segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Por esse mundo fora


Um texto de Luís Soares de Oliveira, no facebook da sua ironia.

E a solução será mesmo o da sociedade reduzida aos sentimentos, no vale de lágrimas e de gozos da vida terrenais? Uma boa desculpa para o Homem se anular, em um ser de inércia intelectual, retornando aos Evangelhos, na coboiada da vida. Mas quem o ensinará a ler, pelo menos para retomar a Bíblia, cujo Antigo Testamento, de resto, é ele próprio painel de violências, mesmo da parte do Jeová castigador?

Podemos pensar também que guerras sempre houve e há, espalhadas no mundo, cada vez mais, é certo, resultantes de instrumentos de destruição progressivamente amplos, em potência arrasante. Problema, pois, sem solução, nem com as boas vontades dos jamborees que fazem parte das actuais diversões, ainda sob o lema sentimental francês, da igualdade, liberdade, fraternidade, boa amálgama apelativa das tais guerras que fazem sofrer a filha da Saliha do instagram. Ao contrário do que pretendem difundir de virtude, são antes sintoma de saloiada pedante, como a que demonstra o professor Keating no filme “Clube dos poetas mortos”, mandando os alunos rasgar os seus manuais de literatura, em desafio às normas de ensino usuais, que ele se propõe contrariar, em defesa da liberdade criativa individual, apelativa, antes, da preguiça ou pretensiosismo dos alunos…

Luis Soares de Oliveira

11 h  · Diz Bárbara Wong no PUBLICO: " Saliha Afridi é psicóloga e directora de um centro clínico no Dubai. Cruzei-me com o seu perfil no Instagram, onde tem 226 mil seguidores. As suas últimas publicações são sobre o conflito, a dor e o luto. A dor que tantos no mundo árabe (é o seu contexto) sentem pelo que se está a passar na Faixa de Gaza. Há duas semanas, partilhou uma conversa com a filha, que lhe perguntou: "Mãe, dói tanto quando penso na Palestina. Devo parar de pensar ou parar de sentir?" Entre inúmeras palavras mais ou menos sábias, Afridi aconselha a filha a não deixar de sentir porque o "futuro da humanidade está, literalmente, nas pessoas que sentem a dor quando os outros estão em sofrimento". E termina: "A única esperança para a humanidade está nas mãos de pessoas como tu, que estão arrasadas com o que está a acontecer na Palestina. Pessoas como tu, que se confrontam com as verdades dolorosas do nosso mundo e deixam a verdade entrar dentro de si, profundamente o suficiente para que sejam impelidas a fazer algo para corrigi-lo. Por isso, continua a sentir."

É no Sermão da Montanha que Jesus corta com os antigos ao lembrar a expressão "olho por olho" para oferecer uma nova proposta, segundo o Evangelho de Mateus: "Eu, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem." 

Reações:

Luis Soares de Oliveira: As religiões são o cimento das sociedades e são perfectives.

António Pereira de Carvalho : “EDUCAÇÃO VERSUS INSTRUÇÃO. O Director do New York Times recebeu certa vez uma carta iniciada assim: «Caro professor, sou um sobrevivente de um campo de concentração. Os meus olhos viram o que jamais olhos humanos deveriam poder ver: câmaras de gás construídas por engenheiros doutorados; adolescentes envenenados por físicos eruditos; crianças assassinadas por enfermeiras diplomadas; mulheres e bebés queimados por bacharéis e licenciados. Por isso desconfio da educação.» O referido autor terminava a sua carta escrevendo: «(...) ajudem os vossos alunos a serem humanos. Que os vossos esforços nunca possam produzir monstros instruídos, psicopatas competentes, Eichmanns educados. A leitura, a escrita, a aritmética só são importantes se tornarem as nossas crianças mais humanas».Parte inferior do formulário

Luis Soares de Oliveira: voltamos ao jamboree.

 

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