segunda-feira, 1 de julho de 2024

As alternâncias


Habituais dos poderes, nas tentativas de consertos dos desconcertos das histórias, ao longo da História...

Os democratas que detestavam a democracia

Na UE imita-se a França e usam-se esquemas para que alguns grupos políticos, apesar dos votos, não tenham os cargos correspondentes. Quem age assim? Os extremistas? Não, os democratas.

HELENA MATOS Colunista do Observador

OBSERVADOR, 30 jun. 2024, 07:3181

Quando este texto for publicado os franceses vivem a primeira volta das eleições que há alguns anos se consideravam impossíveis. Impensáveis, até. Afinal não demorou muito para que o impossível de ontem se tornasse no inevitável de hoje. E o impensável passasse a facto consumado.

E o que é (ou era) o impossível? Que o Rassemblement National (RN) anteriormente Front National (FN) se configure como um dos possíveis vencedores do dia de hoje. E o que é (ou era) impensável? Que trinta e seis anos de cordões sanitários e de frentes republicanas não acabassem com aqueles que se pretendia marginalizar. Mas o impossível e o impensável aconteceram e deixaram a França sem centro político.

Mas sejamos honestos, não foram os extremistas quem destruiu o centro. Foram, sim, aqueles que se apresentaram como donos do centro e que, através duma crescente e obscena contradição entre o declarado e o praticado, acabaram a tornar aceitáveis aqueles a quem chamavam extremistas, populistas, fascistas… porque eles mesmos, os democratas, faziam no presente aquilo que – garantiam eles – os fascistas, os extremistas e os populistas iam fazer no futuro se fossem eleitos.

Desde 1986 que em França o centro se prestou às mais rebuscadas engenharias eleitorais para excluir os ditos fascistas, populistas e extremistas dos cargos de poder. A cada eleição o centro perdia votos, mas quanto mais votos perdia mais crescia a sua empáfica cegueira. Empáfica cegueira que, convém sublinhar, agora mesmo vemos ser replicada pelos dirigentes da UE que optaram por deixar de fora das negociações para as lideranças da UE os Conservadores, por sinal o terceiro grupo com maior representatividade no parlamento. Mais uma vez, com o amargo de boca de quem assiste à repetição de um espectáculo grotesco, vemos a contradição entre o defendido – a verdade das eleições – e a prática – os esquemas para excluir alguns. O dilema que a França vive hoje pode muito bem vir a ser o da UE amanhã.

O debate Biden-Trump é um símbolo do nosso tempo. De alguma forma, e por diferentes razões, somos todos como a elite do partido Democrata que agora se diz em choque após ter levado anos a negar o evidente: Biden está senil. Bastava seguir com alguma regularidade as aparições do ainda presidente dos EUA para o perceber. Estou aliás convicta de que Biden só ganhou as anteriores eleições porque a campanha que as precedeu foi substancialmente reduzida com Biden a fazer pouco mais que umas estridentes aparições de óculos escuros. Mas em 2024 não há já forma de esconder o que em 2020 se conseguira escamotear. Numa opção que certamente alimentará especulações durante anos, os Democratasnum gesto para uns de desespero, para outros de negação, perfídia, arrogância… ou tudo isso e o seu contrário – acabaram a ver o seu candidato e ainda Presidente a atolar-se numa prestação que certamente fez alguns rostos sorrir em Pequim e Zelensky beber mais um golo da taça de fel que a solidariedade ocidental lhe oferece. Quando a grande potência do mundo em que queremos viver acaba a discutir o seu futuro num debate nestes termos todos nos sentimos mais frágeis. Muito frágeis mesmo.

