De Paulo Tunhas e seus Comentadores. Um escape para estes receios e
raivas, que nos pregam ao écran.
Deus
esteja com os ucranianos
O PCP repete,
fascinado, o argumentário de Putin. Não é necessária a intimidade ideológica do
passado: basta a atracção irresistível pelo poder brutal daquele sol negro.
PAULO TUNHAS
OBSERVADOR, 24 fev 2022, 00:1988
Não se deve nunca subestimar a admiração
que o poder bruto suscita num vasto número de pessoas. Ela pode manifestar-se
com o auxílio de uma máscara ideológica ou de uma forma nua, despida de
quaisquer vestes, como um impulso cego, por uma necessidade psíquica inconsciente,
contando apenas com o auxílio de um arremedo de teorias conspiratórias que
ajudam a mantê-la viva. Esse tipo
de admiração recebe redobrada força se esse poder bruto se apresentar como o
opositor de um outro poder que é objecto de uma detestação antiga e duradoura
pela liberdade de que goza e pela riqueza que possui.
A Rússia de Putin suscita
indubitavelmente esse género de admiração, e esta é reforçada pelo facto de ela
ter aos olhos dos seus admiradores o estatuto de grande inimiga dos Estados Unidos. Acontecia já assim no tempo da defunta União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas – quatro palavras, quatro mentiras, como
dizia Cornelius Castoriadis – e a coisa excedia de longe o caso dos comunistas.
O poder bruto fortifica uma esperança por muitos iop+´789+ partilhada que Rui Ramos
optimamente identificou aqui na semana passada: a esperança
de que o futuro do mundo não tem que ser democrático. E a Rússia, com a sua tradição ininterrupta de despotismo,
com a possível excepção dos poucos meses entre Fevereiro e Outubro de 1917 e os
primeiros tempos do desabar da U.R.S.S., é um objecto de adoração ideal, como o é, com a mesma
tradição, a China. O nacionalismo da Grande
Rússia, dominando a Pequena Rússia e a Rússia Branca (Ucrânia e
Bielorrússia, respectivamente) é
uma afirmação do puro poder. A U.R.S.S., como o Império dos
czares, também era assim. Desde
relativamente cedo, a ideologia já não contava, excepto de forma acidental e
acessória, ali. O que contava era o poder na sua forma mais brutal, tal como Lenine o
teorizou – e esse foi o legado intelectual mais importante do seu particular
génio, não a sua “interpretação” do marxismo, puramente instrumental.
Putin,
no fundo, não é senão a actualização de um passado que esteve sempre ali. O que
aconteceu na Geórgia e na Crimeia foram pequenos passos no exercício do poder
brutal. A Ucrânia está a ser um passo maior. Porque, não tenhamos dúvidas, é a Ucrânia no seu todo que Putin ambiciona conquistar. De resto, explicou-o com uma clareza admirável: a Ucrânia não tem direito a existir fora do jugo da
Grande Rússia. Na medida
em que apresenta justificações para o acto, elas relevam do puro cinismo:
simulação de diálogo diplomático, inversão das relações de causa e efeito
(invenção de ameaças exteriores, denúncia de massacres supostamente cometidos
pelos ucranianos) e por aí adiante. O que a televisão mostrou do que se
passou no Kremlin por estes dias merece ser visto como um dos mais acabados
produtos do cinismo que o poder brutal se permite. É, verdadeiramente, de gelar
a espinha. Por cá, o PCP repete, fascinado, o argumentário de
Putin. É
a admiração incontida pelo poder brutal e o tal desejo que o futuro não seja
democrático que explica que a Rússia continue para os comunistas a ser “o Sol
da Terra”, para falar como Álvaro Cunhal. Não
é necessária a intimidade ideológica do passado: basta a atracção irresistível
pelo poder brutal daquele sol negro, que foi, desde o princípio, o elo mais
forte da relação.
Para o perceber, basta ler as notas do
gabinete de imprensa do PCP relativas à crise na Ucrânia. Está lá tudo. A
inversão das relações de causa e efeito: a “escalada
de confrontação” é “promovida pelos EUA e a NATO contra a Rússia”, o regime ucraniano, imposto pelos EUA, a NATO e a
UE, é “belicista” e provocador, a NATO visa a “subjugação da vontade soberana e
dos direitos de países e povos”. E o amor imoderado pela diplomacia e pela paz:
“Portugal deve pugnar pela solução pacífica dos conflitos internacionais, pelo
desarmamento, pela paz, contribuindo para pôr fim à escalada de confrontação e
privilegiar um processo de diálogo com vista a promover a segurança na Europa,
no respeito pela Constituição da República Portuguesa, da Carta da ONU e da
Acta Final da Conferência de Helsínquia”.
Notar-se-á que estes dois movimentos são, na retórica do PCP, complementares:
a proclamação do amor da paz visa reforçar a inversão das relações de causa e
efeito e essa mesma inversão é feita em nome do amor da paz. É uma velhíssima
táctica dos comunistas. Lembrem-se do Conselho
Mundial para a Paz e de muitas
outras coisas assim.
É
preciso notar que este esquema de pensamento, bem como a admiração pelo poder brutal da Rússia, estão longe
de ser o exclusivo do PCP.
Encontram-se, com uma lógica mais fruste, um pouco por todo o lado, e nem sequer
são um exclusivo da esquerda. Há, de facto, paixões que são generalizadas.
Tomemos, por exemplo, o último artigo de Miguel Sousa Tavares no “Expresso”. Com a sua característica densidade de convicção, ele
retoma o argumentário do PCP de um modo simultaneamente popular e altaneiro,
que sugere, com a habilidade possível, uma certa aparência de sofisticação ao
raciocínio.
Inversão das relações de causa e efeito: os
verdadeiros fautores da guerra,
no caso de esta vir a acontecer (voltarei umas linhas abaixo a este importante
ponto) são, entre outros, “os vendedores de armas ao Pentágono, à Ucrânia e aos
países europeus, os produtores de petróleo e de gás de xisto americano”. Temos assim já uma base sólida de indivíduos
desprezíveis. Mas não basta. Biden fez “um verdadeiro discurso de guerra”. Um
discurso que é uma espécie de manifesto em prol dos “beneficiários da guerra” e
dos “incendiários militantes e imbecis, como Stoltenberg”, o secretário-geral
da NATO. Um verdadeiro “imbecil”. Que inveja que eu tenho de Miguel Sousa
Tavares! Como gostaria de poder usar assim uma linguagem franca e rude! Até
neste momento me apetecia – mas algo me inibe. O melhor é passar já às vítimas dos horríveis
indivíduos atrás mencionados, que são simbolizadas por Putin, que faz o que faz
“em estado de necessidade, e por razões que são justas, atendíveis e, pelo
menos, dignas de serem consideradas” por todos que não sejam incendiários ou
imbecis.
Amor
pela paz: os
“especialistas” que acusam a Rússia de organizar a invasão da Ucrânia –
“formatados em cursilhos nos Estados Unidos e doutrinados nos cocktails do 4 de
Julho na embaixada americana” – oferecem para defender a sua tese de uma
invasão russa argumentos “tão preguiçosos e desequilibrados” que “chegam a ser
pungentes”. São eles os verdadeiros inimigos da paz: desejam, “no
íntimo”, a guerra. Em
contrapartida, “Putin fez divulgar um vídeo dele reunido com o ministro dos
Negócios Estrangeiros em que Lavrov lhe dizia que deviam continuar os esforços
diplomáticos”. Não quer
isso dizer que a Rússia deseja a paz? Os russos mostraram imagens das suas tropas a
retirarem da Crimeia e anunciaram que domingo findariam os seus exercícios na
Bielorrússia. Querem mais? E não garantiu Putin “pela enésima vez
que não ia invadir a Ucrânia e que não queria uma guerra na Europa”? Ah,
perdoem que eu me repita, mas como gostaria eu de saber utilizar aquela
linguagem franca e desinibida em que Miguel Sousa Tavares é pródigo…
Uma
tão subtil caracterização do que está em jogo conduz Miguel Sousa Tavares a uma
aposta ousada, mas conforme aos movimentos do seu espírito: “hoje, sexta-feira, apostei que a Rússia não invadiu a
Ucrânia. Espero ter ganho a aposta – não apenas até hoje, mas até um futuro tão
longínquo quanto possível”. Receio que o curso dos acontecimentos faça com que
Sousa Tavares perca a aposta. Mas – permito-me sublinhar – isso não fará dele
um “imbecil”, apenas alguém que não percebe nada do que se passa à sua volta, o
que certamente terá um outro nome qualquer. Mas
voltemos à Ucrânia propriamente dita. Esperemos que as forças ucranianas e a
pressão internacional cheguem para que a Ucrânia se consiga, pelo menos em
parte, defender do poder bruto. Se fosse crente, diria: Deus esteja com eles! E, pensando bem, mesmo não sendo
crente, digo à mesma: Deus esteja com a Ucrânia! GUERRA NA
UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA MUNDO RÚSSIA-UCRÂNIA VLADIMIR
PUTIN RÚSSIA PCP POLÍTICA
COMENTÁRIOS:
Luis Santos: O PCP e o MST têm em comum, o facto de
estarem todos xexés. No caso do PCP aquela rapaziada, ainda pensa estar em 1950 e acredita estar
a lutar contra Salazar Alvaredo: Título justo e que merece o
nosso inteiro apoio. Miguel
Rosa: Quando todos
receavam o AV e a direita eis que a guerra vem do socio-comunismo.... Mr. Lobby: A direita portuguesa (sim, também o Chega!...) andou anos a elogiar a
Rússia de Putin, finalmente convertida após a queda da URSS, incensando a sua
política para o renascimento do cristianismo na Europa, a sua política de
combate ao islão na Chechénia, a sua política anti-homossexualidade (LGTB e
similares)... e agora isto!... Gabriel
Pensador > Mr. Lobby: Tanto a extrema direita como a extrema esquerda
portuguesa vende-se por uns trocos. Infelizmente nesses partidos só temos
"filhinhos do papá" a quem nada falta. Não sabem viver e respeitar a
diferença. Humildade precisa-se. João
Seabra: A guerra está
agora no seu início mais visível e mediático; MST está agora no seu fim, mais
do que anunciado pelo próprio: excelente análise sobre tantos anos de demagogia
que se identificam com aquelas 3 letrinhas…MST Censurado Censurado: Deus esteja com os ucranianos?!
Deus?! Como esteve com os iraquianos das armas de destruição maciça. Lembras-te
burgesso? Em vez de passares a vida a incitar ao ódio entre pessoas e povos
devias reduzir-te era à tua ignorância. Sobretudo em momentos de pesar como
este. João Ramos:
O PCP, segundo o nosso governo
e numerosos comentadores da TV e não só, não é propriamente perigo nenhum para
a nossa famigerada democracia, o grande perigo vem claro está do Chega. Como é
possível haver gente tão idiota e cínica! quanto a Sousa Tavares as suas
“claríssimas” opiniões são conforme o lado em que acordou nesse dia além de ter
a mania de ser um “enfant terrible” , na realidade vale zero!!! Sérgio > João Ramos: Num sitio de iletrados,
analfabrutus e dependentes dos nepotistas das bancarrotas, que esperava??? Pontifex Maximus: O problema é que Deus não
existe e por isso nada pode fazer pelos ucranianos. Mas a América e a Alemanha
existem e, embora possam pouco ou nada fazer agora, podiam e deveriam ter feito
no passado, mas a ganância, sobretudo dos alemães, falou mais alto. E se
alguém deveria não acreditar nos russos eram os alemães e Merkel, por razões
óbvias! Francisco
Tavares de Almeida: Paulo Tunhas hoje decidiu meter as duas mãos em dois baldes de m..., o PCP
e Miguel Sousa Tavares. Ao contrário de Tunhas sou crente e, especialmente se
Putín não se limitar à região do Dunbass, vou rezar pelos ucranianos. Só que,
na minha costela nacionalista-egoísta, também vou desejar que muitos se decidam
a vir para Portugal para contrabalançar a imigração miserável que temos. João Floriano > Francisco Tavares de Almeida: Completamente de acordo com o
seu comentário. Tenho uma opinião muito positiva do trabalhador ucraniano. Cisca Impllit > João Floriano: É gente culta e muito educada. Luis Santos: Os comunas burros estão caquécticos de tal forma, que
