terça-feira, 14 de novembro de 2023

Tempo nosso

Percorro o Público de 4 de Novembro, que tem pano para mangas em termos de informação e de reflexão. Um texto bem positivo é este, sobre o povo ucraniano, de João Ruela Ribeiro, com o título forte “É A GUERRA, ESTÚPIDO! A ECONOMIA UCRANIANA MILITARIZOU-SE E ASSIM CONTINUARÁ”. Não posso deixar de expressar a admiração por esse povo vítima de uma inesperada guerra estapafúrdia, povo de quem, apesar da “exaustão”, se afirma que “depois de uma contracção profunda nos meses que se seguiram â invasão, a economia ucraniana dá sinais tímidos de alguma recuperação”, e esse facto se deve também ao “mecanismo de desminagem de fabrico totalmente nacional” que possibilita que os agricultores ucranianos possam continuar a trabalhar os seus campos.

Comparo, naturalmente, com o que afirma António Barreto na sua crónica ”UMA REFORMA DE PAPEL” sobre as nossas novas políticas migratórias, de alarde recepcionista meloso dos emigrantes, sem um planeamento conveniente, com base em equilíbrio e sustentação, como ele explica, na sua exposição perfeita de racionalidade e clareza, de que transcrevo o sublinhado lateral:

“As políticas portuguesas para as migrações limitam-se a banalidades abstractas. Acolhimento generoso, direitos dos imigrantes, vantagens do multiculturalismo, tolerância, etc.”    “As questões difíceis e que deveriam estar no topo das definições estão em geral afastadas.”

Quanto à crónica de José Pacheco Pereira, “DILEMAS MORAIS E VALORES DA DEMOCRACIA” ela pretende ser demonstrativa da sua boa formação moral, apesar de, na minha opinião rancorosa, P. P. ter pertencido ao grupo dos que achincalharam a sua Pátria, nos idos de 74, na indiferença “florida” pela sua História, bem opostamente ao que faz o povo ucraniano, que defende a sua, com unhas e dentes. E o povo israelita, de que ele trata, o qual, na defesa da sua recente pátria Israel, defende com os seus poderes, que são, aparentemente muitos, fruto das suas capacidades várias, essa pátria que lhe foi destinada, por mérito próprio, após os horrores sofridos pelo seu povo, mas cuja vizinhança, pelos vistos, os seus parceiros de Gaza não aceitam, e para isso usando o próprio povo palestiniano como escudoEscreve P.P.:Sob o comando de um governo como o de Netanyahu, Israel pode ganhar a guerra ao Hamas e pode perder tudo nessa vitória – os valores de cidadania, do direito, de humanidade, de prestígio na opinião dos amigos do país, incluindo a própria segurança a médio e longo prazo de Israel”. P.P. deseja, do coração, salvar a reputação de Israel. E a sua, está visto, mostrando a sua piedade pelos que atacaram Israel, cujos são, naturalmente,, de pendor ucraniano..

João Miguel Tavares parece mais sensato nas suas afirmações espirituosas, condenando os activistas de vários espécimes por não se fixarem nos motivos das suas lutas – os LGBTs, as Gretas defensoras climáticas, os racistas de ordem vária, todos eles defendendo, por acumulação, os palestinianos e atirando-se com furor contra os Israelitas. J.M.T. lembra, em “O PROBLEMA DO ACTIVISMO INCONTINENTE”, que cada um se deve ater ao seu domínio protestante: «Estamos a assistir ao regresso da pseudociência marxista com roupa verde e arco-íris, porque a sede revolucionária é impossível de saciar. Tenho saudades do velho Cousteau. Fez de mim um ambientalista e nunca soube em quem votava»

É claro que não creio que seja verdadeira a sua última afirmação, mais pedante do que real. Uma boutade, apenas.


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