sábado, 13 de fevereiro de 2021

Só nos resta partir

 

Com Manuel Bandeira, que também sofria “confinamentos”. Contudo, talvez prefiramos ficar. É o que pensa Alberto Gonçalves: a nossa Pasárgada é cá, é aqui que o rei nosso amigo está:

Vou-me embora pra Pasárgada [Manuel Bandeira]

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

55 perguntas sobre o estado do manicómio /premium

Porque é que chamam “regras” aos devaneios arrancados da cabecinha do dr. Costa? Porque é que os especialistas continuam a ser designados como tal após falharem mais previsões do que Mestre Zandinga?

ALBERTO GONÇALVES, Colunista do Observador

OBSERVADOR, 13 fev 2021

Porque é que não se pode comprar um par de calças mas pode comprar-se uma dúzia de raspadinhas?

Porque é que se pode comprar uma saboneteira mas não se pode comprar a toalha para secar as mãos a seguir?

Porque é que não se pode comprar livros a menos que seja online e mesmo que levantados na hora?

Porque é que o vírus se aloja entusiasticamente nas garrafas e nas latas do “take away”?

Porque é que não se contrai o vírus em supermercados, transportes públicos e pândegas ligadas à propaganda?

Porque é que se reduz os horários dos estabelecimentos abertos e se estimula o convívio festivo das pessoas junto ao balcão do talho ou à prateleira dos telemóveis?

Porque é que se fecham as pessoas em casa quando é sabido que o vírus é muito menos perigoso ao ar livre?

Porque é que as pessoas que trabalham estão sujeitas a regras estritas e os políticos cirandam livremente por aí?

Porque é que tantos cidadãos respeitadores das “regras” da máscara, do distanciamento e do confinamento apanham Covid?

Porque é que chamam “regras” aos devaneios arrancados da cabecinha do dr. Costa?

Porque é que as pessoas que se protegem e nunca, nunca, nunca saem de casa têm conhecimento dos prevaricadores que se expõem irresponsavelmente?

Porque é que não se conhece um único bufo de “festinhas ilegais” que tenha sido enfiado em alcatrão e coberto com penas?

Porque é que os portugueses acreditam que a máscara os protege da Covid quando toda a gente sabe que serve apenas para proteger os outros?

Porque é que os especialistas chamados às televisões ou às reuniões do Infarmed parecem exclusivamente especializados em repetir a propaganda do governo?

Porque é que os especialistas continuam a ser designados como tal após falharem mais previsões do que Mestre Zandinga?

Porque é da vaga de frio que os benefícios do confinamento não coincidem com o início do confinamento e sim com o final?

Porque é que a estirpe sul-africana é tão perigosa e a África do Sul é um dos países onde o número de casos de Covid está a descer com mais rapidez?

Porque é que Portugal é o único país do mundo que festeja o Natal e acolhe a “estirpe britânica”?

Porque é que se pode dizer “estirpe britânica” e não se pode falar no “vírus chinês”?

Porque é que pressinto que estirpes sortidas e exóticas justificarão indefinidamente confinamentos sortidos e exóticos?

Porque é que o governo não aceita a ajuda das centenas de médicos que se voluntariaram para combater a Covid e as doenças que não são Covid?

Porque é que o governo aceita que dezenas de polícias regressem voluntariamente da reforma para vigiar e punir os cidadãos?

Porque é que se insiste em dizer que é fundamental salvar o SNS em vez de lembrar que, se não fosse maçada, o SNS é que nos deveria salvar a nós?

Porque é que se fala em evitar o colapso de um sistema que colapsou a tempo de deixar morrer milhares de pessoas por doenças “tradicionais”?

Porque é que a morte evitável de milhares de doentes ditos “não-Covid” não suscita tumultos ou no mínimo acusações criminais aos responsáveis?

Porque é que falar nos mortos “com” ou “de” covid é respeitar a ciência e falar nos mortos com cancro ou com o que calha é ser negacionista?

Porque é que há mais vacinas a serem dadas nas imagens de arquivo dos telejornais do que na realidade?

Porque é que nem sequer os médicos e os enfermeiros acabaram de ser vacinados?

Porque é que o “planeamento” da vacinação não incluiu a compra de seringas, agulhas e coordenadores adequados?

Porque é que se continua a falar num plano de vacinação que nunca existiu excepto para servir caciques secundários do PS?

Porque é que os autarcas e similares que andam a subtrair vacinas se mantêm nos cargos e não na cadeia?

Porque é que, sem vestígio de piedade, se largou os velhos nos lares à morte com escala numa solidão imensa?

Porque é que agora não se pode comparar a Suécia com Portugal, quando na chamada primeira vaga não se fazia outra coisa?

Porque é que o vírus sobe e desce imperturbável nos países com e sem confinamento?

Porque é que reparar nos bons exemplos se tornou uma actividade semi-clandestina e subversiva?

Porque é que na falta de certezas, conhecimento e preparação, na dúvida a única reacção é enclausurar pessoas e abandoná-las à pobreza?

Porque é que é criminoso questionar a ladainha governamental sobre uma situação em que o governo somente exibiu incompetência?

Porque é que há gente a apoiar um governo que sem a Covid nos afundaria no médio prazo e com a Covid afunda-nos no curto?

Porque é que a crescente miséria de tantos portugueses é indiferente aos portugueses restantes?

Porque é que tantas pessoas exigem que se fique em casa e tão poucas se dizem dispostas a partilhar os salários com aqueles que querem trabalhar e não podem?

Porque é que a maioria das restrições em curso são especificamente destinadas a destruir a pequena e média iniciativa privada?

Porque é que o fisco é a única instituição neste anedótico Estado que funciona impecavelmente sob a pandemia?

Porque é que existe uma curiosa coincidência entre os negacionistas e aqueles que ousam discordar da vasta sapiência do dr. Costa?

Porque é que se continua a tolerar um governo que desde o início desta história ainda não fez outra coisa senão mentir?

Porque é que o espectacular caldo de mentiras e inépcia do dr. Costa e seus empregaditos não se traduz nas sondagens?

Porque é que Trump, Bolsonaro e Johnson (que mandavam comparativamente menos) eram genocidas e o dr. Costa (que manda em tudo e ergueu o país a recordes de mortos por número de habitantes) é um líder louvável?

Porque é que as televisões subsidiadas ainda convidam descrentes da propaganda só para os interromper a meio das declarações?

Porque é que se espera que um cidadão sem limitações mentais aceite que o seu país encerre as fronteiras aos próprios habitantes?

Porque é que o governo está mais preocupado com os autóctones que podiam sair e contagiar forasteiros do que com os forasteiros que entram e contagiam os autóctones?

Porque é que a Constituição da República desapareceu vai para um ano e ninguém lamenta o sumiço?

Porque é que se teima em eleger um presidente quando o presidente eleito é este?

Porque é que se tem a suspeita de que isto vai ficar tudo muito mal e a certeza de que nenhum dos principais responsáveis pagará o preço?

Porque é que milhões de pessoas caminham para a desgraça certa sem um protesto que se veja?

Porque é que os portugueses abominam a liberdade?

Porque é que tantos portugueses são tão portugueses?

PANDEMIA  SAÚDE  CORONAVÍRUS  SAÚDE PÚBLICA

COMENTÁRIOS:

JP Miranda: Portugal, os portugueses, são um caso perdido de infantilismo, gratos por não os obrigarem a pensar, gratos que lhes digam o que fazer e que não fazer, gratos que o Estado os proteja e sustente. Não admira que tivéssemos tido uma ditadura paternalista de quase 50 anos que só alguns militares fartos duma guerra que nunca poderia ser ganha resolveu acabar. A resposta para as tuas perguntas, Alberto. é que a maior parte dos portugueses jamais se lembraria sequer de as formular, quanto mais responder. Tá tudo bem porque quem manda assim diz e não há nada para questionar. Questionar não é ser português, português é aceitar (e denunciar os que não o fazem já agora, isso sim, um verdadeiro Bom Português)

Cipião Numantino:  Porque é que a crescente miséria de tantos portugueses é indiferente aos portugueses restantes”? Tantas perguntas formuladas por AG que poderiam merecer outras tantas respostas. Mas, de todas elas foi precisamente a supra citada, que me mereceu uma mais consequente atenção. É pavoroso! Conheço pessoas com as suas vidas completamente desgraçadas que gostariam precisamente que alguém lhes respondesse a esta singela pergunta. E das reacções avulsas que vou percepcionando nada ouço, nada vejo e nada detecto. É aliás absolutamente chocante que se deixem tais pessoas nos limites do desespero sem que a cambada esquerdeira que rege os destinos desta choldra se sinta, pelo menos, obrigada a fazer mínima tentativa de uma simples palavra de conforto. Tudo se rege pelo clássico quero, posso e mando. E tudo se ordena com uma mais que elementar bonomia dos simples que, prosaicamente, confere com a irresponsabilidade dos trafulhas. Alguém me aparecerá por aqui a lembrar que pareço desconhecer que estamos a meio de uma pandemia? Certo, certo. Concedo que é verdade! Não obstante, recomendaria ao interrogador que relesse atentamente as indagações escarrapachadas na crónica do AG onde, certamente, encontraria uma mais que objectiva resposta.

A isto chegámos! E por acréscimo, sou confrontado com uma aparente indiferença de todo um povo que deixou de ser solidário nem que seja tão só no apoio ao sofrimento dos seus concidadãos. Por que é que digo isto? Simples, porque pelo que vou lendo nas redes sociais me parece que a maioria de nós apoia a perseguição, se não mesmo o rápido encarceramento, por exemplo, do proprietário de um restaurante que por teimosia libertária ou por mera necessidade de sobrevivência, resolveu abrir o espaço a alguns (provavelmente conhecidos) comensais.

Absolutamente assustador! Confesso que fiquei surpreendido com a tacanhez mesquinha da maioria dos comentadores. E, se a um nível meramente intelectual, colocava algumas reservas quanto à bondade do nosso povo, agora, após tal reacção, elevei tal conceito a uma tão parcimoniosa animosidade, que me atrevo a dizer que ronda as raias do mais elementar desprezo! Estranho, não é mesmo? Mas, feliz ou infelizmente, tenho imensa dificuldade em lidar com a inveja larvar. E se a isso se juntar a pura e simples pulhice, então, dou por ultrapassadas as finas linhas que me separam da mais básica forma de tolerância. É isto, e tão só isto, que neste caso se pode arranjar!... PS- Morreu o Ten. Cor. Marcelino da Mata, o soldado português que em cerca de 900 anos de história mais vezes foi condecorado. Não quero formular juízos de valor se mereceu ou não e se a causa dele foi justa ou injusta. Por isso, detenho-me somente numa análise formal de conteúdo e de forma. De conteúdo porque era um militar super condecorado e, de forma, porque se tratou para todos os efeitos de um herói nacional. Mais ainda, soa-me a estranho por ser negro e não aparecerem as avestruzes esquerdoidas, como dizem os brasucas, a “puxar o saco”. Que estranho, não é mesmo? Ou terá algo a ver com o facto de alguns desses esquerdosos o terem barbaramente torturado no malfadado RALIS e esses torturadores se andarem a passear ainda entre nós? Quem souber que me responda! Mas não vou terminar sem antes vos deixar uma espécie de “teorema” de intenções: a) Morreu um herói português (vão ler o seu currículo). b) Temos um PR que não só condecora o mais básico bicho-careto como, ainda por cima, apoia um criminoso no Bairro da Jamaica contra as forças da ordem. c) Ao que julgo saber, o nosso frenético PR, não deixou uma simples palavra de apreço na elegia fúnebre deste falecido herói. d) Observem, assim, à laia de brincadeira, uma situação caricata: 1- Faleceu um grande herói português, portanto, um homem condecorado, entre outras mais, com a Torre e Espada que exige honra, lealdade e mérito. 2- Temos, ao que se consta, um PR hipocondríaco que, ao que se diz, também aparenta ter medo da própria sombra! Afinal, digam-me lá, quem é que morreu ou ainda está vivo?...

Pedro Martins: Às suas excelentes perguntas só tenho mesmo uma a acrescentar: como é que o socialismo nacional; totalitário, corrupto e ladrão, conseguiu, no total, em dois meses e meio e com o auxilio da déspota e corrupta não-eleita Bruxelas, vacinar o mesmo número de pessoas que o Reino Unido, com o seu próprio incompetente, racista e fasciiiiiiiiiiiista PM, está a vacinar NUM SÓ DIA ...???!

João Paulo: Bravo. Há que por os pontos nos iii. Avante Alberto, avante Verdade!

 

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