Por Maria
João Avillez, as tergiversações de Rui
Rio, ao longo de dois mandatos, nem de carne
nem de peixe e apenas ambiciosos de poder, num comportamento de duplicidade e
mistificação contínuas, em busca não de uma coligação mais séria e racional com
os partidos de direita, que enfrentasse os desmandos da coligação rasteira do
governo, com o seu compadrio do discurso da hipocrisia esmoler, sem orientação economicamente
produtiva, impudentemente assente no auxílio exterior, de que o próprio governo
PS displicentemente se serviu, em irrisória aparência produtiva e indiferente
recurso à mão estendida. Mas o apelo de MJA, para o tal desenvolvimento económico urgente, vai
também para esse PS, agora
unitário, mais liberto, pois, do constrangimento imposto pela parceria
impudente. Será que pode? Ele há sempre os sinistros sindicatos que não tardam
aí em peso, mal Costa se descuide, o que o forçará a uma “entente”, que, aliás,
lhe está no sangue – sem suor nem lágrimas, no entanto, que não quadram ao nosso
pasmado “far niente”.
Ninguém quis provar o queijo-tipo-serra
É
indispensável que António Costa além da maioria abs para o tal
desenvolvimento económico urgente oluta tenha a prioridade absoluta da
Economia. Após seis anos a fazer equilibrismo politico-ideológico, o país
reclama-lhe Economia (com maiúscula).
MARIA JOÃO AVILLEZ
OBSERVADOR, 03 Fev
2022
1Não
serão precisas muitas reflexões sobre a derrocada do PSD. A estratégia de
Rui Rio de elevação do “centro” a destino político sempre me surgiu como muito
mais capaz de levar o partido a um poço que a um pódio. Levou. Atrevo-me
por isso a bisar o que aqui escrevi há umas semanas sobre a “mudança de
identidade” do PSD, os seus perigos e alçapões.
Foi
isto: “Foi uma mudança de identidade.(…) O PSD costumava ser o motor de
arranque de coligações ou frentes eleitorais que inspirava e liderava, abertas
ao seu centro direita e ao seu centro esquerda, que agregavam, ampliavam,
revitalizavam, esperançavam. Seduzindo
o voto útil. Propiciando a criação daquele “momento” político que de repente
transporta e anuncia uma mudança.
(…)”
Adiante,
acrescentava ainda que “as histórias se contam desde o princípio”: “Foi sob a
liderança de Rui Rio no PSD que a Iniciativa Liberal, a Aliança e o Chega viram
a luz do dia. É um facto político e não uma constatação. Ou seja, as sementes
que o actual líder do PSD foi deitando á terra – pouco apreço e pouca
convergência com o espaço à direita – e o modo como durante três anos ia
adubando esse o solo, originaram três partos partidários pelo que proponho um
exercício: se
olharmos as coisas como elas foram no tempo de Pedro Passos Coelho, (…) o
populismo não teve lugar. Nenhum populista que hoje beija o chão que Ventura
pisa encontraria eco e guarida no tempo da coligação PSD/CDS. Apesar da rudeza e aspereza daqueles anos, do
implacável cerco da troika, das esquerdas, da media e da direita beta (a das
salas), a natureza da liderança política do então primeiro
ministro nunca, como dizer? propiciou o crescimento das sementes do extremismo
populista. Ou não existiam, ou ele tomou conta delas, adubando-as de outro modo. (…)
E
finalmente num outro texto muito recente: “ A coisa mais interessante destas
eleições – na qual nunca acreditei de resto – é poder-se finalmente concluir
daqui a dias se a extraordinária estratégia de Rui Rio ao eleger o “centro”
como lugar político o levará – ou não – à vitória.
2Foi
o que se viu sendo que se não se tivesse visto 1) o CDS não se teria sumido dos radares políticos, nem – imperdoável – 2) o PS se teria instalado com tamanho conforto na
maioria absoluta. Não sou eu
que me entretenho agora com o que parecem ser ociosas reflexões. Pelo
contrário: são os números que o fazem por mim: ficou provado. Ou seja ninguém
quis servir-se do queijo-tipo-serra: o verdadeiro Serra já estava em cima da
mesa e era conhecido.
Quando
evoco como tendo sido preferencial a opção por uma frente eleitoral liderada
pelo PSD não ignoro que a IL obviamente não a integraria: não podia, era
imperativo contar-se e avaliar-se eleitoralmente. Mas do que
também não duvido é que se teriam entretanto estreitado laços e propósitos
comuns entre PSD/CDS e a IL, de modo a que no final fosse politicamente tão
verosímil quanto desejado um entendimento político entre as três forças
partidárias: casamento, união de facto, convivência, coexistência. O que quer
que fosse que tivesse evitado “isto”.
3E
agora? Agora é o cabo dos trabalhos (e da dúvida) na procura da relevância
perdida para o PSD: será ele capaz de voltar a subir a “partido de primeira
“deixando de ser o “médio” que agora é? Capaz de uma profunda, urgentíssima
auto-reforma e não apenas de uma mera e por isso insuficiente substituição de
dirigentes? Capaz de tornar claríssimo quem quer representar e porquê? Haverá generais capazes de percepcionar a utilidade e
o lugar do partido no novíssimo xadrez partidário e num parlamento onde houve
recomposição do espaço político? E
das relações/negociações/ acordos/ estratégias que ela fatalmente implicará?
Peço desculpa de tanta pergunta mas sem as respostas que elas desesperadamente
reclamam, a hora continuará amarga e a conjuntura crítica. Em política não há
lugares cativos.
4No
domingo de manhã, longe de saber que o PSD desceria no ranking partidário,
cruzei-me com muitos jovens a caminho das mesas de voto. Foi quando alguém de
repente me disparou: “não acredito que nenhum deles vote PS ou PSD. Porque haveriam
de o fazer?”
Começou de facto outra história. Isto é: o PSD
perdeu muitos deputados mas a “direita” – ou digamos, a oposição à esquerda –
ganha deputados. Ganhou retumbantemente o PS mas a seguir a ele as três
forças mais votadas não são de esquerda. Há a tal reconfiguração do
parlamento. Daqui resulta que o tipo de oposição (fraca e aos tropeções na
última legislatura porque Rio, por qualquer ainda hoje misteriosa razão, assim
a quis) vai mudar. Desde logo no estilo: não se deve subestimar o arejo e a
preparação da Iniciativa Liberal, nem a agressividade e a política-espetáculo
do Chega que, mesmo que já conhecidos, irão potenciar a novidade e ampliar o
seu eco político-parlamentar. Dois estilos onde o que marcará não é que
sejam opostos mas a sua vontade de serem audíveis e marcantes no hemiciclo (e
fora dele). A oposição – esta a que me refiro – mudará também no
conteúdo porque feita a partir de uma plataforma liberal como o país nunca
conheceu desde 1976 (pelo menos
desta forma tão assumida e eficiente); e de uma “direita dura” que levantará os
seus temas. Uns já os conhecemos por serem justamente não-temas. Mas… e se
ela levantar outros? Comuns, quotidianos, concretos? Ou vão insultar-se
quase meio milhão de portugueses, acusando-os do que não são e passando-lhes um
atestado de portugueses de segunda para os ignorar?
5O
PS pela voz do seu secretário-geral prometeu uma maioria de “diálogo”. É
indispensável que anuncie com ênfase e empenho – como prioridade absoluta – que
vai tratar da Economia. Que quer escolher a Economia. Depois
de seis anos a fazer equilibrismo político e ideológico com os seus dois
ex-cúmplices é o país que lhe reclama Economia (com maiúscula).
Voltando
ao “diálogo” que tantas almas embeveceu… Ninguém normalmente constituído
acredita na ficção de uma súbita e bondosa disponibilidade para o diálogo político,
sem precisar de o praticar. Eles ficcionam muito: é um hábito, um tique, um
gosto, uma necessidade, esta sede da ficção: uma
espécie de habitat socialista.
Retenhamos então que “a maioria será de diálogo”. Face à promessa deixo uma
pequena pergunta não fantasiosa: o PS com uma maioria absoluta teria – é só
um exemplo – demitido Eduardo Cabrita? Não teria pois não? Porque haviam os
socialistas de se dar a esse trabalho mesmo tratando-se de pura decência
cívica, política, moral?
6O Presidente
da República recebeu os partidos, ritual inscrito na Constituição. O costume.
Mas à parte esse – e outros – gestos obrigatórios, como vai forjar-se um
destino? No que lhe diz respeito, acreditem os leitores ou não, essa é a
única pergunta a fazer hoje ao Presidente da República. Não há outra.
Estou
a falar da História.
LEGISLATIVAS 2022 ELEIÇÕES
POLÍTICA
COMENTÁRIOS:
Luisa Falcão: Este é um país de salário mínimo, de medrosos e de
reformados. Os outros não tiveram expressão numérica para ganhar uma maioria.
Será isto que queremos? E os outros? Os mais qualificados de sempre e os mais
instruídos? Esses não encontram lugar neste pobre país, ficam para trás. Será
isso que queremos? Maria
Madeira: Excelente artigo. Ediberto Abreu: Não há que reclamar, este povo
frouxo e fofinho tem o que quis, ou seja o que merece… quando acordarem (se é
que alguma vez acordam) já é tarde. Também com Rio não teriam grande futuro... Geiger Dieter: Ninguém de direita votaria no
Rio. Ele é um socialista confirmado. E a esquerda tinha o Costa para votar, para além do
PCP e do BE. Portugal é hoje em dia um país socialista ao fim de 40 anos de
doutrinação e de esmolas do governo. Carlos Castro: Um homem que faz um negócio tão
inexplicável como o siresp, na minha opinião, não merece e não deveria governar
um país. A minha opinião vale o que vale, os votos valem mais e o Sr. Costa
soube e nisso teve elevado mérito, angariar os votos. Nesse ponto merece algum
respeito. O Sr. Rio por seu turno andou a tentar angariar os votos num
eleitorado que o olhava com desconfiança e votou ao desprezo quem o podia
ajudar. Com a mudança da direita que se adivinhava e entretanto tornada
verificável, o PSD acordou para uma realidade dura. Terá que fazer pela vida ou
irá pelo caminho do CDS, PCP e BE. A direita aprecia quem faz pela vida. Rio
pensou que bastava esperar para chegar ao poder. Não chega, só chega se
acontecer bancarrota. Espero agora sinceramente que o Sr. Costa não tenha
comprado o siresp a uma associação de malfeitores, apenas por ingenuidade. Boa
sorte Portugal. Até ao meu regresso. Paulo Belo: A única economia que o PS quer
e sabe tratar é a dos seus militantes - são uma grande família Ahmed Gany: Oh Maria João Avillez: O povo não reclama nada. Quer é
mais do mesmo!
