Pacifistas também. Preferimos os
cozinhados apetitosos, que vão por esse país fora, a cada passo revelados, nos
canais televisivos, com muitas danças, muita alegria, muita simpatia. É por
isso que nos conformamos, na mediocridade de que trata Lobo Antunes. Ou na banalidade, de que trata o Dr. Salles da Fonseca. Ou no
comodismo receoso de complicações, dos sem coragem para enfrentar desafios de
tanta envergadura, em contexto de tanta inércia nacional, sublinhada por um
povo que se desunha em greves de exigências constantes, por meio de cantorias em
procissão… Não, não é fácil ser-se líder, e, menos, em democracia … da nossa, de coragem sumida no clima soalheiro do
nosso “dolce far niente”.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 06.11.23
Ou
A VANGLÓRIA DO MANDO
Tese: «Os líderes actuais são
medíocres; os de estatura só aparecem nas crises»
Autor: António Lobo Antunes
Antítese:
«Os líderes actuais não são todos medíocres, são apenas banais»
Autor: eu
* * *
Das três, uma: democracia,
autocracia, estado de guerra.
Na paz, a democracia dedica-se
a construir o bem-comum dos seus cidadãos num ritmo auto-definido e num
processo legislativo de cariz burocrático. Nesta situação, as lideranças podem
tender para o estilo académico-burocrático.
Na guerra, a Nação dedica-se a
“salvar a pele” e a democracia pode ter que hibernar. As lideranças tendem a assumir posturas
mais castrenses e menos dóceis. E, das duas, uma: ganha a guerra e é um grande
líder ou perde-a e fica muito mal classificado.
Nas
autocracias, a qualidade das lideranças mede-se pela eficácia do respectivo
Ministério da Vanglória do Mando (ou da Propaganda) e das Polícias políticas e,
portanto, extravasam a normalidade da vida do homem na Terra.
CONCLUSÃO
Dispensemos
os grandes líderes pois são o resultado das crises e louvemos os líderes banais
pois é deles o reino da paz. (O pior é se, na crise, nos sai um burocrata na
rifa).
Novembro
de 2023
Henrique
Salles da Fonseca
António
Justo 07.11.2023 13:30: Obrigado.
Finalmente um português que fala texto claro.
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