terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Resultados Eleitorais (Conclusão)


Analisados por diversos analistas da nossa crónica quotidiana (Continuação)

 Como Costa chegou à maioria absoluta, e Rio e a esquerda saíram derrotados. 13 opiniões rápidas sobre as eleições

(CONTINUAÇÃO)

OBSERVADOR, 31/1/22

TEXTOS:

 

VII- Paulo Trigo Pereira: E agora António Costa? Como vai o PS governar?

A maioria absoluta do PS dará estabilidade política parlamentar. A verdadeira questão agora é a forma como o PS vai governar. António Costa disse, no seu discurso de vitória, que vai governar em diálogo com as restantes forças políticas, e em diálogo na concertação social e com o Presidente da República. Disse mais, que irá mudar a opinião dos portugueses sobre as maiorias absolutas e que sabe que muitos dos que votaram PS não são votantes tradicionais socialistas. Na prática, como será governar com esta maioria absoluta?

O PS voltou a ganhar, e esta vitória é antes do mais mérito de António Costa. O PS beneficiou do voto útil advindo de PCP e BE e também de eleitorado potencial de PAN e Livre que quis evitar uma vitória do PSD. As sondagens ao dar a sensação (irreal) de um taco a taco entre PS e PSD acabaram por beneficiar também o PS. A gestão da pandemia, bem como as políticas sociais e alguma reposição de rendimentos de funcionários públicos e pensionistas decerto que explicam muitos votos adicionais no PS.

Estas eleições foram talvez a maior transformação da representação política parlamentar em democracia. Ela deveu-se à entrada, pela primeira vez, de um partido liberal no espetro político português, bem como de um grupo parlamentar considerável de um partido de extrema direita. Penso que ambos estão para ficar. Os liberais, pois têm o dinamismo e a criatividade da juventude. O Chega, pois “Deus, Pátria, Família e Trabalho”, bem como o alegado combate à corrupção ecoa no Portugal profundo. Tivemos também a quase extinção de um dos partidos fundadores da nossa democracia, o CDS, por grande demérito do seu líder. Finalmente, a saída de “Os Verdes” da Assembleia da República e a entrada de Rui Tavares deixa-o como único representante da esquerda ecologista.

É perfeitamente claro que o povo português valoriza a estabilidade governativa e considerou, e bem, que PCP e BE foram os causadores desta crise política, ainda bastante mais do que em 2011, em que também se aliaram aos partidos de direita para derrubar o governo. A narrativa que ambos desenvolveram que foi António Costa que provocou esta crise subestimou a inteligência do eleitorado de esquerda. Quando há partidos que votam contra um Orçamento, são esses partidos que chumbam o Orçamento. Penso que é fácil de entender. A bancada parlamentar do PCP perde dois dos seus melhores deputados: João Oliveira e António Filipe. O mesmo com o BE, com a não eleição de José Manuel Pureza e outros bons e boas deputadas. Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e os respetivos partidos deveriam tirar as devidas ilações e responsabilidades políticas destes resultados.

O CDS, sem nenhum deputado eleito, levou Francisco Rodrigues dos Santos a concluir aquilo que para muitos era óbvio, que não tinha condições para liderar o CDS. Depois de ter impedido que a sua liderança pudesse ser questionada antes destas eleições, colocou em causa o futuro do próprio partido. Não havia necessidade.

O PAN teve um erro estratégico nesta campanha. Considero que a base eleitoral do PAN é do centro-esquerda apesar de o partido não se assumir oficialmente na dicotomia esquerda-direita. Ao dizer em campanha que poderia coligar-se com PS e PSD perdeu certamente muitos votos, nomeadamente votos úteis que foram para o PS. Inês Sousa Real perdeu o grupo parlamentar, também porque o partido não se soube afirmar como verdadeiro partido ecologista.

