domingo, 12 de novembro de 2023

É o que temos

 

Competência  in incompetência. Insofrimento in sofrimento. Tudo o que vem à rede… Umas guerras, a juntar às mais do resto do mundo. As nossas. Que não somos menos importantes, ora bolas!

Eu até nem se me dá acrescentar um passo de António Barreto, que o meu Luís me enviou, das suas pesquisas ferrenhas, como achega aos comentários vários dos vários comentadores de MIGUEL PINHEIRO, neste seu “Teste do Pato de António Costa”:

“O actual regime pode e deve aprender muitas coisas acerca da década larga de 1960-1974. Uma óbvia está na escolha da elite governante. Não há comparação possível entre a envergadura intelectual e académica das principais figuras de Salazar com as fornalhas de aparelhistas fabricados nos ISCTEs e no Largo do Rato, sem qualquer obra ou currículo visíveis. Neste aspecto fundamental, regressámos ao ambiente da 1ª República.”

O "teste do pato" de António Costa

Durante estes anos, Costa mostrou, uma e outra vez, que ser suspeito, ser arguido, ser alvo de buscas ou ser detido não era obstáculo à continuação de uma carreira política sob o seu patrocínio.

MIGUEL PINHEIRO Director executivo do Observador             OBSERVADOR, 11 nov. 2023,

Quando, nesse longínquo tempo que foi outubro de 2022, o país descobriu, espantado, que o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro estava a ser investigado pelo Ministério Público por causa de um contrato-promessa que celebrou quando era presidente da Câmara de Caminha, António Costa desvalorizou, como sempre. Apareceu aos jornalistas com as costas direitas e um sorriso solto e informou que mantinha a confiança no seu braço direito — “com certeza”.

Dias depois, a 5 de novembro, descobriu-se que, afinal, Miguel Alves não era arguido apenas num solitário processo, mas em dois, como quem procura desesperadamente fazer linha no bingo. Mais uma vez, António Costa não se impressionou. E havia razões para isso: é que esta dupla condição de arguido já era conhecida do primeiro-ministro quando Miguel Alves foi escolhido para o governo e apresentado à Nação a 16 de setembro, tendo o Presidente da República como testemunha numa tomada de posse transmitida pela televisão. Na altura em que o convidou, António Costa recebeu esta informação com a mesma indiferença que reservaria para a revelação de que o seu secretário de Estado Adjunto estava acometido de sarampo.

Só a 10 de novembro, quando Miguel Alves passou de arguido a acusado, é que as coisas mudaram. Mas não por acção do primeiro-ministro. Quem tomou a iniciativa de terminar aquele arranjo foi o seu secretário de Estado Adjunto, que apresentou a demissão por sentir que tinha finalmente chocado contra uma parede, mesmo que metafórica. Sempre indiferente aos incómodos judiciais dos seus subordinados, António Costa limitou-se a aceitar, contrariado, a decisão de Miguel Alves. Afirmou, tristonho, que “percebia bem” o estado de espírito do correligionário. Num derradeiro suspiro de resistência, o primeiro-ministro ainda insinuou uma conspiração, lamentando a “originalidade” de Miguel Alves ter sabido da acusação pela comunicação social.

A 18 de janeiro de 2023, a secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, que tomara posse escassas 24 horas antes, apresentou a demissão por se ter descoberto que tinha uma conta bancária arrestada na sequência de um processo judicial que envolvia o marido. Mais uma vez, não foi demitida: demitiu-se. E não se demitiu logo: demitiu-se apenas depois de uma pressão pública do Presidente da República. Quanto a António Costa, aproveitou as primeiras notícias sobre o caso para se exibir no Parlamento como um herói do feminismo, clamando: “Vou demitir uma mulher porque o marido foi acusado?”.

Em abril, um agente do SIS decidiu levantar-se da cadeira e, à meia-noite, numa rua de Lisboa, encontrar-se com um adjunto rebelado do Ministério das Infraestruturas para recuperar um computador de serviço, comportando-se como um polícia de giro da esquadra da esquina. Contra o bom senso, contra a aparente vontade do ministro em causa e, principalmente, contra o Presidente da República, António Costa concluiu que nada do que se tinha passado justificava a demissão do sempiterno João Galamba — passando assim, novamente, a mensagem de que as fronteiras que mantêm alguém no governo podem ser infinitamente elásticas.

