Desde os tempos clássicos que as gerações
mais velhas consideram as mais novas com rigor bastante crítico, ameaçadoras
que estas foram - e são - da estabilidade social, orientada como deve ser a
partir de modelos morais. Mas, talvez por esse motivo tão recuado de “crítica à
velho do Restelo” inutilmente modelar, confiemos em que a idade em todos os
tempos traz sabedoria, não devendo preocupar-nos assim tanto, como descreve Patrícia Fernandes.
Mas o problema é que a demasiada
severidade adulta, quer de pais quer de professores foi, desde os primórdios de
“Abril”, posta em causa, até mesmo punitivamente, pelas leis então impostas no
nosso país, em que ela é penalizada por uma democracia de alarde ignorante e
provocatório, tanto nos lares como nas escolas.
Julgo, pois, que por cá não teremos safa,
e Patrícia Fernandes, tem perfeita
razão nos expressivos dizeres da sua crónica, coadjuvada pelos seus
comentadores.
A geração fada-dos-dentes
Deveríamos regressar a um modelo
educativo em que o objetivo não seja proteger emocionalmente os estudantes mas
torná-los mais fortes ao sujeitá-los a ideias exigentes, provocativas e até
ofensivas.
PATRÍCIA FERNANDES
Professora na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho
OBSERVADOR, 27
nov. 2023, 00:2030
“A educação não deve ter como
objectivo fazer com que as pessoas se sintam confortáveis, mas fazê-las
pensar.” Hanna Holborn Gray
1.O momento Halloween
É provável que todos aqueles que
acompanham o que tem vindo a acontecer nos campi norte-americanos
tenham o seu momento-de-verdadeiro-espanto, isto é, aquele momento em que os
olhos se reviraram nas órbitas, a boca se entreabriu e demos por nós a pensar
que isto não é normal, que tem de haver alguma coisa de muito errado com
aqueles jovens, que o mundo se tornou num lugar demasiado estranho. O meu
momento-de-verdadeiro-espanto é a controvérsia
sobre o Halloween que teve lugar na Universidade de Yale em 2015.
(Por uma questão de espaço e tempo, terei de resumir o que aconteceu, mas o
artigo publicado na The Atlantic é muito completo.)
Como
quase tudo na nossa nova vida digital, esta história começa com um e-mail. Neste
caso, um e-mail enviado, pouco antes do Halloween de 2015, por membros da
administração da Universidade de Yale com indicações sobre o tipo de trajes que
os estudantes deveriam evitar nessa noite, considerando as novas preocupações
morais relativas à apropriação cultural e aos comportamentos ofensivos para as
minorias. Em resposta, Erika Christakis, responsável, juntamente com o seu
marido Nicholas, pelo Silliman College (uma das residências da
universidade), enviou um e-mail aos estudantes dessa residência com o
objectivo de provocar a reflexão: como
especialista em desenvolvimento infantil, Erika recordou que o Halloween foi
sempre um momento de transgressão das crianças e dos jovens que os adultos
tentaram controlar, e desafiava os estudantes a reflectir sobre se aquele
e-mail com indicações sobre o que vestir não seria mais uma tentativa de os
adultos exercerem controlo sobre os mais jovens, limitando a sua liberdade.
“Será
que não há espaço para uma criança ou um jovem ser um pouco desagradável… um
pouco inapropriado ou
provocativo ou, sim, ofensivo? As universidades norte-americanas foram
outrora um espaço seguro não apenas para o amadurecimento, mas também para uma
certa experiência regressiva, até mesmo transgressiva; cada vez mais, ao que
parece, tornaram-se espaços de censura e proibição. E a censura e a proibição
vêm de cima, não de vós! Será que estamos todos de acordo com essa
transferência de poder? Será que perdemos a fé na capacidade dos jovens – na
vossa capacidade – de exercer autocensura, através de regras sociais, e também
na vossa capacidade para ignorar ou rejeitar coisas que vos incomodam?”
Partilhava
ainda a posição do marido:
“O
Nicholas diz: se não gostarem de um traje que alguém está a usar, desviem o
olhar ou digam a essa pessoa que ficaram ofendidos. Falem uns com os outros. A
liberdade de expressão e a capacidade de tolerar ofensas são os pilares de uma
sociedade livre e aberta.”
É provável que nenhum professor a leccionar
em universidades norte-americanas hoje, oito anos volvidos, se atrevesse a
dizer algo como isto, tentando promover a reflexão, com apelo ao bom senso,
diálogo e livre troca de argumentos. Mas Erika e Nicholas ainda não estavam
preparados: em resposta ao seu e-mail,
o casal foi sujeito a uma campanha de humilhação pública, com protestos,
insultos e pedidos de demissão.
Os vídeos que mostram Nicholas Christakis
a tentar conversar com os estudantes são pungentes pela sua tentativa frustrada
de aplicar com aqueles jovens os tradicionais termos de discussão racional e
equilibrada. Mas os estudantes, debaixo de uma enorme carga emotiva, pretendiam
tudo menos uma conversa razoável:
“ – Na sua posição de responsável, é sua
função criar um espaço de conforto e de lar para os estudantes que vivem em
Silliman. Você não fez isso. Ao enviar aquele e-mail está a ir contra a sua
posição de responsável. Entende isso?! – Eu não concordo com isso, respondeu
Nicholas.
– [aos gritos] Então por que [palavrão] aceitou a posição?! Quem [palavrão] o
contratou?! Deveria demitir-se! Se é o que pensa sobre ser responsável, deve
demitir-se! Isto não é sobre criar um espaço intelectual! Não é! Entende isso?
É sobre criar um lar. Você não está a fazer isso!”
Para o caso de a minha descrição não ter
sido suficientemente clara, vou repetir-me: eles
estão a protestar porque se sentiram ofendidos, magoados, violentados… com um
e-mail. Passemos ao ciclismo.
2Trauma, dano e violência
Para quem nasceu na década de 1980 em
Portugal, é difícil que as memórias de infância do Verão não misturem calor,
saudades da escola e demasiado tempo livre com imagens da Volta a Portugal,
seguida com entusiasmo por todos. Henrique Casimiro deve guardar memória desse tempo: com
37 anos, foi um dos ciclistas mais experientes na Grandíssima de 2023 e falou à
RTP sobre diferenças geracionais:
“Não gosto de dizer ‘no meu tempo’,
porque ainda estamos aqui todos, mas noto
que desanimam mais facilmente. Eles nos momentos difíceis vão-se abaixo. Se
calhar porque as coisas foram muito facilitadas; hoje em dia tenta-se dar todas
as condições e não se passa aquele processo. É preciso ter algumas desilusões
ou ter alguns momentos menos bons para crescer.”
Há quem levante obstáculos a este tipo
de reflexão por entender que se está a generalizar comportamentos e a culpar os
mais novos. Mas afasto-me dessa crítica: em sentido contrário, se há
algum problema com as gerações mais novas, ele será responsabilidade das
gerações mais velhas, que, procurando criar uma vida e um mundo melhor para as
novas gerações, acabaram por gerar uma série de problemas. E embora
neste tipo de análise se corra sempre o risco de generalizar, não deixa de ser
importante identificar as tendências que se notam entre os mais novos, uma vez
que essas reflexões já estão a ser feitas em outros países ocidentais e podemos
usá-las para compreender melhor o que está a acontecer entre nós.
Em bom rigor, não se trata de uma
reflexão nova. Num dos textos canónicos do feminismo, publicado em 1963, Betty Friedan afirma:
“E
novos e estranhos problemas têm vindo a ser relatados sobre as gerações de
crianças que estão a crescer com mães que estiveram sempre presentes,
conduzindo-os de um lado para o outro, ajudando-as com o trabalho de casa – uma
incapacidade dos rapazes e raparigas que estão a entrar nas universidades hoje
para suportar a dor ou a disciplina ou de procurar qualquer autossuficiência.”
Mas o tema tem sido revisitado com cada
vez mais frequência em estudos que revelam um mesmo padrão social: a
aceitação generalizada da ideia de que as crianças são extremamente frágeis e
que precisam, por isso, de ser superprotegidas.
É precisamente sobre este
argumento que se debruçam o psicólogo social Jonathan Haidt e o jurista Greg
Lukianoff em The Coddling of the American Mind (infelizmente,
ainda não traduzido entre nós), de 2018: os autores procuram explicar a mudança
que se tem vindo a verificar nos campi norte-americanos com as novas
gerações de estudantes a exigir cada vez mais limitações à liberdade de
expressão (desde cancelamentos de conferências, avisos para possíveis conteúdos
traumatizantes ou criação de espaços seguros).
A particularidade da sua abordagem é que
não se dedicaram a uma análise política dessa mudança, mas focaram-se nas
justificações que eram dadas para essas exigências: os estudantes utilizam uma linguagem medicalizada, considerando
que “certos tipos de discursos – e mesmo o conteúdo de alguns livros e
disciplinas – interferiam com a sua capacidade de funcionamento (ability
to function). Eles queriam ser protegidos de material que acreditavam poder pôr
em risco a sua saúde mental ao ‘espoletar traumas’ ou ao fazê-los ‘sentirem-se
inseguros’”.
O livro reflecte sobre vários factores que terão concorrido para a
criação de uma geração emocionalmente tão frágil. Alguns deles resultam do contexto
especificamente norte-americano, mas os restantes são pontos de partida
fundamentais para a nossa reflexão. Em primeiro lugar, devemos ter em
conta o surto de problemas mentais (sobretudo associados a ansiedade e
depressão) que marca esta geração. Razão importante para este surto encontra-se no
facto de esta ser a i-Gen (geração-internet),
que cresceu com telemóveis-espertos nas mãos e, nessa medida, com menos vida
social e menos vida não supervisionada por adultos. Particularmente
relevante é o facto de os estudos revelarem que este surto afecta com mais
prevalência as raparigas (o que, por sua vez, tem sido relacionado com o surto
de transição sexual ou de género que as afecta mais). Em segundo
lugar, os autores referem a “paranoia
parental” que tende a superproteger as crianças, controlar todos os aspectos
das suas vidas e estimular muito pouco a sua autonomia, supervisionando todas
as actividades e relações sociais. Em terceiro lugar, os autores
avançam o argumento do declínio do jogo, isto é, o facto de as
crianças brincarem cada vez menos e pouco sem a supervisão dos adultos, o que
se traduz em limitações sociais graves: não aprendem a criar
regras autonomamente e não desenvolvem competências psicológicas essenciais
para se tornarem adultos mentalmente saudáveis e capazes de funcionar adequadamente.
3Prepare a criança para a estrada, e não a estrada para
a criança
O argumento de Haidt e Lukianoff parte
da seguinte metáfora: da mesma forma que o aumento da intolerância ao amendoim
(nuts em geral) registado nas últimas décadas resultou da decisão de
evitar que as crianças entrassem em contacto com nuts, também a
crescente fragilidade emocional das gerações mais jovens resulta do facto de
eles terem sido demasiado protegidos das adversidades. Assim como as crianças devem ser expostas
gradualmente a substâncias capazes de causar intolerância alimentar para que o
sistema imunitário se vá desenvolvendo, também as adversidades, as
dificuldades, os obstáculos, o esforço e mesmo a dor ou sofrimento devem fazer
parte da vida das crianças para que elas se tornem emocionalmente mais
resilientes.
É desnecessário dizer que os pais,
familiares ou professores não têm como objectivo prejudicar as crianças: os actos
de protecção são sempre justificados com amor, preocupação e a biológica
necessidade de oferecer uma vida mais segura e confortável. Os efeitos
têm sido, no entanto, muito prejudiciais. Em I find that offensive, Claire Fox consagrou a expressão “generation snowflake” (geração floco
de neve) para se referir a essa geração que, tendo sido educada na cultura do cuidado (“care”), nomeadamente
com a obsessão em torno do bullying e
dos traumas, se tornou incapaz de lidar com as dificuldades da vida
real, nomeadamente com opiniões diferentes das suas, fazendo equivaler ideias
ou palavras a actos de violência.
Em sentido contrário, deveríamos educar as crianças para saberem
lidar com a adversidade e regressar a um modelo educativo em que o objectivo
não seja proteger emocionalmente os estudantes mas torná-los mais fortes ao
sujeitá-los a ideias exigentes, provocativas e até ofensivas.
4A geração fada-dos-dentes
A mesma geração que se lembra da Volta a
Portugal recorda-se também de uma liberdade perdida: ir a pé para a escola,
brincar com os amigos na rua até à hora de jantar, não ter telemóvel. Em Portugal, as últimas décadas têm sido
marcadas por um modelo de parentalidade que, à semelhança do que tem acontecido
em muitos países ocidentais, visa proteger as crianças das adversidades, o que
exige o controlo de quase todas as dimensões das suas vidas. Basta pensar nos
pais que ajudam os filhos a fazer os trabalhos de casa quando já estão no
secundário; ou naqueles que sabem todas as datas e notas dos testes; naqueles
que os levam sempre à escola de carro e no Verão os vão buscar à discoteca de
madrugada. Ainda que
carregados de boas intenções, o problema é que quando os alunos chegam à
universidade são muito pouco autónomos e continuam a exigir a protecção dos
adultos (quantos professores não são contactados pelos pais de alunos
universitários? e como interpretar o número crescente de jovens adultos que não
tiram carta de condução?).
Esta diferença geracional pode ser
simbolicamente representada entre nós pela generalização da figura da
fada-dos-dentes, que passou de uma presença residual na nossa cultura para um
recurso quase obrigatório no crescimento das crianças. E tal como Haidt e
Lukianoff afirmam, a relevância não está na presença deste mito, que tem uma
longa história na tradição cultural de muitos países, mas nas justificações que
são dadas para usá-lo: o que
encontramos nos blogs sobre parentalidade é a ideia de que a fada dos dentes é
uma forma de tornar a queda dos primeiros dentes menos traumatizante, pois
ajuda a diminuir a ansiedade, a lidar com a angústia emocional e
o medo de perder coisas e sentir dor. O resultado é que
um acontecimento que deveria ser encarado como normal e banal na vida das
crianças passa a ser enquadrado como possível trauma e fonte de dano emocional
– exigindo dos pais uma proteção imaginativa.
É
esta geração que chega hoje às universidades portuguesas, agravadas emocional e
intelectualmente pelos anos de pandemia: são emocionalmente mais frágeis,
revelam dificuldade em lidar com o stress e as exigências do ensino superior e
tendem a interpretar qualquer adversidade como um desafio inultrapassável. Não
é por isso surpreendente o estudo, noticiado pelo Público, que
releva níveis elevados de stress e
dificuldade emocional nos alunos da Universidade de Lisboa.
A experiência de quem lecciona no ensino
superior é a de que o número de alunos que chega impreparado é cada vez maior e
isso acontece não só em termos de competências intelectuais e de conhecimento,
mas também em termos de competências emocionais. A
consequência tem sido a de pressionar as universidades para que acomodem as
características das novas gerações e corrijam a sua missão e a sua exigência,
nomeadamente facilitando no processo de avaliação para que não se torne
traumatizante para os alunos. E como aprendemos com os outros países, não
levará muito tempo até que isto se reflicta nas dimensões do pluralismo
político e intelectual: aliás, a notícia do Expresso sobre o
protesto na Universidade do Minho contra o assédio universitário referia o caso
de uma aluna que “pegou no megafone para mostrar o descontentamento com um
e-mail antiaborto que circulou no mail da instituição” e que “sentiu ‘vergonha’
pela instituição não se pronunciar sobre o assunto” (subentende-se: não
condenar o envio de um e-mail com ideias tão inaceitáveis).
Boas
intenções têm muitas vezes maus resultados. Mas se não estamos a preparar os
mais novos para a estrada, não está na altura de falarmos sobre o assunto?
JOVENS SOCIEDADE ESTUDANTES EDUCAÇÃO UNIVERSIDADES
COMENTÁRIOS (de 30)
Rosa Lourenço: Exactamente o que acontece,
actualmente, em Portugal. As crianças são umas florzinhas de estufa, débeis, sem qualquer capacidade
para enfrentar quaisquer obstáculos ou contrariedades. Em vez de se promover a
exigência e a meritocracia, defende-se a mediocridade e o facilitismo. Qualquer
repreensão de pais ou professores provocam danos irreparáveis para a vida, são
traumas que estrangulam a liberdade. Sem autoridade, sem disciplina, sem exigência, sem
estímulo à curiosidade, sem qualquer obrigação, como estarão preparados para o
ensino superior? Claudia
Mealha: Excelente artigo sobre uma realidade muitíssimo preocupante. Lápis Afiado: Grande análise da sociedade de
bebés que se está a criar José Miguel Pereira: Alguém dizia que o declínio da
civilização ocidental começou quando os parques infantis passaram a ser
pavimentados com superfícies amortecedoras das quedas. Tim do Á: Verdade. Estamos a preparar uma
geração de impreparados que não sabe o que é uma contrariedade nem lidar com
isso e que só há direitos que é o que lhes ensinam nas disciplinas de
cidadania. Sem deveres, claro.
José B. Dias > Américo Silva: Nada como ser sequestrado por
fanáticos religiosos armados para melhorar a saúde, incrementar a higiene
pessoal e transformar qualquer malandro num poço de virtudes. Nem sei por que não se
estabeleceu ainda um turismo de sequestro ... José Boto: Um artigo maravilhoso, sobre
uma realidade que anuncia maus prenúncios! João Floriano: Mas se não estamos a preparar
os mais novos para a estrada, não está na altura de falarmos sobre o assunto? Sinceramente, acho que não vale
a pena, porque será gastar saliva em vão. Esta geração que alguns convenceram
que é a mais bem preparada de sempre, não quer ouvir e julga-se na posse de
toda a razão. Eles estão completamente certos, os outros completamente errados.
Um dia terão de se fazer à estrada, à vida e o choque com a realidade fora de
terrenos onde estão protegidos, onde são ouvidos, é o que os espera. Aí
aprenderão rapidamente, mas duramente também, que as coisas são muito
diferentes do que imaginavam quando estavam dentro da tribo. Haverá os que
aguentam, os que aprendem, mesmo após meses de stress e depressão, os que se
tornam resilientes. Outros serão aquilo a que se chama latebloomers e haverá os
que ficarão para sempre adolescentes, para seu mal e para o mal dos que têm de
os aturar. Nada pior do que um eterno adolescente grisalho. Estes jovens
inseguros, deprimidos, ignorantes, iludidos e para os quais eu não tenho
paciência, são no entanto o resultado de um fenómeno que não era tão agressivo
«no meu tempo»: um número muito significativo vem de famílias disfuncionais ou
se não forem disfuncionais famílias alargadas onde há os meus, os teus, e os
nossos. São famílias bem mais complicadas hoje do que ontem. Muitos destes
jovens foram criados por famílias monoparentais, muitas vezes as mães
assessoradas por avós e onde falta a figura masculina. Na adolescência há uma
tendência normal para o confronto da autoridade parental, ou do adulto. Se à
necessidade de confronto se juntar o sentimento de culpa do adulto que se
recrimina por não ter sabido dar ao jovem melhores condições, estão reunidos os
ingredientes para um conflito de gerações. Tive esta situação na minha vida e
«convidei» o jovem insatisfeito a fazer-se á estrada quando tinha 19 anos.
Nunca me arrependi.
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