sábado, 19 de fevereiro de 2022

Uma nota da INTERNET:


Para justificar a expressão  finlandização da Ucrânia”, usado por Macron, que Rui Ramos utiliza no seu artigo, de uma ironia serena, a que muitos comentadores acrescentam os seus saberes, nesta iminência de guerra, que terá monstruosas consequências, certamente:

«Ucrânia pode aprender com a Finlândia e sua experiência com soviético: Se o país nórdico conseguiu ter uma relação tensa, mas pacífica, com a União Soviética, a Ucrânia também pode ter uma com a Rússia» (OPINIÃO BLOOMBERG)

Ucrânia: o que devemos à democracia dos outros?

As democracias também não são imunes às suas vizinhanças. Putin já demonstrou quão desestabilizador pode ser como vizinho. É uma ilusão pensar que se contentaria com a “finlandização” da Ucrânia.

RUI RAMOS, Colunista do Observador

OBSERVADOR, 18 fev 2022

Que quer a ditadura russa na Ucrânia? Os comentadores nas democracias ocidentais encontraram logo a resposta conveniente: Putin quer sabotar uma democracia, por receio que seja exemplo para a Rússia. Mas porque não perguntar também: que querem as democracias ocidentais?

Parece haver relutância em fazer a pergunta. Talvez por receio de admitir alguma equivalência entre a ditadura russa e o Ocidente. Não há razão para tal receio. Sim, ambos jogam na Ucrânia o mesmo “grande jogo” (como se dizia no século XIX) de alargamento de esferas de influência. Uns ameaçam com tropas, outros com sanções. Mas isso não os torna iguais. Uma Ucrânia integrada nos sistemas de segurança e de comércio ocidentais gozaria de uma liberdade e de uma prosperidade que uma Ucrânia submetida à Rússia nunca obteria. Porque não é isto reconhecido? Não é por medo de validar a caricatura soviética do imperialismo capitalista, a que a extrema-esquerda universitária e mediática se mantém fiel. É por outro motivo: pela presente dificuldade ocidental em reconhecer obrigações para com a democracia no resto do mundo.

Acabada a Guerra Fria, os ocidentais acreditaram por um momento que os muros continuariam a cair por si. Hoje a URSS, amanhã a China. Era só esperar. O 11 de Setembro fê-los pensar que lhes convinha ajudar a história. Não estavam, porém, preparados para as resistências. Dividiram-se, desistiram. Desistiu Obama, desistiu Trump, desistiu Biden. Quase se resolveu, por fim, que ser lúcido era ser indiferente a ditaduras e anarquias no resto do mundo. Quanto ao mais, bastaria aos ocidentais acolher uns refugiados para passearem consciências tranquilas.

A ditadura russa parece destinada a mudar as coisas outra vez. É que as democracias também não são imunes às suas vizinhanças. Putin já demonstrou quão desestabilizador pode ser como vizinho. É uma ilusão pensar que se contentaria com a “finlandização” da Ucrânia. A Rússia de Putin não é a China: tem ambições de potência mundial, mas uma economia mais pequena do que a da Coreia do Sul e uma população decrescente. Só a agressividade lhe pode trazer prestígio e influência. Daí a desinformação, a ciberguerra e a pressão militar. Mas o seu efeito subversivo vai além. Não é por acaso que a extrema-esquerda se agarra às abas do casaco da ditadura nacionalista russa quase com o mesmo fervor com que antes servia o despotismo comunista. À falta de Lenine, é Putin que lhe serve para demonstrar que o futuro não tem de ser democrático. Ditaduras como a de Putin não atormentam apenas os povos a elas sujeitos: corrompem o mundo à sua volta.

Por isso, a liberdade da Ucrânia é a liberdade da Europa, e faz todo o sentido jogar o “grande jogo” para a defender. Não, não estou a recomendar qualquer proselitismo democrático, para o qual faltam no Ocidente competência, perseverança ou consenso. Um célebre cartaz americano da II Guerra Mundial dizia: “this world cannot exist half slave and half free”. Mas é assim que existe. Não se trata de mudar o mundo. Não se trata de agravar conflitos até ao nível do apocalipse. Trata-se apenas de tornar o mundo o mais seguro possível para as democracias. Trata-se apenas de limitar, por meios razoáveis, ditaduras instáveis e agressivas como a ditadura de Putin, e de ajudar aqueles que resistem a essas ditaduras, e muito em especial os que desejam e podem constituir-se em sociedades livres. É o que o Ocidente tem tentado na Ucrânia. Não é uma escolha, é uma necessidade. Não é uma novidade, foi sempre assim. Não é isento de riscos, mas nada é. É improvável que as democracias durem se deixarem cercar-se por ditaduras como a de Putin. A nossa liberdade também começa onde começa a liberdade dos outros.

UCRÂNIA   EUROPA   MUNDO

COMENTÁRIOS

pedro dragone: Os países mais atractivos são aqueles que conseguem dar melhores condições económicas e sociais aos seus povos. Ora hoje é bem claro que os países democráticos são, de forma maioritária e esmagadora, muito mais atractivos que os países com regimes autoritários como a Rússia de Putin. Assim, por exemplo, julgo que para a esmagadora maioria do povo Ucraniano não existirão grandes dúvidas sobre de que lado viverão melhor. Idem para o próprio povo Russo. Hoje em dia, com os media, com a redes sociais e a Internet e a grande mobilidade internacional, é praticamente impossível esconder como vivem os "vizinhos do lado". Por isso, parece-me completamente desnecessário e inútil(*) um activismo pró-democracia junto da Rússia e de outros países de regimes autoritários como sugere Rui Ramos. Com o tempo, os povos de regimes autocráticos irão querer a mudança (a não ser que esses regimes logrem dar-lhes melhores condições de vida como parece estar a acontecer na China), de outra forma, mais tarde ou mais cedo, surgirá a revolta a exigir a mudança. (*) além de inútil será também contraproducente pois induz, por reacção, activismos de sentido contrário que é o que o regime de Putin tem vindo a fazer junto da UE e EUA seja através de tentativas de interferência em eleições, seja pelo financiamento de regimes de extrema direita marcadamente nacionalista e, reacionário e autoritários a imagem do modelo que impôs na Rússia. Não por acaso muito destes movimentos que têm proliferado na Europa são simpatizantes e defensores do regime de Putin. É sobre estes movimentos que os países democráticos têm de começar a "despejar fogo" (democrático entenda-se!) para que não levantem cabeça nem ponham pé em ramo verde.           Filipe Paes de Vasconcellos: Excelente texto que é escrito com Alma. A Alma ajuda muito, porque estamos num momento em que ela é mais necessária. Parabéns Rui Ramos.                  André Pintelos: Chamar democracia á Ucrânia é de uma ignorância atroz           mário Unas: A ordem de evacuação dada hoje aos cidadãos de Donetsk rumo ao território russo e a iminente incursão do exército ucraniano em Lugansk, explica muitos porquês que se escondem debaixo de falsas narrativas. O que nós, os bonzinhos excepcionais, estamos a tentar fazer naquela região vai ter consequências.          Eduardo O Liberal: O Ditador Putin vai acabar por fazer colapsar a economia russa. É obra, não muitos anos depois do Colapso da URSS !!             josé maria: Putin é um político execrável, mas eu pergunto: os EUA toleraram a instalação de mísseis em Cuba, quando ainda vigorava o Pacto de Varsóvia? A Rússia não tem  certamente o direito de invadir a Ucrânia, mas porque é que a Nato se mantém activa se o Pacto de Varsóvia já foi extinto em 1991?     