quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Almas de artistas


Sensíveis à beleza das chamas. É bem o que somos. Pelo que temos visto, e este texto – de ALEXANDRE CASTRO MARTINS, confirma. Mas lá fora também, está visto.

Quando 80% da Amazónia Ardida Passou Despercebida

Onde estão as reformas florestais abrangentes? Onde está o investimento na prevenção de incêndios? Onde estão as políticas que prometem proteger o que resta das nossas florestas?

ALEXANDRE CASTRO MARTINS Director de vendas

OBSERVADOR, 10 set. 2024, 00:023

Imaginem que 80% da Amazónia ardia. O impacto seria devastador, não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro. Choveriam críticas, exigiriam acções imediatas, e o mundo inteiro estaria focado em reverter os danos e impedir que algo semelhante voltasse a ocorrer.

Em Portugal, assistimos a uma tragédia de proporções semelhantes em 2017, quando 80% do Pinhal de Leiria ardeu nos incêndios que devastaram o centro do país. O Pinhal de Leiria, para nós, é muito mais do que uma enorme mancha verde no mapa. Com séculos de história, plantado durante o reinado de D. Dinis, é um símbolo da nossa herança e da nossa relação com a terra.

No entanto, esta catástrofe não suscitou a mesma urgência em termos de acção governamental ou de reformas necessárias para evitar futuras tragédias.

Onde estão as reformas florestais abrangentes? Onde está o investimento na prevenção de incêndios? Onde estão as políticas que prometem proteger o que resta das nossas florestas e garantir que não enfrentemos uma calamidade semelhante no futuro?

O que se seguiu foi uma resposta aquém das necessidades. O Pinhal de Leiria ardeu praticamente por completo, deixando um rasto de destruição que ainda hoje não foi devidamente resolvido. As promessas de replantação e recuperação não se concretizaram na medida em que eram necessárias. A reabilitação de um ecossistema tão rico e importante como este requer tempo, recursos e, acima de tudo, vontade política. No entanto, o tempo passa, e as acções concretas continuam a ser escassas.

Se não agirmos agora, arriscamo-nos a ver mais pedaços da nossa história reduzidos a cinzas. E, quando isso acontecer, será tarde demais para arrependimentos. Para evitar mais tragédias, é essencial implementar acções concretas, como a criação de uma rede de vigias de floresta, a instalação de sistemas de monitorização e deteção precoce de incêndios, o reforço dos meios de combate aos fogos, e a promoção de uma gestão florestal sustentável que inclua a limpeza regular das matas. É hora de encarar a realidade e tomar medidas sérias para proteger o que ainda resta, antes que mais uma parte da nossa herança desapareça para sempre.

FLORESTA      NATUREZA      AMBIENTE      CIÊNCIA      SUSTENTABILIDADE      POLÍTICA

COMENTÁRIOS

GateKeeper: 100% da "Amazónia" passou despercebida. Next!!!

Tim do A: Nada.  Portugal, depois de 74 não se faz nada. E o interior está todo ao abandono. Só se pensa em fazer hotéis no litoral. Mais nada. Volta Salazar.

unknown unknown: Caro Sr, O PS manda no País e na floresta. Governaram durante a maioria do tempo nas últimas 2 décadas. Trocaram o topo da Protecção Civil por boys inexperientes. Os incêndios lavraram e mataram como nunca. O PS com a participação activa do Marcelo, apostaram em acções de charme. Onde se incluem campanhas de reflorestação para eucalipto e acácias verem. O PSDois não consegue fazer melhor. O povo não quer saber de paisagens que não visita. Isto está tudo minado. Para a maioria combater alterações climáticas é comprar eléctricos novos Tem razão. Mas boa sorte a receber respostas do vento.

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