segunda-feira, 8 de julho de 2024

Comentário decisivo

 

E brilhante, a um texto merecedor de iguais epítetos distintivos:

De CARLOS CHAVES, o COMENTÁRIO. De JOÃO PEDRO MARQUES , o TEXTO:

No OBSERVADOR, 8/7/24

COMENTÁRIO:

Carlos Chaves: «Fica aqui exposto, com este exemplo concreto, como se manipula a instrução que é leccionada nas escolas Portuguesas! Vivemos um tempo onde o rigor científico (e a tentativa de chegar à verdade) é suplantado por estratégias políticas, ao sabor de quem está no poder! Não vamos ser ingénuos para não sabermos que sempre assim foi, mas agora isto está a ser levado ao limite. Obrigado João Pedro Marques por nos trazer aqui este elucidativo exemplo da Fundação Gulbenkian

TEXTO:

O ponto vulnerável é o ensino da História

É muito positivo que toda a gente fale sobre a história da escravatura e não haja feudos reservados a alguns. Dito isso, esta escolha de formadores tem um significado e é sobre isso que quero falar.

JOÃO PEDRO MARQUES Historiador e romancista

OBSERVADOR, 08 jul. 2024, 00:1831

Decorreu na passada semana, na Fundação Gulbenkian, a primeira metade de um curso destinado a professores de História do ensino básico (5º a 9º anos de escolaridade), ainda que professores de outras disciplinas e níveis de ensino, bem como profissionais das áreas pedagógicas de museus, pudessem igualmente participar. A formação procurava reflectir sobre os actuais programas da disciplina de História no que diz respeito ao tráfico de escravos e à escravatura, “apresentar abordagens alternativas”, desconstruir “alguns preconceitos ainda enraizados na memória pública portuguesa” acerca do “papel de Portugal no comércio de escravos”. A Fundação Gulbenkian informava que a dita formação seria ministrada por “académicos portugueses e norte-americanos cujo trabalho se tem destacado pela investigação deste tópico.” Eis aqui o programa do curso, onde poderão consultar-se os termos em que foi apresentado.

Já há muito que eu não sou professor do secundário e não assisti, claro está, às sessões de formação. Não posso falar sobre o que lá foi dito e ensinado (mas quem quiser poderá ficar com uma ideia dando uma espreitadela a esta notícia do Público). Não conheço as três pessoas norte-americanas que actuaram como formadoras, mas relativamente às portuguesas houve uma coisa que me chamou de imediato a atenção. Ao contrário do que a Gulbenkian disse, não parece haver entre elas nenhum(a) especialista em história do tráfico de escravos e da escravidão. Sei que uma dessas pessoas está ligada ao Slave Wrecks Project — uma rede internacional dedicada à investigação da história da escravatura — nele desenvolvendo um inquérito sobre quem lucrou com o comércio negreiro, mas é antropóloga de formação e as suas publicações, tanto quanto me é dado ver, não versam sobre esses temas; as de outra pessoa, que é socióloga, também não; e há um historiador, sim, mas, ao que parece, terá investigado sobretudo problemáticas do século XX, na vigência do Estado Novo.

Ignoro qual o critério que presidiu a estas escolhas e não está em causa, claro, a competência das pessoas a que aludo, cujo saber é certamente imenso nas suas áreas respectivas. Acresce que é muito positivo que toda a gente fale sobre a história da escravatura e que não haja feudos e terrenos reservados apenas a alguns. Dito isso, parece-me que esta escolha de formadores tem um significado e transmite uma mensagem e é sobre isso que quero falar.

Que mensagem é essa? Para mim é a de que se procura uma ruptura, um corte profundo, com a narrativa que os historiadores construíram em décadas passadas para impor uma outra, de natureza mais culpabilizante ou justiceira — o que não significa mais verdadeira. De facto, parece-me peculiar que para uma acção de formação de professores portugueses sobre escravatura não se tenha convidado alguém com currículo nessa área e uma visão comprovadamente ampla sobre esse assunto. Não, não estou a pensar em mim. Penso, por exemplo — e sobretudo —, em Arlindo Manuel Caldeira, um historiador muito sabedor, que publicou vários livros sobre o assunto — o último dos quais este —, que tem muitas qualidades didácticas e que dedicou grande parte da sua vida profissional ao ensino secundário. Estaria, portanto, autenticamente em casa, digamos assim. Todavia, nem sequer foi sondado para o efeito.

É verdade que os organizadores convidam quem querem e não têm de prestar contas das suas opções e preferências, mas fica a ideia de que houve o cuidado de evitar, ou de contornar, os historiadores mais velhos e ainda fiéis a uma sólida tradição historiográfica que nada tem de woke e que é vista como um obstáculo à propagação de uma mensagem mais imediatista e mais vingadora (ou reparadora) das injustiças do passado. Eu tenho essa ideia já há muito tempo e escrevi sobre ela, no Público, ainda antes de Marcelo Rebelo de Sousa ter ido ao Senegal e de todo este debate ter sido desencadeado. De facto, num artigo intitulado “Paint it Black” tentei mostrar que, nos Estados Unidos, os intelectuais, académicos e políticos negros queriam uma história contada à sua maneira e que parecia haver uma tendência para ignorar ou arredar os historiadores brancos — que, curiosamente, haviam sido os grandes construtores da historiografia da escravatura. Afirmei, também, que “a História não tem que ver com opções políticas, não tem que ver com preto ou branco, mas sim com a verdade. É isso que os historiadores prezam (ou deviam prezar)”.

Na altura em que escrevi esse texto referia-me aos Estados Unidos, sem saber, ainda, que essa tendência chegaria cá — ou talvez já cá estivesse, até, mas em surdina. Porém, o debate em que tenho participado e a atenção que passei a dispensar a este assunto depressa me abriram os olhos para o que se passa aqui. E fizeram-me perceber, igualmente, que o ponto mais apetecível para os que querem impor a nova narrativa, e mais vulnerável para os que se lhe opõem, é o ensino. Quando o debate sobre escravatura começou no nosso país, em abril de 2017, as pessoas de extrema-esquerda que o desencadearam estavam provavelmente convencidas de que iriam vencê-lo sem grande dificuldade e que iriam conseguir impor rapidamente os seus pontos de vista na sociedade portuguesa, atingindo a breve trecho as metas que visavam. Não aconteceu assim e a partir de 2019, depois de vários embates nas páginas dos jornais, essas pessoas tiveram tendência para aparecer menos no palco da discussão pública e para privilegiarem a tentativa de alteração dos manuais de História e dos programas de ensino da disciplina.

Lembro-me de que várias pessoas — Jaime Gama, por exemplose insurgiram, então, com o que parecia estar a cozinhar-se e eu, pela parte que me toca, comecei, ainda em 2019, a chamar a atenção dos que me lêem para a importância fulcral do ensino neste combate cultural. Voltei ao assunto várias vezes — ver, por exemplo, o artigo “Fazer reset e avançar pela calada”e aqui estou de novo a apontar essa questão. Que não é, ao contrário do que possa parecer, apenas uma questão de esquerda versus direita. A questão vai muito para lá disso e tem sobretudo que ver com verdade, razoabilidade e equilíbrio, coisas indispensáveis a uma visão histórica correcta. Arlindo Manuel Caldeira, que referi acima, é um homem de esquerda, com o qual, enquanto historiador, tenho algumas divergências. Todavia é um historiador bem informado e uma pessoa pouco dada a radicalismos. Talvez por isso não agrade aos activistas woke que dão gás a estas causas. Nas minhas investigações nas redes sociais, encontro pontualmente gente woke a sublinhar que Arlindo Caldeira tem uma opinião parecida com a minha, pois, segundo quem o acusa desse pecado, Caldeira diria “que é preciso contextualizar as coisas, que os portugueses de hoje não têm de assumir os actos dos de outrora, que a história está cheia de iniquidades e não há nada a fazer”, ou seja, tudo coisas sensatas que os woke em questão, todavia, consideram “blá, bla, blá”. Outros escrevem que Arlindo Manuel Caldeira lhes suscita “imensas reservas”.

Terá sido por isso que ele e outros como ele não foram convidados para ministrar aquelas acções de formação a professores de História do ensino básico? Ignoro. Aliás, desconheço os meandros e bastidores destas coisas. Apenas constato que as três pessoas portuguesas escolhidas para dar formação em história da escravatura não são — ou não eram, até há pouco — especialistas nessa área, e que parece ter-se criado uma parceria entre a Gulbenkian e a Slave Wrecks Project para juntar duas linhas de intervenção destinadas a promover uma nova narrativa sobre a história da participação de Portugal no tráfico transatlântico de escravos. Não me interpretem mal. A Slave Wrecks Project, que começou por estudar navios negreiros naufragados para, a partir desse estudo, caso a caso, ficar a saber a origem dessas trágicas viagens, quem as custeou, capitaneou, etc., é, pelo que sei, um projecto excelente que interessa à nossa História, desde que não sirva para impor, condicionar ou orientar a forma como a ensinamos aos jovens portugueses. E a excelência da acção da Fundação Gulbenkian em prol da cultura escusa de ser explicada pois toda a gente a conhece. A Gulbenkian acolheu há poucos meses uma conferência do historiador anglo-canadiano David Eltis para apresentar o seu Atlas do Comércio Transatlântico de Escravos. Tem o meu aplauso. Eltis é um óptimo historiador, com décadas de profícuo e profundo trabalho nesta área de estudo e o seu (e, também, de David Richardson) Atlas é uma obra que recomendo a quem queira saber mais sobre aquilo a que os abolicionistas de Oitocentos chamavam o “odioso comércio”. Agora se a Fundação Gulbenkian patrocinou uma acção de formação sobre história da escravatura para professores do ensino básico que, aparentemente — falo apenas nos formadores portugueses —, não foi ministrada por pessoas especializadas nesta área do conhecimento, bom, aí já tenho reservas, mas a Fundação Gulbenkian lá terá as suas razões que esclarecerá, se assim o entender.

FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN      CULTURA     HISTÓRIA

COMENTÁRIOS (de 42):

Novo Assinante; Duas breves notas: (i) - O senhor João Pedro Marques descobriu que se usar o termo "woke", "wokismo", similar ou afim, tem mais comentários do que se não o fizer. Vai daí nunca deixa de usar aqueles termos, tenham ou não cabimento, e assim mostra serviço ao chefe José Manuel Fernandes que lhe paga a avença e lhe permite (ao senhor Marques), pagar as mercearias ao fim do mês. Há cerca de dois meses, e a propósito do caso das eventuais compensações às ex-colónias pelos genocídios e roubos então cometidos contra quem nunca pediu para ser "descoberto" e muito menos para ser colonizado, até o Presidente da República passou a ser wok para o senhor Marques. Como se um distinto conhecedor do Direito, como é o caso do Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, Direito esse que será o instrumento a utilizar em caso de litígio no âmbito das referidas compensações quando a questão chegar às barras da Justiça, pudesse ser equiparado a um mero opinador como é o caso do senhor Marques que vive dos bitaites que aqui escreve e inventa. (ii) - O senhor Marques está sistematicamente contra qualquer opinião expressa sobre este único tema sobre o qual aqui escreve (escravatura e afins) que contrarie a sua, venha de onde vier. Não houve até agora (o senhor Marques já aqui escreve há cerca de um ano), ninguém que através deste jornal (usando o direito de resposta previsto na lei, por exemplo), se dignasse responder-lhe ou comentar o que ele escreve, ou seja, nenhum dos visados quis/quer saber do senhor Marques ou da sua opinião para coisa nenhuma!!! Post Scriptum: Em Economia (ciência económica), o "trabalho" (notar as aspas) que o senhor Marques aqui desenvolve, designa-se por prestação de serviços sem valor acrescentado, ou seja, nós, os assinantes do Observador, pagamos as contas do senhor Marques ao fim do mês (comida, electricidade, combustíveis, etc, etc) via avença que o jornal lhe paga e nada recebemos em troca.                 Jorge Espinha: O problema é o ensino do Estado. PONTO. Tudo o que se fizer aí será cosmético e será impossível contrariar o ataque constante das agendas de esquerda. Os conservadores não têm o temperamento para terem a mesma devoção. A única solução é a escolha escolar, o cheque ensino. Quem quiser 73 géneros, os seres que menstruam, a demonização do povo original de Portugal, etc então que ponha os seus filhos nas mãos de activistas mas deixem os outros colocar os filhos em escolas a sério                 J. D.L.: Excelente e esclarecedor artigo!               Carlos Chaves: Fica aqui exposto, com este exemplo concreto, como se manipula a instrução que é leccionada nas escolas Portuguesas! Vivemos um tempo onde o rigor científico (e a tentativa de chegar à verdade) é suplantado por estratégias políticas, ao sabor de quem está no poder! Não vamos ser ingénuos para não sabermos que sempre assim foi, mas agora isto está a ser levado ao limite. Obrigado João Pedro Marques por nos trazer aqui este elucidativo exemplo da Fundação Gulbenkian!                    João Floriano > Novo Assinante: Dra. Joacine Katar Moreira, é mesmo a senhora que por aqui anda como Novo Assinante? É que notei a coincidência de tanto a Dra. Como o Novo Assinante tratarem o Dr. João Pedro Marques por Sr Marques, iludidos que o fazem depreciativamente. Gostaria se me permite de responder às suas breves notas que não são assim tão breves. 1 O Presidente da República pode não ser woke, mas na questão das compensações pôs todos os wokes a salivar de excitação porque  achou por bem criar um problema , obrigou o governo a desmentir que o assunto estivesse em agenda, e segundo várias opiniões tentou conseguir apoios e desviar atenções do caso das gémeas. Ofendeu os portugueses apoiando os que nos acusam de sermos uma sociedade de racismo estrutural. As ex colónias não pediram para ser descobertas. Se não fossem os portugueses teriam sido espanhóis e posteriormente ingleses e holandeses, não pediram para ser colonizadas, e portanto é difícil compreender como querem agora juntar-se à sociedade de colonizadores e exploradores. Um verdadeiro mistério!. Mero opinador serei eu e outros que aqui deixam  a sua opinião incluindo o Novo Assinante. Quem tem vários livros publicados, é reconhecido internacionalmente e tem larga participação em revistas da especialidade não se enquadra de modo algum na categoria de mero opinador. 2- O Novo Assinante anda um tanto ou quanto distraído. Houve recentemente «troca de correspondência» entre o Dr. João Pedro Marques e a Dra. Joacine Katar Moreira. Ao contrário do que escreve, os wokes nacionais prestam muita atenção ao Dr. João Pedro Marques, como se pode ver pelas ameaças mais ou menos explícitas no direito de resposta da Dra. Joacine Katar Moreira. Não leu? Ainda vai a tempo. E a razão de não pedirem direito de resposta aqui no Observador é extremamente simples: quando o fazem são confrontados com opiniões como a minha de total repúdio ao que muitos dos nossos wokes militantes defendem. Se há coisa que os wokes não apreciam, seja em que domínio e assunto for, é o contraditório. Para tal tem de haver argumentos válidos em vez de estórias da Carochinha .  Post Scriptum: Prestar serviços é uma actividade digna que não desonra quem os presta. Há por aqui muitos avençados que eu nunca censurei porque também prestam um serviço de natureza intelectual. Já não tenho igual consideração ou mesmo respeito pela enorme quantidade de intelectuais woke instalados em observatórios, associações, ONGs e afins que parasitam o nosso erário público e vivem muito bem à conta dos impostos de gente que insultam gratuitamente. Eu também com a minha assinatura pago as contas de muitos jornalistas (eles dizem que são jornalistas) muitos comentadores de esquerda, extrema-esquerda e wokes, que eu não apoio. Tenho a opção de cancelar a assinatura, tal e qual como o Novo Assinante.                João Floriano: Não conheço os participantes da acção de formação organizada pela Gulbenkian. Não sei qual a adesão que teve por parte do público alvo e se durante as sessões alguém resolveu contrariar a linha woke seguida. O que achei curioso foi o título do artigo no Público: «Onde está aqui a minha história?». Trata-se de uma pergunta que deixaria baralhado qualquer miúdo entre os 10 e os 15 anos e se o professor chegar à sala de aula e colocar a questão, mesmo que tenha explicado o objectivo, os miúdos vão fazer a pergunta óbvia: «mas qual história?». estes miúdos com raizes africanas têm presentemente histórias muito semelhantes a todos os outros que não as têm mas que por sua vez são descendentes de alentejanos e algarvios que nos anos 60 chegavam ao Barreiro por comboio para trabalhar na cintura industrial de Lisboa: CUF, Lisnave, as fábricas do Seixal. Estes miúdos nasceram em famílias que na maior parte das vezes já foram assimiladas, integradas. O que uma questão como esta pretende é abrir uma ferida, uma clivagem, estabelecer diferenças entre os miúdos que podem ser descendentes de antigos escravos mas que se vão sentir mal, diferentes por considerarem que a sua história é especial. Quer isto dizer que o assunto não deve ser abordado? Precisamente o contrário. Deve ser falado na escola mas com a moderação, o bom senso, a objectividade que está muito distante da agenda woke e das suas abordagens fracturantes. Uma sala de aula é espaço de integração e não de segregação. Ao impor o ponto de vista woke no ensino da História, promove-se a fractura, a divisão.          Isabel Amorim > Novo Assinante: O seu comentário é patético e denota uma ignorância gritante. Além de ignorante é pouco humilde. Quando esses 2 factores se juntam dá - se-lhe o nome de... adivinhe se conseguir juntar os neurónios que não sejam para procurar alimentos. Particularmente diverte-me imenso ver exposto assim cruamente um básico a dois tempos botar faladura. Continue por favor..                     Eduardo Cunha: o ensino da história é só um dos problemas do ensino em Portugal. nestes últimos 20 anos o ensino foi tomado por uma esquerda inculta e impreparada. para mudar de rumo serão precisas décadas e vontade. não acredito que algo mude.               Coxinho: Obrigado, JPM! As suas intervenções no Obs. justificam só por si a assinatura.       Nuno Abreu: Não tenho qualquer formação curricular em história mas gosto muito de conhecer o meu passado. Depois de abandonar a actividade empresarial, dediquei-me a investigar e a escrever a história da minha família. Depois a do lugar onde nasci. Mais tarde a da freguesia onde esse lugar se insere. Com o apoio da minha família editei o primeiro. Com o apoio da autarquia editei os outros dois. Procurei seguir o conselho do meu professor de história do 5º ano, a quem acompanhei no leito da morte. Dizia-me ele: - para se compreender a história têm de se analisar os factos dentro do contexto em que aconteceram. Ao investigar a minha freguesia, que tem uma história milenar tomei conhecimento que tinha sido lá criado Sancho II, que foi destituído da coroa e foi morrer a Castela, acompanhado por Gil Martins, titular do padroado da minha freguesia. Na minha investigação deparei-me com o facto de este Gil Martins, ter sido Mordomo-Mor do reino e se ter refugiado na corte de Afonso X, o Sábio, depois de ter abandonado o cargo. Levou consigo uma filha, Teresa Gil, que se apaixonou por Sancho, filho do Sábio, mais tarde Sancho IV. A história de Teresa Gil, perdeu-se no tempo. Mas em 2010, um médico que morava no prédio Teresa Gil, na Rua Teresa Gil, em Valhadolide, resolveu investigar quem era aquela mulher cuja origem não constava dos manuais de história, mas que fora uma figura importante daquele município, deixara uma fortuna para os pobres, para publicação de livros religiosos. Mandara construir um mosteiro, ainda hoje em actividade, onde está sepultada num túmulo junto á Rainha Beatriz, a filha de D. Fernando que casou com D. João rei de Castela, em capela própria. Afinal D. Teresa, era uma freguesa da minha freguesia. Fui a Valhadolide, falei com o médico autor da biografia, passeei na rua com o seu nome. Ontem o meu filho também apaixonado por história, enviou-me uma fotografia tirada em Valhadolide, por baixo da placa que contém o topónimo que idêntica a rua. Caro Professor. O analfabetismo histórico desta cultura woke revela-se pelo facto de tentarem ignorar o conselho que o meu professor de história, já idoso, me deu há 65 anos: - os factos históricos só podem ser seriamente analisados dentro do contexto em que aconteceram.                Maria Cordes: Há 30 anos ou mesmo 40, que a escola se tornou a horta favorita da esquerda, a intervenção foi silenciosa e insinuosa. Mesmo para quem estava dentro, havia dúvidas. A grande estratégia foi o facilitismo e falta de exigência. Com argumentos falaciosos, de que as diferenças sociais das famílias, não permitiam proporcionalidade e justiça nos resultados, em vez de mais trabalho, para que todos, todos chegassem à excelência, aligeirou-se. A escola passou a jogar na desigualdade. Nunca isto foi tão verdade. A escola é, agora geradora de desigualdade. Depois, seguiu-se a alteração de programas e a falta de empenho na formação de professores, especialmente na avaliação. Ler a biografia de Rómulo de Carvalho, insuspeito , é uma janela aberta sobre o abandalhamento, com determinados fins. A cereja em cima do bolo, a entrada indiscriminada, no país, vinda de África, e agora da Ásia, que implode a nossa identidade. A cultura woke, odeia Portugal e os Portugueses, quanto mais depressa rebentar com o conceito de nação, melhor. É o síndroma Costa.                Carlos Quartel: Quando se quer obter determinado resultado, normal que se contrate o pessoal indicado para o efeito. Se a tese é que somos um povo racista, de negreiros, campeões universais da escravatura, que inventámos, e que devemos pedir milhões de desculpas e de nos arrojar aos pés das Joaquinas e dos Mamadus, tratá-los como príncipes e estabelecer-lhes tensas, então temos que seleccionar o pessoal indicado para defender essa tese. Qualquer doutrinação tem uma atracção especial pelas crianças. "De pequenino se torce o penino" pelo que não é de estranhar essa iniciativa.       Isabel Amorim > João Floriano: Muito bem!                   Carminda Damiao > Novo Assinante: Fico contente, se o dinheiro da minha assinatura servir para pagar ao Sr. Historiador JPM, que muito admiro e a quem agradeço a sua luta em repor a verdade, que muitos querem alterar. Dou portanto nota 10 aos artigos escritos por JPM. Ao seu comentário dou nota zero.            joao lemos > João Floriano: Obviamente estão identificados os "novos assinantes" cuja principal característica é a ignorância e o ódio que vomitam.

Nenhum comentário: