Habituais dos poderes, nas tentativas de consertos dos
desconcertos das histórias, ao longo da História...
Os democratas que detestavam a democracia
Na UE imita-se a França e usam-se
esquemas para que alguns grupos políticos, apesar dos votos, não tenham os
cargos correspondentes. Quem age assim? Os extremistas? Não, os democratas.
HELENA MATOS Colunista do Observador
OBSERVADOR, 30
jun. 2024, 07:3181
Quando
este texto for publicado os franceses vivem a primeira volta das eleições que
há alguns anos se consideravam impossíveis. Impensáveis, até. Afinal não
demorou muito para que o impossível de ontem se tornasse no inevitável de hoje.
E o impensável passasse a facto consumado.
E o que é (ou era) o impossível? Que o Rassemblement
National (RN) anteriormente Front National (FN) se configure como um dos possíveis vencedores do dia de hoje.
E o que é (ou era) impensável? Que trinta e seis anos de cordões sanitários
e de frentes republicanas não acabassem com aqueles que se pretendia
marginalizar. Mas o impossível e o impensável aconteceram e deixaram a França
sem centro político.
Mas sejamos honestos, não foram os
extremistas quem destruiu o centro. Foram, sim, aqueles que se apresentaram como donos do centro e que,
através duma crescente e obscena contradição entre o declarado e o praticado,
acabaram a tornar aceitáveis aqueles a quem chamavam extremistas, populistas,
fascistas… porque eles mesmos, os democratas, faziam no presente aquilo que –
garantiam eles – os fascistas, os extremistas e os populistas iam fazer no
futuro se fossem eleitos.
Desde 1986 que em França o centro se prestou às mais rebuscadas
engenharias eleitorais para excluir os ditos fascistas, populistas e
extremistas dos cargos de poder. A cada eleição o centro perdia votos, mas
quanto mais votos perdia mais crescia a sua empáfica cegueira. Empáfica cegueira que, convém sublinhar,
agora mesmo vemos ser replicada pelos dirigentes da UE que optaram por deixar
de fora das negociações para as lideranças da UE os Conservadores, por sinal o
terceiro grupo com maior representatividade no parlamento. Mais uma
vez, com o amargo de boca de quem assiste à repetição de um espectáculo
grotesco, vemos a contradição entre o defendido – a verdade das
eleições – e a prática – os esquemas para excluir alguns. O dilema que a França vive hoje pode muito bem vir a
ser o da UE amanhã.
O debate Biden-Trump é um símbolo do
nosso tempo. De alguma
forma, e por diferentes razões, somos todos como a elite do partido Democrata que agora se diz em
choque após ter levado anos a negar o evidente: Biden está senil. Bastava seguir com
alguma regularidade as aparições do ainda presidente dos EUA para o perceber.
Estou aliás convicta de que Biden só ganhou as anteriores eleições porque a
campanha que as precedeu foi substancialmente reduzida com Biden a fazer pouco
mais que umas estridentes aparições de óculos escuros. Mas em 2024 não há já
forma de esconder o que em 2020 se conseguira escamotear. Numa opção
que certamente alimentará especulações durante anos, os
Democratas – num
gesto para uns de desespero, para outros de negação, perfídia, arrogância… ou
tudo isso e o seu contrário – acabaram a ver o seu candidato e ainda Presidente
a atolar-se numa prestação que certamente fez alguns rostos sorrir em Pequim e
Zelensky beber mais um golo da taça de fel que a solidariedade ocidental lhe
oferece. Quando a grande potência do mundo em que queremos
viver acaba a discutir o seu futuro num debate nestes termos todos nos sentimos
mais frágeis. Muito frágeis mesmo.
ELEIÇÕES POLÍTICA FRANÇA EUROPA MUNDO ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA
COMENTÁRIOS (de 81):
João Valente > F. Mendes: Absolutamente de acordo. Fernando CE: Análise
certeira. Muito bem. Muitos democratas não ouvem o povo. Alguns políticos
democratas não fazem a vida que o povo faz. Não frequentam os mesmos hospitais,
centros de saúde, não andam nos mesmos transportes, nos mesmos bairros e casas,
não têm os filhos e netos nos mesmos colégios e escolas , etc.. Mario Figueiredo: Cada vez mais me convenço da inevitabilidade destes ciclos. O poder não é
nem nunca foi sustentável. A democracia não parece querer oferecer um mecanismo
de transição para evitar essa corrosão. Porque rapidamente se transforma numa
oligarquia dissimulada. E já há muitas décadas que andamos a ser governados por
gente menor que nós, que existem não ao serviço das populações e do país, mas
ao serviço dessa oligarquia. Há muito que perdemos as fortes lideranças do
pós-guerra. Andamos a esgravatar políticos do fundo do poço genético. O que
assusta é a resposta. Mas a raiva, a frustração e o desejo que se faça justiça
sempre alimentaram os extremos. E por toda a Europa começa-se a perceber que
vamos entrar num novo ciclo nacionalista e proteccionista. Nós, portugueses e
os nossos líderes, pouco soubemos aproveitar o que nos chegou quando a Europa
mal ou bem ainda funcionava como um mecanismo de entre-ajuda. E vamos pagar um
preço caro quando a Europa começar mais claramente a falar a muitas vozes. Rui Lima: Em 1978 o partido de le Pen tinha 0,2% nas eleições franceses, a partir
de 1980 outro povo chegou em força a França , não explica tudo mas quase tudo
sobre actual situação no país . Pertinaz: Por cá vivemos a mesma vergonha. Gentalha que se
julga dona da democracia e da vontade dos outros. “Linhas vermelhas” sobre
“linhas vermelhas” e ainda temos a sorte de ter uma “extrema-direita”
francamente soft para o que se vê por aí. Para mim… ACABOU…!!! João Floriano: Helena Matos,
o oráculo da direita como é chamada por Sérgio Sousa Pinto, Traz-nos hoje dois
temas que provam que pelo menos no ocidente onde a democracia ainda tem regras,
estamos a viver numa aldeia global e o que se decida em França, assim como o
debate entre Biden e Trump na passada quinta feira, têm influência na nossa
vidinha monótona. A engenharia pós eleitoral no seguimento do dia
9 de junho não vai conseguir salvar os centristas nem na Europa, nem em França,
nem em Portugal. Tal como Helena Matos aponta, em França foi mais depressa do
que seria de esperar. Macron está em maus lençóis não só em termos económicos
mas sobretudo em termos sociais. Attal foi nomeado há apenas 6 meses, o que não
evita que Macron tenha convocado novas eleições legislativas. O grande
problema de entender a democracia como a entendem figuras como Macron, António
Costa ou no extremo Sanchez, é que não hesitam em alianças estratégicas para
aceder e manter o poder. Em 2015 António Costa abriu a Caixa de Pandora
ao aliar-se a PCP e Bloco. Os resultados estão à vista. Em Espanha
Sanchez destrói o país para defender o seu PSOE e a extrema esquerda, cedendo a
separatistas e terroristas. Vamos a ver que malabarismos vai fazer Macron
para se entender com o governo que sairá do acto eleitoral hoje iniciado.
Dantes, sabíamos que o partido que ganhasse as eleições nem que apenas por um
voto governaria. Hoje temos de esperar pelas alianças, o que torna os governos
muito mais frágeis. Se eu pertencesse ao partido Democrata estaria mesmo muito
assustado e não saberia o que fazer. Manter Biden é arriscado tendo em conta a
debilidade do actual Presidente americano. Arranjar um novo candidato democrata
deve ser uma tarefa quase impossível. O ogre Trump nunca teve um debate tão
fácil na vida. Tão simples como roubar a chucha de um bebé. Mas a Europa
que não tema porque nos comandos da UE temos o super Costa. Pedro Correia: Helena Matos.
Sem dúvida, a mais lúcida jornalista do "OBSERVADOR ". A restante
redacção e painel de comentadores, também já começa a traçar alguma linhas
vermelhas, e a tendencialmente se igualar a outros pasquins alinhados à
esquerda. Viu-se ( e vê-se) isso, no acompanhamento das campanhas eleitorais,
sejam elas nacionais ou internacionais. O que não é do centrão não presta. Mantenha-se
assim isenta e sem medo de dizer de sua justiça, Helena. F. Mendes: Belo artigo, como vem sendo habitual.
No entanto, a responsabilidade pela situação a que chegámos, reside também nas
consequências da migração iniciada nos anos 60 para a Europa, cujas
consequências em países como a França são trágicas e potencialmente catastróficas.
