Para justificar a expressão “finlandização
da Ucrânia”, usado por Macron, que Rui Ramos utiliza no seu artigo, de uma ironia serena, a que
muitos comentadores acrescentam os seus saberes, nesta iminência de guerra, que
terá monstruosas consequências, certamente:
«Ucrânia pode aprender com a
Finlândia e sua experiência com soviético: Se o país nórdico conseguiu ter uma relação tensa, mas
pacífica, com a União Soviética, a Ucrânia também pode ter uma com a Rússia»
(OPINIÃO BLOOMBERG)
Ucrânia: o que devemos à democracia dos outros?
As democracias também não são imunes
às suas vizinhanças. Putin já demonstrou quão desestabilizador pode ser como
vizinho. É uma ilusão pensar que se contentaria com a “finlandização” da
Ucrânia.
RUI RAMOS, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 18 fev 2022
Que
quer a ditadura russa na Ucrânia?
Os comentadores nas democracias ocidentais encontraram logo a resposta
conveniente: Putin quer sabotar uma democracia, por receio que seja exemplo
para a Rússia. Mas porque não perguntar também: que querem as democracias ocidentais?
Parece
haver relutância em fazer a pergunta. Talvez
por receio de admitir alguma equivalência entre a ditadura russa e o Ocidente.
Não há razão para tal receio. Sim, ambos jogam na Ucrânia o mesmo “grande
jogo” (como se dizia no século XIX) de alargamento de esferas de influência.
Uns ameaçam com tropas, outros com
sanções. Mas isso
não os torna iguais. Uma
Ucrânia integrada nos sistemas de segurança e de comércio ocidentais gozaria de
uma liberdade e de uma prosperidade que uma Ucrânia submetida à Rússia nunca
obteria. Porque não é
isto reconhecido? Não é por medo de validar a caricatura soviética do
imperialismo capitalista, a que a extrema-esquerda universitária e mediática se
mantém fiel. É por outro motivo: pela presente dificuldade
ocidental em reconhecer obrigações para com a democracia no resto do mundo.
Acabada
a Guerra Fria, os ocidentais acreditaram por um momento que os muros
continuariam a cair por si. Hoje a URSS, amanhã a China. Era só esperar. O 11 de Setembro fê-los pensar que lhes convinha ajudar
a história. Não estavam, porém, preparados para as resistências.
Dividiram-se, desistiram. Desistiu Obama, desistiu Trump, desistiu Biden. Quase se
resolveu, por fim, que ser lúcido era ser indiferente a ditaduras e anarquias
no resto do mundo. Quanto ao mais, bastaria aos ocidentais acolher uns
refugiados para passearem consciências tranquilas.
A
ditadura russa parece destinada a mudar as coisas outra vez. É que as democracias também não são imunes às suas
vizinhanças. Putin já
demonstrou quão desestabilizador pode ser como vizinho. É uma
ilusão pensar que se contentaria com a “finlandização” da Ucrânia. A Rússia de Putin não é a China: tem ambições de
potência mundial, mas uma economia mais pequena do que a da Coreia do Sul e uma
população decrescente. Só a
agressividade lhe pode trazer prestígio e influência. Daí a desinformação, a
ciberguerra e a pressão militar. Mas o seu
efeito subversivo vai além. Não é por acaso que a extrema-esquerda se agarra às
abas do casaco da ditadura nacionalista russa quase com o mesmo fervor com que
antes servia o despotismo comunista. À falta de Lenine, é Putin que lhe serve para
demonstrar que o futuro não tem de ser democrático. Ditaduras como a de Putin não
atormentam apenas os povos a elas sujeitos: corrompem o mundo à sua volta.
Por isso, a liberdade da Ucrânia é a
liberdade da Europa, e faz todo o sentido jogar o “grande jogo” para a defender. Não, não estou a recomendar qualquer proselitismo
democrático, para o qual faltam no Ocidente competência, perseverança ou
consenso. Um célebre cartaz americano da II Guerra Mundial dizia: “this
world cannot exist half slave and half free”. Mas é assim que existe. Não se
trata de mudar o mundo. Não se trata de agravar conflitos até ao nível do
apocalipse. Trata-se apenas de tornar o mundo o mais seguro possível para as
democracias. Trata-se apenas de limitar, por meios razoáveis,
ditaduras instáveis e agressivas como a ditadura de Putin, e de ajudar aqueles
que resistem a essas ditaduras, e muito em especial os que desejam e podem
constituir-se em sociedades livres. É o que o Ocidente tem tentado na Ucrânia.
Não é uma escolha, é uma necessidade. Não é uma novidade, foi sempre assim. Não
é isento de riscos, mas nada é. É improvável que as democracias durem se
deixarem cercar-se por ditaduras como a de Putin. A nossa liberdade também
começa onde começa a liberdade dos outros.
COMENTÁRIOS
pedro dragone: Os países mais atractivos são aqueles que conseguem dar melhores condições
económicas e sociais aos seus povos. Ora hoje é bem claro que os países
democráticos são, de forma maioritária e esmagadora, muito mais atractivos que
os países com regimes autoritários como a Rússia de Putin. Assim, por exemplo,
julgo que para a esmagadora maioria do povo Ucraniano não existirão grandes
dúvidas sobre de que lado viverão melhor. Idem para o próprio povo Russo. Hoje
em dia, com os media, com a redes sociais e a Internet e a grande mobilidade
internacional, é praticamente impossível esconder como vivem os "vizinhos
do lado". Por isso, parece-me completamente desnecessário e inútil(*) um
activismo pró-democracia junto da Rússia e de outros países de regimes autoritários
como sugere Rui Ramos. Com o tempo, os povos de regimes autocráticos irão
querer a mudança (a não ser que esses regimes logrem dar-lhes melhores
condições de vida como parece estar a acontecer na China), de outra forma, mais
tarde ou mais cedo, surgirá a revolta a exigir a mudança. (*) além de inútil será também contraproducente
pois induz, por reacção, activismos de sentido contrário que é o que o regime
de Putin tem vindo a fazer junto da UE e EUA seja através de tentativas de
interferência em eleições, seja pelo financiamento de regimes de extrema
direita marcadamente nacionalista e, reacionário e autoritários a imagem do
modelo que impôs na Rússia. Não por acaso muito destes movimentos que têm
proliferado na Europa são simpatizantes e defensores do regime de Putin. É
sobre estes movimentos que os países democráticos têm de começar a
"despejar fogo" (democrático entenda-se!) para que não levantem
cabeça nem ponham pé em ramo verde.
Filipe Paes de Vasconcellos: Excelente texto que é escrito com Alma. A Alma ajuda muito, porque
estamos num momento em que ela é mais necessária. Parabéns Rui Ramos. André Pintelos:
Chamar democracia
á Ucrânia é de uma ignorância atroz
mário Unas: A ordem de evacuação dada hoje aos cidadãos de Donetsk rumo ao território
russo e a iminente incursão do exército ucraniano em Lugansk, explica muitos
porquês que se escondem debaixo de falsas narrativas. O que nós, os bonzinhos
excepcionais, estamos a tentar fazer naquela região vai ter consequências. Eduardo O Liberal: O Ditador Putin vai acabar por fazer colapsar
a economia russa. É obra, não muitos anos depois do Colapso da URSS !! josé maria: Putin é um político execrável,
mas eu pergunto: os EUA toleraram a instalação de mísseis em Cuba, quando ainda
vigorava o Pacto de Varsóvia? A Rússia não tem certamente o direito de
invadir a Ucrânia, mas porque é que a Nato se mantém activa se o Pacto de
Varsóvia já foi extinto em 1991? Clarisse
Seca > josé maria: Talvez porque a Rússia seja uma constante ameaça às
democracias ocidentais. josé
maria > Clarisse Seca: A Rússia também é uma democracia formal, ainda que
Putin se comporte como um ditador. Sabe a que partido ele pertence ? Ao
partido conservador Rússia Unida. Sabe
qual é o segundo partido mais votado nesse país ? O Partido Comunista. Mas é o
conservador Putin a ameaça real à soberania da Ucrânia. Nos EUA seria
certamente um apoiante, não de Biden, mas de Trump. E não é certamente por
acaso que movimentos e partidos de extrema-direita apoiam Putin. Porque será ? André Pintelos > josé maria: 1) execrável porque a propaganda ocidental diz 2)
verdade Eduardo O
Liberal: O Regime Ditatorial de
Vladimir Putin é o Inimigo N.º 1 da Europa Livre e Democrática, e deve ser
tratado como tal. É um Regime Ditatorial, Imperialista, Colonialista e
Genocida. E está a precisar de levar uma lição sobre legalidade e respeito pela
soberania dos outros países. A bem ou a mal. Alberto
Borges de Sousa > Eduardo O Liberal: Na sua opinião deve ser a
“mal”, mesmo que isso signifique uma guerra entre potências nucleares! Será que
ficará alguém vivo para aprender a “lição”? Eduardo O Liberal
> Alberto Borges de Sousa: Não serão usadas armas nucleares.