Em julho, depois de várias semanas de informações e suspeitas, Marco Capitão Ferreira apresentou a demissão do cargo de secretário de Estado da Defesa. Não o fez por causa das informações. Não o fez por causa das suspeitas. E, decididamente, não o fez por sugestão ou imposição do primeiro-ministro. Marco Capitão Ferreira apenas deixou o governo, por vontade própria, no minuto em que a polícia lhe bateu à porta com um mandado de busca relativo a um caso que envolve suspeitas de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Finalmente: esta semana, o chefe de gabinete de António Costa foi envolvido no processo do Data Center em Sines. Mas isso não provocou grande comoção no primeiro-ministro, que o manteve firmemente no cargo, apesar de ter passado de suspeito a arguido e de arguido a detido. Vítor Escária só foi demitido quando, no dia seguinte, se soube que o Ministério Público tinha encontrado 75 mil euros em notas escondidas no gabinete que ocupava na residência oficial de São Bento, numa atípica demonstração de capacidade de aforro.

Durante estes longos e penosos anos de maioria absoluta, António Costa mostrou, uma e outra vez, que ser suspeito, ser arguido, ser alvo de buscas ou ser detido não era obstáculo à continuação de uma carreira política sob o seu patrocínio. Por isso, mesmo os mais distraídos poderiam há muito ter descortinado a verdadeira natureza deste governo. Bastava aplicar o chamado “teste do pato”, que é utilizado para “compreender a natureza verdadeira de um sujeito desconhecido observando as caraterísticas prontamente identificáveis do sujeito”. O “teste do pato”, habitualmente, resume-se assim: “Se anda como um pato, se nada como um pato e se grasna como um pato, então é porque é um pato”.

CRISE POLÍTICA     POLÍTICA

COMENTÁRIOS (de 52):