ainda pensam que são controlados pela URSS de Putin. Andrade QB: Todos os ditadores têm
admiração uns pelos outros, não é admirar que os defensores da ditadura do
proletariado apoiem os defensores da ditadura soviética. manuel soares Martins: O prof. Tunhas sabe muito bem
que, como dizia Napoleão, Deus está do lado dos grandes batalhões ! José
Paulo C Castro: As declarações sobre o não envolvimento da Rússia na Ucrânia, sobre a
especulação ocidental sobre a Ucrânia, sobre a retirada e meros exercícios
militares da Rússia, etc. deviam ficar guardados para referência futura. As
pessoas que, nos media, andaram a dizer que isto é tudo especulação ocidental
devem ficar marcadas como agentes russos infiltrados. Foi o papel que fizeram. Cisca Impllit > José Paulo C Castro: De facto, fizeram uma linda
figura!!! Devemos, ou pelos tentar com toda a honestidade, saber o que queremos e de
quem se está próximo, quem são os nossos aliados. E, liminarmente, perceber
quem é injustiçado. Geiger Dieter: Putin é apoiado por todos os partidos comunistas do
mundo. E por toda a esquerda também. Cisca Impllit: Deus tenha piedade de todos nós
e nos dê sabedoria para enfrentarmos a loucura. Adormecemos e ela veio nos
acordar. David
Pinheiro: Excelente artigo!
Dos melhores que o autor já escreveu. Excelente crítica à hipocrisia do Miguel Sousa
Tavares. PEDRO
AIRES PEREIRA: Fico assustado ao ler tantos comentários de traidores a defenderem um
ditador criminoso como esse anormal do putinho. São os mesmos que diabolizam o
anterior regime que era santo ao pé desse gajo com cara de mamão. O PCP há
muito tempo que deveria ter sido ilegalizado pois é um partido stalinista,
traidor da pátria e criminoso.
bento guerra: Parece uma homília papal,a compensar as provocações do caquético Biden advoga diabo: Não subestimar o poder bruto,
como lhe chama PT, é também não o provocar, não o ameaçar, não o acicatar. O
"ocidente" e os EUA em particular não têm feito outra coisa há
décadas. Insistir em colocar mísseis às portas da Rússia, como se alguma vez os
americanos o permitissem no México ou no Canadá, foi ir longe demais. Obrigaram
o "urso" a sair da caverna e agora vai ser preciso pará-lo! Com que
custos? Vitor
Batista > advoga diabo: Estou estupefacto com a sua retórica, como se os povos
livres e soberanos não tivessem de facto o direito a pertencer às organizações
que eles entenderem. Nesta hora negra, onde mais uma guerra começou na velha
Europa, gostaria de deixar bem vincado que os inimigos da Ucrânia são meus
inimigos também. Teotonio
Bernardo > Vitor Batista: Pode ficar de boca aberta o dia todo até conseguir
imaginar o que seria se a Rússia colocasse armamento em todos os países
vizinhos dos EUA. A Ucrânia é um pais pro-nazi com milícias e batalhões hitlerianos
no exército e que queria ter armamento nuclear para desafiar a Rússia. Agora
vai ter o destino que merece. Vitor
Batista > Teotonio Bernardo: Comentário sem nexo. Não
vou perder tempo a responder-lhe visto estar formatado pela propaganda putinesca.
Foi o Medina que o informou dos perigosos nazis ucranianos? PEDRO AIRES PEREIRA >
advoga diabo: Tanta condescendência com um ditador criminoso, senhor
advogado traidor da pátria, é de bradar aos céus. Façam as vontades todas do
mamão do putinho para ele não fazer birras. Os comunistas e todos os que são
contra os valores ocidentais podiam ir todos para a Rússia, Venezuela, Cuba e
Coreia do Norte pois cá não fazem falta nenhuma. João Floriano: Ontem vi um video em que Putin
encostava à parede, no sentido figurado, o Chefe dos Serviços Secretos russos,
Sergei Naryshkin que estava a fazer umas afirmações que Putin achou necessário
esclarecer para não restarem dúvidas. Posso imaginar o suor frio de Naryshkin.
A mim, Putin meteu-me medo. S
N: Deus está
certamente com os ucranianos e com a Ucrânia. Nunca com os brutos
sanguinários. Quanto ao sr mst, não vale a pena ouvir ou ler: pior do que perda de tempo.
Como vários outros. Paz! augusto
sousa: Pois,
partilho o sentimento e a análise de PT sobre o tal de MST ( em decadência
cognitiva , pessoal e literária ) bem como as circunstancias e os actos
do czar Putin. Ao ver e ouvir o Presidente dos EUA a ler as suas
declarações tenho a sensação de que acabou de se levantar da cama e ainda não
acordou bem por não ter lavado a cara com água fria! O tal de Boris não lhe
fica atrás!...e deve estar a organizar agora um "rave party Américo Silva: Deus tem estado com os
portugueses e espero que continue. Os proletários europeus, descendentes dos
proletários romanos, os que contribuem com a prole, cansaram-se. Contribuíram
com os servos dos senhores feudais, com os soldados de todas as guerras, com os
marinheiros de todos os naufrágios, com os juros de todos os agiotas, e agora
deixaram de contribuir. Não querem disputas sobre a guarda dos filhos, sobre a
pensão de alimentos, nem sustentar filhos até ao túmulo. Não os seduz a ideia
de deixar descendência submetida a uma von der Leyen qualquer que não elegeram,
a um Twitter qualquer, à Google ou ao Fecebook, querem é crescimento: duas
casas, dois carros, dois almoços, campos de golfe, fatiotas distintas. Apoiam
preferencialmente gentes de outras nações como judeus, ciganos e árabes, e
esperam obter um rendimento da exploração de outros proletários como eles. Querem
crescimento económico, duas casas, dois carros, dois almoços, campos de golf,
rodar por muitos homens e mulheres, e conseguir aquela aplicação que lhes
permita a extorsão de outros proletários como eles. Entretanto por toda a
europa estão a ser substituídos por imigrantes que os odeiam. Portugal tem a
sorte de não ser odiado pelos africanos, imigrantes das ex-colónias. Com a
garantia de casa, comida e roupa lavada, o cidadão preocupa-se com as energias
renováveis, o CO2, o aquecimento global, e a democracia na Ucrânia. Não se
preocupa em ser governado pelo twitter ou pelo facebook, ou que os
estrangeiros sequem as oportunidades aos europeus, afinal a américa latina e o
Iraque estão muito piores. klaus
muller > Américo Silva: "Portugal
tem a sorte de não ser odiado pelos africanos......." Então e o Mamadú e aquela ex
deputada gorda do Livre? Américo
Silvaklaus muller: Boa noite. Nenhum deles é imigrante das ex colónias,
nada a ver com os magrebinos em França com uma cultura de ódio aos franceses e
tudo o que é francês, basta procurar as letras das músicas que fazem e passam
nas rádios e nos centros comerciais, e grande porção de franceses aplaude. Joaquim Albano Duarte:
Miguel Sousa Tavares é
simplesmente uma criatura arrogante de extremo esquerda. josé maria: Tomemos, por exemplo, o último
artigo de Miguel Sousa Tavares no “Expresso”. Com a sua característica
densidade de convicção, ele retoma o argumentário do PCP de um modo
simultaneamente popular e altaneiro, que sugere, com a habilidade possível, uma
certa aparência de sofisticação ao raciocínio. Só foi pena que o Paulo Tunhas
não tivesse conseguido descrever o argumentário de MST e contrapor-lhe os
necessários fundamentos de refutação... É pena, é muito poucochinho. josé maria: Vou começar por uma pergunta de
carácter metafísico para o filósofo Paulo Tunhas responder: se os russos
implantassem mísseis em Cuba ou na Ilha de Ratmanov, apontados ao território
americano, o que é que os EUA deveriam fazer ? Aplicar sanções económicas
à Rússia? Será que Paulo Tunhas condenaria esse acto como belicista ou nem por
isso? Cada país pode fazer o que quiser no seu território? Até apontar mísseis
nucleares aos vizinhos? Será que ainda veremos o filósifo Paulo Tunhas
legitimar a implantação de mísseis na Coreia do Norte, directamente apontados à
Coreia do Sul, com base no princípio da soberania nacional ? Tem filosofia que
chegue para estas questões, Paulo Tunhas ? Ou vai ter que consultar
o Thomas Hobbes ? Gabriel
Pensador > josé maria: Essa cassete já
está riscada. Quem defende a atitude da Rússia devia ter vergonha. A
essas pessoas já começa a correr-lhes o sangue pelas
mãos. UMA VERGONHA. Nuno
Andrade > josé maria: Os russos tentaram implantar misseis com ogivas
nucleares em Cuba e só recuaram quando a terceira guerra mundial estava para
rebentar. A Coreia do Norte já tem misseis apontados para a Correia do Sul. A
Ucrânia não pertence à Nato nem tem misseis nucleares para apontar à Rússia. O
que é a situação actual tem a ver com os seus argumentos? Tem que melhorar a
sua capacidade de intervenção, senão os seus patrões ainda o despedem. josé maria > Gabriel Pensador: O seu pensamento básico não
responde às minhas questões. Sempre aqui manifestei a minha posição contra o
desprezível Putin, em diversos comentários, e sou totalmente contra a invasão
da Ucrânia. Mas também não deixam de ser VERGONHOSAS e profundamente HIPÓCRITAS
as posições que vão oscilando, consoante se trate de misseis apontados à
Ucrânia ou mísseis instalados em Cuba ou na Ilha de Ratmanov, se fosse o caso.
Não legitimo de forma alguma a posição ignóbil da Rússia, só tentei confrontar
Paulo Tunhas com questões incómodas, para além do seu panfletarismo primário e
dicotómico. Ou será que MST é um perigoso esquerdista à solta, para PT o
criticar genericamente, sem ser capaz de o fazer com argumentos concretos ? ?
Muitos dos que aqui condenam e bem a invasão da Ucrânia são exactamente os
mesmos fariseus que já legitimam o gulag da Faixa de Gaza. Muitos dos que se
insurgem contra a exibição militar obscena da Coreia do Norte, relativamente à
Coreia do Sul, são os mesmos que não tecem nem uma única palavra crítica contra
o expansionismo territorial da Nato, quando o Pacto de Varsóvia já foi extinto
na década de 90. São essas questões que o seu PENSAMENTO BÁSICO não consegue
VERGONHOSAMENTE responder, procurando iludi-las com uma intervenção menor e
primária. Gabriel
Pensador > josé maria: Eu respondo sem VERGONHA nenhuma.
Primeiro em relação a Cuba (foi há 60 anos, o mundo hoje é totalmente diferente), até eu, e possivelmente o
senhor ficava incomodado se soubesse que iria ter um vizinho que o pudesse
pôr em perigo a si e aos seus. Eu ficava incomodado. O mesmo se passa em Gaza.
No dia em que Israel sair da Palestina entra lá o Irão. E depois? Depois
temos um problema ainda mais grave. Claro que depois pode dizer-me que Israel
está a expandir os colonatos. Tem razão, mas são assuntos de
difícil resolução. No dia em que quem governa a Palestina não quiser
aniquilar Israel e quiser mesmo a paz e viver em harmonia com os vizinhos,
Israel não tem argumentos para a ocupação. Até lá é difícil as
coisas mudarem. O que entende por expansionismo da Nato? Mas a Nato invade
algum país? Se algum país quiser sair da Nato, é impedido? A Nato é uma
organização que está aberta a novas adesões. Se os países vizinhos da
Rússia quiseram aderir à Nato, foi porquê? Porque sabiam que isto que está a
acontecer na Ucrânia lhes iria acontecer também. A própria Nato foi
aceitando esses países porque sabiam que mais tarde ou mais cedo as agressões
iriam acontecer. Esqueça o pacto de Varsóvia e tudo o resto.
NINGUÉM tem o direito de condicionar e impedir a liberdade dos
povos. E é isso que vergonhosamente está a acontecer. Um ditador
que não se importa com mais nada a não ser reconstruir um império. Só que
existe o reverso da medalha. Possivelmente será ele o coveiro da Rússia,
tal como a conhecemos. Nenhuma ditadura que oprime os povos dura
para sempre. Ainda lhe digo mais, sabe porque eu acho que os
Estados Unidos não devem deixar cair Taiwan? Porque será mais um povo a
quem vão tirar liberdades e direitos. Se nada fizermos para defender a
liberdade e direitos dos outros em breve estará a nossa em causa…………………………………………………………………….
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