Rui Rio fez uma boa campanha, mas o programa que apresentou a estas eleições foi bastante próximo nalguns pontos com o apresentado pelo PS, como tive ocasião de mostrar aqui no Observador, nomeadamente na parte económica. A derrota do PSD não a atribuo a Rio nem à sua estratégia, mas quer à emergência de IL e Chega, não afetados pelo voto útil , quer ao trauma da austeridade imposto pela troika, que apesar de negociada e com largas responsabilidades do PS de Sócrates, foi implementada por PSD e CDS.

António Costa tem condições de mostrar que maioria absoluta não deve ser a implementação de um poder absoluto. Para isso deve ponderar ousar fazer diferente de Cavaco Silva e de José Sócrates nas suas maiorias absolutas. Promover um diálogo com o principal partido de oposição, o PSD, para reformas que são inadiáveis para o país. Convidar Rui Tavares para o governo, embora não necessite, para que saiba mostrar que o Livre pode ser a componente ecológica que falta a este governo. Não implementar a “lei da rolha” como fez Cavaco, mas assegurar a transparência e accountability das decisões políticas. Abrir a debate público a decisões políticas mais polémicas e controversas. Não aprovar leis na AR apenas porque o PS tem a maioria, mas porque sabe argumentar melhor na defesa das suas propostas. Não tentar interferir no poder judicial nem nos órgãos de informação para veicular a verdade do PS. Sei que António Costa é capaz disto tudo, o que é bom. Mas também sei que há quem no PS não pense assim.

VIII- André Azevedo Alves: Costa espremeu a esquerda

António Costa é inequivocamente o grande vencedor da noite. A mensagem centrada no apelo à estabilidade e em explorar os receios do eleitorado relativamente à mudança funcionou em pleno. Como funcionou também o ajustamento do discurso na recta final da campanha: paradoxalmente, o PS assegura a maioria absoluta depois de retirar esse objectivo do seu discurso e beneficiando da mobilização do eleitorado à esquerda gerada pela percepção do risco de uma derrota perante o PSD.

Costa apostou tudo na responsabilização de BE e CDU por terem provocado uma crise política com o chumbo do Orçamento do Estado e com essa estratégia conseguiu espremer grande parte do espaço à esquerda do PS. Só o Livre cresce ligeiramente face a 2019 enquanto BE, CDU e PAN (que não chumbou o OE mas foi incapaz de segurar o seu eleitorado face à pressão do voto útil) sofrem pesadas perdas.

Os resultados confirmaram também que as dinâmicas de mobilização associadas ao voto útil foram decisivas. A dinâmica de voto útil à esquerda possibilitou ao PS conseguir uma maioria absoluta numas eleições em que a esquerda no seu todo recua e em que os partidos à direita do PS crescem, no seu conjunto, substancialmente face a 2019. Com o crescimento do PS à custa dos partidos mais à esquerda, a maioria absoluta de Costa é também, pelo menos no curto prazo, uma derrota da orientação estratégica protagonizada no interior do PS por Pedro Nuno Santos.

Uma última nota para realçar o resultado do Chega: André Ventura não só conseguiu que o seu partido ficasse como a terceira força política a nível nacional como estabelece uma vantagem superior a 100.000 votos relativamente ao quarto partido (a Iniciativa Liberal). Partindo de uma base de pouco mais de 1% dos votos e um deputado em 2019, o Chega supera em 2022 os 7% e consegue eleger 12 deputados. Com deputados eleitos por oito distritos diferentes e um grupo parlamentar maior do que do Bloco de Esquerda e CDU combinados, o resultado do Chega é o segundo dado mais marcante destas eleições.

IX- Miguel Pinheiro: Rui Rio foi de vitória em vitória até à derrota final

Rui Rio estava convencidíssimo de que o mundo estava errado e ele estava certo. Até um ponto, percebe-se de onde veio a fantasia: quando Luís Montenegro o desafiou no interior do PSD, Rui Rio ganhou; quando as autárquicas ameaçaram a sua liderança, Rui Rio ganhou; quando Paulo Rangel parecia ter o partido na mão, Rui Rio ganhou; e quando as primeiras sondagens começaram a dar o PS como vencedor inevitável nestas legislativas, Rui Rio ganhou nas segundas sondagens. Estava criado um mito: Rui Rio era o derrotado anunciado que acabava sempre por vencer.

