quinta-feira, 16 de novembro de 2023

E o vasto mundo dos sensíveis


 Colabora nessa manipulação da História. Será por inveja? Não julgo que seja por altruísmo para com os menos favorecidos, desses benfazejos, que não se indignam, contudo, contra a condição de vida dos trabalhadores indianos no Dubai, por exemplo, mas outros exemplos há, e tantos cá. Um texto de grande seriedade moral e intelectual, de João Marques de Almeida, e seus comentadores..

Equívocos e mentiras sobre Israel

Ao contrário de Israel, o Hamas mistura indiscriminadamente a população civil de Gaza com as suas forças armadas, esconde soldados e guarda armas em escolas, mesquitas e hospitais.

JOÃO MARQUES DE ALMEIDA

 OBSERVADOR, 25 out. 2023, 00:1956

 

1Israel não ocupa Gaza, ao contrário do que muitos dizem. Israel abandonou unilateralmente a Faixa de Gaza em 2005, e nunca mais voltou a ocupar o território. Tem as fronteiras com Gaza fechadas, tal como o Egipto. No dia 7 de Outubro, todos perceberam as razões por que Israel não abre as fronteiras com Gaza.

Israel só ocupou Gaza em 1967, depois de ter derrotado o Egipto na Guerra dos Seis Dias. O Egipto ocupou Gaza entre 1949 e 1967. Por que razão as autoridades egípcias não deram a independência a Gaza como parte do Estado palestiniano? E por que razão o Egipto não quis Gaza quando assinou o tratado de paz com Israel em 1979 e recuperou o Sinai?

2Todos exigem que Israel respeite o direito internacional, mas ninguém pede o mesmo ao Hamas. O direito da guerra divide-se entre as causas justas da guerra, para o recurso à força militar, jus ad bellum; e as regras humanitárias que devem ser reconhecidas durante a guerra, o jus in bello. As regras humanitárias devem ser respeitadas por ambos os lados em conflito. O tratamento das populações civis durante o curso da guerra é uma das questões centrais do direito humanitário internacional. Vamos então comparar o que fazem o Hamas e Israel. Ninguém pode negar que no dia 7 de Outubro, quando atacou Israel, o Hamas não fez qualquer distinção entre alvos militares e alvos civis. Atacou ambos indiscriminadamente. E podia e devia ter feito essa distinção elementar porque Israel separa de um modo absolutamente claro as populações civis das instalações e das forças militares. Israel é um país que defende e protege os seus civis, uma regra central do direito das nações.

Ao contrário, o Hamas mistura indiscriminadamente a população civil de Gaza com as suas forças armadas, esconde soldados e guarda armas em escolas, mesquitas e hospitais. O Hamas nada faz para proteger a população que governa em Gaza. Faz tudo para transformar os civis de Gaza em vítimas e mártires da guerra com Israel, para depois mostrar os seus corpos nas televisões. Este comportamento é próprio de um regime brutal que impõe o terror à sua população. É uma tarefa quase impossível para Israel não atingir populações civis. O Hamas usa os civis de Gaza como escudos humanos.

Mas as violações do direito internacional por parte do Hamas não ficam por aqui. A prisão de reféns civis é uma violação flagrante do direito internacional e das leis humanitárias elementares da guerra justa.

CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO     

 MUNDO COMENTÁRIOS (de 56)

Filipe Paes de Vasconcellos: Para além de tudo o que disse e com o qual concordo, há um aspecto muito preocupante que é a propaganda nas nossas televisões (e também de todo o mundo ocidental) dada à política do HAMAS com a passagem de imagens horrendas, horas e horas a fio e em lumping e editadas pelo grupo terrorista. Acho que a Europa continua a brincar com o fogo.                  José B. Dias: As populações são o Hamas, escondem o Hamas, protegem o Hamas, alimentam o Hamas. Convinha não esquecer que elegeram o Hamas, e nada fizeram em defesa das oposições desde que em 2007 os seus membros foram caçados e mortos pelo mesmíssimo Hamas. É muito difícil distinguir o Hamas dos poucos que nunca os apoiaram e se mantêm por lá ... e vivos.               Vitor Batista > José Roque: Você é ignorante ou faz-se? Israel diz sempre onde e quando vai atacar, mas o hamas como bons facínoras que são, não deixa essa mesma população fugir, percebeu ou precisa de desenho?               João Amorim: Não se pode comparar o incomparável: o Hamas com o Governo de Israel, os terroristas armados desta organização de malfeitores com as Forças de Defesa de Israel, e os actos demoníacos de 7 de outubro com qualquer operação militar ou mesmo de guerrilha: foram ultrapassados todos os limites. A discussão sobre os problemas e o futuro daquela região e dos dois povos que ali vivem e reclamam o mesmo território situa-se noutro plano e tem outros protagonistas, que são o Estado de Israel e a Autoridade Nacional da Palestina. Todos reconhecemos o drama do povo palestiniano e a dureza das condições em que esta comunidade tem (sobre)vivido desde há 60 anos para cá, condições essas em parte causadas por erros imperdoáveis das suas lideranças e dos Estados árabes da região, noutra parte em razão da dureza com que o Estado de Israel os tem tratado. Mas os planos não podem ser confundidos num mesmo encadeamento, e foi esse o erro tremendo de António Guterres nas suas recentes e infelicíssimas declarações.               AdOB > João Amorim: Ou seja, as condições duríssimas dos Palestinianos surgem das suas próprias escolhas e das decisões dos seus 'irmãos' árabes. E, de facto, não há comparação... Israel disse umas 6 vezes sim à solução de dois Estados. Os palestinianos e os seus irmãos árabes sempre disseram que não. Sempre que dizem que não e começam uma guerra perdem território e independência. Limites? Pessoas que ficaram presas no séc VIII? Elas não ultrapassaram limites nenhuns, têm é limites diferentes. Paremos de olhar os outros com as nossas lentes. Caso contrário, isto não acaba nunca. A solução da Autoridade Palestiniana é acabar com Israel. Isso não é solução e, enquanto baterem nessa tecla, são somente parte do problema                d. garcia: E , há mais alguns equívocos, dos quais saliento dois.  Ouvimos dizer, diariamente, que Israel é o grande ocupante . Ok , eu percebo , quando falam dos colonatos onde porventura até haverá alguma razão a ponderar. Mas o Hamas, e não só, quando se referem e entoam cânticos  dizendo que o seu território vai do «rio até ao mar...» , não se referem só aos colonatos, mas a todo o território actual de Israel. Então, perante isto,  consultemos na História Universal o que nos dizem os registos históricos sobre Israel (povo judaico)  para ver se de facto é, ou foi,  o grande ocupante? Ora bem, muito resumidamente , segundo aqueles registos , trata-se de um povo que se instalou em Canaã há cerca de 4000 anos e até hoje , que se saiba, nunca abandonou totalmente aquele território.  Bem pelo contrário !  (Canaã , corresponde ao que é hoje o território de Israel, Montes Golã , Cisjordânia , Faixa de Gaza e uma pequenina parte da Jordânia , Síria e Líbano).  Então,  se analisarmos bem , quem foi de facto vitima de ocupações constantes , foi Israel , ao longo desses 4 milénios e por mais de doze vezes.  Foi vendo o seu território diminuir e o seu povo a ser  trucidado, massacrado, exilado e escravizado ou obrigado a emigrarQuanto aos ocupantes de Israel, esses vieram de proveniências diferentes, (Babilónicos, Gregos, Romanos, Árabes , etc...)  alguns de  territórios muito distantes, mas que acabaram por abandonar Israel, deixando lá o que restava do povo judaico bem como alguma diáspora da ocupação,  que se foi fixando em vários pontos do território ou fundindo com o povo judeu No final da 2ª guerra mundial era um povo profundamente enfraquecido e disperso, mas nunca esquecido da sua terra natal Outro equívoco , tem a ver os 544 km de túneis de Gaza em contraponto com Netanyahu Quanto tempo demoraram esses túneis a ser construídos ? 6 meses ?  Duvido !  Acredito que muitos anos.  Com que propósito?   Para que servem tantos Kms de  túneis?  Será para estação de metro do povo de Gaza?  Será para abrigos subterrâneos do povo de Gaza devido a guerras ou às alterações climáticas?  Parece que não!  Então, para quê?  Pelos vistos e pelo que se ouve nas TV's , para servir de base aos materiais e aos operacionais do Hamas,  na «luta contra a politica radical e extremista de Netanyahu» . Mas se Netanyahu foi eleito há cerca de 10 meses e o 7 de Outubro demorou cerca de 2 anos a preparar, em que é que ficamos ?  Talvez a resposta seja muito incómoda porque ao invés , revela um jogo maquiavélico e premeditado .             João Alves > Filipe Paes de Vasconcellos: Os palestianos são mestres a coreografar o horror e a morte. O enterro de um ‘mártir’ é uma dança ritual macabra.              MGLA Age Of Excuse > José Tomás: ...a honestidade intelectual e a profundidade analítica da Dr.ª Carmo Afonso ... esta tudo dito  eheheheheh                   GateKeeper: Excelente artigo caro JMA.                        Sérgio: Certíssimo! Mas meter isso nas cabeças, ocas e nojentas dos imundos demagogos e hipócritas e defensores de criminosos e ditadores e terroristas,  dos esquerdalhados? E pensar que Israel é a única DEMOCRACIA nas redondezas....              João Ramos: Bom artigo onde se põem os pontos nos i’s, tentar culpar Israel por haver danos colaterais nas populações de Gaza, quando estás vítimas fazem parte da estratégia do Hamas em pôr populações civis como seus escudos humanos, um indecoroso crime de guerra e tentar branquear esta situação como fez o inadaptado Guterres, é uma vergonha para ele, para a ONU e para nós portugueses!                   JP: E Guterres foi ontem cúmplice da narrativa anti-Israel (leia-se antissemita) vigente. Mas os nazis são sempre os outros. Hipocrisia execrável! pertinaz Carlos Quartel  Claro que o Hamas devia levar forte e feio ao mínimo ataque…               Carlos Piano: Obrigado pela sua coragem!             Fernando Cascais: Os membros do Hamas não são palestinianos, são libaneses, iraquianos, sírios, egípcios e iranianos. Os palestinianos são dominados por um grupo terrorista com 40 mil efetivos estrangeiros.  A ideia que se procura passar é esta; o Hamas é uma coisa, os palestinianos é uma coisa diferente. Nada mais errado, o Hamas são palestinianos e os palestinianos são o Hamas.                  Carlos Chaves; Caríssimo João Marques de Almeida, concordo em absoluto com a sua opinião, é tão óbvio o que escreveu. Pergunto-me então porquê que não são estes o discurso e a avaliação que são feitas em Portugal no nosso espaço mediático? Estamos definitivamente condenados às agendas de esquerda? O “nosso” PM solidarizou o nosso país à recente posição de Guterres sobre este conflito, como sabemos contrária ao que acabámos de ler, afinal que tempos são estes que estamos a viver?      maria santos: cinismo da ideologia socialista. O oportunismo político de momento. A indiferença pelos valores da civilização greco-romana e judaico-cristã. A negra tradição jacobina (revolução francesa) do PS, pugnando pelo esquecimento, como eles dizem "o que lá vai, lá vai". Tradição de que saliento dois episódios:  - no exercício de competências públicas presidenciais, Jorge Sampaio condecorou Isabel do Carmo, pessoa integrante das FP 25 de Abril, a seita comunista terrorista dos anos 80 em Portugal, com 16 homicídios e 99 ataques à mão armada no seu cadastro. – no exercício de competências de secretário-geral da ONU, António Guterres branqueia a iniciativa do ataque da seita terrorista do Hamas a 7 de Outubro e todo o horror a ele inerente, lançando a responsabilidade pela mortandade no teatro de guerra contra os judeus. Para o socialista Guterres, os actos antecedentes e consequentes do terrorismo do Hamas na faixa de Gaza e Cisjordânea são explicáveis tendo por ponto de partida afirmar a responsabilidade de Israel na sequência dos acontecimentos, tal como o PCP afirmaIdêntica avaliação faz o PCP no âmbito da "operação especial" no território ucraniano, ou seja, os actos antecedentes e consequentes à invasão da Ucrânia por tropas russas são da responsabilidade dos ucranianos À luz da decência, esta atitude é inqualificável, todavia, a realidade destas pessoas é assim. Melhores dias virão.                 luiz branco: E isso diz tudo e é a diferença entre um povo que muito tem dado à Humanidade virado para o futuro, solidário e generoso e gente com uma mentalidade de Idade Média a quem foram dadas armas modernas             Pedro Santos > Américo Silva: Guterres terá querido agradar aos árabes e persas islamitas, mas saiu-lhe o tiro pela culatra. Isto de se querer estar bem com o Diabo e com Deus, normalmente nunca dá bom resultado...               Ana Maia: Meu caro, mas a CS é de esquerda e a esquerda acredita piamente que o colectivo se sobrepõe ao indivíduo e que os fins justificam os meios. É só e apenas isto.               Joana Quintela: O Hamas sabia perfeitamente e exactamente que tudo o que está a acontecer, ia acontecer e fê-lo assim deliberadamente e intencionalmente. Tudo está a correr como eles queriam.  Israel caiu na armadilha e está a ser isolado. O espantoso é que os mesmos que defendem o Hamas defendem também o Irão.  Regimes que violam tudo o que estes seus defensores de esquerda radical defendem. A solução dos dois estados é a única solução possível,  o problema é haver terroristas no caminho, é gente com quem é impossível falar e impossível confiar. Espero que haja ao menos corredores de ajuda humanitária aos inocentes e que Israel tenha ainda paciência, como Job.                madalena colaço: Golda Meir fez questão de visitar Gaza quando esta estava sob o controle do Egipto. O que viu horrorizou-a. Uma população que se dizia protegida pelo Egipto vivia na indigência total. Contudo os estados árabes vizinhos, como o Egipto, desde a criação do estado de Israel em maio de 1948,  declaram guerra a Israel para proteger os palestinianos. Fazem a guerra mas deixam a população na pobreza total. O que Guterres veio agora dizer enquanto representante da ONU não surpreende. Em 2014, o Hamas atacou Israel utilizando os subterrâneos para aterrorizar a população. Quando a guerra terminou, a Direcção dos Direitos do Homem da ONU veio incriminar Israel deste conflito. Consultei à época os crimes de guerra dessa Direcção e fiquei espantada ao ver que os kadafi e o da Correia do Norte...tinham sido incriminadas duas ou três vezes mas Israel somava mais de 2000 incriminações. O paradoxo é que a ONU foi criada com o lema "genocídio nunca mais" por causa do holocausto e agora é uma das instituições que mais combate os judeus.                Pedro Santos: Faltou dizer, já agora, que também transportam terroristas em ambulâncias. O comportamento do hamas é um comportamento de tarados e psicopatas que não tem nada a ver com a alegada luta de libertação de um suposto povo para formar um suposto novo país.

 

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