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COMENTÁRIOS (de 81):

João Valente > F. Mendes: Absolutamente de acordo.            Fernando CE: Análise certeira. Muito bem. Muitos democratas não ouvem o povo. Alguns políticos democratas não fazem a vida que o povo faz. Não frequentam os mesmos hospitais, centros de saúde, não andam nos mesmos transportes, nos mesmos bairros e casas, não têm os filhos e netos nos mesmos colégios e escolas , etc..            Mario Figueiredo: Cada vez mais me convenço da inevitabilidade destes ciclos. O poder não é nem nunca foi sustentável. A democracia não parece querer oferecer um mecanismo de transição para evitar essa corrosão. Porque rapidamente se transforma numa oligarquia dissimulada. E já há muitas décadas que andamos a ser governados por gente menor que nós, que existem não ao serviço das populações e do país, mas ao serviço dessa oligarquia. Há muito que perdemos as fortes lideranças do pós-guerra. Andamos a esgravatar políticos do fundo do poço genético. O que assusta é a resposta. Mas a raiva, a frustração e o desejo que se faça justiça sempre alimentaram os extremos. E por toda a Europa começa-se a perceber que vamos entrar num novo ciclo nacionalista e proteccionista. Nós, portugueses e os nossos líderes, pouco soubemos aproveitar o que nos chegou quando a Europa mal ou bem ainda funcionava como um mecanismo de entre-ajuda. E vamos pagar um preço caro quando a Europa começar mais claramente a falar a muitas vozes.              Rui Lima: Em 1978 o partido de le Pen tinha 0,2% nas eleições franceses, a partir de 1980 outro povo chegou em força a França , não explica tudo mas quase tudo sobre actual situação no país .               Pertinaz: Por cá vivemos a mesma vergonha. Gentalha que se julga dona da democracia e da vontade dos outros. “Linhas vermelhas” sobre “linhas vermelhas” e ainda temos a sorte de ter uma “extrema-direita” francamente soft para o que se vê por aí. Para mim… ACABOU…!!!                 João Floriano: Helena Matos, o oráculo da direita como é chamada por Sérgio Sousa Pinto, Traz-nos hoje dois temas que provam que pelo menos no ocidente onde a democracia ainda tem regras, estamos a viver numa aldeia global e o que se decida em França, assim como o debate entre Biden e Trump na passada quinta feira, têm influência na nossa vidinha monótona. A engenharia pós eleitoral no seguimento do dia 9 de junho não vai conseguir salvar os centristas nem na Europa, nem em França, nem em Portugal. Tal como Helena Matos aponta, em França foi mais depressa do que seria de esperar. Macron está em maus lençóis não só em termos económicos mas sobretudo em termos sociais. Attal foi nomeado há apenas 6 meses, o que não evita que Macron tenha convocado novas eleições legislativas. O grande problema de entender a democracia como a entendem figuras como Macron, António Costa ou no extremo Sanchez, é que não hesitam em alianças estratégicas para aceder e manter o poder. Em 2015 António Costa abriu a Caixa de Pandora ao aliar-se a PCP e Bloco. Os resultados estão à vista. Em Espanha Sanchez destrói o país para defender o seu PSOE e a extrema esquerda, cedendo a separatistas e terroristas. Vamos a ver que malabarismos vai fazer Macron para se entender com o governo que sairá do acto eleitoral hoje iniciado. Dantes, sabíamos que o partido que ganhasse as eleições nem que apenas por um voto governaria. Hoje temos de esperar pelas alianças, o que torna os governos muito mais frágeis. Se eu pertencesse ao partido Democrata estaria mesmo muito assustado e não saberia o que fazer. Manter Biden é arriscado tendo em conta a debilidade do actual Presidente americano. Arranjar um novo candidato democrata deve ser uma tarefa quase impossível. O ogre Trump nunca teve um debate tão fácil na vida. Tão simples como roubar a chucha de um bebé. Mas a Europa que não tema porque nos comandos da UE temos o super Costa.                     Pedro Correia: Helena Matos. Sem dúvida, a mais lúcida jornalista do "OBSERVADOR ". A restante redacção e painel de comentadores, também já começa a traçar alguma linhas vermelhas, e a tendencialmente se igualar a outros pasquins alinhados à esquerda. Viu-se ( e vê-se) isso, no acompanhamento das campanhas eleitorais, sejam elas nacionais ou internacionais. O que não é do centrão não presta. Mantenha-se assim isenta e sem medo de dizer de sua justiça, Helena.                   F. Mendes: Belo artigo, como vem sendo habitual. No entanto, a responsabilidade pela situação a que chegámos, reside também nas consequências da migração iniciada nos anos 60 para a Europa, cujas consequências em países como a França são trágicas e potencialmente catastróficas. À cabeça, evidentemente, a segunda e terceira geração de Magrebinos, que tantos problemas causam nos subúrbios de cidades como Bruxelas ou Paris. Mas há mais: a imprensa, que trata quem denuncia os aspectos menos simpáticos da imigração, como uma massa de reaccionários da extrema-direita. Os resultados estão à vista, tendo já causado o Brexit e pondo a própria UE em risco, incluindo no campo da segurança interna e defesa militar. Por aqui, estamos a repetir os mesmos erros, e ainda por cima em escala alargada.                 Maria Tubucci: Nem mais, Sra. HM, o pior cego é o que não quer ver. Vivendo nós tempos de lógica invertida e de verdade relativa, onde os democratas que detestam a democracia nos dizem que se tem de matar a democracia para salvar a democracia, na justificação das cercas sanitárias. Tudo a coberto de gigantescas doses de banha-de-cobra mascarada de opinião pública na comunicação social. Tentam-nos fazer crer que, “guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força”, George Orwell topou-os ao longe. O pessoal já começou a topar, e a abrir a pestana, e a ver que a realidade não é como a pintam. Não há ódio bom nem ódio mau, há ódio ponto, qualquer ódio é mau. Aqui vai uma La Palisse, alguém hoje vai ter uma vitória de Pirro!         João Floriano > Fernando Cascais: Bom dia, Fernando Cascais: Hoje não estou em perfeita sintonia consigo e embora os seus comentários sejam como sempre um luxo, não me agradou aquela conversa das lambidelas por parte do xará de AAA em certas partes anatómicas das velhas. Andaram todos ao mesmo, sobretudo o PSD para reconquistar a boa vontade dos eleitores reformados e pensionistas. Mas não falemos disso agora. Biden está muito frágil, sendo que não vou usar o termo senil, que guardo para outro presidente bem mais perto de nós. Se Trump mentiu e não me espanta, Biden não conseguiu desmontar as mentiras ou as inverdades. Mais uma vez repito que não sou apoiante de Trump, mas entendo perfeitamente os motivos que levam os americanos a apoiá-lo. Cansados de wokismo, de imigração descontrolada, é natural que se voltem para Trump, que apesar de não andar muito longe da idade de Biden, não apresenta os mesmos sinais de desgaste pela idade. É prematuro dizer que Trump vai abandonar a NATO. Não será assim até por motivos estratégicos e pelas novas modificações que estão a acontecer com rotas marítimas no Ártico possibilitadas pelas alterações climáticas. Com russos e chineses a passarem cada vez mais a norte, a NATO vai ser mais necessária do que nunca. O que vai certamente acontecer é que Trump vai forçar os países europeus a dividirem «a conta do restaurante», o que não agrada mesmo nada a países entre os quais Portugal, que terão de aumentar as verbas para a defesa. Igualmente não me parece que Trump vá ceder aos chineses em termos de economia. As cedências não se enquadram no MAGA ( Make America Great Again). Quanto à direita e ao que irá fazer, pela minha parte se combater o socialismo e o comunismo, o wokismo, a imigração descontrolada, sobretudo a que ameaça a nossa segurança e o nosso modo de vida, se reintroduzir valores de exigência na educação, já será muito bom. À semelhança de Helena Matos e Durão Barroso, eu também comecei por frequentar reuniões da UDP a seguir ao 25 de Abril. Nada de estranho. O estranho seria se agora aos 72 anos eu andasse a votar nas manas Mortágua. Parece um anátema em relação à direita populista (o Fernando é demasiado inteligente para ir por aí, pelo populista), dizer que está em campo para ganhar votos. Não é isso que se espera de qualquer partido político? Qual o mal de a direita «populista» também o desejar à semelhança de todos os outros partidos, incluindo a IL? Falando de choque com a realidade, é inevitável porque já ninguém aqui é criança ou crédulo a ponto de acreditar em amanhãs que cantam ou que alguém vai modificar o mundo para melhor, o que não deixa de ser uma questão profundamente existencial e filosófica: porque não conseguimos melhorar o mundo mas é tão fácil piorá-lo?                  Carlos Quartel: Muitas nuvens no horizonte, tudo pode ser posto em causa. As democracias parecem estar a esgotar-se, sem mecanismo de resposta para novos problemas. Esta deriva autoritária é a resposta às liberalidades e às cedências ao dito "progressismo de género" que tudo contamina e que fere os sentimentos de decência e rigor moral de muita gente. Não é assunto ligeiro e penso não haver soluções miraculosas. Preocupante, sem dúvida ....        Vitor Batista: Era tão óbvio que Biden está senil, e digo isto sem qualquer desprezo pela pessoa en causa, é que a idade e as vicissitudes da vida não perdoam, sendo assim deveria retirar-se com dignidade.               Ronin: Quando não se pede ID a eleitores nos USA por decisão de juízes STF, então a burla está a caminho, foi o plano com os migrantes aos milhões, por cá o BE defende o mesmo até manda artistas migrantes atacar a oposição. Henrique Nobre: Luís XIII tinha Richelieu e Mazarino, o nosso D. José teve o Marquês de Pombal. As eminências pardas que, de facto, exerciam o poder. Quem, verdadeiramente manda nos EUA? Não é Kamala Harris, de certeza. Preocupante...             Antonio Marques Mendes: A democracia bi-partidária está em causa, mas não a multipartidaria. O centrão acaba anquilosado como acabam as ditaduras - por cansaço.       Carlos Chaves: Caríssima Helena Matos, se me permite acho que se enganou no tempo verbal do título desta crónica. Em vez de “Os democratas que detestavam a democracia”, eu escreveria, “Os democratas que” detestam ”a democracia”. Aqui no nosso país estes “democratas” continuam bem vivos e activos, incluindo neste jornal onde escreve, na rádio onde a ouvimos, e no YouTube onde a vemos e ouvimos! Teimam em ignorar, ostracizar e maltratar milhões, sim milhões, de Portugueses que estão insatisfeitos com os “democratas” que dizem uma coisa e fazem outra, enquanto vamos empobrecendo e embrutecendo! Também aqui chegará a mudança necessária, veremos então se haverão mea-culpa, ou se assistiremos aos cobardes de sempre, a negar os execráveis serviços que andam a fazer!                     bento guerra: A "democracia" começa a revelar-se uma palhaçada, onde a única ligação entre cidadãos e eleitos, são os papelinhos ,que, periodicamente, se metem nas urnas, Os quotidianos ,as realidades das pessoas, já não lhes dizem respeito, são consequência das algazarras parlamentares, (Biden está ali, para safar a família e amigos)              Pedro Manuel Moço Ferreira: Bom dia, alguém a dizer e a ver o óbvio. Acrescento que as democracias estão muito doentes e o centro do poder vai virar-se para a Ásia. Ao longo da história as grandes mudanças de poder fizeram-se sempre com guerras, penso que desta vez volta a ser inevitável.                    Sérgio Cruz: Análise perfeita e bastante profunda. Será o princípio do fim do centrão e das elites políticas.                      Gabriel Madeira > Carlos Chaves: E, já agora, pagantes. Pois, para podermos ler as crónicas e/ou expormos a nossa opinião, subscrevemos a assinatura.                   L Faria: Resta dizer que as eleições que Biden ganhou tiveram alguns pormenores que todos aceitaram porque derrotava o Trump. E aí vale tudo certo? Biden ganhou no voto por correspondência porque no voto das urnas ganhou o Trump. E quem votou? Estaria habilitado a votar? Foi tudo aceite porque derrotava o Trump. No Brasil igual. Valia tudo para tirar o Bolsonaro. O que vemos agora? A implementação de uma ditadura com um corrupto, criminoso que não tem ninguém a na rua e nem consegue andar na rua. Façam isto na Europa e depois admirem-se.            