Também eu acreditei no que aqui se diz,
naqueles tempos de reviravolta antipatriótica e de apunhalamento dos ideais em
que fora educada. Precisava de continuar a ter fé na “ditosa pátria minha amada”
e nos que aparentemente pensavam do mesmo modo – os do CDS aqui descrito, com
saudosismo que seja. A destruição gradual desses valores faria relegar o CDS
para a posição de nulidade política que o PSD, fraternalmente, pretende travar
em parte. Não acredito que o consiga, afundada a sociedade num posicionamento
de indiferença pátria só saída das trevas aquando dos jogos de futebol
internacionais, onde se canta a Portuguesa. Mas fico grata a Bruno Bobone por
não ter receio das chufas, quando resolve corajosamente arrostar com a indiferença
trocista alheia, ao vir terçar armas pelo seu partido.
CDS: as virtudes do Centro
Este CDS, que foge do pragmatismo
para defender a verdade, que usa o liberalismo para criar riqueza, mas que usa
o social para a distribuir, vem trazer à política a alternativa de servir
Portugal.
BRUNO BOBONE Presidente do Grupo Pint Presidente do Grupo Pinto Basto
OBSERVADOR, 25
jul. 2024, 00:157
O CDS foi criado há 50 anos. Um partido que nasceu com o nome de
Centro Democrático Social. Um nome que trazia toda a informação que seria
necessária à definição da sua identidade.
Ser
do centro significa estar aonde está a virtude, é ser a casa que pode acolher
todos os que venham de um lado ou de outro, é estar preparado para olhar o todo
a partir do ponto central que nos dá a melhor perspetiva.
Ser
democrático, na época a grande conquista que se tinha obtido, era um grande
objectivo, mas representa muito mais do que isso, significa o conjunto dos três
princípios que definem a forma de ser cristão: a verdade, a justiça e a liberdade.
Ser
social tem a componente mais importante daquilo que se pretendia ser a acção de
intervenção pública deste partido. Uma acção voltada para o social, para as
pessoas e para o ambiente.
Foi com este propósito claro que se
fundou este partido que, ainda hoje, é na sua essência o partido que defende
tudo aquilo em que acredito.
Baseado nos valores de Cristo e focado
na promoção da vida – e de uma vida cada vez melhor para cada pessoa e sempre
com o objectivo de promover a felicidade de cada um –, defendeu desde o seu princípio o Bem Comum, ou seja, a promoção das
condições necessárias ao desenvolvimento de cada um e de todos para atingir
mais plena e facilmente a própria perfeição.
O
destino universal dos bens, defendendo sempre o conceito fundamental da
propriedade privada como um direito de cada pessoa, afirma sem dúvida que a
utilização dos bens deve sempre ter em conta o benefício da humanidade e das
pessoas, sem nunca esquecer a opção preferencial pelos pobres.
A subsidiariedade, que promove a
aproximação da decisão do seu beneficiário, tornando-a mais próxima, mais
humana e mais justa, para além de garantir o envolvimento do próprio na decisão
que o compromete.
A participação de cada um na vida da
sociedade assumindo as suas responsabilidades para com o todo e para cada um
dos seus membros.
A solidariedade, pela qual todos nos
juntamos, na assunção da responsabilidade sobre o bem-estar de cada um ao nosso
lado.
E foi com base nestes valores
que se deu o momento da criação do CDS.
Depois, ao longo dos anos e com a
evolução da vida política portuguesa, europeia e mundial, o pragmatismo tomou
conta das nossas decisões e todos fomos trilhando caminhos que nos pareceram
incontornáveis nesses momentos, mas que, de uma forma mais ou menos subtil, nos
foram desviando daquela declaração de princípios inicial e nos levaram a seguir
os movimentos da moda política imediata e em que ganhou muito destaque a teoria de que aquilo que parece, é!
O politicamente correcto deixou-nos com
medo de afirmar as nossas convicções e, por vezes, levou-nos mesmo a acreditar
que as novas convicções seriam as correctas.
O caminho faz-se caminhando e nunca
devemos renegar aquilo que foi a nossa história.
Por isso, assumindo os erros e as
faltas, as ambições e as perturbações, o CDS, que começou profundamente
democrata cristão, que procurou no liberalismo a sua afirmação e que no
pragmatismo encontrou a sua perda, festejou este fim de semana os 50 anos de
uma vida que tem acima de tudo o brilho de quem soube sempre, depois de cair,
levantar-se!
É este novo CDS, agora com meio século,
que se apresenta de novo, cheio de força a
um eleitorado que procura encontrar valores, seriedade, preocupação social de
verdade e promoção de uma vida digna e de realização como pessoas.
Este
CDS, que foge do pragmatismo para defender a verdade, que usa o liberalismo
para criar riqueza, mas que usa o social para a distribuir, vem trazer à
política portuguesa a verdadeira alternativa de servir Portugal e os
portugueses.
Um servir com verdade, com justiça e com
liberdade, sempre com a consciência de que é ao povo que devemos atender.
COMENTÁRIOS:
GateKeeper: Eu traduzo : "cds/pp"
as virtudes de um "centrão" ps+ps2d+pp". Prontes! E nem vale a
pena complicar mais o que é simples e factual.
Mario Guimaraes: Crónicaú. O CDS faz falta na
democracia mas não é por "defender os valores de Cristo". O CDS
precisa de sair das mãos dos betinhos, defender as pessoas e não ter medo de
concorrer sozinho. Aproveitam-se do partido para ganhar dinheiro.
Lily Lx: Que o cds viva mais 50!
GateKeeper
Lily Lx: O cds morreu. Desde o 1° dia em que D Freitas do A
virou o bico para o centrão ps+"cds". Morto e enterrado, bem se vê.
Glorioso SLB > Tim do A: Amigos woke? O CDS e Nuno Melo podem ser acusados de
tudo, menos de serem woke.
JoãoFloriano: Quem ler esta crónica e não conhecer a real situação, há-de pensar que o CDS é um
partido influente, quando a verdade é bem diferente. O CDS foi repescado
pelo PSD, nem sequer sabe quantos votos vale e o melhor é não saber para
continuar a sonhar. De ilusão também se vive!
Tim do A: Agora temos um CDS como um grupo de amigos Woke
moribundo; a tentar mostrar que tem vida mas morto e enterrado sem que tenha a
noção disso.
Ronin: Compreendo a
amargura, mas esse CDS foi destruído por Paulo Portas em nome de um projecto
pessoal, não esquecendo o caso de Freitas do Amaral. Este artigo é
um relatório de autópsia sem objectividade de quem não acredita no que vê,
acredita no que deseja. Lamento, mas R.I.P. para o CDS.
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