À cabeça, evidentemente, a segunda e terceira geração de Magrebinos, que tantos
problemas causam nos subúrbios de cidades como Bruxelas ou Paris. Mas há mais:
a imprensa, que trata quem denuncia os aspectos menos simpáticos da imigração,
como uma massa de reaccionários da extrema-direita. Os resultados estão à
vista, tendo já causado o Brexit e pondo a própria UE em risco, incluindo no
campo da segurança interna e defesa militar. Por aqui, estamos a repetir os
mesmos erros, e ainda por cima em escala alargada. Maria Tubucci: Nem mais, Sra. HM, o pior cego é o
que não quer ver. Vivendo nós tempos de lógica invertida e de verdade relativa,
onde os democratas que detestam a democracia nos dizem que se tem de matar a
democracia para salvar a democracia, na justificação das cercas sanitárias.
Tudo a coberto de gigantescas doses de banha-de-cobra mascarada de opinião
pública na comunicação social. Tentam-nos fazer crer que, “guerra é paz,
liberdade é escravidão, ignorância é força”, George Orwell topou-os ao longe. O
pessoal já começou a topar, e a abrir a pestana, e a ver que a realidade não é
como a pintam. Não há ódio bom nem ódio mau, há ódio ponto,
qualquer ódio é mau. Aqui vai uma La Palisse, alguém hoje vai ter uma
vitória de Pirro! João Floriano > Fernando Cascais: Bom dia, Fernando Cascais: Hoje não estou em perfeita sintonia consigo e
embora os seus comentários sejam como sempre um luxo, não me agradou aquela
conversa das lambidelas por parte do xará de AAA em certas partes anatómicas
das velhas. Andaram todos ao mesmo, sobretudo o PSD para reconquistar a boa
vontade dos eleitores reformados e pensionistas. Mas não falemos disso agora.
Biden está muito frágil, sendo que não vou usar o termo senil, que guardo para
outro presidente bem mais perto de nós. Se Trump mentiu e não me espanta, Biden
não conseguiu desmontar as mentiras ou as inverdades. Mais uma vez repito que
não sou apoiante de Trump, mas entendo perfeitamente os motivos que levam os
americanos a apoiá-lo. Cansados de wokismo, de imigração descontrolada, é
natural que se voltem para Trump, que apesar de não andar muito longe da idade
de Biden, não apresenta os mesmos sinais de desgaste pela idade. É prematuro
dizer que Trump vai abandonar a NATO. Não será assim até por motivos
estratégicos e pelas novas modificações que estão a acontecer com rotas
marítimas no Ártico possibilitadas pelas alterações climáticas. Com russos e
chineses a passarem cada vez mais a norte, a NATO vai ser mais necessária do
que nunca. O que vai certamente acontecer é que Trump vai forçar os países
europeus a dividirem «a conta do restaurante», o que não agrada mesmo nada a
países entre os quais Portugal, que terão de aumentar as verbas para a defesa.
Igualmente não me parece que Trump vá ceder aos chineses em termos de economia.
