sábado, 18 de novembro de 2023

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"Maidan 3": Zelensky expõe plano da Rússia para derrubar governo ucraniano

Zelensky denuncia que plano russo passa por inicialmente semear o “caos” na sociedade ucraniana e depois derrubar o governo. Rússia responde como ironia: "Expuseram o plano. Estava tudo pronto".

ADRIANA ALVES: Texto

JOSÉ CARLOS DUARTE: Texto

OBSERVADOR, 17 nov. 2023, 17:38  

O líder ucraniano afirmou que os aliados de Kiev estão a par do plano russo

SERGEY DOLZHENKO/EPA

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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, denunciou esta sexta-feira um plano da Rússia chamado “Maidan 3”, cujo objectivo passará por derrubar o governo ucraniano. Numa entrevista à Bloomberg, o Chefe de Estado referiu que os serviços secretos ucranianos e também os dos aliados de Kiev têm conhecimento desse plano.

O nome ‘Maidan’ não foi escolhido ao acaso, sendo a palavra utilizada pela Ucrânia para designar os movimentos que removeram os Presidentes pró-russos em 2004 e em 2014.

Em 2014, milhares de ucranianos saíram às ruas para derrubar o governo pró-russo de Viktor Yanukovich, numa revolução que ficou conhecida por Euromaidan, representando uma aproximação de Kiev à Europa.

“Maidan significa golpe de Estado para eles [russos]”, explicou Volodymyr Zelensky, acrescentando que o objetivo do plano passa por inicialmente semear o “caos” na sociedade ucraniana e depois derrubar o governo.

O ex-Presidente russo Dmitry Medvedev, actualmente vice-presidente do conselho de segurança russo, respondeu com ironia às acusações de Zelensky. “Expuseram o nosso plano. Estava tudo pronto: as pessoas certas, toneladas de armas e os humoristas russos a ligar à avó Nuland para cozinhar tortas para os manifestantes durante o Maidan”, escreveu numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

No comentário, Medvedev parece estar a referir-se à norte-americana Victoria Nuland, subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, que na altura dos protestos Maidan era subsecretária de estado para os assuntos europeus e eurasiáticos.

Medvedev aludia a fotografias e vídeos que foram divulgadas durante os protestos, que começaram em 2013, e mostravam Nuland a distribuir comida a alguns dos ucranianos que se manifestavam nas ruas de Kiev.

A ligação de Nuland a esse período não fica por aqui. Em 2014, foram publicadas no YouTube conversas telefónicas privadas entre ela e o embaixador norte-americano na Ucrânia, Geoffrey Pyatt. Nos telefonemas discutiam a criação do governo ucraniano seguinte e estratégias para trabalhar com as principais figuras ucranianas da oposição. Também debatiam uma solução que passava pelo envolvimento da ONU. “Isso seria óptimo. Conseguir colar isto tudo e ter a ONU a ajudar a colar isto … Que se lixe a União Europeia”, teria dito Nuland na gravação.

A publicação das conversas, como notou a Reuters na altura, parecia ter como objectivo embaraçar os Estados Unidos e a reforçar as acusações, nomeadamente da Rússia, de que a oposição ucraniana estava a ser manipulada por Washington.

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