Maria Emília Santos Santos: Muito boa crónica como sempre tudo o que vem da cara Helena Matos! Obrigada Dra Helena por fazer parte dos poucos jornalistas que ainda o são de verdade! Hoje, falar ou escrever verdade é ser: racista, xenófobo, populista, fascista, e de extrema direita! Da extrema esquerda, são todos os que querem virar tudo ao contrário, para fazerem a revolução da "ciência" contra Deus e portanto contra a consciência de cada pessoa! Da direita, são os que desejam viver em democracia cristã, nos valores e ética moral, com justiça deveres e direitos iguais para todos! Da extrema-direita são os que gostavam de voltar ao pior dos tempos antigos. Mas, segundo o maior de todos os Mestres que já existiu na Humanidade por Ele criada, o melhor e mais saudável modo de viver em comunidade, é cumprindo o Código Cristão que Ele mesmo nos deixou! As Bem Aventuranças! Mas, claro, isso para as gananciosas elites financeiras do poder, não serve, porque o problema é que eles querem ser os deuses deles e de nós todos! Eles compram tudo e todos com o excesso de dinheiro que eles acumularam! Eles podem agora ditar as leis, porque têm em seu poder todo o dinheiro do mundo! Eles podiam investir nos países pobres, em infraestruturas, em vez de promoverem a imigração em massa e sem controle, para a Europa e EUA, mas não é isso que eles desejam! Criar desordem e confusão, pobreza e miséria, angústia e desespero, depravação sexual e crime organizado e desorganizado, novas gerações desanexadas e dependentes dos vícios, que elas próprias se tornem dependentes da depravação sexual, que não se interessem por mais nada a não ser a exploração total do seu próprio sexo! Abolir o pecado, e convencê-los de que o diabo não existe e o pecado também não! Depois?!... Ah depois! Depois é só libertinagem e nessa altura já tudo está no papo deles! Este apenas é o caminho para lá chegar! A UE é o caminho para o inferno! Os que se lhe opõem querem conduzir-nos pelo caminho para o Céu!                 Manuel Martins: O agora presidente do Conselho Europeu foi o autor de algumas das frases que vão ficar para a história como as que, em minha opinião, mais prejudicaram a nossa democracia e o nosso país: "à justiça o que é da justiça e à política o que é da política ", " acabou a austeridade", "derrubaram- se os muros à esquerda", " linhas vermelhas com a direita ", etc. As linhas vermelhas, os cordões sanitários, só funcionam enquanto o povo quiser. Como alguém disse com muita razão, não são os políticos nem instituições que normalizam os partidos mas sim o povo com o seu voto. Como se percebe com o que ocorreu em muitos países europeus, se os partidos do centro lançam linhas vermelhas para não ouvir nem considerar alguns partidos, quando eles têm razão, por muito que isso custe ao partidos do centro, o povo percebe que tem de reforçar o voto até que ganhem maioria. Não vai a bem vai à força...                    Luís Rodrigues: O caso dos EUA é particularmente preocupante porque gostaríamos de poder continuar a considerar aquele grande país uma democracia de referência. O que nos dizem de lá, oficial ou oficiosamente, desde 2020, parece esconder partes importantes da realidade. A cegueira assumida dos Democratas perante as óbvias incapacidades de Biden (desde há quatro anos) recorda-me a atitude do nosso "povo socialista" a respeito de Sócrates, cujas excentricidades (palavra delicada mas abrangente) foram ignoradas durante anos. Alguma razão para tanta confiança se desfez ou ficou gravemente prejudicada com o recente debate, e deram-se então conta do sarilho. O controlo dos danos dará muito trabalho.                  João Ramos: Muito bem HM tanto sobre as virgens carpideiras supostamente defensoras da democracia (da delas) e que na realidade apenas a vão destruindo e negando a quem não seja exactamente como elas e no que toca ao drama para todos nós do que se está a passar nas eleições americanas entre um louco irresponsável e perigoso (Trump) e um velho em franca e acentuada decadência (Biden) e isto passa-se no país mais poderoso do mundo e o grande « farol » do Ocidente, se isto não é de arrepiar os cabelos, o que será ???                    L Faria > Filipe Bacelar: E lambem as botas à extrem- esquerda e ao socialismo. Já só falta proibir os partidos de direita. É este o entendimento que tem da democracia? E chama fascistas aos outros certo?             Henrique Nobre: Cara Helena. Biden venceu as últimas eleições, menos pelos seus méritos políticos e mais pela rejeição a Trump. E sim, a sua fragilidade, cognitiva e motora, já era bem visível na altura. Agora, nos últimos dois anos foi o descalabro.

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