Um texto de Luís Soares de Oliveira, no
facebook da sua ironia.
E a solução será mesmo o da sociedade reduzida aos sentimentos, no vale
de lágrimas e de gozos da vida terrenais? Uma boa desculpa para o Homem se anular,
em um ser de inércia intelectual, retornando aos Evangelhos, na coboiada da
vida. Mas quem o ensinará a ler, pelo menos para retomar a Bíblia, cujo Antigo
Testamento, de resto, é ele próprio painel de violências, mesmo da parte do Jeová
castigador?
Podemos pensar também que guerras sempre houve e há, espalhadas no
mundo, cada vez mais, é certo, resultantes de instrumentos de destruição
progressivamente amplos, em potência arrasante. Problema, pois, sem solução,
nem com as boas vontades dos jamborees que fazem parte das actuais diversões,
ainda sob o lema sentimental francês, da igualdade, liberdade, fraternidade,
boa amálgama apelativa das tais guerras que fazem sofrer a filha da Saliha do instagram. Ao contrário do que
pretendem difundir de virtude, são antes sintoma de saloiada pedante, como a
que demonstra o professor Keating no filme “Clube dos poetas mortos”, mandando
os alunos rasgar os seus manuais de literatura, em desafio às normas de ensino
usuais, que ele se propõe contrariar, em defesa da liberdade criativa individual,
apelativa, antes, da preguiça ou pretensiosismo dos alunos…
11 h · Diz
Bárbara
Wong no PUBLICO: " Saliha
Afridi é psicóloga e directora de um centro clínico no Dubai. Cruzei-me com
o seu perfil no Instagram, onde tem 226 mil seguidores. As suas últimas
publicações são sobre o conflito, a dor e o luto. A dor que
tantos no mundo árabe (é o seu contexto) sentem pelo que se está a passar na
Faixa de Gaza. Há duas
semanas, partilhou uma conversa com a filha, que lhe perguntou: "Mãe,
dói tanto quando penso na Palestina. Devo parar de pensar ou parar de
sentir?" Entre inúmeras palavras mais ou menos sábias, Afridi
aconselha a filha a não deixar de sentir porque o "futuro da humanidade
está, literalmente, nas pessoas que sentem a dor quando os outros estão em
sofrimento". E
termina: "A única esperança para a humanidade está nas mãos de pessoas
como tu, que estão arrasadas com o que está a acontecer na Palestina. Pessoas
como tu, que se confrontam com as verdades dolorosas do nosso mundo e deixam a
verdade entrar dentro de si, profundamente o suficiente para que sejam
impelidas a fazer algo para corrigi-lo. Por isso, continua a sentir."
É
no Sermão da Montanha que Jesus corta com os antigos ao lembrar a expressão
"olho por olho" para oferecer uma nova proposta, segundo o Evangelho
de Mateus: "Eu, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos
perseguem."
Reações:
Luis Soares de Oliveira: As religiões são o cimento das sociedades e
são perfectives.
António Pereira de Carvalho :
“EDUCAÇÃO VERSUS INSTRUÇÃO. O Director do
New York Times recebeu certa vez uma carta iniciada assim: «Caro professor, sou
um sobrevivente de um campo de concentração. Os meus olhos viram o que jamais
olhos humanos deveriam poder ver: câmaras de gás construídas por
engenheiros doutorados; adolescentes envenenados por físicos eruditos; crianças
assassinadas por enfermeiras diplomadas; mulheres e bebés queimados por
bacharéis e licenciados. Por isso desconfio
da educação.» O referido autor terminava a sua carta escrevendo: «(...) ajudem
os vossos alunos a serem humanos. Que os vossos esforços nunca possam produzir
monstros instruídos, psicopatas competentes, Eichmanns educados. A leitura, a
escrita, a aritmética só são importantes se tornarem as nossas crianças mais
humanas».”
Luis Soares
de Oliveira: voltamos ao
jamboree.
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