Fernando Cascais > F. Mendes: Bem, uma coisa é certa, se conseguiram despachar em 14 dias um processo de nacionalização não urgente, tudo é possível, e, Marcelo, acredita que pedindo ao MP que se apresse com a investigação, esta também possa ser célere, reduzindo os prazos para tempos recordistas. Se Marcelo não tivesse pedido para o MP ser expedito, provavelmente, os tempos de espera seriam os mesmo que os do caso Marquês. Isto aqui só anda com cunha como muito bem sabemos.                F. Mendes: Artigo útil, embora o número de "casos e casinhos" desde 2022 seja bem superior ao elencado pelo MP. De toda a maneira, relembra e releva um padrão socialista de arrogância, sentimento de impunidade, falta de escrúpulos, sentido de decência (entre outras chagas), que só podia conduzir a isto: um estado falhado, corrupção generalizada, Justiça parada e uma sociedade atónita (e catatónica) com o que se passa à sua frente. Quanto ao teste do pato, uma versão pessoal: já repararam que Marcelo e os socialistas se apressaram a exigir um desfecho rápido para este processo de eventual corrupção do PM, sem que se revelem incomodados com o facto vergonhoso de Sócrates estar por julgar há 9 (nove) anos? Pois é, quando os "patos" não grasnam, não são eles os patos, somos nós               Jorge Tavares: Como é que temos DOIS primeiros-ministros investigados pela justiça em dez anos?! Era nisso que qualquer socialista honesto e sério devia estar a pensar.                Fernando Cascais: A máquina socialista é muito grande, e o aviário de onde saem os governantes socialistas tem grande produção.  Dizem que PNS tem grande influência na máquina socialista, dominando muitas federações e concelhias do PS. Esta influência resulta de um negócio em que a promessa de um cargo caso chegue ao poder é a moeda de troca. Quem diz PNS, diz outros putativos primeiros-ministros na conquista do partido. Chegados ao poder cumprem-se as promessas. Ontem, numa entrevista aqui no Observador, um filho de Carlos César - deduzo; César e do PS - perfilava-se para um cargo num futuro governo de PNS, ao manifestar todo o seu apoio.  É assim, que aparecem estas encomendas no governo. Como a máquina é muito grande e todos estão à espera de uma oportunidade, não há lugares disponíveis para não-sócios.  Para muitos dos apoiantes das distritais, chegar ao poder é ganhar um “tool” na forma de um pé-de-cabra (ou saca-rolhas) para abrir portas. Por exemplo, se bem que ligeiramente diferente, diria, que se Marcelo não fosse presidente as gémeas brasileiras não teriam tido acesso ao tratamento, porque, a nora e o filho não teriam influência. Abrir portas é um Ás de trunfo. Poder exercer influência é um vício que coloca no céu qualquer capeta.  Aqui chegados, diria que o regime está corrupto à nascença, porque, ninguém consegue chegar a primeiro-ministro sem pagar favores, e, sabe-se lá a quem. Como é que saímos disto? Ninguém sabe, ou melhor, saber até sabemos, mas hoje seria impossível voltarmos a ter um novo Salazar, ainda por cima, correndo o risco de um novo ditador ser ainda mais corrupto que o bando socialista. Um governo é a imagem do povo que governa, não tenhamos dúvidas.                   Manuel Gonçalves: Costa é profundissimamente corrupto e agir como tal é para ele um estado natural: - um amigo ( DLM ) como interlocutor/ homem de palha de interesses; - o governo transformado num circuito de nepotismo e venda de privilégios administrativos; - todo aquele dinheiro na Residência Oficial e não sabia..!? não utilizava? Está ao nível dos grandes crápulas políticos: Craxi, Berlusconi, Maduro, Lula, Netanyahu, entre inúmeros outros, que tentam e conseguem resistir a tudo, porque sabem que sem poder, são uma inexistência como seres humanos, uns meros sujeitos de acusação criminal. Perdeu qualquer hipótese europeia e já se agarra à Presidência da República, como um náufrago a uma derradeira oportunidade, apesar de sempre ter dito que não era do seu agrado. A total degradação do governo e do estado, numa repetição mimética do socratismo.                F. Mendes > Fernando Cascais: O que é também estranho, é que o Marcelo não tenha pedido celeridade no esclarecimento do caso do medicamento dos 4 milhões. O homem quase de certeza, mentiu. Atente-se no testemunho do coordenador de neurologia do Hospital de Santa Maria e as perplexidades são mais do que muitas. E quanto ao Costa, vamos ver no que vai dar: demitiu-se mas continua em funções. Espero que o escândalo não seja abafado, o caso arquivado, e ele saia em ombros, qual herói de uma opereta de 5ª categoria. Já nada me admira neste país desgraçado.         JOHN MARTINS: Depois de ler esta fidedigna acta, referente a um ano, sobre as contratações de ministros e secretários do, agora  auto-demissionário 1º Costa; chegamos à conclusão, que foi de uma ignorância extrema e da maior incompetência como conduzia a coisa pública. Era tudo à balda. Sem sequer se dar ao cuidado quem tinha dentro de casa, com livros de páginas forradas a €uros...Tudo somado, saiu inglória e humilhantemente de onde nunca devia ter entrado!!!                 Lúcia Henriques: Este Costa devia ter sido demitido em 2017 aquando dos fogos, mas como estava em lua-de-mel com o presidente nada aconteceu. E transformou-se num pântano.                    Cisca Impllit: Patos somos nós que pagamos sempre o pato             Maria Tubucci: Oh Sor MP, vamos pôr os pontos nos patos. Os patos vivem num pateiro ou em qualquer outro terreno pantanoso, infecto e putrefacto, sujando somente as patas até ao papo.  