segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Torre Eiffel, Torre Olímpica


Ela própria, tal como são “Olímpicos” os Jogos. Mas poderíamos apelidá-los de “Eiffélicos”, igualmente. Ambos os termos se equivalem, em justa metáfora hiperbólica, embora nenhum precise do outro para se valorizar. Por isso também discordo da manutenção dos tais anéis que, parece-me, não só foram/são um atentado desvalorizador contra a maravilhosa Torre, como nem os Jogos nem os Povos que os representam necessitavam dessa homenagem, mau grado a simpática politesse de quem a quis prestar.

Descendentes de Gustave Eiffel querem anéis olímpicos fora da Torre Eiffel

Descendentes de Gustave Eiffel esperam que os anéis olímpicos colocados na Torre Eiffel sejam removidos até final do ano. "Modificam substancialmente as formas muito puras do monumento", argumentam.

Agência Lusa: Texto

OBSERVADOR, 09 set. 2024, 12:49 7 

Os descendentes do engenheiro Gustave Eiffel reiteraram esta segunda-feira a sua discordância com a manutenção por tempo indefinido dos anéis olímpicos na Torre Eiffel, sugerindo que os mesmos sejam “transmitidos simbolicamente” a Los Angeles que organiza os Jogos em 2028.

A Associação dos Descendentes de Gustave Eiffel (ADGE) entende que “a suspensão dos anéis olímpicos […] induz uma modificação substancial tanto no aspecto visual como também no aspecto simbólico da Torre Eiffel”, pelo que esperam a sua remoção até ao fim de dezembro, quando terminar o ano olímpico.

Tendo isso em conta, reforçam a sua “posição desfavorável” à “perpetuação definitiva dos anéis […] para além do ano olímpico de 2024, sem qualquer data clara de retirada anunciada”.

Na sexta-feira, a autarca de Paris, Anne Hidalgo, reiterou o desejo de que os anéis presos à famosa torre, que pertence à cidade, possam permanecer no monumento histórico até os Jogos Olímpicos Los Angeles2028, “e ainda mais além”, reforçando a ideia que tinha expressado logo após a abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024, que decorreram entre 26 de julho e 11 de agosto.

Essa ideia não tem merecido apenas o protesto da ADGE, mas também de vários defensores do património e opositores da socialista que dirige os destinos da capital gaulesa.

“Estamos muito felizes que os anéis tenham sido associados à Torre Eiffel durante os Jogos Olímpicos […], porém, como herdeiros de Gustave Eiffel, somos levados a opor-nos a qualquer alteração que prejudique o respeito pela obra do nosso antepassado”, explica a ADGE, em comunicado, revelando que estão a trabalhar com um escritório de advogados para os ajudar nesta questão.

Os membros da ADGE recordam que os anéis olímpicos são “coloridos, de grandes dimensões, colocados no eixo de acesso privilegiado à torre, criando um forte desequilíbrio”, pelo que, referem, “modificam substancialmente as formas muito puras do monumento”.

De igual modo, entendem que a perpetuação dos anéis contradiz a “neutralidade e o significado adquirido ao longo dos anos pela Torre Eiffel, que se tornou o símbolo da cidade de Paris e até de todo o mundo”.

Os membros da ADGE reforçam a ideia com o facto de não existir “qualquer ligação temática ou histórica anterior entre a torre e os Jogos” e colocam-se à disposição da autarca para discutir o assunto, insistindo, contudo, que Paris deveria, até ao fim do ano, transmitir os anéis a Los Angeles, uma vez que já fez o mesmo com a chama olímpica.

Os Jogos Olímpicos Paris2024 decorreram entre 26 de julho e 11 de agosto, com os Paralímpicos a terminarem este domingo, depois de arrancarem em 28 de agosto.

Paris 2024 

JOGOS OLÍMPICOS      DESPORTO      PARIS      FRANÇA      EUROPA      MUNDO

COMENTÁRIOS

Liberales Semper Erexitque: 1. A agora denominada Torre Eiffel foi construída para a Exposição Universal de Paris de 1889 pela empresa do grande engenheiro Gustave Eiffel, e era temporária. 2. Sendo, como ainda é, um fabuloso objecto arquitectónico ao nível do melhor que se construiu em qualquer época que fosse, a cidade de Paris apaixonou-se por ela e adoptou-a, não sem oposição!

3. A actual decoração "olímpica" do monumento serviu para assinalar um acontecimento dito "desportivo" (big business...), e é um mero reclame aposto em cima de uma construção que tem um estilo sem qualquer relação com a da decoração em causa. É exactamente o mesmo do que pendurar uns "anéis olímpicos" a brilhar nas colunas da Acrópole de Atenas. 4. Os descendentes de Gustave Eiffel têm toda a razão em querer aquele escarro dali para fora, mas não por serem descendentes de Gustave Eiffel - apenas por não estarem a dormir! Ah, quem não se sente não é filho de boa gente!

Lúcio Monteiro:  Esta "reivindicação" dos descendentes do Gustave Eiffel suscitou-me o seguinte raciocínio: Se são "herdeiros" do icónico monumento, as suas "queixas" terão alguma razão de ser; mas se, em contrapartida, o edifício é propriedade do Estado francês, então, os tais descendentes não devem ser tidos nem achados, no concernente à gestão do majestoso edifício em questão.

José B Dias > Lúcio Monteiro: Assim como os restos mortais de Eça de Queiroz?

Nuno Borges: Hoje em dia os anéis olímpicos são um símbolo da pederastia.

Luís Guilherme: Finalmente o bom senso.

Luis Silva: Os símbolos olímpicos perderam todo o respeito que tinham.

Luís Guilherme Luis Silva: Concordo. Just [business] it.

 

Nenhum comentário: