sábado, 4 de novembro de 2023

Há quem ouse


Contrariar a onda dos vistosos e gritantes apoiantes do Hamas, que se está borrifando para os palestinianos, dos quais se serve como escudo e exposição de exibicionismo sofredor, contra os castigadores israelitas. RUI RAMOS é um desses, desmascarando as hipocrisias embarda, por aí. E muitos outros comentadores também, com uma sinceridade e lucidez que igualmente encantam, na referência às tais hipocrisias da conveniência e conivência bondosamente parciais, na distância da cobardia palradora, protegida que está pelos tais israelitas, afinal defensores solitários do próprio ocidente falador,  à distância...

A derrota do Hamas é importante para todos

A derrota do Hamas interessa a todos, mas é tarefa de Israel. Os outros podem assim permitir-se o luxo de se sentirem chocados.

RUI RAMOS Colunista do Observador

OBSERVADOR, 03 nov. 2023, 00:2172

Quando virem nos ecrãs as caras empoeiradas de crianças feridas na operação militar que Israel conduz em Gaza contra os terroristas do Hamas, pensem que há quem seja completamente indiferente ao sofrimento dessas crianças: é o Hamas. O Hamas sabia o que ia acontecer quando planeou o massacre de judeus de 7 de Outubro. Sabia que os civis em Gaza iam encontrar-se num campo de batalha. O Hamas preparou túneis e bases subterrâneas para se proteger. Usou para isso os materiais de construção que entravam em Gaza. Não os usou para construir abrigos para a população, como existem em Israel. Para o Hamas, os habitantes de Gaza são mais interessantes mortos do que vivos. Mortos, são o material de propaganda com que conta minar o apoio ocidental a Israel.

É este o jogo macabro do Hamas, e perante isso há quem lamente o modo como Israel, ao atacar os terroristas em Gaza, parece jogar esse jogo. É compreensível. Nada como o sofrimento de inocentes para desgastar a razão de uma guerra. A extrema-esquerda anti-semita ocidental aproveita para criminalizar Israel, como se a guerra fosse um simples capricho sádico. Por isso, sem subestimar a dor em Gaza, há que fazer duas perguntas.

A primeira é esta: que sugerem que Israel faça em alternativa? Que deixe em paz os terroristas do Hamas, para continuarem a lançar contra Israel os seus mísseis e operações de rapto e massacre? O Hamas não quer governar Gaza. Ao Hamas, não interessa um Estado árabe independente na Palestina. O Hamas só pensa em destruir Israel e eliminar a população judaica no Médio Oriente. E ninguém tem influência sobre o Hamas, a não ser o Irão, que também não pensa noutra coisa. Muros e defesas anti-mísseis também não pararam o Hamas. Percebe-se que Israel tente derrotá-lo militarmente.

A segunda pergunta é a seguinte: porque não acreditam que Israel está a fazer todos os possíveis para causar o mínimo de baixas civis em Gaza? A 7 de Outubro, o Hamas tentou matar o maior número de judeus, e gabou-se das mortes que causou. Mas Israel é um Estado de direito democrático, com os valores do Ocidente. Por isso, devemos esperar de Israel que respeite princípios humanitários que o Hamas não respeita. Mas devemos também presumir que Israel, condicionado embora pela operação militar, tudo está a fazer para os respeitar.

O que Israel se propôs fazer em Gaza é difícil. Em 2016-2017, forças iraquianas e curdas, amparadas pelos EUA, executaram uma operação similar em Mossul para liquidar o Estado Islâmico, que se fortificara na cidade. Milhares de civis morreram no meio dos combates. Mas a alternativa era tolerar que o Estado Islâmico continuasse a cortar gargantas e a inspirar atentados no resto do mundo. Em Gaza, a guerra é igualmente abominável, mas ninguém tem alternativa, senão deixar o Hamas prosseguir os seus pogroms. É essa a tragédia.

O Hamas não é um pequeno movimento de resistência. É um instrumento da teocracia iraniana. A sua derrota é fundamental. É fundamental para Israel, que nunca poderá viver com uma grande base de terrorismo nas suas fronteiras. É fundamental para o Ocidente, que não pode permitir que um Hamas vencedor volte a pôr o jihadismo na moda, como no tempo do Estado Islâmico. É fundamental para os Estados árabes, que não querem ver o Irão controlar o Médio Oriente. É fundamental para os árabes da Palestina, pois só o fim do terrorismo poderá desbloquear a fundação do seu Estado. Interessando a todos, a derrota do Hamas é, no entanto, tarefa de Israel. É Israel que, por todos, tem de sujar as mãos em Gaza. Os outros podem assim permitir-se o luxo de se sentirem chocados. A hipocrisia tem talvez um lado respeitável, como homenagem à virtude, mas não abusemos dela.

ISRAEL     MÉDIO ORIENTE     MUNDO     GUERRA     CONFLITOS      FAIXA DE GAZA

COMENTÁRIOS (de 72)

Pedra Nussapato14 h: Caro RR, tudo isso é verdade, nas nada disso legitima a morte de civis inocentes, pois mais nebulosa que possa parecer a definição de "civil inocente" quando falamos dos adultos palestinianos, e por mais benéfica que seja a eliminação do Hamas. Se Israel é representante dos valores ocidentais naquelas paragens, por cada elemento morto do Hamas não pode haver 10 crianças mortas. Não pode!       António Cézanne: Quando virem nos ecrãs as caras empoeiradas de crianças feridas na operação militar que Israel conduz em Gaza contra os terroristas do Hamas, pensem que há quem seja completamente indiferente ao sofrimento dessas crianças: é o Hamas. Certeiro, nada mais a acrescentar!               Jorge Barbosa Excelente artigo e também muito corajoso já que nele, racional e factualmente desmascara-se a onda argumentativa que agora, avassaladoramente, toda a esquerda europeia putinesca está a cavalgar a guerra em Gaza para enfraquecer os EUA a NATO, e a UE no apoio à UCRANIA. Exemplo desta nojenta onda de apoio a Putin agora encapotada na defesa dos palestinianos/ Hamás, é a CNN. Veja o descaramento com que este canal televisivo mantem no ar a todo o tempo, e sempre sem contraditório útil o pior comunicador de sempre, o Major General Agostinho Costa, pessoa que entre cuspidelas e gaguezadas forja os seus comentários sempre para defender os terroristas do hamas e atacar as vitimas, os istaelitas, tão só para defender a imagem de Putin a partir de mentiras, meias verdades e fantasias.                  Jose Correia: Com este tipo de artigo, vale a pena continuar a acreditar no jornalismo isento e objectivo. Parabéns!                   Maria Cabral Artigo importante de alguém com coragem para expor a realidade como ela é. A derrota do Hamas é importante para todos, mas acima de tudo para as mulheres, muçulmanas ou não. O triunfo da barbárie só nos levaria de volta à idade média, onde vivem os fundamentalistas islâmicos.                Filipe Paes de Vasconcellos: É profundamente lamentável e perigoso que a imprensa livre e democrática do Ocidente, incluindo a portuguesa, transmita em horário nobre nas rádios e televisões notícias e reportagens, em “looping”, muitas delas editadas pelo próprio Hamas. Na CNN Portugal no princípio da semana e durante grande parte do dia e da noite fizeram passar até à exaustão um vídeo com mulheres e crianças completamente desesperadas de sofrimento, dor, ódio… Na rádio Observador transmitiram-se forma completamente acrítica a notícia de quarto em quarto de hora de que os israelitas já tinham morto mais de 3 mil crianças em Gaza. Assim o Ocidente continua a pôr-se a jeito quando põe os valores financeiros de curto prazo à frente dos valores morais e civilizacionais                 Pedro Calado: Para não variar, mais um excelente artigo de opinião do Rui Ramos.  Muito obrigado por continuar a fazer um jornalismo credível, honesto e, acima de tudo, contrário ao que vigora neste regime estatizante, do politicamente correcto.

Coxinho: Artigo de ideias límpidas que deixa a descoberto a hipocrisia maligna de grande parte da esquerda. José B. Dias > Filipe Paes de Vasconcellos: Na CNN obedece-se à voz do dono. Por aqui ainda me questiono se será ideologia ou pura incompetência e infantilidade ...                  José B. Dias:  Absolutamente na "mouche"! Mas a hipocrisia é já algo de endémico por estas bandas do dito "ocidente".                  JPGSG: Brilhante, Rui Ramos, obrigado!                  Lúcia Henriques:  Vai ser difícil eliminar o Hamas, pois as crianças nas escolas e nos jogos de rua aprendem como matar judeus. Até os desenhos animados fazem o mesmo. Como se explica que aquela população viva de ajudas. Li num jornal que a UE contribui com 53%, países árabes 20% e Estados Unidos e Canadá 11%                     Simplesmente Maria Uma análise séria e importante para todos os que defendem a civilização contra a barbárie. Frases como ... é Israel que tem que sujar as mãos em Gaza. Os outros podem assim permitir-se o luxo de se sentirem chocados. Obrigada.                  Antonio Bentes > Carminda Damiao:  Eu posso explicar. A religião muçulmana é totalmente maniqueísta. Todas as pessoas que não professam o islão são consideradas infiéis e devem ser eliminadas. Por outro lado, a religião muçulmana é a única que professa a conquista do mundo e a morte aos infiéis. Espero que esteja agora esclarecida.                Manuel RB > Carlos Quartel Leio uma única verdade no seu texto: os colonatos no west bank, geridos por extremistas judeus e em permanente conflito com as populações vizinhas. Quanto ao resto é antisionismo puro.

Porque continuam alguns enfiados em campos de refugiados há 80 anos? A defesa da humanidade perante a jiahd islâmica terá de ser contínua. Desfez-se a Al-Qaeda, esmagou-se o Daesh. Há ainda o regime dos ayatollahs e as suas metásteses. Mas ficar de braços cruzados não nos poupa a nada.                  João Ramos:  Perfeito e até que enfim que há alguém com a coragem e a dignidade de pôr os pontos nos i’s quanto ao problema de Israel e na realidade do mundo ocidental, a culpa é sem dúvida do Hamas que no dia 7 de Outubro o seu principal objectivo eram as populações civis e agora em Gaza é usarem essas populaçõés civis como escudos protectores e como elementos da sua propaganda, vergonha para quem tenta confundir a realidade!!!              Gustavo Lopes: Curto e grosso !!! Directo, frontal e incisivo! Mas reflecte o que eu acho há muitos anos…                    Fernando Prata: Excelente artigo, que desmonta os supostos argumentos de uma esquerda cega pelo ódio e sedenta de sangue.                   Joaquim Moreira: Excelente!                 Maria da Graça de Dias: Excelente e factual este artigo de RR.                  madalena colaço: Deu o exemplo de Mossul, mas há muitos mais. Na Siria muitos civis morreram quando os russos com as tropas do regime tentaram erradicar o estado islâmico. O que não se entende é que esses casos foram ignorados. Morreram mulheres, crianças e homens civis e não se viram manifestações nas capitais europeias por esses inocentes que morriam. Para mim é estranho este ódio visceral a um povo que há séculos serve de bode espiatório a todo o mal que acontece no mundo.                 Frederico Teixeira de Abreu: É sempre bom um artigo destes, cheio de bom senso, no meio da loucura que tem sido o debate sobre o assunto, nomeadamente nas televisões.                Sérgio: Soberbo, como sempre!               Paulo Silvestre: Certeiro e corajoso!              Vitor Prata: Excelente texto que não agradará, claro, a antissemitas travestidos de esquerda caviar ou de idiotas úteis na Europa.           Ana Maia: Há uma faixa muito grande da população que está farta dessa hipocrisia, se as elites descessem das suas torres de marfim conseguiam percebê-lo. Quanto ao texto, excelente como o Rui Ramos já nos habituou. José Pires e Borges > Pedra Nussapato: Pois não pode, mas a responsabilidade é do Hamas que põe essas crianças à sua frente. E quem faz essa contabilidade é o Hamas, pelo que tanto podem ser 10 como nenhuma...Como os mortos no hospital foram primeiro 1000 depois 500, depois talvez 50. E não foi nenhum míssil israelita. Nem caiu no hospital, mas no parque de estacionamento. Mas a narrativa do Hamas é a mesma. Por isso, sem confirmação de fontes credíveis, valem zero, os números que dali vêm.                Carminda Damiao: Excelente artigo. Obrigada pela coragem e lucidez deste artigo.                José Pimenta: A verdade nua e crua             João Floriano: Excelente.                 GateKeeper: Caro RR, obrigado. Há  que pôr  "os pontos nos ii" relativamente a esta "matéria". Temos aqui quem negue, manipule e aldrabe a História com as suas "estórias &  narrativas", encobrindo uma "aliança dolosa" e terrorista que já  se espalhou por todo o chamado "mundo ocidental". É  tempo das águias e não tempo das "pombinhas da catrina", [demagogo-liberalecas de bolso, wokes a la mode e artificio-virtuais  d'ecrâ ]e dos "abutres russo-iranianos- libaneses". Bom fim de semana.            Rui Pedro Matos: Viva Israel!                João Amorim: Mais um excelente artigo sobre este tema, a juntar a outros publicados também aqui no Observador.                  António Sennfelt > Lúcia Henriques: E os riquérrimos países árabes, com quanto contribuem? Com zero!             António Afonso: Excelente artigo! Totalmente de acordo.  Infelizmente, temos europeus que, por questões ideológicas, ainda não entenderam o perigo que estes muçulmanos radicais representam para todos nós e para o futuro da Europa. Os seus filhos e netos não lhes perdoarão essa cobardia, por não defenderem os valores da democracia, condenando sem ambiguidades o comportamento destes criminosos, quer sejam do Hamas ou do Putin.             Antonio Castro: Excelente e corajoso artigo.               José Pires e Borges > Jorge Barbosa: O Agostinho Costa é um esquerdalho, que não consegue disfarçar a simpatia por ditaduras e ditadores. Mente com todos os dentes, oculta a verdade e o amor que tem pelo Putin até mete nojo.                 GateKeeper >  Ana Luís da Silva: Cara ALdaS, meritórias  as suas ideias/ os seus ideais. Contudo, no entanto, esbarram num simples facto/muro: A "autoridade palestiniana" é  um abutre com penas de pombinha" desde a sua "fundação". Trata-se, na verdade, de um mero puppet on a string do Irão  e dos estalinistas carniceiros da Fed Russa.  Desde a morte de yasser arafat e da progressiva anulação iraniana, via hamas&hezbollah da olp, que a AdaP é  um mero matraquilho de teerão e de moscovo/kremlin. Sorry... Better to know the truth, instead.

 

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