Clarisse Seca > josé maria: Talvez porque a Rússia seja uma constante ameaça às democracias ocidentais.              josé maria > Clarisse Seca: A Rússia também é uma democracia formal, ainda que Putin se comporte como um ditador.  Sabe a que partido ele pertence ? Ao partido conservador Rússia Unida. Sabe qual é o segundo partido mais votado nesse país ? O Partido Comunista. Mas é o conservador Putin a ameaça real à soberania da Ucrânia. Nos EUA seria certamente um apoiante, não de Biden, mas de Trump. E não é certamente por acaso que movimentos e partidos de extrema-direita apoiam Putin. Porque será ?          André Pintelos > josé maria: 1) execrável porque a propaganda ocidental diz 2) verdade          Eduardo O Liberal: O Regime Ditatorial de Vladimir Putin é o Inimigo N.º 1 da Europa Livre e Democrática, e deve ser tratado como tal. É um Regime Ditatorial, Imperialista, Colonialista e Genocida. E está a precisar de levar uma lição sobre legalidade e respeito pela soberania dos outros países. A bem ou a mal.          Alberto Borges de Sousa > Eduardo O Liberal: Na sua opinião deve ser a “mal”, mesmo que isso signifique uma guerra entre potências nucleares! Será que ficará alguém vivo para aprender a “lição”?             Eduardo O Liberal > Alberto Borges de Sousa: Não serão usadas armas nucleares. "Apenas" serão apresentadas como um dissuasor dos comportamentos Agressivos, Imperialistas, Bélicos e Abusadores por parte do Ditador Putin, que devia conhecer melhor a História e perceber por que razão a URSS colapsou. Ou será que quer levar a Rússia ao colapso também? A economia da Rússia não vale mais do que a economia da Bélgica e dos Países Baixos juntos. Em vez de gastar dinheiro em armamento e em ameaças ao Mundo, o Regime Russo devia dedicar-se a melhorar as condições de vida dos cidadãos da Rússia.          Alberto Borges de Sousa > Eduardo O Liberal: Pode saber como as guerras começam, mas não como terminam…            Eduardo O Liberal > Alberto Borges de Sousa: Diga isso ao Ditador Putin.          Censurado Censurado: Uma grande democracia que passou os últimos 100 anos a saquear o mundo e a trocar governos legitimamente eleitos por fantoches entre os quais alguns dos maiores déspotas em todos os Continentes. Com especial enfoque no sul do seu próprio Continente através da famosa doutrina Monroe?! Antes de transformar a ONU em pouco mais que uma Organização humanitária e já como polícia do mundo começar a parir todo o terrorismo internacional que conhecemos hoje. Como se não bastasse, até a UE se deixou contaminar por esse “espírito” democrático de quem quero, roubo, destruo e construo de novo e empurrou a actual Rússia - o seu grande fornecedor de energia - para os braços da China. Onde ainda identificamos muitos traços da forma como as grandes corporações norte-americanas colonizam um Mundo. Onde curiosamente tb nunca houve tantos escravos. Com emprego.   Quanto à economia do tamanho da Coreia só em Reservas são mais do dobro e em hardpower é aquilo que se vê e ninguém atravessa. Como é que isto se faz com um PIB tão pequeno estou em crer que ninguém sabe. Nem economistas do PIB como o RR. O que nós europeus já sabemos é a factura que já estamos a pagar e vamos continuar a pagar no futuro. Tudo porque não quisemos cumprir com Gorbatchev depois da implosão da URSS e a queda do Muro sob muitas promessas. Como é sempre normal nesse tipo de solenidades. Ou até dar a mão a Ieltsin que ainda foi ao Congresso dos EUA pedir ajuda para democratizar a Rússia. E foi muito aplaudido. Infelizmente a tentação de espezinhar e saquear a Rússia através de meia dúzia de oligarcas era muito grande. E ainda achavam que punham os arsenais que queriam às portas de Moscovo para assegurar que o Urso não se voltava a levantar e não se passava nada. Mas já se está a passar. Curiosamente num e noutro lado do Atlântico. Com os EUA com um monte de gente faminta à beira de uma guerra civil. E na parte que nos toca também não está a correr nada bem para a UE. Infelizmente.   Eduardo O Liberal > Censurado Censurado: E a Rússia tão pura, tão inocente.....          Pontifex Maximus: Olhe, meu caro Rui Ramos, todas essas perguntas estão mal direccionadas; pergunte à Alemanha, de Schröder, de Merkel e do rapaz que lá está agora a aprender os limites do seu país (a CE não existe na política externa às suas fronteiras e, mesmo dentro, boas contas…) face ao urso russo!            Eduardo O Liberal > Pontifex Maximus: O Urso Russo vai acabar por ser abatido.              Anarquista Inconformado > Eduardo O Liberal: Por ti. Lol.        Eduardo O Liberal > Anarquista Inconformado: Não por mim…. Por ele próprio, tal como esse "gigante" de pés de barro, chamado URSS, colapsou. E que momento lindo foi esse para o Mundo !!             Anarquista Inconformado > Eduardo O Liberal: Esse gigante de que falas chama-se Rússia e é o maior país do mundo sem dividas soberanas. Percebes isso, ou a tua cegueira e ódio não te  deixa enxergar essa realidade.             Al Beca:  + 1 comentadeiro. Ao povo ucraniano: entendam-se com os vossos vizinhos pois se isto der m* não vão ter nem sequer um par de botas da NATO para vos defender.          Antes pelo contrário: A Ucrânia ignorou os 3 referendos que houve na Crimeia. No primeiro, queria a independência e a Ucrânia invadiu-a. Os outros dois foram a favor da integração na Rússia e a Ucrânia conseguiu não apenas ficar ilibada do seu "Anschluss", como fazer crer que a Rússia, que recuperou o que era seu por vontade da população da Crimeia, era quem a tinha invadido... A questão nas zonas "separatistas" é igual. Convém recordar que a Ucrânia historiamente só existiu enquanto Estado independente entre 1918 e 1919, e novamente desde 1991, pois antes disso teve várias configurações ao sabor das guerras e pertenceu aos polacos e lituanos, aos mongóis, aos cossacos, aos turcos, aos russos, etc. Nunca foi uma unidade territorial estável, e a própria Ucrânia reclama hoje territórios que pertencem à Bielorrússia, à Polónia, etc., porque vivem lá populações ucranianas. Do mesmo modo que a Rússia reclamou a Crimeia, com 70% de russos, e gostaria de recuperar o Dombass, adjacente à Rússia e à Ucrânia, ao norte da Crimeia, e a Transdniéstria ao pé da Moldova - o que é mais complicado porque fica do outro lado, a Ocidente: Porque vivem lá russos. Tudo isto tem que ver com uma coisa que ainda não acabou e que é uma legítima aspiração de todas as populações. Terem o seu território e a sua autonomia. Chama-se o "movimento das nacionalidades", e começou no séc. XIX com o fim dos grandes impérios. Em alguns locais ficou resolvido, quando os povos finalmente conseguiram ficar em sua casa, com o seu território e as suas fronteiras. Em "família". Noutros locais, continuam divididos e é isso a causa destas tensões entre as diferentes "nações", que no seu significado original era sinónimo de comunidades da mesma origem e da mesma cultura. Todavia, a vinda de milhões de imigrantes para o Ocidente, a Europa e os EUA, que em vez de se integrarem e quererem ser franceses, portugueses, etc. decidem não abdicar das suas raízes ou crenças religiosas e viver em "comunidades", não vai ajudar nada... É por isso que os ucranianos querem ter o seu território; mas os russos que lá vivem não querem deixar de ser russos!!! Qualquer dia, mesmo países que a muito custo e depois de muitos séculos conseguiram uma unidade territorial e política como a França ou Portugal, vão ter de lidar com movimentos separatistas!!! Em França já começou - com o movimento dos Imãs das mais de 3.000 mesquitas que há em França, que queriam aplicar a Lei islâmica em vez das Leis da República Francesa nos locais onde vivem. Isso motivou a chamada "Lei dos Separatismos", de 24 de Agosto do ano passado!!! Mas os russos que estão em território ucraniano não emigraram para lá. Os seus antepassados é que viviam lá desde o séc. XVIII... tal como os negros americanos descendem dos que foram para lá levados há muitas gerações. E é precisamente por vermos que estas pessoas, mesmo passado todo este tempo, não abdicam da sua identidade, que devíamos por um lado respeitar a identidade de países como o nosso, que não tem de a perder para se submeter às identidades alheias - nem por outro lado permitir sermos invadidos por pessoas que não fazem a mínima tenção de se tornarem portugueses!!! Precisamente porque a liberdade de uns acaba onde começa a liberdade dos outros. Sobretudo a dos que estão em sua casa.         Pontifex Maximus > Antes pelo contrário: Sim, vivem lá russos, ucranianos e tártaros, se do que estes últimos eram o povo ancestral até o genial Stalin ter declarado a culpa colectiva desse povo no apoio ao exército alemão e sentenciado a sua expulsão para outras regiões da então União Soviética, entre as quais a Sibéria! Até ao mea culpa de Krutchev, que começou a inverter a situação e, sobretudo, Gorbachev, que abriu a Crimeia ao regresso desse povo.         Eduardo O Liberal > Antes pelo contrário: Tanta mentira e desinformação. Trabalha para a Embaixada da Ditadura Russa?         Antes pelo contrário > Pontifex Maximus: Pois é. Mas já toda a gente se esqueceu que precisamente por ser multicultural e multiétnica, a Ucrânia que só declarou a independência em 1918 tinha combatido em parte com a Rússia, e em parte contra a Rússia, na 1ª Guerra, e continuou a guerra contra a Rússia pelos anos 20 dentro, e a seguir repetiu isso na 2ª Guerra, em que parte dos ucranianos combateram do lado do III Reich - até chegou a haver uma Divisão "Panzer" ucraniana, a 14ª - e que no fundo do ponto de vista dos Russos, que se viram envolvidos em séculos de guerras contras os tártaros, os cossacos, os otomanos etc. - e que ficaram com a Ucrânia e a Crimeia por os terem vencido, sem o que os turcos teriam dominado a Europa - todos estes territórios que pertenceram durante séculos ao Império Russo, e depois à URSS, lhes pertencem. E eles ao fim e ao cabo só reclamam as partes onde efectivamente vivem russos. Com a mesma ilegitimidade com que os americanos, por exemplo, reclamaram e invadiram o Panamá! Mas isso, já os "liberais" acham bem. Porque do outro lado, o imperialismo europeu e americano passam despercebidos àqueles que se encontram obnubilados pela propaganda.        Antes pelo contrário Antes pelo contrário: E o mais engraçado é saber porque é que a Ucrânia combateu em parte do lado dos alemães na 1ª e 2ª Guerras. Porque a Alemanha lhes tinha prometido os territórios outrora ocupados por ucranianos que actualmente pertencem à Polónia e à Bielorrússia - e que na altura faziam parte do Império Russo e da URSS. Que a Ucrânia reclamava com as mesmas razões com que agora a Rússia quer reaver a Transdniéstria e o Dombass... o facto de viverem lá cidadãos da sua nacionalidade. Entre eles, é um caso de "quem atirar a primeira pedra"... No caso da UE e dos EUA, o que eles querem é aceder aos recursos minerais dessas regiões, essencialmente as terras raras e o lítio!!! E sabotar a venda de gás russo à Alemanha e à Europa, porque os americanos querem vender o gás que contam extrair do Afeganistão depois do acordo que fizeram com os Talibãs nesse sentido e transportá-lo por gasodutos até ao Paquistão e à Arábia Saudita: "In the case of the great natural gas and oil fields of Turkmenistan, immediately north of Afghanistan, the US government has for a decade strongly supported plans by US-led business groups for both an oil pipeline from Turkmenistan to the Arabian sea via Afghanistan and a gas pipeline from Turkmenistan across Afghanistan to Pakistan. Such pipelines would serve important US interests in a number of ways."            