Mas até os mitos precisam de votos. E votos, Rui Rio não teve. Os 79 deputados com que o PSD começou esta campanha estão agora em 71, a que se poderão somar mais dois nos círculos da emigração.

Quando tudo acabou, Rui Rio mostrou a sua verdadeira natureza. Primeiro, a sua natureza política: enrolado em equívocos, sempre se declarou de “centro esquerda”, mas parece que estava afinal à espera dos votos da direita, que a sua confusa cabeça considerava que lhe deveriam ter sido servilmente entregues. Depois, a sua natureza pessoal: quando os seus apoiantes começaram a apupar os jornalistas que lhe faziam perguntas na noite eleitoral, cavalgou a agressividade e respondeu a um repórter falando em alemão, parecendo muito divertido com esta tentativa de coerção e humilhação.

Che Guevara queria ir de derrota em derrota até à vitória final, mas Rui Rio, que sempre se orgulhou de fazer as coisas de forma diferente, decidiu fazer o caminho inverso. Para ele, a história também não acabou bem.

X - Filomena Martins. No que deu este Rio fofinho

Rio tramou-se, deu a maioria ao PS e ajudou a exterminar o CDS. Os portugueses sempre foram acomodados, porquê arriscar no desconhecido que Rio nem nunca lhes soube explicar bem, logo se via, se podem ficar com o que já conhecem e seguir em frente, e logo se verá no que dá, pior talvez não fique.

XI - Pedro Jorge Castro: Quantos não teriam votado PS e PSD se soubessem que era para isto?

Rui Rio andou a entreter os eleitores com fotos do seu gato Zé Albino, a fazer-se de fofinho, mas mostrou afinal poucas garras para capitalizar ao centro, e deixou-se abocanhar pelos novos partidos à sua direita.

Não foi de todo a humildade que deu esta maioria absoluta a António Costa, ao contrário do que ele alvitrou no início do seu discurso de vitória. Humildade em quê? Não foi humilde a governar mesmo sem ter maioria, não foi humilde a reconhecer erros, não foi humilde a rebentar pontes com os outros partidos, não foi humilde a pedir a maioria absoluta, nem foi humilde depois quando recuou nesse pedido ao ver as sondagens desfavoráveis. Dificilmente será humilde agora com o poder absoluto, após tanto cansaço e altivez acumulados em seis anos de governação, mas tem quatro anos para desvendar essa nova característica da sua personalidade ao país.

Não foi portanto António Costa, o Humilde, a vencer. A haver cognomes, seriam António Costa, o Impiedoso, pela violência eficaz com que arrasou Jerónimo de Sousa e Catarina Martins, culpando-os, com sucesso, de terem provocado as eleições. Ou António Costa, o Mal Menor, por ser o único candidato a primeiro-ministro que ofereceu garantias de não dar importância ao Chega.

Costa pode ainda agradecer muito às sondagens divulgadas ao longo da campanha, que apontavam para um resultado muito mais equilibrado e para o risco real de o PSD disputar a vitória. Quantos eleitores não teriam votado PS, se soubessem que o resultado era esta maioria absoluta? E quantos mais teriam votado Chega, IL ou CDS, se soubessem que o voto no PSD afinal era inútil?

Rui Rio andou a entreter os eleitores com fotos do seu gato Zé Albino, a fazer-se de fofinho, mas mostrou afinal poucas garras para capitalizar ao centro, e deixou-se abocanhar pelos novos partidos à sua direita.

A sua disposição permanente para se vergar ao PS; a inexplicável defesa do fim dos debates quinzenais — que agora ainda farão mais falta no escrutínio de um governo com maioria absoluta; a forma tenrinha como se deixou dominar por André Ventura no debate televisivo; e a tardia e pouco firme barreira que ergueu contra o Chega: tudo motivos de desconfiança para os potenciais eleitores. Bem pode agora desabafar em alemão sobre as agruras da política, enquanto faz festas ao gato, que talvez o compreenda, ao contrário da maioria dos portugueses que foi votar.

