terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

As verdades históricas


De acordo com as ideologias humanas…

Ucrânia: verdades antigas e mentiras modernas

A NATO não precisa da Ucrânia para defender qualquer interesse vital enquanto a Rússia precisa e muito que este país seja pelo menos neutro. Basta olhar para o mapa da Europa e só não vê quem não quer

JOSÉ MANUEL OLIVEIRA ANTUNES, JURISTA

OBSERVADOR, 07 fev 2022

Em 9 de Outubro de 1944, a escassos meses da derrota final que a Alemanha nazi haveria de vender muito cara, Churchill deslocou-se a Moscovo, para – como o próprio primeiro-ministro britânico escreve no seu livro de Memórias da Segunda Guerra Mundial – “dividir as nossas responsabilidades quanto a cada país afectado pelos movimentos dos exércitos”. Traduzido de linguagem diplomática para expressão corrente, Churchill e Estaline reuniam para decidir, uma vez finda a guerra, que países ficariam controlados pelos aliados ocidentais e os que seriam  futuros satélites da União Soviética. Na reunião, conta o próprio Churchill, propôs a Estaline a seguinte divisão num papel que lhe estendeu sobre a mesa: Roménia, 90% para a Rússia; Grécia 90% para a Grã-Bretanha; Jugoslávia, Hungria 50% para cada lado; Bulgária, 75% para a Rússia. Estaline pegou num lápis azul assinalou a sua concordância com um visto e devolveu o papel.  Churchill conta nas Memórias, que terá dito a Estaline “Não poderá parecer deveras cínico resolvermos estas questões, tão vitais para milhões de pessoas, aparentemente de modo tão sem cerimónia? Queimemos este papel. “Não, guarde-o”, retorquiu Estaline”.

Como já devem ter notado, nem a Polónia, pela qual a Grã-Bretanha entrou na guerra, nem um país então recente chamado Checoslováquia, ficaram “divididos” no papel. Quanto à Ucrânia, nada havia a registar, pois esta nação era desde 1922 uma república soviética, apenas ocupada pela Alemanha desde 1941. Uma vez libertada e foi-o pelos próprios russos, voltaria simplesmente onde pertencia.

O conjunto dos países que até 1989 constituíram a famosa Cortina de Ferro e o Pacto de Varsóvia como resposta à fundação da NATO, são o resultado da correlação de forças entre a União Soviética e o Ocidente no final da Segunda Guerra. Esta entente feita em Moscovo entre Churchill e Estaline seria “ratificada” pelos Estados Unidos uns meses mais tarde. E como? Com a opção tomada pelos americanos quanto à tomada de Berlim. A sangrenta batalha por Berlim ficou exclusivamente a cargo do Exército Vermelho, por opção do comandante chefe americano Eisenhower e contra a vontade de Churchill, diga-se. Eisenhower e disso convenceu o recém-empossado presidente Truman – preferiu poupar a vida de dezenas de milhar de soldados americanos na batalha de Berlim, em troca do futuro domínio dos países da Europa oriental pela União Soviética. Estaline queria tomar Berlim, mas fingia que não queria. Os EUA morderam esse isco e no fim de contas, foi a pedido dos americanos que os russos entraram sozinhos em Berlim, claro que com contrapartidas. Este acordo pode não estar num papel, mas foi assim que aconteceu e é deste modo que todos os historiadores o registam.

Com uma alteração aqui e outra acolá, o rascunho de Churchill de 9 de Outubro de 1944 durou até 1990, com o fim da zona ocupada pela União Soviética na Alemanha e com a retirada do Exercito Vermelho dos países da Europa de Leste, ao cabo de quase cinco décadas de ocupação. Nas condições de desagregação do poder comunista na Rússia em 1991 e em que o domínio soviético no leste da Europa caiu abruptamente, a retirada das forças russas, primou pela informalidade e precipitação.

Mas existem registos históricos muito credíveis daquilo que se passou. Na biografia de Gorbatchev de William Taubman (Prémio Pulitzer) os factos e os compromissos ficaram explícitos. James Baker, Secretário de Estado americano garantiu a Gorbatchev que nem a jurisdição, nem as tropas da NATO, se vão estender para leste da actual fronteira, isto é , “a unificação alemã não vai levar a que a organização militar da NATO se estenda para leste

O Chancelar alemão Kohl repetiu isso até à exaustão e o ministro dos negócios estrangeiros Genscher, com o seu feitio mais expansivo, garantiu ao seu homólogo soviético Shevardnadze: “Para nós é garantido: a NATO não vai expandir-se para Leste”.

Hoje todos sabemos que estas palavras não foram honradas, mas antes de ver isso em mais detalhe, importa de novo voltar uns anos atrás.

A NATO foi fundada em 4 de Abril de 1949 e tem como fundadores, os países ocidentais que participaram na Segunda Guerra como beligerantes (Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e França); invadidos pela Alemanha nazi (Bélgica, Dinamarca, Noruega e Países Baixos) ou invadidos pelo Reino Unido (Islândia) e um país neutral (Portugal), aliás o único neutral da Segunda Guerra Mundial, que foi fundador da NATO, já que Espanha, Irlanda, Suécia e Suíça, ficaram fora. É de crer, que se em 1949 os Açores fossem independentes, seria este “país” um fundador da NATO, ficando Portugal (que com Salazar de facto não cumpria os critérios e nem sequer foi convidado para fundador da ONU em 1945) ficado na fila dos aspirantes. Mas a geografia falou mais alto e os Açores eram e são portugueses.

Lentamente, ao longo da guerra fria, alguns outros países ocidentais foram aderindo, mas ainda hoje estão fora da NATO, por opção própria ou por consequência da neutralidade estabelecida durante ou após a Segunda Guerra, países como a Irlanda, Áustria, Suécia, Finlândia ou Suíça. No entretanto, países anteriormente membros do Pacto de Varsóvia têm vindo a aderir sucessivamente à NATO, em clara violação dos acordos de 1990.

E chegamos à Ucrânia. Quando as tropas nazis invadiram vários países europeus, tiveram resposta militar de quase todos (exceptuando a Dinamarca, por razões de compreensível sensatez) e receberam um forte sentimento de repúdio ou indiferença das populações. Na Ucrânia, traumatizada fortemente pelo genocídio alimentar estalinista dos anos 20 e 30 do Séc. XX, os nazis foram recebidos com flores, embora os ucranianos rapidamente tenham percebido, que afinal tinham apenas trocado o purgatório pelo inferno.

Quando retomou a iniciativa após os desastres militares do início da invasão nazi, o Exército Vermelho retomou a Ucrânia aos Nazis e esta, ampliada com novas fronteiras, permaneceu como uma República soviética e foi membro fundador da ONU, como se de um Estado independente se tratasse, como o foram então a Estónia, a Letónia e a Lituânia.

A possibilidade de a Ucrânia seguir o caminho dos restantes antigos países do Leste europeu na adesão à NATO não pode ser encarada do mesmo modo, nem pelo Ocidente, nem sobretudo pela Rússia. Das antigas repúblicas soviéticas existem duas (Casaquistão e Ucrânia) que pela sua extensão, importância geográfica e geopolitica, têm de ser cuidadosamente separadas de análises comovidas ou simplistas. Recorde-se que estes dois países eram potências nucleares à data da sua separação da União Soviética em 1991 e renunciaram por iniciativa própria a essa condição de superioridade militar pelo custo financeiro que essa permanência no clube atómico lhes impunha. Acresce que no caso da Ucrânia, além da existência de uma maioria secular de população etnicamente russa na Crimeia (já retomada coercivamente pela Rússia), existem as repúblicas de Donetsk e Lugansk, cuja maioria da população também é russa e não pretende pertencer a um país que não é o seu, ou seja, não quer ser ucraniana. Não diferem nisso de muitas situações iguais em toda a Europa, cujas fronteiras têm sido ao longo dos séculos objecto de sucessivas alterações. E por causa disso não se têm iniciado guerras desde 1945, com a desonrosa e vergonhosa excepção para os europeus que foi a guerra civil da década de 90 na antiga Jugoslávia.

Com todo este complexo xadrez em cima da mesa, uma coisa parece certa: a aceitação da Ucrânia como membro da NATO, violaria tudo o que foi acordado em 1991, com os compromissos assumidos para o desmantelamento do Pacto de Varsóvia. A ideia de que cada país é livre de fazer as alianças que quiser e aderir aos tratados que pretender, é uma rematada mentira que a história se encarrega de desmentirA NATO não necessita da Ucrânia para defender qualquer interesse vital, enquanto a Rússia precisa e muito que este país seja pelo menos neutro. Basta olhar para o mapa da Europa e só não vê isso quem mesmo não quiser.

RELAÇÕES INTERNACIONAIS   POLÍTICA   UCRÂNIA   EUROPA   Porque é que propor COMENTÁRIOS

miguel cardoso: O autor defende um tema que é, de facto, inatacável e se mete pelos olhos dentro. Não se pode ter a ilusão da "independência" dos Países (ou das regiões, ou mesmo das pessoas...) ignorando as relações de Poder e Força. No dia-a-dia, todos nós observamos a ascendência de uns sobre os outros, de empresas sobre pessoas, de grandes sobre pequenos. Porque é que Países haveriam de ser diferentes? O facto de um País ser mais poderoso e lutar para isso, cria ascendente, capacidade de manobra, riqueza. Ignorar esta componente da natureza humana é ignorância ou ingenuidade.           Zé Telhado: Mas só na imaginação deste senhor (e do Putin e sua entourage), que ainda estão com uma mentalidade guerra fria, é que a Ucrânia ou NATO, vão ameaçar a soberania, invadir (até ameaçar de) a Rússia! E se os países ex-URSS, querem aderir à NATO é possivelmente por medo de invasões como aconteceu na Crimeia! É graças a opiniões como a sua a legitimarem as políticas externas do Kremlin, que temos a instabilidade na Europa!          Miguel Nobre Leitão: A Ucrânia é livre de escolher o seu futuro, porque a Rússia não cumpriu os tratados internacionais. A Ucrânia foi enganada pela Rússia, mais uma vez. Depois do Holodomor, veio a invasão da Crimeia. A Rússia anda a fornecer armamento e militares aos separatistas de Lugansk e Donetsk.          Amoros A: Observador compromete-se com este texto, porque é simplesmente fraco, com erros e mal fundamentado. O autor ou não sabe ou omite existência do memorando de Budapeste de 1994, onde a Rússia aceitou integridade territorial da Ucrânia. Em 2014 com a invasão da Crimeia por parte da Rússia o memorando foi violado. No artigo silêncio... Sei que Sr. Antunes é jurista especializado em contratos públicos e no direito de construção e urbanismo, mas não sei porque escreve sobre um assunto difícil para ele. No texto escreveu que o Pacto de Varsóvia acabou em 1989 (mentira), que as tropas soviéticas saíram dos países de Europa de Leste em 1990 (também mentira). Erros e erros... PortugueseMan  > Amoros A: ... O autor ou não sabe ou omite existência do memorando de Budapeste de 1994, onde a Rússia aceitou integridade territorial da Ucrânia... Atenção que antes desse memorando e é o que a Rússia invoca, saiu um documento da OSCE (Código de Conduta sobre Aspetos Político-Militares de Segurança), onde indica o seguinte: ... os Estados escolhem os seus acordos de segurança, incluindo a integração em alianças, ‘mas tendo em consideração as legítimas preocupações de segurança de outros Estados'”... A Ucrânia não é livre de entrar em qualquer aliança que lhe apeteça.           Amoros A > PortugueseMan: Ok, já percebi que o seu papel é defender o agressor. Mas falta uma lógica no seu raciocínio. Antes de Ucrânia pensar sobre uma qualquer aliança, o Putin já ocupou a Crimeia.            PortugueseMan > Amoros A: ...Ok, ja percebi que o seu papel é defender o agressor... Não, pensava apenas que estava mal informado e que a sua conclusão devia-se a isso. Afinal não. É apenas ideológica. Vamos então ficar por aqui quanto a lógicas e raciocínios.          Rui SLB: Vi aqui o Sr. Antunes falar inúmeras vezes de promessas ou bate-boca que prometeram à Rússia que a NATO não se alargaria a Este.  Qualquer pessoa sabe que bate-boca não é válido e que qualquer decisão deste género teria que ser aprovada na NATO pela TOTALIDADE dos seus membros, ou seja um bate-boca de um qualquer político seria um passo apenas de uma longa caminhada. Por outro lado, nunca ouvi o Sr. Antunes falar sobre o Budapest Memorandum on Security Assurances, ASSINADO pelo UK, USA e Federação Russa onde estes países se comprometiam a respeitar, proteger e não agredir a integridade territorial da Ucrânia. Aquando da desintegração da URSS, a Ucrânia com cerca de um terço de todo o armamento nuclear soviético era o terceiro pais do mundo com mais ogivas nucleares. O pais, já vítima de um acidente nuclear (Chernobyl) derivado das debilidades de manutenção soviéticas desejava desmantelar todo o seu arsenal, mas procurou um compromisso em como estas outras potências nucleares respeitariam e ajudariam uma Ucrânia sem armas nucleares. A Rússia quebrou este compromisso assinado, será que o quebraria se a Ucrânia ainda tivesse as suas ogivas? Joao R: 1. A Ucrânia é um país independente, por isso a Rússia não tem qualquer direito de ditar o que a Ucrânia pode ou não fazer. 2. Se os Russos estivessem interessados em que a Ucrânia fosse neutra não os ameaçavam com uma 2a invasão. 3. A história da Rússia precisar da Ucrânia para se defender já mete nojo, quando a Rússia é o único país que anda a invadir os outros e não a Ucrânia ou os países europeus. A Rússia não tem qualquer direito de invadir ou controlar os países adjacentes à sua fronteira.           bento guerra: Putin fez uma jogada inteligente, talvez excessiva, para dividir o Ocidente e travar a ascensão da Ucrânia-.ex-.URSS- no quadro da NATO. As mentiras estão do lado de cá. Qual guerra?           João Eduardo da Costa L. Gata: O que a Rússia necessita é de Derrubar a Ditadura de Vladimir Putin e terminar com as suas aventuras Imperialistas. O problema para Putin NUNCA foi a NATO na Ucrânia mas sim o desenvolvimento de uma Democracia Viável e Europeia na Ucrânia que mostre ao Povo Russo que o seu Regime Ditatorial na Rússia é uma Desgraça.          PortugueseMan: ...a aceitação da Ucrânia como membro da NATO, violaria tudo o que foi acordado em 1991, com os compromissos assumidos para o desmantelamento do Pacto de Varsóvia. A ideia de que cada país é livre de fazer as alianças que quiser e aderir aos tratados que pretender, é uma rematada mentira que a história se encarrega de desmentir.  A NATO não necessita da Ucrânia para defender qualquer interesse vital, enquanto a Rússia precisa e muito que este país seja pelo menos neutro. Basta olhar para o mapa da Europa e só não vê isso quem mesmo não quiser. Bom, realmente não esperava que aparecesse alguém no observador a dizer uma coisa destas. Não me parece que vá contribuir para o aumento do seu grupo de fãs. Dito isto, parece-me importante que existam artigos que vão um pouco além da narrativa da invasão iminente da Ucrânia e que dêem pelo menos um "olhinho" ao que o outro lado precisa/quer/anda a dizer. Este artigo poderia ter uma "Parte II", ou seja ir um pouco mais além. Se olharmos para um artigo no Observador da Lusa, colocado recentemente, temos importantes informações sobre o que o "outro" lado se queixa. Rússia pede "indicações claras" a ocidentais, incluindo Portugal, sobre "indivisibilidade" da segurança global . Rússia enviou documento aos "parceiros" dizendo-se preocupada com a "tensão político-militar nas imediações das fronteiras ocidentais". Portugal era um dos destinatários. Carta nunca refere Ucrânia. ...O fortalecimento da segurança de um Estado “em detrimento da segurança de outros” e a forma como os Governos pretendem cumprir essa obrigação são as questões enviadas pelo governo da Rússia a diversos “parceiros” ocidentais, incluindo Portugal... ...“Queremos obter uma resposta clara... “As capitais ocidentais também tentam ignorar um documento-chave da OSCE — o Código de Conduta sobre Aspectos Político-Militares de Segurança de 1994, onde se refere que os Estados escolhem os seus acordos de segurança, incluindo a integração em alianças, ‘mas tendo em consideração as legítimas preocupações de segurança de outros Estados'”... Ou seja, a meu ver a situação é muito mais grave do que a questão ucraniana. A Rússia quer ver os seus problemas de segurança resolvidos. A bem, ou mal.  Estas cartas que a Rússia anda a enviar para os EUA e países europeus, parecem-me indicar duas coisas: Saber a resposta de cada um dos países, ficar um registo histórico para a POSTERIDADE. Ou seja, se a coisa correr mesmo muito mal (e estou a falar de um conflito na Europa), estas respostas vão estar registadas para as futuras gerações. Nós não deveriamos estar a pensar numa possível invasão ucraniana. A posição russa mostra bem para onde está a olhar. O pipeline que já há mais de um mês não passa gás russo é o pipeline que passa pela Polónia. A deslocação de forças americanas, embora simbólica, está curiosamente a ser colocada na Polónia e Roménia, que são os países que alojam as bases de mísseis americanos. A deslocação de forças russas para a Bielorrússia, tanto serve para uma possível intervenção na Ucrânia, como serve para algo que venha a acontecer após as respostas dos países ocidentais. Afinal a Bielorrússia tanto faz fronteira com a Ucrânia como faz com a Polónia. A resposta das cartas, vai indicar a actuação da Rússia. Uma das possibilidades é um ataque preventivo às bases de mísseis alojadas na Polónia, que irá desencadear o Artigo V da NATO. A Rússia declara-se pronta para defender o que entende pela sua segurança. Está nas mãos dos países europeus como vai querer resolver a situação. E é para ser tratado AGORA.           PortugueseMan PortugueseMan: Artigo referido: https://observador.pt/2022/02/05/russia-pede-indicacoes-claras-a-ocidentais-incluindo-portugal-sobre indivisibilidade-da-seguranca-global/                Américo Silva: Os países eslavos são os países dos escravos, e os senhores do ocidente querem as pessoas e os territórios como quis Napoleão e como quis Hitler. O conflito só acaba com a anexação da Rússia pelo Ocidente, mas o jogo pode ser perigoso e as bombas caírem sobre Nova Iorque.          António Soares > Américo Silva: Menos vodka rapaz!          joão barbosa > António Soares: Se soubesse um pouco de história saberia que a Rússia cresceu sempre até à época em que implodiu após a queda do MURO de BERLIM. sempre à custa de outros . Quantas vezes foi ocupada a Polónia? menos vodkca e mais conhecimento.       

 

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