"Apenas" serão apresentadas como um dissuasor dos comportamentos
Agressivos, Imperialistas, Bélicos e Abusadores por parte do Ditador Putin, que
devia conhecer melhor a História e perceber por que razão a URSS colapsou. Ou
será que quer levar a Rússia ao colapso também? A economia da Rússia não vale
mais do que a economia da Bélgica e dos Países Baixos juntos. Em vez de gastar
dinheiro em armamento e em ameaças ao Mundo, o Regime Russo devia dedicar-se a
melhorar as condições de vida dos cidadãos da Rússia. Alberto Borges de Sousa
> Eduardo O Liberal: Pode saber como as guerras
começam, mas não como terminam…
Eduardo O Liberal > Alberto Borges de Sousa: Diga isso ao Ditador Putin. Censurado Censurado: Uma grande democracia que
passou os últimos 100 anos a saquear o mundo e a trocar governos legitimamente
eleitos por fantoches entre os quais alguns dos maiores déspotas em todos os
Continentes. Com especial enfoque no sul do seu próprio Continente através da
famosa doutrina Monroe?! Antes de transformar a ONU em pouco mais que uma
Organização humanitária e já como polícia do mundo começar a parir todo o
terrorismo internacional que conhecemos hoje. Como se não bastasse, até a UE se
deixou contaminar por esse “espírito” democrático de quem quero, roubo, destruo
e construo de novo e empurrou a actual Rússia - o seu grande fornecedor de
energia - para os braços da China. Onde ainda identificamos muitos traços da
forma como as grandes corporações norte-americanas colonizam um Mundo. Onde
curiosamente tb nunca houve tantos escravos. Com emprego. Quanto à
economia do tamanho da Coreia só em Reservas são mais do dobro e em hardpower é
aquilo que se vê e ninguém atravessa. Como é que isto se faz com um PIB tão
pequeno estou em crer que ninguém sabe. Nem economistas do PIB como o RR. O que
nós europeus já sabemos é a factura que já estamos a pagar e vamos continuar a
pagar no futuro. Tudo porque não quisemos cumprir com Gorbatchev depois da
implosão da URSS e a queda do Muro sob muitas promessas. Como é sempre
normal nesse tipo de solenidades. Ou até dar a mão a Ieltsin que ainda foi
ao Congresso dos EUA pedir ajuda para democratizar a Rússia. E foi muito
aplaudido. Infelizmente a tentação de espezinhar e saquear a Rússia através
de meia dúzia de oligarcas era muito grande. E ainda achavam que punham os
arsenais que queriam às portas de Moscovo para assegurar que o Urso não se
voltava a levantar e não se passava nada. Mas já se está a passar.