Quanto aos pequenos: vamos ver o que acrescentam a André Ventura os 11 novos deputados do Chega; a Iniciativa Liberal ganha tempo e espaço para se mostrar com um grupo parlamentar de 8 deputados; PCP e Bloco terão de se confrontar com crises de liderança, ao mesmo tempo que soltarão os sindicalistas de novo para a luta nas ruas; Rui Tavares salvou-se à justa e dificilmente será pior deputado do que Joacine Katar Moreira; o PAN entrou em vias de extinção; o PEV acabou mesmo; e Francisco Rodrigues dos Santos, que não teve coragem de enfrentar a oposição interna em eleições e descartou uma deputada como Cecília Meireles, acabou afinal humilhado sem conseguir sequer ser eleito. De pouco lhe serviu ter vencido Ventura no debate, com a frase do esquadrão de cavalaria a desfilar na sua cabeça sem esbarrar numa ideia. Francisco Rodrigues dos Santos chegou a usar a sigla do CDS para significar Costa Deve Sair, mas afinal acabou por sair qualquer coisa como Chicão Dá à Sola.

XII - Ricardo Conceição:   Jerónimo e Catarina ficam com as migalhas e o Zé Albino vai ter o colo do dono de volta

O PSD voltou a perder com Rui Rio. A estratégia do homem ilustre do povo que fala de forma desabrida, que tem um gato simpático, ruiu por completo ao não conseguir assumir-se como alternativa convincente perante os eleitores.

50 anos depois, assistimos esta noite ao sinal inequívoco de que o país político mudou à esquerda e à direita, mas a velocidades diferentes. O PCP mantém a sua trajectória a caminho da irrelevância e o Bloco de Esquerda foi vítima da própria arrogância e irá pagar um preço alto pela ousadia. A tentativa de afirmação bloquista com 2 chumbos sucessivos das propostas de Orçamento do Estado e a queda do governo socialista redundaram num castigo severo por parte do eleitorado. Nem na campanha eleitoral o BE acertou ao concentrar atenções no Chega e não nos reais problemas dos eleitores. O BE entregou de bandeja o próprio eleitorado à ideia de voto útil no PS. António Costa, o grande vencedor da noite, acertou em cheio na estratégia do “a culpa foi deles”, quando os eleitores à esquerda procuravam estabilidade e gostam da ideia de geringonça. PCP e Bloco de Esquerda ficaram agora sujeitos a disputar migalhas. Desta noite eleitoral fica a certeza de que nos comunistas tudo vai ficar igual, resta saber se Catarina Martins vai manter a liderança bloquista e por quanto tempo.

O PAN também foi um dos grandes derrotados. O escrutínio apertado a um partido que já foi “fofinho” e pitoresco poderá ter conduzido à extinção daquele que nunca deixou de ser o Partido dos Animais. O extremismo do PAN foi derrotado, porque os portugueses não se revêem na imposição de práticas que lhes são culturalmente avessas.

À direita, a mudança faz-se a maior velocidade ao confirmar-se o desaparecimento do histórico CDS, a afirmação eleitoral do Chega e da Iniciativa Liberal e a derrota de um PSD à procura da identidade.

O PSD voltou a perder com Rui Rio. A estratégia do homem ilustre do povo que fala de forma desabrida, que tem um gato simpático, ruiu por completo ao não conseguir assumir-se como alternativa convincente perante os eleitores. Ao líder social-democrata faltou a humildade que tanto apregoou e a bazófia ajudou a cerrar fileiras à esquerda. Rui Rio foi incapaz de mobilizar o voto útil do centro-direita, como o próprio admitiu este domingo. Rio ainda conseguiu ser o protagonista de um triste espectáculo ao permitir à sala apupos às perguntas dos jornalistas. O homem da frontalidade não deu uma resposta clara sobre a sua eventual demissão e acabou a falar em alemão. O Zé Albino deverá ter o dono de volta em breve.

A Iniciativa Liberal soma ao amealhar os votos dos deserdados do CDS, dos eleitores urbanos que não gostam do dono do gato e que exigem ruptura. A IL fez uma boa campanha e consegue chegar a uma classe média afogada em impostos, que está a largar o PSD por falta de resposta.

E terminamos no Chega, que continua a capitalizar os votos dos descrentes e descontentes da política. A noite foi de vitória expressiva para o partido do homem só, que vocifera contra as “vergonhas” que todos conhecem, e que nalguns casos infernizam a vida aos comuns mortais sem que sejam resolvidas. Os partidos tradicionais não dão resposta nem voz aos problemas dos portugueses do mundo real e enquanto assim for o Chega vai continuar a somar. Continuar a agitar a bandeira do racismo e do extremismo não basta, é preciso criar alternativas e respostas políticas credíveis para os problemas. Porém, terá o Chega capacidade para capitalizar o sucesso? Um grupo parlamentar aumenta a exposição para o bem e para o mal e os eleitores vão rapidamente tirar as suas conclusões.

Uma última nota para dizer que a política interessa. Os portugueses viram os debates, acompanharam a campanha eleitoral, ouviram as entrevistas e saíram de casa para votar invertendo a tendência ascendente da abstenção, que se verificava desde 2005.

XIII - Rui Pedro Antunes: Eh lá, até o centro se assustou

A culpa, já se sabe, é do Passos. A saída do antigo primeiro-ministro da liderança do PSD — dois anos depois de liderar um Governo com uma costela liberal e com boa aceitação na direita conservadora — abriu espaço para o surgimento de novos partidos como o Aliança, o Chega e a IL. Se o primeiro não se safou, os outros dois afirmaram-se, em parte, à boleia de eleitorado do PSD. Culpa da saída Passos, mas mais de Rio que não conseguiu segurar o eleitorado ao fugir da direita como o diabo foge da cruz.

A culpa é também do Passos porque ainda está fresco na memória coletiva os cortes dos tempos da troika. Os portugueses não esquecem os cortes em feriados e subsídios e, no momento do voto, o que conta mais (dizem todos os estudos de opinião) é o bolso. O PSD bem se esforça em explicar que só salvou o país da bancarrota provocada pelo PS, mas Passos foi sempre o rosto dessa crise do além. Do ir além da troika. O PS (curiosamente secundado pelo Chega) trouxe a PàF para a campanha e Rio não conseguiu desfazer essa ideia. Culpa de Rio, que não o soube contrariar.

Os resultados mostram também que Rui Rio estava completamente errado na estratégia de colocar o PSD ao centro. Os votos e deputados que a IL e o Chega conseguiram mostram que era à direita que o presidente do PSD tinha de conquistar votos. Havia deputados a ganhar no espaço não-socialista, mesmo que os resultados mostrem que a maioria sociológica de esquerda está longe de ser um mito anacrónico.

Rio não ganhava a Costa nem que fosse pré-coligado com aquilo que os comunistas chamam de seus sucedâneos. Mas mantinha o PSD mais perto. Chega e IL — partidos que não existiam quando Rio chegou à liderança do PSD — conseguiram, juntos, 20 deputados, o que seria o suficiente para o PSD passar dos 75 deputados que já tem (pode chegar a 77 com os círculos da emigração) para os 95 ou 97.

Perante António Costa e outro moderado de centro-esquerda, o centrão preferiu o original. A direita fugiu de quem disse que não era de direita e esquerda mobilizou-se. Rio não só não conseguiu captar o voto útil em torno dele (Moedas, em Lisboa, conseguiu), como foi um fator agregador do voto útil à esquerda em torno de António Costa.

Rio tentou vender Pedro Nuno Santos como um Papão do PS, mas foi ele (com trapalhadas como a prisão perpétua e outras teias em que se deixou enredar por Ventura) o papão que deu jeito ao PS para conquistar o centro. Papão não, diabo.2022LEGISLATIVAS 

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