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paralelo.
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"Maidan 3": Zelensky expõe
plano da Rússia para derrubar governo ucraniano
Zelensky denuncia que plano russo
passa por inicialmente semear o “caos” na sociedade ucraniana e depois derrubar
o governo. Rússia responde como ironia: "Expuseram o plano. Estava tudo
pronto".
OBSERVADOR, 17
nov. 2023, 17:38
O líder ucraniano afirmou que
os aliados de Kiev estão a par do plano russo
SERGEY DOLZHENKO/EPA
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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr
Zelensky, denunciou esta sexta-feira um plano da Rússia chamado “Maidan 3”,
cujo objectivo passará por derrubar o governo ucraniano. Numa entrevista à Bloomberg, o Chefe de
Estado referiu que os serviços secretos ucranianos e também os dos aliados de Kiev
têm conhecimento desse plano.
O nome ‘Maidan’ não foi escolhido ao
acaso, sendo a palavra utilizada pela Ucrânia para designar os movimentos que
removeram os Presidentes pró-russos em 2004 e em 2014.
Em
2014, milhares de ucranianos saíram às ruas para derrubar o governo
pró-russo de Viktor Yanukovich, numa revolução que ficou conhecida por
Euromaidan, representando uma aproximação de Kiev à Europa.
“Maidan significa golpe de Estado
para eles [russos]”, explicou
Volodymyr Zelensky, acrescentando
que o objetivo do plano passa por inicialmente semear o “caos” na sociedade
ucraniana e depois derrubar o governo.
O ex-Presidente russo Dmitry Medvedev, actualmente vice-presidente
do conselho de segurança russo, respondeu com ironia às acusações de Zelensky. “Expuseram o nosso plano. Estava tudo
pronto: as pessoas certas, toneladas de armas e os humoristas russos a ligar à
avó Nuland para cozinhar tortas para os manifestantes durante o Maidan”,
escreveu numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
No comentário, Medvedev parece estar a
referir-se à norte-americana Victoria Nuland, subsecretária de Estado para
Assuntos Políticos dos Estados Unidos, que na altura dos protestos Maidan era
subsecretária de estado para os assuntos europeus e eurasiáticos.
Medvedev aludia a fotografias e vídeos
que foram divulgadas durante os protestos, que começaram em 2013, e mostravam Nuland a distribuir
comida a alguns dos ucranianos que se manifestavam nas ruas de Kiev.
A
ligação de Nuland a esse período não fica por aqui. Em 2014, foram publicadas no YouTube conversas telefónicas privadas entre
ela e o embaixador norte-americano na Ucrânia, Geoffrey Pyatt. Nos telefonemas
discutiam a criação do governo ucraniano seguinte e estratégias para trabalhar
com as principais figuras ucranianas da oposição. Também debatiam uma solução
que passava pelo envolvimento da ONU. “Isso seria óptimo. Conseguir colar isto
tudo e ter a ONU a ajudar a colar isto … Que se lixe a União Europeia”, teria
dito Nuland na gravação.
A publicação das conversas, como
notou a Reuters na
altura, parecia ter como objectivo embaraçar os Estados Unidos e a reforçar as
acusações, nomeadamente da Rússia, de que a oposição ucraniana estava a ser
manipulada por Washington.
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