As cedências não se enquadram no MAGA ( Make America Great Again). Quanto
à direita e ao que irá fazer, pela minha parte se combater o socialismo e o
comunismo, o wokismo, a imigração descontrolada, sobretudo a que ameaça a nossa
segurança e o nosso modo de vida, se reintroduzir valores de exigência na
educação, já será muito bom. À semelhança de Helena Matos e Durão
Barroso, eu também comecei por frequentar reuniões da UDP a seguir ao 25 de
Abril. Nada de estranho. O estranho seria se agora aos 72 anos eu andasse a
votar nas manas Mortágua. Parece um anátema em relação à direita populista (o
Fernando é demasiado inteligente para ir por aí, pelo populista), dizer que
está em campo para ganhar votos. Não é isso que se espera de qualquer partido
político? Qual o mal de a direita «populista» também o desejar à semelhança
de todos os outros partidos, incluindo a IL? Falando de choque com a realidade,
é inevitável porque já ninguém aqui é criança ou crédulo a ponto de acreditar
em amanhãs que cantam ou que alguém vai modificar o mundo para melhor, o que
não deixa de ser uma questão profundamente existencial e filosófica: porque não
conseguimos melhorar o mundo mas é tão fácil piorá-lo? Carlos Quartel:
Muitas nuvens no
horizonte, tudo pode ser posto em causa. As democracias parecem estar a
esgotar-se, sem mecanismo de resposta para novos problemas. Esta deriva
autoritária é a resposta às liberalidades e às cedências ao dito
"progressismo de género" que tudo contamina e que fere os sentimentos
de decência e rigor moral de muita gente. Não é assunto ligeiro e penso não
haver soluções miraculosas. Preocupante, sem dúvida .... Vitor Batista: Era tão óbvio que Biden está senil, e
digo isto sem qualquer desprezo pela pessoa en causa, é que a idade e as vicissitudes
da vida não perdoam, sendo assim deveria retirar-se com dignidade. Ronin: Quando não se pede ID a eleitores nos USA por decisão de
juízes STF, então a burla está a caminho, foi o plano com os migrantes aos
milhões, por cá o BE defende o mesmo até manda artistas migrantes atacar a
oposição. Henrique Nobre: Luís XIII tinha
Richelieu e Mazarino, o nosso D. José teve o Marquês de Pombal. As eminências
pardas que, de facto, exerciam o poder. Quem, verdadeiramente manda nos EUA? Não
é Kamala Harris, de certeza. Preocupante... Antonio Marques
Mendes: A democracia bi-partidária está em
causa, mas não a multipartidaria. O centrão acaba anquilosado como acabam as
ditaduras - por cansaço. Carlos Chaves: Caríssima
Helena Matos, se me permite acho que se enganou no tempo verbal do título desta
crónica. Em vez de “Os democratas que detestavam a democracia”, eu escreveria,
“Os democratas que” detestam ”a democracia”. Aqui no nosso país estes
“democratas” continuam bem vivos e activos, incluindo neste jornal onde
escreve, na rádio onde a ouvimos, e no YouTube onde a vemos e ouvimos! Teimam
em ignorar, ostracizar e maltratar milhões, sim milhões, de Portugueses que
estão insatisfeitos com os “democratas” que dizem uma coisa e fazem outra,
enquanto vamos empobrecendo e embrutecendo! Também aqui chegará a mudança
necessária, veremos então se haverão mea-culpa, ou se assistiremos aos cobardes
de sempre, a negar os execráveis serviços que andam a fazer! bento guerra: A
"democracia" começa a revelar-se uma palhaçada, onde a única ligação
entre cidadãos e eleitos, são os papelinhos ,que, periodicamente, se metem nas
urnas, Os quotidianos ,as realidades das pessoas, já não lhes dizem respeito, são
consequência das algazarras parlamentares, (Biden está ali, para safar a
família e amigos) Pedro Manuel Moço
Ferreira: Bom dia, alguém a dizer e a ver o óbvio. Acrescento
que as democracias estão muito doentes e o centro do poder vai virar-se para a
Ásia. Ao longo da história as grandes mudanças de poder fizeram-se sempre
com guerras, penso que desta vez volta a ser inevitável. Sérgio Cruz: Análise perfeita e bastante profunda. Será o princípio do fim do centrão e
das elites políticas. Gabriel Madeira > Carlos Chaves: E, já agora, pagantes. Pois, para
podermos ler as crónicas e/ou expormos a nossa opinião, subscrevemos a
assinatura. L Faria: Resta dizer que as eleições que Biden ganhou
tiveram alguns pormenores que todos aceitaram porque derrotava o Trump. E aí
vale tudo certo? Biden ganhou no voto por correspondência porque no voto das
urnas ganhou o Trump. E quem votou? Estaria habilitado a votar? Foi tudo aceite
porque derrotava o Trump. No Brasil igual. Valia tudo para tirar o Bolsonaro. O
que vemos agora? A implementação de uma ditadura com um corrupto, criminoso
que não tem ninguém a na rua e nem consegue andar na rua. Façam isto na
Europa e depois admirem-se.
Maria Emília Santos Santos:
Muito boa crónica como sempre tudo o
que vem da cara Helena Matos! Obrigada Dra Helena por fazer parte
dos poucos jornalistas que ainda o são de verdade! Hoje, falar ou escrever
verdade é ser: racista, xenófobo, populista, fascista, e de extrema direita! Da
extrema esquerda, são todos os que querem virar tudo ao contrário, para fazerem
a revolução da "ciência" contra Deus e portanto contra a consciência
de cada pessoa! Da direita, são os que desejam viver em democracia cristã, nos
valores e ética moral, com justiça deveres e direitos iguais para todos! Da
extrema-direita são os que gostavam de voltar ao pior dos tempos antigos. Mas,
segundo o maior de todos os Mestres que já existiu na Humanidade por Ele
criada, o melhor e mais saudável modo de viver em comunidade, é cumprindo o
Código Cristão que Ele mesmo nos deixou! As Bem Aventuranças! Mas, claro, isso
para as gananciosas elites financeiras do poder, não serve, porque o problema é
que eles querem ser os deuses deles e de nós todos! Eles compram tudo e todos
com o excesso de dinheiro que eles acumularam! Eles podem agora ditar as leis,
porque têm em seu poder todo o dinheiro do mundo! Eles podiam investir nos
países pobres, em infraestruturas, em vez de promoverem a imigração em massa e
sem controle, para a Europa e EUA, mas não é isso que eles desejam! Criar
desordem e confusão, pobreza e miséria, angústia e desespero, depravação sexual
e crime organizado e desorganizado, novas gerações desanexadas e dependentes
dos vícios, que elas próprias se tornem dependentes da depravação sexual,
que não se interessem por mais nada a não ser a exploração total do seu próprio
sexo! Abolir o pecado, e convencê-los de que o diabo não existe e o pecado
também não! Depois?!... Ah depois! Depois é só libertinagem e nessa altura já
tudo está no papo deles! Este apenas é o caminho para lá chegar! A UE é o
caminho para o inferno! Os que se lhe opõem querem conduzir-nos pelo caminho
para o Céu!
Manuel Martins: O agora presidente do Conselho
Europeu foi o autor de algumas das frases que vão ficar para a história como as
que, em minha opinião, mais prejudicaram a nossa democracia e o nosso país:
"à justiça o que é da justiça e à política o que é da política ",
" acabou a austeridade", "derrubaram- se os muros à
esquerda", " linhas vermelhas com a direita ", etc. As linhas
vermelhas, os cordões sanitários, só funcionam enquanto o povo quiser. Como
alguém disse com muita razão, não são os políticos nem instituições que
normalizam os partidos mas sim o povo com o seu voto. Como se percebe com o que
ocorreu em muitos países europeus, se os partidos do centro lançam linhas
vermelhas para não ouvir nem considerar alguns partidos, quando eles têm razão,
por muito que isso custe ao partidos do centro, o povo percebe que tem de
reforçar o voto até que ganhem maioria. Não vai a bem vai à força... Luís Rodrigues: O caso dos EUA
é particularmente preocupante porque gostaríamos de poder continuar a
considerar aquele grande país uma democracia de referência. O que nos dizem de
lá, oficial ou oficiosamente, desde 2020, parece esconder partes importantes da
realidade. A cegueira assumida dos Democratas perante as óbvias incapacidades
de Biden (desde há quatro anos) recorda-me a atitude do nosso "povo
socialista" a respeito de Sócrates, cujas excentricidades (palavra
delicada mas abrangente) foram ignoradas durante anos. Alguma razão para tanta
confiança se desfez ou ficou gravemente prejudicada com o recente debate, e
deram-se então conta do sarilho. O controlo dos danos dará muito trabalho. João Ramos: Muito bem HM tanto sobre as virgens carpideiras
supostamente defensoras da democracia (da delas) e que na realidade apenas a
vão destruindo e negando a quem não seja exactamente como elas e no que toca ao
drama para todos nós do que se está a passar nas eleições americanas entre um
louco irresponsável e perigoso (Trump) e um velho em franca e acentuada
decadência (Biden) e isto passa-se no país mais poderoso do mundo e o grande «
farol » do Ocidente, se isto não é de arrepiar os cabelos, o que será ??? L Faria > Filipe Bacelar: E lambem as botas à extrem- esquerda
e ao socialismo. Já só falta proibir os partidos de direita. É este o
entendimento que tem da democracia? E chama fascistas aos outros certo? Henrique Nobre: Cara Helena. Biden venceu as últimas
eleições, menos pelos seus méritos políticos e mais pela rejeição a Trump. E
sim, a sua fragilidade, cognitiva e motora, já era bem visível na altura. Agora,
nos últimos dois anos foi o descalabro.
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