Curiosamente num e noutro lado do Atlântico. Com os EUA com um monte de gente
faminta à beira de uma guerra civil. E na parte que nos toca também não está a
correr nada bem para a UE. Infelizmente. Eduardo
O Liberal > Censurado Censurado: E a Rússia tão pura, tão inocente..... Pontifex Maximus: Olhe, meu caro Rui Ramos, todas
essas perguntas estão mal direccionadas; pergunte à Alemanha, de Schröder, de
Merkel e do rapaz que lá está agora a aprender os limites do seu país (a CE não
existe na política externa às suas fronteiras e, mesmo dentro, boas contas…)
face ao urso russo! Eduardo
O Liberal > Pontifex Maximus: O Urso Russo vai acabar por ser abatido. Anarquista
Inconformado > Eduardo O Liberal: Por ti. Lol. Eduardo O Liberal > Anarquista Inconformado: Não por mim…. Por ele próprio,
tal como esse "gigante" de pés de barro, chamado URSS, colapsou. E
que momento lindo foi esse para o Mundo !! Anarquista
Inconformado > Eduardo O Liberal: Esse gigante de que falas
chama-se Rússia e é o maior país do mundo sem dividas soberanas. Percebes isso,
ou a tua cegueira e ódio não te deixa enxergar essa realidade. Al Beca: + 1 comentadeiro. Ao povo ucraniano: entendam-se com os vossos vizinhos
pois se isto der m* não vão ter nem sequer um par de botas da NATO para vos
defender. Antes
pelo contrário: A Ucrânia ignorou os 3 referendos que houve na Crimeia. No primeiro, queria a
independência e a Ucrânia invadiu-a. Os outros dois foram a favor da integração
na Rússia e a Ucrânia conseguiu não apenas ficar ilibada do seu
"Anschluss", como fazer crer que a Rússia, que recuperou o que era
seu por vontade da população da Crimeia, era quem a tinha invadido... A questão
nas zonas "separatistas" é igual. Convém recordar que a Ucrânia
historiamente só existiu enquanto Estado independente entre 1918 e 1919, e
novamente desde 1991, pois antes disso teve várias configurações ao sabor das
guerras e pertenceu aos polacos e lituanos, aos mongóis, aos cossacos, aos
turcos, aos russos, etc. Nunca foi uma unidade territorial estável, e a própria
Ucrânia reclama hoje territórios que pertencem à Bielorrússia, à Polónia, etc.,
porque vivem lá populações ucranianas. Do mesmo modo que a Rússia reclamou a
Crimeia, com 70% de russos, e gostaria de recuperar o Dombass, adjacente à
Rússia e à Ucrânia, ao norte da Crimeia, e a Transdniéstria ao pé da Moldova -
o que é mais complicado porque fica do outro lado, a Ocidente: Porque vivem lá
russos. Tudo isto tem que ver com uma coisa que ainda não acabou e que é uma
legítima aspiração de todas as populações. Terem o seu território e a sua
autonomia. Chama-se o "movimento das nacionalidades", e começou no
séc. XIX com o fim dos grandes impérios. Em alguns locais ficou resolvido,
quando os povos finalmente conseguiram ficar em sua casa, com o seu território
e as suas fronteiras. Em "família". Noutros locais, continuam
divididos e é isso a causa destas tensões entre as diferentes
"nações", que no seu significado original era sinónimo de comunidades
da mesma origem e da mesma cultura. Todavia, a vinda de milhões de imigrantes
para o Ocidente, a Europa e os EUA, que em vez de se integrarem e quererem ser
franceses, portugueses, etc. decidem não abdicar das suas raízes ou crenças
religiosas e viver em "comunidades", não vai ajudar nada... É por
isso que os ucranianos querem ter o seu território; mas os russos que lá vivem
não querem deixar de ser russos!!! Qualquer dia, mesmo países que a muito custo
e depois de muitos séculos conseguiram uma unidade territorial e política como
a França ou Portugal, vão ter de lidar com movimentos separatistas!!! Em França
já começou - com o movimento dos Imãs das mais de 3.000 mesquitas que há em
França, que queriam aplicar a Lei islâmica em vez das Leis da República
Francesa nos locais onde vivem. Isso motivou a chamada "Lei dos
Separatismos", de 24 de Agosto do ano passado!!! Mas os russos que estão
em território ucraniano não emigraram para lá. Os seus antepassados é que
viviam lá desde o séc. XVIII... tal como os negros americanos descendem dos que
foram para lá levados há muitas gerações. E é precisamente por vermos que estas
pessoas, mesmo passado todo este tempo, não abdicam da sua identidade, que
devíamos por um lado respeitar a identidade de países como o nosso, que não tem
de a perder para se submeter às identidades alheias - nem por outro lado
permitir sermos invadidos por pessoas que não fazem a mínima tenção de se
tornarem portugueses!!! Precisamente porque a liberdade de uns acaba onde
começa a liberdade dos outros. Sobretudo a dos que estão em sua casa. Pontifex Maximus > Antes pelo contrário: Sim, vivem lá russos,
ucranianos e tártaros, se do que estes últimos eram o povo ancestral até o
genial Stalin ter declarado a culpa colectiva desse povo no apoio ao exército
alemão e sentenciado a sua expulsão para outras regiões da então União
Soviética, entre as quais a Sibéria! Até ao mea culpa de Krutchev, que começou
a inverter a situação e, sobretudo, Gorbachev, que abriu a Crimeia ao regresso
desse povo. Eduardo
O Liberal > Antes pelo contrário: Tanta mentira e desinformação. Trabalha
para a Embaixada da Ditadura Russa? Antes
pelo contrário > Pontifex Maximus: Pois é. Mas já toda a gente
se esqueceu que precisamente por ser multicultural e multiétnica, a Ucrânia que
só declarou a independência em 1918 tinha combatido em parte com a Rússia, e em
parte contra a Rússia, na 1ª Guerra, e continuou a guerra contra a Rússia pelos
anos 20 dentro, e a seguir repetiu isso na 2ª Guerra, em que parte dos
ucranianos combateram do lado do III Reich - até chegou a haver uma Divisão
"Panzer" ucraniana, a 14ª - e que no fundo do ponto de vista dos
Russos, que se viram envolvidos em séculos de guerras contras os tártaros,
os cossacos, os otomanos etc. - e que ficaram com a Ucrânia e a Crimeia por os
terem vencido, sem o que os turcos teriam dominado a Europa - todos estes
territórios que pertenceram durante séculos ao Império Russo, e depois à URSS,
lhes pertencem. E eles ao fim e ao cabo só reclamam as partes onde
efectivamente vivem russos. Com a mesma ilegitimidade com que os americanos,
por exemplo, reclamaram e invadiram o Panamá! Mas isso, já os
"liberais" acham bem. Porque do outro lado, o imperialismo europeu e
americano passam despercebidos àqueles que se encontram obnubilados pela
propaganda. Antes
pelo contrário Antes pelo contrário: E o mais engraçado é saber
porque é que a Ucrânia combateu em parte do lado dos alemães na 1ª e 2ª
Guerras. Porque a Alemanha lhes tinha prometido os territórios outrora ocupados
por ucranianos que actualmente pertencem à Polónia e à Bielorrússia - e que na
altura faziam parte do Império Russo e da URSS. Que a Ucrânia reclamava com as
mesmas razões com que agora a Rússia quer reaver a Transdniéstria e o
Dombass... o facto de viverem lá cidadãos da sua nacionalidade. Entre eles, é
um caso de "quem atirar a primeira pedra"... No caso da UE e dos EUA,
o que eles querem é aceder aos recursos minerais dessas regiões, essencialmente
as terras raras e o lítio!!! E sabotar a venda de gás russo à Alemanha e à
Europa, porque os americanos querem vender o gás que contam extrair do
Afeganistão depois do acordo que fizeram com os Talibãs nesse sentido e
transportá-lo por gasodutos até ao Paquistão e à Arábia Saudita: "In the
case of the great natural gas and oil fields of Turkmenistan, immediately north
of Afghanistan, the US government has for a decade strongly supported plans by
US-led business groups for both an oil pipeline from Turkmenistan to the
Arabian sea via Afghanistan and a gas pipeline from Turkmenistan across
Afghanistan to Pakistan. Such pipelines would serve important US interests in a
number of ways." Eduardo
Manuel Sá Gouveia: O governo do Doutor Denys Shmyhal é provavelmente o melhor governo
ucraniano de sempre. Um verdadeiro DREAM TEAM da política internacional. Se
fosse uma equipa de futebol, nem o Brasil de 1970 ou a Espanha de 2010-2012 se
aproximariam. Desde nomes como Yulia Svyrydenko a Iryna Vereshchuk, passando
pelo Secretário de Estado do Desporto, a Mykhailo Fedorov, um homem de belo
porte, ou a Oleh Nemchinov e German Galushchenko, as ucranianas e os
ucranianos podem dormir descansados porque o país está em boas mãos. Nem vou
falar da Doutora Maryna Lazebna ou do Doutor Denys Shmyhal, gente de
renome mundial nas respetivas funções, seria fastidioso enumerar os seus
méritos. advoga diabo: A Ucrânia não é uma democracia, daí boa parte da
contestação interna. Quem percebe bem mais sobre intervenções que a Rússia são
os EUA, que o digam países como a Guatemala, o Chile, o Iraque, etc., etc.,
etc.! PortugueseMan:
...Trata-se apenas de tornar o mundo o mais seguro
possível para as democracias. Trata-se apenas de limitar, por meios
razoáveis, ditaduras instáveis e agressivas como a ditadura de Putin... Então falhámos. Redondamente. O
avanço hostil da NATO, colocou o mundo mais perto de uma guerra na Europa. Não
se pode falar em limitar por meios razoáveis, quando se instala mísseis na
Polónia e na Roménia. Uma super-potência nuclear não pode ir de
"mansinho" com conversa "democrática", e colocar mísseis na
Europa. O perigo não está na Ucrânia. O Ocidente é que está continuamente na
narrativa de uma suposta invasão da Ucrânia. O perigo está que uma
super-potência nuclear, se está a queixar do que a outra está a fazer. O
palco de confronto não é a Ucrânia. O palco de confronto é o território europeu
e não é por invasão. A Rússia está a avisar que vai actuar. A
Rússia tem a capacidade e a CONFIANÇA de que pode tratar do assunto
exclusivamente de forma convencional. Eles já deram alguns sinais. Se
chegarmos a este extremo, NÃO pode haver ataques ao território americano e
território russo. Porque aí não haverá hipóteses de não se avançar para o
nuclear. Tem que ser usado um palco para medição de forças. A Europa é o
próximo candidato para ser esse palco. A Europa tem que rapidamente, muito
rapidamente, decidir o que vai querer para o seu futuro. A Rússia está
continuamente a avisar de que não estão a ouvi-la. A Rússia prepara-se para dar
um forte murro na mesa. Alberto Borges de Sousa > PortugueseMan: Excelente análise, concordo inteiramente! A situação
explosiva a que chegámos deve-se a uma expansão desnecessária e provocadora da
NATO. De pacto defensivo passou a ofensivo, colocando o mundo á beira duma
guerra! Eduardo O
Liberal > Alberto Borges de Sousa: Mentira. Abaixo o Imperialismo e
Colonialismo Russo. PortugueseMan:
Vou começar pela última frase. ...A nossa liberdade também começa onde
começa a liberdade dos outros... A posição russa é algo semelhante mas
não fala de liberdade. Os russos falam de segurança. E eles queixam-se de que a
segurança de uns, não pode ser à custa da de outros, neste caso da deles,
potência nuclear. Se nós continuamos a não querer ouvir alguém que tem a
capacidade de impor as suas preocupações de uma forma muito, mas muito clara,
mais concretamente mortalmente clara, podemos ficar na situação que estamos
hoje. A Ucrânia está perdida. A UE teve a sua hipótese em 2013. Yanukovych
pediu garantias de compensação pelas perdas económicas caso assinasse o acordo
com a Europa. A Europa não lhe deu coisa nenhuma. Yanukovych ficou sem
opções, teve que recusar, e claro, as coisas precipitaram-se. A Rússia não
ameaçou militarmente a Ucrânia. Não precisava. Simplesmente disse aos
ucranianos, que se assinassem um acordo com a Europa, perdiam todos os
benefícios russos. O principal parceiro económico da Ucrânia era a Rússia. A
Ucrânia tinha valores muito especiais de energia. A Ucrânia acabou por
ser empurrada para o caos pela Europa. A Europa não quis dar garantias em 2013
por perdas económicas, mas a partir de 2014 passou a ter que suportar o país.
Ou o que restava dele. Até hoje. E assim vai continuar. O futuro da
Ucrânia, encaminha-se para o seu desmembramento. O país tal como está não é
viável economicamente nem para a Europa suportar financeiramente nem para a
Rússia com uma economia vários níveis abaixo. Era preferível chegarmos a
esta solução de uma forma pacífica, mas não acredito que seja possível. bento guerra: A "finlandização" é
difícil porque a Ucrânia fazia parte da Rússia, até 1991 e muitos dos
ucranianos daquela vizinhança só falam russo. Eu visitei Kiev em 1983(?) e era
ali a grande "seara" e centro religioso. Falar da democracia na
Ucrânia é para rir João
Carlos Basilio: Completamente de acordo com a sua análise. Porque será que a grande maioria
dos intelectuais caseiros, comunicação social tvs e jornais, quase 50 anos
passados do 25 de Abril e 25 de Novembro, continuam enfeudados à cartilha do
pc, e os seus aliados radicais hoje acantonados no Bloco? Ler o livro de Anne
Applebaum, " O Crepúsculo da Democracia" ajuda, mas a Democracia,
para se defender precisará de muitos mais livros e também campanhas de leitura. Publico Jornas > João Carlos
Basilio: "...mas a
Democracia, para se defender" - Para se defender de quê ou de quem, dos
"democratas"? O real inimigo das democracias são os "democratas"
Americanos e Ingleses. Quem anda a espiar os telefones dos líderes europeus,
são os russos e chineses? Não! São os EUA. Quem "roubou" as vacinas à
Europa quando estas já estavam negociadas com a farmaceuticas, foi a Rússia ou
a China? Não! Foram os EUA. Quem prendeu "whistleblowers" por
ter denunciado que o mundo ocidental estava a ser espiado pela NSA, foi a
Rússia ou a China? Não! Foram os EUA. Quem mentiu sobre as armas de
destruição massiva no Iraque para justificar uma invasão e deixar o país num
caos, foi a Rússia ou a China? Não! Foram os EUA. Quem tem um campo de
concentração, com torturas e condições inumanas, em Guantánamo, a Rússia ou a
China? Não! São os EUA. Quem tem promovido a desestabilização global para
lucrar com as riquezas naturais dos países invadidos, são a Rússia ou a
China? Não! Foram e são os EUA... o país mais Imperialista de que há
registo! Alberto Borges
de Sousa: Mas a Ucrânia é
verdadeiramente uma democracia? Ou um governo corrupto apoiado pelo Ocidente
para alargar a sua esfera de influência? Vitor Batista > Alberto Borges de Sousa: E o governo português, não é
corrupto também? Não é um feudo de nepotistas corruptos e abusadores da democracia? FME: Quase que poderíamos aproveitar a situação para irmos
recuperar Olivença aos espanhóis. Os catalães finamente poderiam conseguir a
sua independência. Todas os limites territoriais têm as suas polémicas. A
Rússia, com aquela imensidão, e com uma história pouco previsível, mais dinâmicas
são as suas fronteiras. A Rússia pode ou não ser uma seta apontada à Europa.
Depende, para os comunistas é um arranjo floral, para os liberais é uma má
opção económica, e para os "democratas" é uma seta bélica. Na
vertente da seta bélica, os norte-americanos das armas de destruição maciça,
são a grande frente democrata. Desconfio que quem precisa mais do protagonismo
de uma guerra são os americanos. Os americanos não deixam a guerra
sossegada! Publico Jornas > FME: Foi das guerras que sempre viveram!
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