Ela própria, tal como são “Olímpicos” os
Jogos. Mas poderíamos apelidá-los de “Eiffélicos”, igualmente. Ambos os termos
se equivalem, em justa metáfora hiperbólica, embora nenhum precise do outro
para se valorizar. Por isso também discordo da manutenção dos tais anéis que,
parece-me, não só foram/são um atentado desvalorizador contra a maravilhosa
Torre, como nem os Jogos nem os Povos que os representam necessitavam dessa
homenagem, mau grado a simpática politesse
de quem a quis prestar.
Descendentes de Gustave Eiffel querem
anéis olímpicos fora da Torre Eiffel
Descendentes de Gustave Eiffel
esperam que os anéis olímpicos colocados na Torre Eiffel sejam removidos até
final do ano. "Modificam substancialmente as formas muito puras do
monumento", argumentam.
OBSERVADOR, 09
set. 2024, 12:49 7
Os
descendentes do engenheiro Gustave Eiffel reiteraram esta segunda-feira a sua
discordância com a manutenção por tempo indefinido dos anéis olímpicos na Torre
Eiffel, sugerindo que os mesmos sejam “transmitidos simbolicamente” a Los
Angeles que organiza os Jogos em 2028.
A Associação dos Descendentes de Gustave
Eiffel (ADGE) entende que “a suspensão dos anéis olímpicos […] induz uma
modificação substancial tanto no aspecto visual como também no aspecto
simbólico da Torre Eiffel”, pelo que esperam a sua remoção até ao fim de
dezembro, quando terminar o ano olímpico.
Tendo
isso em conta, reforçam a sua “posição desfavorável” à “perpetuação definitiva
dos anéis […] para além do ano olímpico de 2024, sem qualquer data clara de
retirada anunciada”.
Na sexta-feira, a autarca de Paris,
Anne Hidalgo, reiterou o desejo de que os anéis presos à famosa torre, que
pertence à cidade, possam permanecer no monumento histórico até os Jogos
Olímpicos Los Angeles2028, “e ainda mais além”, reforçando a ideia que tinha
expressado logo após a abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024, que decorreram
entre 26 de julho e 11 de agosto.
Essa ideia não tem merecido apenas o protesto da ADGE, mas também de
vários defensores do património e opositores da socialista que dirige os
destinos da capital gaulesa.
“Estamos
muito felizes que os anéis tenham sido associados à Torre Eiffel durante os
Jogos Olímpicos […], porém, como herdeiros de Gustave Eiffel, somos
levados a opor-nos a qualquer alteração que prejudique o respeito pela obra do
nosso antepassado”, explica a ADGE, em comunicado, revelando que
estão a trabalhar com um escritório de advogados para os ajudar nesta questão.
Os membros da ADGE recordam que os anéis olímpicos são “coloridos,
de grandes dimensões, colocados no eixo de acesso privilegiado à torre, criando
um forte desequilíbrio”, pelo que, referem, “modificam substancialmente as formas
muito puras do monumento”.
De
igual modo, entendem que a perpetuação dos anéis contradiz a “neutralidade e o
significado adquirido ao longo dos anos pela Torre Eiffel, que se tornou o
símbolo da cidade de Paris e até de todo o mundo”.
Os
membros da ADGE reforçam a ideia com o facto de não existir “qualquer ligação
temática ou histórica anterior entre a torre e os Jogos” e colocam-se à
disposição da autarca para discutir o assunto, insistindo, contudo, que Paris
deveria, até ao fim do ano, transmitir os anéis a Los Angeles, uma vez que já
fez o mesmo com a chama olímpica.
Os Jogos Olímpicos Paris2024 decorreram
entre 26 de julho e 11 de agosto, com os Paralímpicos a terminarem este
domingo, depois de arrancarem em 28 de agosto.
JOGOS OLÍMPICOS DESPORTO PARIS FRANÇA EUROPA MUNDO
COMENTÁRIOS
Liberales Semper Erexitque: 1. A agora
denominada Torre Eiffel foi construída para a Exposição Universal de Paris de
1889 pela empresa do grande engenheiro Gustave Eiffel, e era temporária. 2. Sendo, como ainda é, um fabuloso objecto
arquitectónico ao nível do melhor que se construiu em qualquer época que fosse,
a cidade de Paris apaixonou-se por ela e adoptou-a, não sem oposição!
3. A
actual decoração "olímpica" do monumento serviu para assinalar um
acontecimento dito "desportivo" (big business...), e
é um mero reclame aposto em cima de uma construção que tem um
estilo sem qualquer relação com a da decoração em causa. É exactamente o mesmo do que pendurar uns
"anéis olímpicos" a brilhar nas colunas da Acrópole de Atenas. 4. Os
descendentes de Gustave Eiffel têm toda a razão em querer aquele escarro
dali para fora, mas não por serem descendentes de Gustave Eiffel - apenas
por não estarem a dormir! Ah, quem não se sente não é filho de boa gente!
Lúcio Monteiro: Esta
"reivindicação" dos descendentes do Gustave Eiffel suscitou-me o
seguinte raciocínio: Se são "herdeiros" do icónico monumento, as suas
"queixas" terão alguma razão de ser; mas se, em contrapartida, o
edifício é propriedade do Estado francês, então, os tais descendentes não devem
ser tidos nem achados, no concernente à gestão do majestoso edifício em
questão.
José B Dias > Lúcio
Monteiro: Assim como os
restos mortais de Eça de Queiroz?
Nuno Borges: Hoje
em dia os anéis olímpicos são um símbolo da pederastia.
Luís Guilherme: Finalmente
o bom senso.
Luis Silva: Os
símbolos olímpicos perderam todo o respeito que tinham.
Luís Guilherme Luis Silva: Concordo. Just [business] it.
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