Sensíveis à beleza das chamas. É bem o
que somos. Pelo que temos visto, e este texto – de ALEXANDRE CASTRO
MARTINS, confirma. Mas lá fora também, está visto.
Quando 80% da Amazónia Ardida Passou Despercebida
Onde estão as reformas florestais
abrangentes? Onde está o investimento na prevenção de incêndios? Onde estão as
políticas que prometem proteger o que resta das nossas florestas?
ALEXANDRE CASTRO
MARTINS Director de vendas
OBSERVADOR, 10
set. 2024, 00:023
Imaginem que 80% da Amazónia ardia. O
impacto seria devastador, não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro.
Choveriam críticas, exigiriam acções imediatas, e o mundo inteiro estaria
focado em reverter os danos e impedir que algo semelhante voltasse a ocorrer.
Em Portugal, assistimos a uma
tragédia de proporções semelhantes em 2017, quando 80% do Pinhal de Leiria
ardeu nos incêndios que devastaram o centro do país. O Pinhal de Leiria, para
nós, é muito mais do que uma enorme mancha verde no mapa. Com séculos de
história, plantado durante o reinado de D. Dinis, é um símbolo da nossa herança
e da nossa relação com a terra.
No entanto, esta catástrofe não
suscitou a mesma urgência em termos de acção governamental ou de reformas
necessárias para evitar futuras tragédias.
Onde estão as reformas
florestais abrangentes? Onde está o investimento na prevenção de incêndios?
Onde estão as políticas que prometem proteger o que resta das nossas florestas
e garantir que não enfrentemos uma calamidade semelhante no futuro?
O que se seguiu foi uma resposta aquém das necessidades. O Pinhal de
Leiria ardeu praticamente por completo, deixando um rasto de destruição que
ainda hoje não foi devidamente resolvido. As promessas de replantação e
recuperação não se concretizaram na medida em que eram necessárias. A
reabilitação de um ecossistema tão rico e importante como este requer tempo,
recursos e, acima de tudo, vontade política. No entanto, o tempo passa, e as acções
concretas continuam a ser escassas.
Se não agirmos agora, arriscamo-nos a
ver mais pedaços da nossa história reduzidos a cinzas. E, quando
isso acontecer, será tarde demais para arrependimentos. Para evitar mais
tragédias, é essencial implementar acções concretas, como a criação
de uma rede de vigias de floresta, a instalação de sistemas de monitorização e
deteção precoce de incêndios, o reforço dos meios de combate aos fogos, e a
promoção de uma gestão florestal sustentável que inclua a limpeza regular das
matas. É
hora de encarar a realidade e tomar medidas sérias para proteger o que ainda
resta, antes que mais uma parte da nossa herança desapareça para sempre.
FLORESTA NATUREZA AMBIENTE CIÊNCIA SUSTENTABILIDADE POLÍTICA
COMENTÁRIOS
GateKeeper: 100% da "Amazónia" passou despercebida. Next!!!
Tim do A: Nada. Portugal, depois de 74 não se faz nada. E o interior está todo
ao abandono. Só se pensa em fazer hotéis no litoral. Mais nada. Volta Salazar.
unknown unknown: Caro Sr, O PS manda no País e na floresta. Governaram durante a maioria do
tempo nas últimas 2 décadas. Trocaram o topo da Protecção Civil por boys
inexperientes. Os incêndios lavraram e mataram como nunca. O PS com a
participação activa do Marcelo, apostaram em acções de charme. Onde se incluem
campanhas de reflorestação para eucalipto e acácias verem. O PSDois não
consegue fazer melhor. O povo não quer saber de paisagens que não visita. Isto
está tudo minado. Para a maioria combater alterações climáticas é comprar eléctricos
novos Tem razão. Mas boa sorte a receber respostas do vento.
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