Francisco Tavares de Almeida: Normalmente concordo com a
autora mas hoje tenho duas fortes discordâncias. A economia não chega. Se o governo não arrepiar
caminho e continuarmos a subsidiar "observatórios" para os Sousa
Santos pai e filho, se verbas públicas continuarem a sustentar o dr Ba, se os
candidatos a juiz continuarem a ser avaliados por um condenado das FP-25, se a
implantação forçada da ideologia de género continuar nas escolas, tudo o que a
economia eventualmente pode é evitar a vinda de outra "troika".
Será alguma coisa mas não chega. Por outro lado, a reconversão eficaz do PSD está
adiada por 4 anos. Rui Rio escolheu a dedo todos os deputados eleitos e dos
quais, os poucos ou muitos que pensam, pensam como ele. Viu-se já o que
aconteceu com o CDS que tinha um grupo parlamentar todo da oposição a Francisco
Rodrigues dos Santos e, quando este dizia alguma coisa, logo um membro do grupo
parlamentar dizia diferente, e apenas este último tinha eco na comunicação
social. Por isso o "Chicão" foi uma revelação pela positiva nos
debates. Revelação porque ninguém o conhecia, mas os debates já eram tarde. Com "nuances" pela
quantidade e pelos habituais vira-casacas a história próxima do PSD, tal como
foi no CDS, vai ser o conflito entre a nova direcção e o grupo
parlamentar. Pouco restará para a oposição ao PS. Cotrim de Figueiredo deu o mote
no debate e, por sua vez, o vice-presidente e deputado eleito do Chega, Gabriel
Mithá Ribeiro - de elevadíssima categoria intelectual e ética - materializou o
mais virulento ataque que li contra Cotrim de Figueiredo: (de memória) A personagem mais oca do parlamento. Não se interessa pelas pessoas nem pelas situações
sociais mas apenas pelo mercado, nem sequer pela economia. Grande parte dos tempos
parlamentares e mediáticos do Chega e da IL será desperdiçado a guerrearem-se
entre si. Inevitavelmente pois a política está "futebolizada" e
os dois partidos disputam o mesmo eleitorado, actual e potencial. Não sei o que
sobrará para fazer oposição ao PS, mas certamente será "poucochinho".
Curiosamente,... ou nem isso, a oposição mais firme ao governo maioritário,
virá do BE e do PCP. Só que, provavelmente útil a denunciar abusos, será
inútil ou negativa em soluções alternativas. Henrique
Mota > Francisco Tavares de Almeida: Parabéns pela sua análise. Um
pequeno reparo. A IL não se interessa só pela economia. Mas no processo de
crescimento tem que encontrar um mote para crescer. E a economia era, e é, o
elo mais fraco dos Socialistas. Daí a opção Maria Rouxinol: Boa análise! Razão tinha a
Maria João quando disse num dos seus artigos o seguinte:. "De Sá
Carneiro a Passos Coelho é a primeira vez que o líder do PSD elege o “centro”
como lugar fixo, que não é o mesmo que lugar reservado porque pode já lá estar
Costa. E lá estava Costa bem sentado e embandeirado quando
Rio chegou derrotado e encontrou u lugar ocupado. Rui Rio é semelhante aos jogadores
arrogantes que dentro de campo querem fazer o jogo sozinhos levando a equipa a
perder. Falta-nos nesta Direita Portuguesa grandes Estadistas como os
muitos que já partiram deste mundo. No CDS falta-nos uma MARIA
JOSÉ NOGUEIRA PINTO. Infelizmente hoje só temos politiqueiros que fazem
de Portugal uma FEIRA... Obrigado Maria João pela lucidez com que escreve e
ilumina os que lêem.
Mr. Lobby: A nova e resoluta direita emergente no Chega! discordo
da cronista. Diz-nos o Chega! que a prioridade absoluta do país é a
moral, naturalmente segundo o cânone
e evangelho do cheguismo...
JS M: Mas o queijo tipo Serra é
sempre que o PSD chega ao poder. A senhora não acha que já é tempo de acabar
com essa coisa esdrúxula que é ter dois partidos sociais democratas a fingirem
que são diferentes?! E com um deles a ter o desplante de querer representar a
direita?! Rio ao menos não enganou ninguém e embora perdendo contribuiu para
destacar o embuste que é o sistema partidário português. Vitor Batista > JS M: Para o sócrates foi o queijo o
pão e o vinho, e a seguir os xuxas uma vez mais, só vão deixar fome e miséria,
mas é disso que a maioria absoluta gosta. João Floriano: A crónica hoje poderia
chamar-se: «Eu bem avisei». Maria João Avillez teve razão: a estratégia de Rio
deu com os burros na água. Mas também não podemos assacar a Rio todas as culpas
de um «plantio irregular» à direita. O CHEGA é uma reacção natural à extrema-esquerda.
E vai continuar perante a perseguição que o Bloco sobretudo vai encabeçar.
Reduzido a um grupo familiar a oposição ao PS não lhe vai render votos
que ajudem a recuperar parte dos deputados. Malhar na direita será uma opção
válida. Orçamento de Estado já existe. A discussão na especialidade trará
alguns acertos que possam justificar o «diálogo» anunciado por Costa. Tenho
muita curiosidade em relação ao novo executivo. João Ramos: Mas qual Economia, eles não
percebem nada disso!!!
David Pinheiro: O destino está traçado. Não há nada a fazer. É aceitar
para doer menos. A cauda é já ali, basta que a Grécia e a Bulgária não
atrapalhem. Filipe
Paes de Vasconcellos: O PSD e os seus militantes nunca quiseram
perceber que com a aventesma do Rio não iram a lado nenhum. Como é q a sumidade se
convenceu que com 3 meses de oposição iria ganhar (e até ter maioria
absoluta pasme-se!), quando andou 5 anos a arrastar os pés não existindo
como oposição, enquanto Costa andou 6 anos a trabalhar para a maioria absoluta.
Quanto ao aparecimento e crescimento do Chega, existem
responsabilidades partilhadas entre o Costa, o Rio e o sempre inefável
Marcelo. A primeira deve-se ao Costa porque trouxe para o arco
da governação a ala mais à esquerda do PS e a extrema-esquerda. A segunda deve-se ao Rio como
muito bem explicado por si neste e noutros textos. A terceira deve-se a
Marcelo, porque no seu primeiro mandato andou a fazer figura de porta-voz
do governo socialista apoiado pela extrema-esquerda, dando com essa sua
medíocre participação muito gaz à esquerda e à extrema dela. Uma grande tristeza e
infelicidade caiu sobre este país pobre, de gente e de recursos. Paulo Almeida > Filipe Paes de Vasconcellos: É verdade. Tivemos o Rio &
Marcelo a fazer o frete ao governo e depois admiram-se de haver um êxodo para o
IL e Chega. Mas os militantes do PSD ou parte deles percebeu. Só que como ir a um
jogo do nosso clube, mesmo sabendo que a equipa não está a jogar nada. FernandoC: O presidente sempre foi e será
um aliado objectivo de Costa. E este último é um típico político do posso,
quero e mando. Boa sorte, Portugal. Pontifex Maximus: Que vai fazer o Marcelo, MJA?
Nada, coisa em que se especializou na vida, desde os tempos do seu padrinho…
sempre viveu de um capital importante: o nome e as famílias importantes do
país, que mais não fizeram que a mediocridade em pessoa. Foi catedrático de
Direito Constitucional, é verdade, mas mesmo aí nunca foi a cabeça relevante na
FDL, todos o sabem e que por lá andaram nos anos setenta e seguintes! Agora,
comprará um Teles com uma câmara com mais pixels e melhor abertura de espaço
até ir para o Brasil cuidar dos netos e dos gatos, deixando tantas saudades
como uma viola num enterro. Américo
Silva: Haja alegria. Os deputados do
CDS não terão que ficar próximos dos deputados do Chega nas bancadas da
Assembleia, o que tanto os incomodava. E as tias vão continuar de luto, o que
tapa muitas misérias. Quanto ao Costa, tem mesmo que ouvir quem o elegeu, não
quem o combateu. Carlos
Quartel: Muito feliz a
analogia com o queijo. Rio é de uma ignorância política confrangedora e
acredita em sociedades 80 ou 90% de centro esquerda. Estranho num economista, que
sabe que o desenvolvimento está precisamente na iniciativa privada, na ambição
do lucro e mesmo na ganância. Lá temos a política fiscal para corrigir abusos. Claro que quem se sente sem
representatividade se refugia em franjas, por vezes folclóricas, outras
arruaceiras. Nem tudo foi trágico, a razia comunista é de saudar.
Foi a recompensa por terem ressuscitado Costa, em coma com a derrota de 2015. A
criatura devorou os criadores......cruel ironia. J. Gabriel: Este governo vai dialogar, com
todos os seus amigos e grupos de interesses. Que já se começaram a mostrar. Gonçalo Leite: Os portugueses têm relutância à
mudança, mais do que os outros povos europeus, talvez porque não passaram
guerras recentes em território nacional que os tenham obrigado a mudar... Carlos Silva: Pois. E agora contentam-se com
"couratos-e-copos-de-três". Aliás, o CDS após 47 anos, nem as "migalhas"
conseguiu. Que ingratidão! José Dias: Ao comparar um período em que
Portugal esteve numa condição de protectorado, na sequência dos desvarios dos
Governos liderados por Sócrates e nos quais se contavam muitos dos que por lá
estão de volta, em que as decisões de política Económica, e não só, eram
limitadas pelo Acordo negociado com o PS, o "maria" manteve-se no seu
usual planalto de realidade alternativa... Isabel Gomes: Não é só uma questão de
Economia pura e dura. Por ex. o problema da corrupção requer uma avaliação
ético comportamental!
Por Maria
João Avillez, as tergiversações de Rui
Rio, ao longo de dois mandatos, nem de carne
nem de peixe e apenas ambiciosos de poder, num comportamento de duplicidade e
mistificação contínuas, em busca não de uma coligação mais séria e racional com
os partidos de direita, que enfrentasse os desmandos da coligação rasteira do
governo, com o seu compadrio do discurso da hipocrisia esmoler, sem orientação economicamente
produtiva, impudentemente assente no auxílio exterior, de que o próprio governo
PS displicentemente se serviu, em irrisória aparência produtiva e indiferente
recurso à mão estendida. Mas o apelo de MJA, para o tal desenvolvimento económico urgente, vai
também para esse PS, agora
unitário, mais liberto, pois, do constrangimento imposto pela parceria
impudente. Será que pode? Ele há sempre os sinistros sindicatos que não tardam
aí em peso, mal Costa se descuide, o que o forçará a uma “entente”, que, aliás,
lhe está no sangue – sem suor nem lágrimas, no entanto, que não quadram ao nosso
pasmado “far niente”.
Ninguém quis provar o queijo-tipo-serra
É
indispensável que António Costa além da maioria abs para o tal
desenvolvimento económico urgente oluta tenha a prioridade absoluta da
Economia. Após seis anos a fazer equilibrismo politico-ideológico, o país
reclama-lhe Economia (com maiúscula).
MARIA JOÃO AVILLEZ
OBSERVADOR, 03 Fev
2022
1Não
serão precisas muitas reflexões sobre a derrocada do PSD. A estratégia de
Rui Rio de elevação do “centro” a destino político sempre me surgiu como muito
mais capaz de levar o partido a um poço que a um pódio. Levou. Atrevo-me
por isso a bisar o que aqui escrevi há umas semanas sobre a “mudança de
identidade” do PSD, os seus perigos e alçapões.
Foi
isto: “Foi uma mudança de identidade.(…) O PSD costumava ser o motor de
arranque de coligações ou frentes eleitorais que inspirava e liderava, abertas
ao seu centro direita e ao seu centro esquerda, que agregavam, ampliavam,
revitalizavam, esperançavam. Seduzindo
o voto útil. Propiciando a criação daquele “momento” político que de repente
transporta e anuncia uma mudança.
(…)”
Adiante,
acrescentava ainda que “as histórias se contam desde o princípio”: “Foi sob a
liderança de Rui Rio no PSD que a Iniciativa Liberal, a Aliança e o Chega viram
a luz do dia. É um facto político e não uma constatação. Ou seja, as sementes
que o actual líder do PSD foi deitando á terra – pouco apreço e pouca
convergência com o espaço à direita – e o modo como durante três anos ia
adubando esse o solo, originaram três partos partidários pelo que proponho um
exercício: se
olharmos as coisas como elas foram no tempo de Pedro Passos Coelho, (…) o
populismo não teve lugar. Nenhum populista que hoje beija o chão que Ventura
pisa encontraria eco e guarida no tempo da coligação PSD/CDS. Apesar da rudeza e aspereza daqueles anos, do
implacável cerco da troika, das esquerdas, da media e da direita beta (a das
salas), a natureza da liderança política do então primeiro
ministro nunca, como dizer? propiciou o crescimento das sementes do extremismo
populista. Ou não existiam, ou ele tomou conta delas, adubando-as de outro modo. (…)
E
finalmente num outro texto muito recente: “ A coisa mais interessante destas
eleições – na qual nunca acreditei de resto – é poder-se finalmente concluir
daqui a dias se a extraordinária estratégia de Rui Rio ao eleger o “centro”
como lugar político o levará – ou não – à vitória.
2Foi
o que se viu sendo que se não se tivesse visto 1) o CDS não se teria sumido dos radares políticos, nem – imperdoável – 2) o PS se teria instalado com tamanho conforto na
maioria absoluta. Não sou eu
que me entretenho agora com o que parecem ser ociosas reflexões. Pelo
contrário: são os números que o fazem por mim: ficou provado. Ou seja ninguém
quis servir-se do queijo-tipo-serra: o verdadeiro Serra já estava em cima da
mesa e era conhecido.
Quando
evoco como tendo sido preferencial a opção por uma frente eleitoral liderada
pelo PSD não ignoro que a IL obviamente não a integraria: não podia, era
imperativo contar-se e avaliar-se eleitoralmente. Mas do que
também não duvido é que se teriam entretanto estreitado laços e propósitos
comuns entre PSD/CDS e a IL, de modo a que no final fosse politicamente tão
verosímil quanto desejado um entendimento político entre as três forças
partidárias: casamento, união de facto, convivência, coexistência. O que quer
que fosse que tivesse evitado “isto”.
3E
agora? Agora é o cabo dos trabalhos (e da dúvida) na procura da relevância
perdida para o PSD: será ele capaz de voltar a subir a “partido de primeira
“deixando de ser o “médio” que agora é? Capaz de uma profunda, urgentíssima
auto-reforma e não apenas de uma mera e por isso insuficiente substituição de
dirigentes? Capaz de tornar claríssimo quem quer representar e porquê? Haverá generais capazes de percepcionar a utilidade e
o lugar do partido no novíssimo xadrez partidário e num parlamento onde houve
recomposição do espaço político? E
das relações/negociações/ acordos/ estratégias que ela fatalmente implicará?
Peço desculpa de tanta pergunta mas sem as respostas que elas desesperadamente
reclamam, a hora continuará amarga e a conjuntura crítica. Em política não há
lugares cativos.
4No
domingo de manhã, longe de saber que o PSD desceria no ranking partidário,
cruzei-me com muitos jovens a caminho das mesas de voto. Foi quando alguém de
repente me disparou: “não acredito que nenhum deles vote PS ou PSD. Porque haveriam
de o fazer?”
Começou de facto outra história. Isto é: o PSD
perdeu muitos deputados mas a “direita” – ou digamos, a oposição à esquerda –
ganha deputados. Ganhou retumbantemente o PS mas a seguir a ele as três
forças mais votadas não são de esquerda. Há a tal reconfiguração do
parlamento. Daqui resulta que o tipo de oposição (fraca e aos tropeções na
última legislatura porque Rio, por qualquer ainda hoje misteriosa razão, assim
a quis) vai mudar. Desde logo no estilo: não se deve subestimar o arejo e a
preparação da Iniciativa Liberal, nem a agressividade e a política-espetáculo
do Chega que, mesmo que já conhecidos, irão potenciar a novidade e ampliar o
seu eco político-parlamentar. Dois estilos onde o que marcará não é que
sejam opostos mas a sua vontade de serem audíveis e marcantes no hemiciclo (e
fora dele). A oposição – esta a que me refiro – mudará também no
conteúdo porque feita a partir de uma plataforma liberal como o país nunca
conheceu desde 1976 (pelo menos
desta forma tão assumida e eficiente); e de uma “direita dura” que levantará os
seus temas. Uns já os conhecemos por serem justamente não-temas. Mas… e se
ela levantar outros? Comuns, quotidianos, concretos? Ou vão insultar-se
quase meio milhão de portugueses, acusando-os do que não são e passando-lhes um
atestado de portugueses de segunda para os ignorar?
5O
PS pela voz do seu secretário-geral prometeu uma maioria de “diálogo”. É
indispensável que anuncie com ênfase e empenho – como prioridade absoluta – que
vai tratar da Economia. Que quer escolher a Economia. Depois
de seis anos a fazer equilibrismo político e ideológico com os seus dois
ex-cúmplices é o país que lhe reclama Economia (com maiúscula).
Voltando
ao “diálogo” que tantas almas embeveceu… Ninguém normalmente constituído
acredita na ficção de uma súbita e bondosa disponibilidade para o diálogo político,
sem precisar de o praticar. Eles ficcionam muito: é um hábito, um tique, um
gosto, uma necessidade, esta sede da ficção: uma
espécie de habitat socialista.
Retenhamos então que “a maioria será de diálogo”. Face à promessa deixo uma
pequena pergunta não fantasiosa: o PS com uma maioria absoluta teria – é só
um exemplo – demitido Eduardo Cabrita? Não teria pois não? Porque haviam os
socialistas de se dar a esse trabalho mesmo tratando-se de pura decência
cívica, política, moral?
6O Presidente
da República recebeu os partidos, ritual inscrito na Constituição. O costume.
Mas à parte esse – e outros – gestos obrigatórios, como vai forjar-se um
destino? No que lhe diz respeito, acreditem os leitores ou não, essa é a
única pergunta a fazer hoje ao Presidente da República. Não há outra.
Estou
a falar da História.
LEGISLATIVAS 2022 ELEIÇÕES
POLÍTICA
COMENTÁRIOS:
Luisa Falcão: Este é um país de salário mínimo, de medrosos e de
reformados. Os outros não tiveram expressão numérica para ganhar uma maioria.
Será isto que queremos? E os outros? Os mais qualificados de sempre e os mais
instruídos? Esses não encontram lugar neste pobre país, ficam para trás. Será
isso que queremos? Maria
Madeira: Excelente artigo. Ediberto Abreu: Não há que reclamar, este povo
frouxo e fofinho tem o que quis, ou seja o que merece… quando acordarem (se é
que alguma vez acordam) já é tarde. Também com Rio não teriam grande futuro... Geiger Dieter: Ninguém de direita votaria no
Rio. Ele é um socialista confirmado. E a esquerda tinha o Costa para votar, para além do
PCP e do BE. Portugal é hoje em dia um país socialista ao fim de 40 anos de
doutrinação e de esmolas do governo. Carlos Castro: Um homem que faz um negócio tão
inexplicável como o siresp, na minha opinião, não merece e não deveria governar
um país. A minha opinião vale o que vale, os votos valem mais e o Sr. Costa
soube e nisso teve elevado mérito, angariar os votos. Nesse ponto merece algum
respeito. O Sr. Rio por seu turno andou a tentar angariar os votos num
eleitorado que o olhava com desconfiança e votou ao desprezo quem o podia
ajudar. Com a mudança da direita que se adivinhava e entretanto tornada
verificável, o PSD acordou para uma realidade dura. Terá que fazer pela vida ou
irá pelo caminho do CDS, PCP e BE. A direita aprecia quem faz pela vida. Rio
pensou que bastava esperar para chegar ao poder. Não chega, só chega se
acontecer bancarrota. Espero agora sinceramente que o Sr. Costa não tenha
comprado o siresp a uma associação de malfeitores, apenas por ingenuidade. Boa
sorte Portugal. Até ao meu regresso. Paulo Belo: A única economia que o PS quer
e sabe tratar é a dos seus militantes - são uma grande família Ahmed Gany: Oh Maria João Avillez: O povo não reclama nada. Quer é
mais do mesmo!
Francisco Tavares de Almeida: Normalmente concordo com a
autora mas hoje tenho duas fortes discordâncias. A economia não chega. Se o governo não arrepiar
caminho e continuarmos a subsidiar "observatórios" para os Sousa
Santos pai e filho, se verbas públicas continuarem a sustentar o dr Ba, se os
candidatos a juiz continuarem a ser avaliados por um condenado das FP-25, se a
implantação forçada da ideologia de género continuar nas escolas, tudo o que a
economia eventualmente pode é evitar a vinda de outra "troika".
Será alguma coisa mas não chega. Por outro lado, a reconversão eficaz do PSD está
adiada por 4 anos. Rui Rio escolheu a dedo todos os deputados eleitos e dos
quais, os poucos ou muitos que pensam, pensam como ele. Viu-se já o que
aconteceu com o CDS que tinha um grupo parlamentar todo da oposição a Francisco
Rodrigues dos Santos e, quando este dizia alguma coisa, logo um membro do grupo
parlamentar dizia diferente, e apenas este último tinha eco na comunicação
social. Por isso o "Chicão" foi uma revelação pela positiva nos
debates. Revelação porque ninguém o conhecia, mas os debates já eram tarde. Com "nuances" pela
quantidade e pelos habituais vira-casacas a história próxima do PSD, tal como
foi no CDS, vai ser o conflito entre a nova direcção e o grupo
parlamentar. Pouco restará para a oposição ao PS. Cotrim de Figueiredo deu o mote
no debate e, por sua vez, o vice-presidente e deputado eleito do Chega, Gabriel
Mithá Ribeiro - de elevadíssima categoria intelectual e ética - materializou o
mais virulento ataque que li contra Cotrim de Figueiredo: (de memória) A personagem mais oca do parlamento. Não se interessa pelas pessoas nem pelas situações
sociais mas apenas pelo mercado, nem sequer pela economia. Grande parte dos tempos
parlamentares e mediáticos do Chega e da IL será desperdiçado a guerrearem-se
entre si. Inevitavelmente pois a política está "futebolizada" e
os dois partidos disputam o mesmo eleitorado, actual e potencial. Não sei o que
sobrará para fazer oposição ao PS, mas certamente será "poucochinho".
Curiosamente,... ou nem isso, a oposição mais firme ao governo maioritário,
virá do BE e do PCP. Só que, provavelmente útil a denunciar abusos, será
inútil ou negativa em soluções alternativas. Henrique
Mota > Francisco Tavares de Almeida: Parabéns pela sua análise. Um
pequeno reparo. A IL não se interessa só pela economia. Mas no processo de
crescimento tem que encontrar um mote para crescer. E a economia era, e é, o
elo mais fraco dos Socialistas. Daí a opção Maria Rouxinol: Boa análise! Razão tinha a
Maria João quando disse num dos seus artigos o seguinte:. "De Sá
Carneiro a Passos Coelho é a primeira vez que o líder do PSD elege o “centro”
como lugar fixo, que não é o mesmo que lugar reservado porque pode já lá estar
Costa. E lá estava Costa bem sentado e embandeirado quando
Rio chegou derrotado e encontrou u lugar ocupado. Rui Rio é semelhante aos jogadores
arrogantes que dentro de campo querem fazer o jogo sozinhos levando a equipa a
perder. Falta-nos nesta Direita Portuguesa grandes Estadistas como os
muitos que já partiram deste mundo. No CDS falta-nos uma MARIA
JOSÉ NOGUEIRA PINTO. Infelizmente hoje só temos politiqueiros que fazem
de Portugal uma FEIRA... Obrigado Maria João pela lucidez com que escreve e
ilumina os que lêem.
Mr. Lobby: A nova e resoluta direita emergente no Chega! discordo
da cronista. Diz-nos o Chega! que a prioridade absoluta do país é a
moral, naturalmente segundo o cânone
e evangelho do cheguismo...
JS M: Mas o queijo tipo Serra é
sempre que o PSD chega ao poder. A senhora não acha que já é tempo de acabar
com essa coisa esdrúxula que é ter dois partidos sociais democratas a fingirem
que são diferentes?! E com um deles a ter o desplante de querer representar a
direita?! Rio ao menos não enganou ninguém e embora perdendo contribuiu para
destacar o embuste que é o sistema partidário português. Vitor Batista > JS M: Para o sócrates foi o queijo o
pão e o vinho, e a seguir os xuxas uma vez mais, só vão deixar fome e miséria,
mas é disso que a maioria absoluta gosta. João Floriano: A crónica hoje poderia
chamar-se: «Eu bem avisei». Maria João Avillez teve razão: a estratégia de Rio
deu com os burros na água. Mas também não podemos assacar a Rio todas as culpas
de um «plantio irregular» à direita. O CHEGA é uma reacção natural à extrema-esquerda.