As patas do bicho são: uma é o Ganzalamba a outra o Escarro, todas as restantes penas sujas são os caçados pela PSP, depois temos a cabeça branquinha que pertence ao padrinho. Agora matar um pato é complicado, mesmo com a cabeça cortada continua a andar e para depenar então é uma carga de trabalhos. O arroz de pato vai-nos custar os olhos da cara! Falta ainda acrescentar que, os patos andam em bando, fazem um ruído ensurdecedor e voam para longe e vêm de longe. Uns vêm da Covilhã, outros de Goa e outros ainda de Macau, e tanto podem voar para a ONU como para a Ericeira ou quiçá para Belém. Entretanto, São João da Madeira também nos quer enviar mais um pato para liderar o bando.                 JOSÉ MANUEL: A máquina de propaganda do PS, com a prestimosa ajuda de comentadeiros, provavelmente pagos com dinheiro escondido em vinho, quer fazer acreditar que é normal, para um angelical ser (voador, como as vaquinhas) como kosta, passar 25 anos rodeado dos maiores vígaros da história do país e não estar minimamente envolvido e nunca ter desconfiado de nada. Quem quiser, pesquise o envolvimento do Lacerda no SIRESP, kamovs, TAP, etc. e acredite no que quiser.         Lily Lx: O PS do século XXI é isto: corrupção e nepotismo.            José Cordeiro: Há muito muitos patos no PS!                Amigo do Camolas: Foi uma história bonita. Costa perdeu as eleições. Como todo o bêbado perdido, arranjou maneira de chegar ao poder sem ganhar as eleições. Por poucochinho conseguiu uma geringonça. Soltinho, começou a fazer do estado uma verdadeira pizza familiar. Inchado, tudo o que era suspeito era para ignorar. Como a coisa estava fácil, aproveitou para chamar os seus amigos mais competentes para tratar de todas as grandes negociatas do estado. Quase no fim, demitiu-se porque estão todos enrolados em esquemas criminosos de tráficos de influência. E no fim, o diabo chegou outra vez: Ele demitiu-se em directo mas não foi ele que se demitiu. Normal.                  Pedro Fernandes: Apesar de aparentar que o PM actua com leviandade na escolha e manutenção de pessoas a colaborar na sua equipa governamental, o que agora se veio a saber (com mais detalhe) sobre João Galamba, talvez explique melhor a insistência de António Costa em mantê-lo no governo. Afinal parece haver, “alegadamente”, um critério…                JP Ribeiro: É ou não é legítimo concluir que o Presidente da Republica, que conhece tudo isto, e que mesmo assim mantém Costa no cargo, é conivente?             Kakuri Kanna: Pergunte-se por que razão sempre em períodos onde seria de esperar que o PS se mantivesse em funções, acontece que os seus governos caem por demissão de PMs? O caso de Guterres e depois de Barroso que saiu, em vez de servir Portugal dando lugar a Sócrates, ajudado por Sampaio, o caso de Costa e do PS ajudado por Marcelo com a desculpa que o PS precisa de se organizar, quando as eleições deveriam ser em Fevereiro, não havendo razões que não sejam pessoais por parte do PR. O caso de Sócrates/Costa desde então, mantém a rede de máfias com o apoio subterrâneo da Maçonaria que se banalizou nas seleções e nas entradas de irmãos há muito tempo, o grupo de Macau é um exemplo que aí está e já deu filhos e netos. O poder e a propaganda feita pelos media a um sujeito sem razão de sabedoria ou de experiência política Pedro Nuno Santos, sem ser a de um indivíduo que é criptocomunista, mas no entanto no PS por conveniência e de que apenas se conhecem decisões gravosas para o país, como muitos outros como foi caso de Temido, um dos coveiros do SNS ou ASS um outro sem eira nem beira, se não estivesse no PS fazem de Portugal um país sem futuro. O PR tem todas as culpas já demonstradas em poucos dias e decerto que se irão avolumar pelas decisões de quem se serve do cargo para no fim decidir mal e sem razão, afinal este OE não tem nada de positivo e se não aprovado nada de mal viria ao mundo, logo serve de ajuda ao PS, ao PCP e ao BE e a Pedro Nuno Santos, um sujeito apenas conhecido pelas piores razões com uma cobertura dos media falidos na sua maioria, sempre à espera dos subsídios dados pelo governo em funções, antes, agora e até às eleições. Este foi o legado de Marcelo como sempre igual a si mesmo, um indivíduo que nunca cresceu, usando a frase que ao pai foi dada como reprimenda: "filho de Secretário de Estado não é Secretário de Estado quando de calções se chegou à frente numa cerimónia pública, logo afastado".         João Ramos: António Costa está tão habituado a viver dentro da corrupção que até já a acha normal, e a prova disso são todos estes incríveis casos aqui citados e não só, mas o pior de tudo é o se ter demitido e logo a seguir vir qual virgem impoluta atirar-se contra o presidente da República e começar, como se não fosse nada, a fazer propaganda política pelo PS, o homem não presta e não tem vergonha na cara. Por mim ele é tão culpado como os seus amigos traficantes de influências e por isso é que ele lá os mantinha! Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és…             Pedro Violante: Se se investigar a quantidade de negócios imobiliários em que membros dos governos de António Costa, incluindo ele, compraram imóveis e os venderam em pouco mais de seis meses pelo dobro do que compraram, comprovar-se-á que são esquemas de pagamento de favores, ou seja, corrupção. Ainda me lembro de um apartamento que António Costa comprou em Lisboa por meros 50 mil Euros a um casal de velhinhos (há alguns anos é certo) que era para o seu querido filho e vendeu-o poucos meses depois por mais do dobro. Investigue-se as contas bancárias do casal de velhinhos e seus familiares e descobrir-se-á alguma entrada de dinheiro "estranha" sem ligação aparente ao negócio do apartamento. Cheira mal, muito mal. Só enganam quem quer ser enganado.             

Nenhum comentário: