sexta-feira, 26 de julho de 2024

No princípio era o verbo


Também eu acreditei no que aqui se diz, naqueles tempos de reviravolta antipatriótica e de apunhalamento dos ideais em que fora educada. Precisava de continuar a ter fé na “ditosa pátria minha amada” e nos que aparentemente pensavam do mesmo modo – os do CDS aqui descrito, com saudosismo que seja. A destruição gradual desses valores faria relegar o CDS para a posição de nulidade política que o PSD, fraternalmente, pretende travar em parte. Não acredito que o consiga, afundada a sociedade num posicionamento de indiferença pátria só saída das trevas aquando dos jogos de futebol internacionais, onde se canta a Portuguesa. Mas fico grata a Bruno Bobone por não ter receio das chufas, quando resolve corajosamente arrostar com a indiferença trocista alheia, ao vir terçar armas pelo seu partido.

CDS: as virtudes do Centro

Este CDS, que foge do pragmatismo para defender a verdade, que usa o liberalismo para criar riqueza, mas que usa o social para a distribuir, vem trazer à política a alternativa de servir Portugal.

BRUNO BOBONE Presidente do Grupo Pint Presidente do Grupo Pinto Basto

OBSERVADOR, 25 jul. 2024, 00:157

O CDS foi criado há 50 anos. Um partido que nasceu com o nome de Centro Democrático Social. Um nome que trazia toda a informação que seria necessária à definição da sua identidade.

Ser do centro significa estar aonde está a virtude, é ser a casa que pode acolher todos os que venham de um lado ou de outro, é estar preparado para olhar o todo a partir do ponto central que nos dá a melhor perspetiva.

Ser democrático, na época a grande conquista que se tinha obtido, era um grande objectivo, mas representa muito mais do que isso, significa o conjunto dos três princípios que definem a forma de ser cristão: a verdade, a justiça e a liberdade.

Ser social tem a componente mais importante daquilo que se pretendia ser a acção de intervenção pública deste partido. Uma acção voltada para o social, para as pessoas e para o ambiente.

Foi com este propósito claro que se fundou este partido que, ainda hoje, é na sua essência o partido que defende tudo aquilo em que acredito.

Baseado nos valores de Cristo e focado na promoção da vida – e de uma vida cada vez melhor para cada pessoa e sempre com o objectivo de promover a felicidade de cada um –, defendeu desde o seu princípio o Bem Comum, ou seja, a promoção das condições necessárias ao desenvolvimento de cada um e de todos para atingir mais plena e facilmente a própria perfeição.

O destino universal dos bens, defendendo sempre o conceito fundamental da propriedade privada como um direito de cada pessoa, afirma sem dúvida que a utilização dos bens deve sempre ter em conta o benefício da humanidade e das pessoas, sem nunca esquecer a opção preferencial pelos pobres.

A subsidiariedade, que promove a aproximação da decisão do seu beneficiário, tornando-a mais próxima, mais humana e mais justa, para além de garantir o envolvimento do próprio na decisão que o compromete.

A participação de cada um na vida da sociedade assumindo as suas responsabilidades para com o todo e para cada um dos seus membros.

A solidariedade, pela qual todos nos juntamos, na assunção da responsabilidade sobre o bem-estar de cada um ao nosso lado.

E foi com base nestes valores que se deu o momento da criação do CDS.

Depois, ao longo dos anos e com a evolução da vida política portuguesa, europeia e mundial, o pragmatismo tomou conta das nossas decisões e todos fomos trilhando caminhos que nos pareceram incontornáveis nesses momentos, mas que, de uma forma mais ou menos subtil, nos foram desviando daquela declaração de princípios inicial e nos levaram a seguir os movimentos da moda política imediata e em que ganhou muito destaque a teoria de que aquilo que parece, é!

O politicamente correcto deixou-nos com medo de afirmar as nossas convicções e, por vezes, levou-nos mesmo a acreditar que as novas convicções seriam as correctas.

O caminho faz-se caminhando e nunca devemos renegar aquilo que foi a nossa história.

Por isso, assumindo os erros e as faltas, as ambições e as perturbações, o CDS, que começou profundamente democrata cristão, que procurou no liberalismo a sua afirmação e que no pragmatismo encontrou a sua perda, festejou este fim de semana os 50 anos de uma vida que tem acima de tudo o brilho de quem soube sempre, depois de cair, levantar-se!

É este novo CDS, agora com meio século, que se apresenta de novo, cheio de força a um eleitorado que procura encontrar valores, seriedade, preocupação social de verdade e promoção de uma vida digna e de realização como pessoas.

Este CDS, que foge do pragmatismo para defender a verdade, que usa o liberalismo para criar riqueza, mas que usa o social para a distribuir, vem trazer à política portuguesa a verdadeira alternativa de servir Portugal e os portugueses.

Um servir com verdade, com justiça e com liberdade, sempre com a consciência de que é ao povo que devemos atender.

CDS-PP      POLÍTICA

COMENTÁRIOS:

GateKeeper: Eu traduzo : "cds/pp" as virtudes de um "centrão" ps+ps2d+pp". Prontes! E nem vale a pena complicar mais o que é simples e factual.

 Mario Guimaraes: Crónicaú. O CDS faz falta na democracia mas não é por "defender os valores de Cristo". O CDS precisa de sair das mãos dos betinhos, defender as pessoas e não ter medo de concorrer sozinho. Aproveitam-se do partido para ganhar dinheiro.

 Lily Lx: Que o cds viva mais 50!

 GateKeeper Lily Lx: O cds morreu. Desde o 1° dia em que D Freitas do A virou o bico para o centrão ps+"cds". Morto e enterrado, bem se vê.                   

Glorioso SLB > Tim do A: Amigos woke? O CDS e Nuno Melo podem ser acusados de tudo, menos de serem woke.

JoãoFloriano: Quem ler esta crónica e não conhecer  a real situação, há-de pensar que o CDS é um partido influente, quando a verdade é bem diferente. O CDS foi repescado pelo PSD, nem sequer sabe quantos votos vale e o melhor é não saber para continuar a sonhar. De ilusão também se vive!

Tim do A: Agora temos um CDS como um grupo de amigos Woke moribundo; a tentar mostrar que tem vida mas morto e enterrado sem que tenha a noção disso.

Ronin: Compreendo a amargura, mas esse CDS foi destruído por Paulo Portas em nome de um projecto pessoal, não esquecendo o caso de Freitas do Amaral. Este artigo é um relatório de autópsia sem objectividade de quem não acredita no que vê, acredita no que deseja. Lamento, mas R.I.P. para o CDS.

 

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