Contada com a sequência exacta dos dados
passados, como advertência, talvez, para o nosso presente. Por Jaime Nogueira Pinto,
soberbamente eficiente, para retratar um homem sábio, que mudava de opinião
sempre que assim o entendia, amante de uma vasta pátria unificada, no centro
europeu. Outro se lhe seguiu que quis mais espaços laterais, em seu redor, mas
foi castigado. A união europeia, não sabemos como vai degenerar, não depende só
da pátria alemã. Não será no meu tempo, embora o nosso ripanço encolhido de mão
estendida sempre, nos encaminhe para que nos apanhem o resto do corpo, se um
futuro Bismarck se agradar da ideia. Temos boas praias no Algarve…
Retratos à Direita: Bismarck, o
conservador realista / premium
Tal
como na esquerda, na direita também há de tudo: liberais, conservadores,
reaccionários, monárquicos, republicanos, nacionalistas, fascistas. Vale pois a
pena olhar o itinerário de alguns políticos
JAIME NOGUEIRA
PINTO, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 12 fev 2021
O
que é a direita, além da não-esquerda? Prezzolini dizia que era a soma de todas
as direitas, das lembradas e das esquecidas.
Mas
na amálgama resultante da profunda e crescente ignorância sobre estas matérias,
sobe a confusão entre as direitas que esquecemos – se é que alguma vez as
soubemos – e aquelas “de que toda a gente se lembra”, ou de que só sobram os
rótulos. Tudo isto espicaçado pela insegurança das esquerdas perante o
ressurgimento “fascista-populista” e a consequente pressão para que
“a Direita” se demarque das actuais “derivas iliberais” e se “redefina” – ou se
fragmente, ou se dilua.
Ora
subitamente moderadas e senatoriais, ora deixando escapar os habituais
tiques sensórios e inquisitoriais, as
esquerdas, e sobretudo as extremas-esquerdas,
discorrem agora abundantemente sobre a reconfiguração da Direita e das direitas
– como se não estivessem, também
elas, reconfiguradas ou em reconfiguração. E fazem-no exibindo a serenidade sobranceira e elitista de quem
está colado ao poder, enquanto impõem
uma agenda radical apresentada como “senso comum” e
“evolução natural das coisas”.
Na esquerda e nas esquerdas há de
tudo: liberais, social-democratas,
socialistas, trotskistas, comunistas, maoístas, neomarxistas; como na direita e nas direitas também há
de tudo: liberais,
conservadores, reaccionários, monárquicos, republicanos, nacionalistas,
fascistas. Mas se é certo que, tanto à direita
como à esquerda, há diferenças internas importantes entre as várias sensibilidades políticas (ou, para
ser mais fiel ao espírito do tempo, entre os vários “afectos”), também é certo que há, e sempre houve, muitos
espaços comuns. E uma coisa são os valores e os princípios
fundamentais, outra é a reacção, a dialéctica e a evolução desses valores e
princípios quando confrontados com a realidade.
Parece-me por isso interessante olhar
o itinerário de alguns políticos e homens de Estado que, num percurso de vida e
de poder, protagonizaram a evolução da ideologia, da retórica e das alianças à
luz de um projecto final ou do confronto com um inimigo ou uma ameaça.
Bismarck, o criador da Alemanha unida, é
um desses exemplos de atenção ao presente e ao inimigo principal e de
fidelidade a um projecto. Evoluindo de Junker reaccionário prussiano para nacional-conservador
alemão, Bismark foi um conservador consciente de que conservar é mudar, não
“para que tudo fique na mesma”, que nunca fica, mas para que certas ideias e
concepções do homem, da vida colectiva e do destino da comunidade humana
permaneçam vivas. Foi, por isso, na Direita, pioneiro dos fundamentos do
Estado Social, entre outras coisas.
O retrato
O quadro de Anton von Werner
da proclamação do Segundo Império Alemão, em Versalhes, diz tudo: uma empolgada assembleia de militares de uniforme de
gala e condecorações ao peito ergue capacetes e sabres a uma venerável
figura, também de uniforme azul e faixa amarela, que se perfila, em sentido, no
topo dos três degraus de uma tribuna ou de um trono; mas há alguém de
uniforme branco, bem no centro do quadro, que olha para o homenageado com uma
curiosidade enigmática e de igual para igual. O observado é
Guilherme I, rei da Prússia e, a partir
daí, Imperador da Alemanha, e o
observador é Otto von Bismarck, o artífice do Império.
Foi
há pouco mais de 150 anos, esta proclamação, e é um acontecimento decisivo na
História contemporânea europeia.
A data exacta é 18 de Janeiro de 1871, e o lugar, a Galeria dos
Espelhos, em Versalhes. O quadro
de Werner foi encomendado ao pintor pela família
reinante da Prússia, os Hohenzolern,
para ser oferecido a Bismarck pelo seu septuagésimo aniversário, em 1885.
Werner estivera em Versalhes em 1871 mas, curiosamente,
pintou os figurantes, não na idade que teriam então, mas na idade que tinham em
1885. A atenção do pintor ao presente e a
consciência de que a evocação do passado é sempre fruto de um olhar que parte
do presente não terão desagradado a Bismarck.
Um passado prussiano
Otto von Bismarck foi o deus-ex-machina que, em menos de dez anos – desde que, em Setembro de
1862, o rei da Prússia o nomeou Primeiro-Ministro –, fez com chegasse aquele
dia de triunfo, proclamado num palácio criado por Luís XIV para deslumbrar e
esmagar pela pompa e pelo luxo os súbditos franceses e exibir ao mundo o seu esplendor
transformado em troféu de conquista pelo novo Império alemão.
As
tropas de Luís XIV, sob Louvois, tinham causado grande destruição nas terras
agora alemãs da Renânia-Palatinado, dizia-se que para grande desgosto do
Rei-Sol. Mas havia mais agravos.
A
história da Prússia-Alemanha não se compreende sem o rol de humilhações
sofridas pela Prússia nos princípios do século XIX: a invasão das tropas
napoleónicas, a derrota de Iena, a ocupação, as indemnizações ao ocupante, a
miséria consequente. Aparentemente,
os intelectuais alemães, como Goethe e Hegel, seduzidos pela figura do novo César, não se
incomodaram muito com o caso. Hegel ter-se-á cruzado com Bonaparte nas ruas de Iena e escrito a um amigo: “Vi o
Imperador, essa Alma do Mundo”. O encontro fora nas vésperas de Iena, o dia da grande derrota dos Prussianos às mãos da
cavalgante “alma do mundo”. Quanto a Goethe, em Weimar, também não o terão
incomodado pessoalmente os invasores – Goethe era um cosmopolita e Napoleão era
seu leitor e admirador. Mas
não foi assim com o povo e com os patriotas prussianos, que sentiram na pele a
humilhação e sofreram na carne a miséria da ocupação. Quando o
rei da Prússia se aliou a Napoleão, um
grupo de oficiais, entre os quais von
Clausewitz (o autor de Da Guerra) abandonou o país e o Exército
e foi oferecer os seus serviços ao Czar Alexandre I para lutar contra o Corso.
De reaccionário a realista
Otto von Bismarck nasceu na Prússia, em Abril de 1815, pouco antes do fim
da carreira de Bonaparte em Waterloo e durante o Congresso de Viena, que
restauraria a velha ordem na Europa. Era, no entanto, uma restauração marcada pela
revolução e pelo medo de outras revoluções. Nasceu em Schönhausen, Saxónia,
numa família de Junkers prussianos, a pequena
nobreza que fizera a força do exército e da Prússia de Frederico, o Grande. A mãe vinha de uma família de altos funcionários do Estado. A família mudou-se para a
Pomerânia Oriental, onde Otto passou a infância e a juventude, antes de partir
para a universidade, para Göttingen e para Berlim. Teve uma juventude animada,
serviu no Exército e pelos trinta anos teve um despertar religioso. Talvez
tenha sido a mulher, Joana von Puttkamer, aristocrata, luterana e pietista, a
convertê-lo; até porque, segundo os historiadores, terá sido o seu único
grande afecto. Começou então uma carreira política como deputado no
parlamento prussiano, reaccionário e ultraconservador; as revoluções de 1848
deixaram-no surpreso e perturbado, e chocou-se com a atitude conciliatória do
Rei. Opôs-se depois à unificação alemã, afirmando-se um prussiano identitário.
É com a nomeação para
representante da Prússia, na Dieta da Confederação Germânica em Frankfurt, que
vai converter-se em nacionalista
alemão, em defensor da unidade da Alemanha, ainda que sempre sob a égide e hegemonia da Prússia.
O Junker
prussiano, muito marcado por interesses de classe ou de casta, transformava-se
profundamente, ao contactar com a realidade e as realidades da política
exterior. Jacques
de Bainville destaca este momento-chave na
vida de Bismarck, o momento em que o reaccionário passadista se torna um
nacional-conservador realista, defensor e fazedor da unidade alemã. Porque
a Alemanha, partida em cerca de quatro dezenas de micro-Estados – além da
Áustria, da Prússia, da Baviera – hesitava entre Viena e Berlim, os Habsburgo e
os Hohenzolen.
Bismarck vê com antecipação. Vê que, depois de 1848-49, e embora as revoluções radicais
tivessem sido vencidas pela força militar, já nada seria como dantes. E que
a Santa
Aliança ia ter o destino do seu artífice, do príncipe de Metternich, deposto e exilado depois de
48.
E muda de rumo
perante a realidade europeia: a
Áustria está em decadência, os Bonaparte estão de volta a França com Luís
Napoleão, num cesarismo populista que aparentemente funciona. A Alemanha terá
de fazer-se pelo ferro e pelo fogo. E as cidades e as massas populares tinham
entrado definitivamente na História; contra ou a favor, teria de se contar com
elas.
Depois de Frankfurt, é nomeado embaixador na Rússia e tem uma passagem rápida,
também como Embaixador,
por Paris. Em Setembro de 1862 o rei nomeia-o primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros. O ministro da Guerra é von Roon e o chefe de Estado-Maior
é von Moltke. Moltke está a construir,
pacientemente, um grande e moderno exército, com canhões Krupp e espingardas
von Dreyse, de carregar pela culatra. Moltke também percebera que o transporte
e a logística eram a chave das batalhas e forçara a criação de um sistema
ferroviário que ficasse sob direcção militar.
Três guerras relâmpago
Depois são três guerras, três guerras relâmpago:
a guerra dos Ducados, em que Bismarck se alia aos Austríacos para tirar
os Ducados do Schleswig-Holstein ao rei da Dinamarca; a guerra da Áustria,
a aliada da véspera, a católica Áustria dos Habsburgo, uma das cinco grandes
potências, que é derrotada em Sadowa; e, por fim, a da França, a França
de Napoleão III, herdeira da de Napoleão I, que invadira, ocupara e humilhara a
Prússia.
Bismarck explora a soberba e a
megalomania de Luís Napoleão com o famoso telegrama de Ems, relatando a verdade
mas torcendo-a ou manipulando-a de modo a provocar os Franceses e a levar o
gabinete de Paris ao que pretende: que, por um motivo fútil, tome a iniciativa
de declarar guerra à Prússia. A guerra contra a França foi outra guerra relâmpago que praticamente se decidiu
entre Agosto e Outubro de 1870, com os dois grandes exércitos franceses, um comandado pelo marechal Bazaine, outro pelo
marechal Mac Mahon, a renderem-se perante a nova estratégia de von Moltke, um
em Metz, outro em Sedan, onde o próprio Imperador foi capturado. Depois, foi a coroação de Guilherme em Versalhes. Passados dez
dias, a 28 de Janeiro, os alemães entravam em Paris.
Bismarck ganhara em toda a
linha. Logo a seguir a Baviera
e o Wurtenberg, em Munique, negociavam as novas regras da
unidade alemã, sob a égide da Prússia, unindo 4 reinos, 18 principados,
grão-ducados e ducados e 3 cidades livres – Hamburgo, Lübeck e Bremen. A Alsácia e Lorena eram também anexadas ao novo Reich e a França obrigada
a pagar uma indemnização de guerra significativa. A fechar a derrota, a França passaria pela insurreição radical da Comuna de Paris, com um cortejo de grande violência (incluindo o velho costume das
esquerdas de matar os suspeitos do costume, nomeadamente bispos e padres). A
insurreição foi vencida pelo governo de Thiers. E a repressão foi também extremamente dura.
As guerra domésticas: unir os amigos e dividir os
inimigos
Tal como
vaticinara Bismarck, a Alemanha fizera-se pelo ferro, pelo fogo e pelo sangue. Agora tratava-se de a
governar. Na euforia da vitória, o
Chanceler não se deslumbrou e seguiu a velha regra realista de unir os amigos e
dividir, ou, quando possível, reduzir, os inimigos. Internamente, com a entrada da Baviera para a Nova Alemanha, passara
a haver um terço de católicos na população. E os católicos tinham um
partido, o Zentrum. Bismarck, como bom luterano, desconfiava dos
“papistas” e do concurso de lealdades entre o Papa e o Imperador e pôs uma série
de restrições ao culto, proibindo os padres católicos de falar de política,
exercendo controles sobre nomeações do clero e cortando as relações com Roma.
Foi a chamada Kulturkampf de 1873-1874, com uma série de leis restritivas. Seguiram-se, em 1875, leis
para a dissolução de congregações religiosas que não se dedicassem à
assistência social, aos doentes e aos pobres, além da suspensão de quaisquer
apoios governamentais à Igreja e às instituições católicas de ensino. Tudo isto
foi feito no Parlamento com o apoio dos liberais. Mas em 1878, com a morte de Pio IX e a eleição de Leão XIII e
com a mudança da situação interna, com o “perigo socialista” e a subida da
votação do Zentrum, Bismarck, pragmaticamente, abandona a política
regalista, restabelece relações com o Vaticano e procede à reintegração de
bispos e sacerdotes. De resto, o Estado de Direito
tinha funcionado, com os tribunais a denegarem a aplicação das providências mais
radicais do Chanceler contra a Igreja. Bismarck
teve também de lidar com a chamada “questão social”. A Prússia industrializara-se rapidamente, a partir da
segunda metade do século XIX; e as guerras e vitórias da unidade alemã tinham
reforçado uma burguesia nascente de banqueiros e industriais que transformara
socialmente o país, com muitos camponeses a afluírem às cidades para trabalhar
nas fábricas. Entretanto, em 1848, dois cidadãos alemães, Marx e Engels, tinham lançado o Manifesto Comunista.
Mas nenhum
deles, nem nenhum dos seus discípulos, lideraria
o movimento operário alemão, cuja figura carismática viria a ser Ferdinand Lassale – um misto de socialista romântico e patriota prussiano que acreditava, não na
revolução violenta, mas na conquista do poder pela classe operária através do
voto. Partia do princípio de que
seriam os operários e não os burgueses a maioria dos eleitores. É claro que o
sistema se acautelara, e as leis eleitorais da monarquia prussiana não
funcionavam na proporcionalidade. De qualquer modo, e embora Lassale tivesse morrido prematuramente em
1864 num duelo por causa de um caso sentimental, Ferdinand Lassale teve tempo
de conhecer e negociar com Bismarck. Lassale
defendia um socialismo
patriótico, nacional, não internacionalista, e era partidário da unificação. E,
tal como Bismarck, achava que devia ser a Prússia o agente dessa unificação. Lutava pelo alargamento
do direito de voto. E embora associado com Marx em 1848, afastara-se depois.
Quer Marx, quer Engels,
escreveriam repetidamente textos contra a influência “desviacionista” de
Lassale no proletariado alemão. Bismarck entendeu bem a força das massas e
o seu potencial revolucionário. Mas não lidou com o assunto ao modo dos
reaccionários, partidários da intransigência e da mão dura na repressão. Pensou
antes que, para o bem do Estado e da unidade da Alemanha, era importante fazer
o que Hegel chamava a revolução por cima, para evitar a revolução de baixo.
Assim, a Alemanha foi pioneira no campo de reformas sociais, como a institucionalização
da reforma para os trabalhadores e da assistência médica.
Também nesse
campo Bismarck começara com uma política repressiva, impondo uma série de
proibições e restrições ao Partido Social Democrata; mas logo procurara
satisfazer o eleitorado socialista através de leis, como a dos Seguros de Saúde
de 1883, que instituíam um fundo financiado por patrões e trabalhadores. O
sistema de contribuição alargou-se aos seguros por acidentes de trabalho e, em
1889, ao seguro de desemprego, marcando o início do Estado Social moderno.
Um equilíbrio
europeu
Mas a grande obra de Bismarck
foi o seu sistema de equilíbrio europeu. Depois da formação do II
Reich e percebendo a inquietação das outras potências – que viam surgir no
horizonte próximo um gigante militar, industrial e demográfico – tratou de as
tranquilizar. Era um conservador realista e, ao contrário dos conquistadores
revolucionários – como Napoleão e, depois, Hitler –, Bismarck entendia que, uma
vez atingidos os seus objectivos, unida a Alemanha, não era bom nem útil
prosseguir com conquistas. Para serenar os vizinhos sobre as suas intenções
e as da Alemanha, estabeleceu com a Rússia (que conhecia bem dos seus três
anos como Embaixador) e com a Áustria a Liga dos Três Imperadores, explorando a
identidade ideológica, conservadora e imperial de Berlim, S. Petersburgo e
Viena. Ao mesmo tempo, explicou bem aos Ingleses (que tinham rivalidades
com os Russos no Médio Oriente e no Oriente e tinham passado pela Guerra da
Crimeia) que não concorreria com eles à hegemonia naval nem nos impérios
coloniais. E tratou de compensar a
França, vencida e revanchista, encorajando-lhe os projectos coloniais – na
Ásia, no Norte de África e na África Equatorial. Fez também um tratado secreto
com a Rússia, o
Pacto de Resseguro, em que Alemanha e Rússia se
obrigavam mutuamente a ficar neutrais em caso de guerra: a Rússia, em caso de
guerra da Alemanha com a França; a Alemanha, em caso de guerra da Inglaterra
com a Rússia.
Foi este o sistema de Bismarck, que durou até 1890, ou
até que Guilherme
II, o neto de Guilherme I, um jovem soberano obcecado por uniformes, paradas
militares e exibições de força, o demitisse. E em poucos anos deu cabo da sua obra: denunciou o Tratado de
Resseguro e criou uma marinha de guerra que pretendia rivalizar com a Royal Navy, dando origem a uma política de blocos ou de alianças rígidas – a Tripla
Aliança e a Entente Cordiale franco-britânica, depois também com a Rússia, que
levariam em 1914 à Grande Guerra e ao início das grandes confrontações do século
XX.
Como escrevia
Liddell Hart na sua História da
Primeira Guerra Mundial, o problema foi que os discípulos e sucessores de Bismarck “esqueceram-lhe
os princípios e recordaram-lhe apenas os métodos”. É o que mais acontece.
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COMENTÁRIOS: bento guerra: A melhor definição que conhecia sobre
direita e esquerda, estava escrita nas escadas rolantes: “estacione à direita, avance
pela esquerda". Mas isso era quando não havia a "esquerda instalada" Madalena Magalhães Colaço: Os políticos deveriam aprender com a História que a
humilhação pode um dia ter um efeito booomerang. Na sala dos espelhos em
Versalhes Bismark humilhou os franceses e obrigou-os a pagar uma elevada
indemnização em ouro. Vencida a Primeira Guerra é a vez de os franceses se
vingarem na mesma sala de Versalhes e obrigaram a Alemanha a pagar uma elevada
indemnização. O mesmo se passou com a carruagem onde assinaram o armistício e
que Hitler foi desencantá-la mais tarde para os franceses assinarem a derrota.
O que não deixa de ser curioso, é que Thiers, mesmo com a Comuna que incendiou
a Paris que Haussmann acabara de construir destruindo também o património do
povo, como os arquivos da sua história, Thiers conseguiu pagar aos alemães todo
o ouro exigido na indemnização, os alemães, esses, definharam com as
indemnizações e entraram em guerra para a não pagar. José Ferraz: Um prazer ler JNPinto. Obrigado
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