Eduardo Manuel Sá Gouveia: O governo do Doutor Denys Shmyhal é provavelmente o melhor governo ucraniano de sempre. Um verdadeiro DREAM TEAM da política internacional. Se fosse uma equipa de futebol, nem o Brasil de 1970 ou a Espanha de 2010-2012 se aproximariam. Desde nomes como Yulia Svyrydenko a Iryna Vereshchuk, passando pelo Secretário de Estado do Desporto, a Mykhailo Fedorov, um homem de belo porte, ou a Oleh  Nemchinov e German Galushchenko, as ucranianas e os ucranianos podem dormir descansados porque o país está em boas mãos. Nem vou falar da Doutora Maryna Lazebna ou do Doutor Denys  Shmyhal, gente de renome mundial nas respetivas funções, seria fastidioso enumerar os seus méritos. advoga diabo: A Ucrânia não é uma democracia, daí boa parte da contestação interna. Quem percebe bem mais sobre intervenções que a Rússia são os EUA, que o digam países como a Guatemala, o Chile, o Iraque, etc., etc., etc.!         PortugueseMan: ...Trata-se apenas de tornar o mundo o mais seguro possível para as democracias. Trata-se apenas de limitar, por meios razoáveis, ditaduras instáveis e agressivas como a ditadura de Putin... Então falhámos. Redondamente. O avanço hostil da NATO, colocou o mundo mais perto de uma guerra na Europa. Não se pode falar em limitar por meios razoáveis, quando se instala mísseis na Polónia e na Roménia. Uma super-potência nuclear não pode ir de "mansinho" com conversa "democrática", e colocar mísseis na Europa. O perigo não está na Ucrânia. O Ocidente é que está continuamente na narrativa de uma suposta invasão da Ucrânia. O perigo está que uma super-potência nuclear, se está a queixar do que a outra está a fazer. O palco de confronto não é a Ucrânia. O palco de confronto é o território europeu e não é por invasão. A Rússia está a avisar que vai actuar.  A Rússia tem a capacidade e a CONFIANÇA de que pode tratar do assunto exclusivamente de forma convencional. Eles já deram alguns sinais. Se chegarmos a este extremo, NÃO pode haver ataques ao território americano e território russo. Porque aí não haverá hipóteses de não se avançar para o nuclear. Tem que ser usado um palco para medição de forças. A Europa é o próximo candidato para ser esse palco. A Europa tem que rapidamente, muito rapidamente, decidir o que vai querer para o seu futuro. A Rússia está continuamente a avisar de que não estão a ouvi-la. A Rússia prepara-se para dar um forte murro na mesa. Alberto Borges de Sousa > PortugueseMan: Excelente análise, concordo inteiramente! A situação explosiva a que chegámos deve-se a uma expansão desnecessária e provocadora da NATO. De pacto defensivo passou a ofensivo, colocando o mundo á beira duma guerra!          Eduardo O Liberal > Alberto Borges de Sousa: Mentira. Abaixo o Imperialismo e Colonialismo Russo.        PortugueseMan: Vou começar pela última frase. ...A nossa liberdade também começa onde começa a liberdade dos outros... A posição russa é algo semelhante mas não fala de liberdade. Os russos falam de segurança. E eles queixam-se de que a segurança de uns, não pode ser à custa da de outros, neste caso da deles, potência nuclear. Se nós continuamos a não querer ouvir alguém que tem a capacidade de impor as suas preocupações de uma forma muito, mas muito clara, mais concretamente mortalmente clara, podemos ficar na situação que estamos hoje. A Ucrânia está perdida. A UE teve a sua hipótese em 2013. Yanukovych pediu garantias de compensação pelas perdas económicas caso assinasse o acordo com a Europa. A Europa não lhe deu coisa nenhuma. Yanukovych ficou sem opções, teve que recusar, e claro, as coisas precipitaram-se. A Rússia não ameaçou militarmente a Ucrânia. Não precisava. Simplesmente disse aos ucranianos, que se assinassem um acordo com a Europa, perdiam todos os benefícios russos. O principal parceiro económico da Ucrânia era a Rússia. A Ucrânia tinha valores muito especiais de energia. A Ucrânia acabou por ser empurrada para o caos pela Europa. A Europa não quis dar garantias em 2013 por perdas económicas, mas a partir de 2014 passou a ter que suportar o país. Ou o que restava dele. Até hoje. E assim vai continuar. O futuro da Ucrânia, encaminha-se para o seu desmembramento. O país tal como está não é viável economicamente nem para a Europa suportar financeiramente nem para a Rússia com uma economia vários níveis abaixo. Era preferível chegarmos a esta solução de uma forma pacífica, mas não acredito que seja possível.      bento guerra: A "finlandização" é difícil porque a Ucrânia fazia parte da Rússia, até 1991 e muitos dos ucranianos daquela vizinhança só falam russo. Eu visitei Kiev em 1983(?) e era ali a grande "seara" e centro religioso. Falar da democracia na Ucrânia é para rir          João Carlos Basilio: Completamente de acordo com a sua análise. Porque será que a grande maioria dos intelectuais caseiros, comunicação social tvs e jornais, quase 50 anos passados do 25 de Abril e 25 de Novembro, continuam enfeudados à cartilha do pc, e os seus aliados radicais hoje acantonados no Bloco? Ler o livro de Anne Applebaum, " O Crepúsculo da Democracia" ajuda, mas a Democracia, para se defender precisará de muitos mais livros e também campanhas de leitura.     Publico Jornas > João Carlos Basilio: "...mas a Democracia, para se defender" - Para se defender de quê ou de quem, dos "democratas"? O real inimigo das democracias são os "democratas" Americanos e Ingleses. Quem anda a espiar os telefones dos líderes europeus, são os russos e chineses? Não! São os EUA. Quem "roubou" as vacinas à Europa quando estas já estavam negociadas com a farmaceuticas, foi a Rússia ou a China? Não! Foram os EUA. Quem prendeu "whistleblowers" por ter denunciado que o mundo ocidental estava a ser espiado pela NSA, foi a Rússia ou a China? Não! Foram os EUA. Quem mentiu sobre as armas de destruição massiva no Iraque para justificar uma invasão e deixar o país num caos, foi a Rússia ou a China? Não! Foram os EUA. Quem tem um campo de concentração, com torturas e condições inumanas, em Guantánamo, a Rússia ou a China? Não! São os EUA. Quem tem promovido a desestabilização global para lucrar com as riquezas naturais dos países invadidos, são a Rússia ou a China? Não! Foram e são os EUA... o país mais Imperialista de que há registo!       Alberto Borges de Sousa: Mas a Ucrânia é verdadeiramente uma democracia? Ou um governo corrupto apoiado pelo Ocidente para alargar a sua esfera de influência?             Vitor Batista > Alberto Borges de Sousa: E o governo português, não é corrupto também? Não é um feudo de nepotistas corruptos e abusadores da democracia?       FME: Quase que poderíamos aproveitar a situação para irmos recuperar Olivença aos espanhóis. Os catalães finamente poderiam conseguir a sua independência.  Todas os limites territoriais têm as suas polémicas. A Rússia, com aquela imensidão, e com uma história pouco previsível, mais dinâmicas são as suas fronteiras. A Rússia pode ou não ser uma seta apontada à Europa. Depende, para os comunistas é um arranjo floral, para os liberais é uma má opção económica, e para os "democratas" é uma seta bélica. Na vertente da seta bélica, os norte-americanos das armas de destruição maciça, são a grande frente democrata. Desconfio que quem precisa mais do protagonismo de uma guerra são os americanos. Os americanos não deixam a guerra sossegada!  Publico Jornas > FME: Foi das guerras que sempre viveram!

 

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