E vai continuar perante a perseguição que o Bloco sobretudo vai encabeçar.
Reduzido a um grupo familiar a oposição ao PS não lhe vai render votos
que ajudem a recuperar parte dos deputados. Malhar na direita será uma opção
válida. Orçamento de Estado já existe. A discussão na especialidade trará
alguns acertos que possam justificar o «diálogo» anunciado por Costa. Tenho
muita curiosidade em relação ao novo executivo. João Ramos: Mas qual Economia, eles não
percebem nada disso!!!
David Pinheiro: O destino está traçado. Não há nada a fazer. É aceitar
para doer menos. A cauda é já ali, basta que a Grécia e a Bulgária não
atrapalhem. Filipe
Paes de Vasconcellos: O PSD e os seus militantes nunca quiseram
perceber que com a aventesma do Rio não iram a lado nenhum. Como é q a sumidade se
convenceu que com 3 meses de oposição iria ganhar (e até ter maioria
absoluta pasme-se!), quando andou 5 anos a arrastar os pés não existindo
como oposição, enquanto Costa andou 6 anos a trabalhar para a maioria absoluta.
Quanto ao aparecimento e crescimento do Chega, existem
responsabilidades partilhadas entre o Costa, o Rio e o sempre inefável
Marcelo. A primeira deve-se ao Costa porque trouxe para o arco
da governação a ala mais à esquerda do PS e a extrema-esquerda. A segunda deve-se ao Rio como
muito bem explicado por si neste e noutros textos. A terceira deve-se a
Marcelo, porque no seu primeiro mandato andou a fazer figura de porta-voz
do governo socialista apoiado pela extrema-esquerda, dando com essa sua
medíocre participação muito gaz à esquerda e à extrema dela. Uma grande tristeza e
infelicidade caiu sobre este país pobre, de gente e de recursos. Paulo Almeida > Filipe Paes de Vasconcellos: É verdade. Tivemos o Rio &
Marcelo a fazer o frete ao governo e depois admiram-se de haver um êxodo para o
IL e Chega. Mas os militantes do PSD ou parte deles percebeu. Só que como ir a um
jogo do nosso clube, mesmo sabendo que a equipa não está a jogar nada. FernandoC: O presidente sempre foi e será
um aliado objectivo de Costa. E este último é um típico político do posso,
quero e mando. Boa sorte, Portugal. Pontifex Maximus: Que vai fazer o Marcelo, MJA?
Nada, coisa em que se especializou na vida, desde os tempos do seu padrinho…
sempre viveu de um capital importante: o nome e as famílias importantes do
país, que mais não fizeram que a mediocridade em pessoa. Foi catedrático de
Direito Constitucional, é verdade, mas mesmo aí nunca foi a cabeça relevante na
FDL, todos o sabem e que por lá andaram nos anos setenta e seguintes! Agora,
comprará um Teles com uma câmara com mais pixels e melhor abertura de espaço
até ir para o Brasil cuidar dos netos e dos gatos, deixando tantas saudades
como uma viola num enterro. Américo
Silva: Haja alegria. Os deputados do
CDS não terão que ficar próximos dos deputados do Chega nas bancadas da
Assembleia, o que tanto os incomodava. E as tias vão continuar de luto, o que
tapa muitas misérias. Quanto ao Costa, tem mesmo que ouvir quem o elegeu, não
quem o combateu. Carlos
Quartel: Muito feliz a
analogia com o queijo. Rio é de uma ignorância política confrangedora e
acredita em sociedades 80 ou 90% de centro esquerda. Estranho num economista, que
sabe que o desenvolvimento está precisamente na iniciativa privada, na ambição
do lucro e mesmo na ganância. Lá temos a política fiscal para corrigir abusos. Claro que quem se sente sem
representatividade se refugia em franjas, por vezes folclóricas, outras
arruaceiras. Nem tudo foi trágico, a razia comunista é de saudar.
Foi a recompensa por terem ressuscitado Costa, em coma com a derrota de 2015. A
criatura devorou os criadores......cruel ironia. J. Gabriel: Este governo vai dialogar, com
todos os seus amigos e grupos de interesses. Que já se começaram a mostrar. Gonçalo Leite: Os portugueses têm relutância à
mudança, mais do que os outros povos europeus, talvez porque não passaram
guerras recentes em território nacional que os tenham obrigado a mudar... Carlos Silva: Pois. E agora contentam-se com
"couratos-e-copos-de-três". Aliás, o CDS após 47 anos, nem as "migalhas"
conseguiu. Que ingratidão! José Dias: Ao comparar um período em que
Portugal esteve numa condição de protectorado, na sequência dos desvarios dos
Governos liderados por Sócrates e nos quais se contavam muitos dos que por lá
estão de volta, em que as decisões de política Económica, e não só, eram
limitadas pelo Acordo negociado com o PS, o "maria" manteve-se no seu
usual planalto de realidade alternativa... Isabel Gomes: Não é só uma questão de
Economia pura e dura. Por ex. o problema da corrupção requer uma avaliação
ético comportamental!
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