilha, que exige um eleitorado muito atento. Não deve correr a apoiar o Chega (que se vitimizará) e a abandonar o PSD. Isso é o que o PS quer, porque sabe que o Chega nunca entrará no pacato cidadão, (dito de centro) e nunca passará de 15 ou 20%. Infelizmente o nosso eleitorado vai cair nesta manobra ....já caiu mesmo, em alguns concelhos alentejanos.              Rui Lima: António Costa está aliado ao Chega para impedir a alternância democrática ou seja utiliza todos os meios para perpetuar por 50 anos o PS no poder. A esquerda fez isto em outros países os grandes partidos da Direita Francesa, UDF e RPR, morreram estão mortos e foi F. Mitterrand que os matou utilizando a Frente Nacional como arma, o PSD que estude o fim destes partidos .           Vitor Batista > Rui Lima: Mas a esquerda francesa também está morta e enterrada.          Carlos Quartel > Rui Lima: Parece-me um comentário muito atento, desmontando a manobra.            Rui Lima Rui Lima: Vitor, sim e não , na parte económica Sim, mais de 80% dos franceses depois do desastre da economia com as nacionalizações de 1981 nada querem com socialistas . Mas nos costumes Não , Macron representa tudo o que socialistas e comunistas de hoje querem, digo hoje,  porque em 80 os comunistas destruíram casas destinadas a imigrantes do Mali os comunistas queriam fronteiras fechadas para proteger os trabalhadores franceses .           Vitor Batista > Rui Lima: Eu lembro-me que quando trabalhei em França, em 88 e 89 já se dizia que tanto o ps como o pc estavam a ser invadidos por pequenos grupos radicais que iriam acabar com eles.  Não sei se foi o caso ou não,  mas isso é o que tem acontecido por exemplo ao partido trabalhista Britânico, que tem resistido, mas por exemplo, a base de apoio dos Liberais tem aumentado e muito, porque são de esquerda e talvez seja por isso que muitos do Labour migram para os Liberais, são casos muito interessantes.          Antes pelo contrário: Mas é que ninguém tem o direito de votar contra ou a favor da "vice-presidência do CHEGA". Porque o CHEGA, o 3º Partido mais votado, tem o direito institucional de apresentar um candidato à vice-presidência!!! Querer negar esse direito por razões politico-ideológicas é uma perseguição e uma discriminação intolerável num regime que se diz democrático. O que os deputados têm o direito de votar, não é sobre se o CHEGA tem ou não direito de apresentar um candidato, nem sobre a admissibilidade desse candidato - mas apenas para escolher de entre os candidatos apresentados pelos partidos aqueles que vão ocupar a vice-presidência!!! Querer impedir o 3º partido mais votado de apresentar o seu candidato é próprio de uma DITADURA!!!       Manuel Martins: Todo este foguetório com um mero lugar institucional,  apenas serve para o crescimento do Chega.  Não imagino como a AR ou o tribunal constitucional vão resolver este assunto, mas espero que esta legislatura não seja de casos envolvendo o Chega,  e os deputados e AR façam o trabalho para que foram eleitos: de apoio ao governo ou de oposição e fiscalização ao governo.  Tudo o resto pouco importa aos cidadãos.        José Dias: O "maria" propositadamente confunde o que os deputados podem e deviam fazer ... podem efectivamente votar contra quem entenderem mas será que o deveriam fazer no caso em apreço? PS: sem surpresa o "maria" opta igualmente por olimpicamente ignorar os processos de "disciplina de voto" que por todos os partidos impera e onde, se assim o entendesse a Direcção, poderiam - até maioritária ou mesmo unanimemente - votar o Benfica campeão e o LFV inimputável ... mas assim já seria bem "democrático"!        Paulo Silva: Caro Paulo Tunhas, os aprendizes de tiranete limpam-se às páginas de Voltaire, enquanto exercitam a ‘democracia’ à moda dos jacobinos… Os quatro vice-presidentes foram consagrados na CRP durante a revisão de 1982 - curiosamente por proposta do PCP - com o intuito de proteger os partidos minoritários, (na verdade a si próprio PCP, como é óbvio). Agora vemos o mesmo PCP sonegar o mesmo direito a outros. Os maiores inimigos da Democracia são os que mais sabem tirar partido das suas qualidades para a subverter. Umas vezes é tudo pelas minorias, outras vezes é a ‘ditadura da maioria’. O voto é secreto, e é de uma falta de cultura democrática uma bancada pré-anunciar o voto dos seus deputados, (e para influenciar outros). Sinceramente nem faz sentido a eleição. Os vices, desde que devidamente capacitados para o cargo, eram simplesmente apontados por quem de direito, e pronto             Pedro: Muito bom artigo a colocar a o dedo na ferida. 

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