Ocidental, previsto, afinal. JAIME NOGUEIRA
PINTO explica. Comentadores também. O saber e a experiência – o receio e a
decepção também – ajudando às justificações.
Sinais da Alemanha
No Domingo, 1
de Setembro, mais uma vitória da "extrema-direita" na Turíngia e na
Saxónia. E mais "linhas vermelhas".
JAIME NOGUEIRA
PINTO Colunista do Observador
OBSERVADOR 7 set.
2024, 00:3351
Afinal
talvez as ideias nacionalistas e conservadoras não sejam assim tão
minoritárias. Pelo menos na Alemanha, pelo menos na Turíngia e na Saxónia, os
dois Estados situados na ex-República Democrática Alemã, onde houve eleições no
passado Domingo, 1 de Setembro.
O
partido dito de extrema-direita AFD (Afirmativa pela Alemanha) teve 32,8% dos
votos, ficando em primeiro lugar; depois ficou a CDU, Democracia Cristã, com
23,6%; a CDU é de centro-direita, mas em Portugal seria de direita; em terceiro
lugar o novo partido, a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), que merece comentário
e explicação mais adiante, com 15,8%. Em quarto lugar, veio Die Linke (A
Esquerda) que perdeu mais de metade dos votos, caindo para 13,1%.
A fechar ficaram os partidos actualmente no governo em Berlim: os
sociais-democratas do SPD do Chanceler Scholz tiveram 6,1%, passando por pouco
a barreira dos 5% necessária para ter direito a representação parlamentar; já
os Verdes, com 3,2%, e os Liberais com 1,1% não entraram no parlamento local.
Ou seja, nesta eleição estadual, a coligação no poder, mal passou dos 10% do
voto popular.
Na Saxónia, os
resultados não foram muito diferentes: a CDU ficou em primeiro, com 31,9%,
seguida pela AFD com 30,6%. A BSW teve 11,8% e o SPD 7,3%.
A Esquerda (4,5%) e os Liberais (0,9%)
não entraram. Os Verdes, inspiradores de uma política climática radical,
conseguiram na Saxónia passar à tangente os 5%. Num episódio de campanha
lamentável, em Dresden, Robert Habeck, vice-chanceler pelos Greens do actual
governo, acusou a AFD e a BSW de “serem
directamente pagos pela Rússia e por Pequim”.
O Fenómeno BSW
Comentando a acusação e considerando a
possibilidade de agir criminalmente contra Habeck, Sahra Wagenknecht, foi
dizendo que o vice-chanceler podia ser desculpado, considerando estar
perturbado pelo desastre eleitoral do seu partido. Além disso, lembrou que
Habeck deveria olhar para os seus telhados de vidro, já que os Verdes,
segundo ela, são apoiados financeiramente por empresas de armamento. O que para um partido “verde”, defensor
da pureza e limpeza do ambiente, não deixa de ser ou parecer anedótico.
De qualquer modo, Habeck, como ministro da Economia, tem dirigido a produção de armamento na
Alemanha, onde empresas como a Rheinmetall multiplicaram a produção e as
vendas, graças à guerra da Ucrânia. O fenómeno Wagenknecht é de certa
forma extraordinário, mesmo nos tempos extraordinários que a Alemanha e a
Europa estão a atravessar. O partido BSW – Bundnis Sahra Wagenknecht – ao qual, com grande originalidade, Sahra deu
o seu nome, foi fundado no início deste ano e teve um grande sucesso que,
olhando o mapa das votações, parece ter sido sobretudo à custa do partido de
Extrema-Esquerda, Die Linke, a que Sahra pertencia.
Filha de um iraniano desaparecido e
de uma “madre ragazza”, militante e quadro do antigo partido governante da
RDA, estudiosa de Hegel e Marx e da relação filosófica entre ambos, Sahra foi
membro do PDS – Partido do Socialismo Democrático – e aí defendeu posições de
Esquerda radical, continuando a dizer-se comunista com o Die Linke, partido
fundado pelo antigo político social-democrata Oskar Lafontaine, com quem Sahra
veio a casar-se.
Tem um Doutoramento em microeconomia
e em 2021 publicou um livro, Die Selbstgerechten (Os
Hipócritas), que é um ataque em forma
à Esquerda liberal, onde critica a hipocrisia dos progressistas da Nova
Esquerda que, ao mesmo tempo que exaltam “a diversidade, o liberalismo e a
tolerância”, fazem uma guerra aberta à fé, à nação e à pátria, que consideram
“sinais de atraso”.
Critica também a “política de identidade” da Esquerda Liberal, que se foca na defesa “de cada vez mais
pequenas e bizarras minorias, cada uma das quais foi encontrando uma identidade
numa peculiaridade que a distingue da maioria da sociedade, e da qual vai
derivar uma queixa de vitimização”. Sahra é uma crítica radical da imigração
descontrolada, e defende princípios de igualdade e solidariedade social, mas
também de independência e identidade nacional. Critica
também a política de aliança militar com a Ucrânia que pode arrastar um
conflito com a Rússia, e as sanções que cortaram as relações russo-alemãs com
grave prejuízo para a economia do país.
Uma Economia Estagnada
O sucesso do modelo económico alemão
assentava numa economia de pequenas e médias empresas, paralela à capacidade de
produção industrial e de exportação de produtos de alta qualidade – como
automóveis. Mas a
quebra no crescimento da economia mundial na pandemia e pós-pandemia, afectou a
procura externa, logo o sector exportação; por outro lado a concorrência
chinesa, por exemplo nos carros eléctricos, também afectou a indústria
automóvel alemã, que representa 800 mil empregos e 5% do PNB. Também a quebra
das relações com a Rússia em termos energéticos tem prejudicado a indústria
alemã, que representa 20% do PNB. E alguns sectores como a aviação – já que a
Lufthansa, à semelhança de outras companhias europeias não pode sobrevoar a
Rússia, por medidas de resposta de Moscovo às sanções da EU.
E a Alemanha sofre dos problemas gerais
da Europa em termos de crise demográfica, o que explica também alguma
permissividade migratória, que contribui para a cólera popular, e os votos na
direita e na esquerda identitárias da AFD e da BSW.
Um
sinal substantivo e simbólico da crise da economia alemã, a situação na Volkswagen que, pela primeira vez na sua longa história (a
companhia foi fundada em 1937) parece considerar o encerramento de fábricas na
Alemanha.
Esta possibilidade foi mencionada numa
informação do CEO da companhia, Oliver Blume, depois de chamar a atenção para a
crise geral e para a “séria situação” da indústria automóvel europeia – sendo a situação da Volkswagen particularmente
crítica. E a crise, sublinha-se, permanece apesar de uma
série de medidas de redução de custos.
As medidas anunciadas provocaram
reacções dos sindicatos e do governo da Baixa Saxónia (há três Saxónias na Alemanha – a Saxónia Anhalt, a Baixa Saxónia, e
a Saxónia tout court que foi a eleições), que detém 20% das
acções da Volkswagen. A companhia
emprega quase 700 mil pessoas em todo o mundo, das quais 300 mil na Alemanha.
Além da marca inicial, do “carro do povo” hitleriano, tem no segmento
alto a Audi, a Porsche e as mais modestas Seat e Skoda.
Porque é que isto se passa assim? Porque é que
afinal na Alemanha, ou melhor na Alemanha de Leste, os nacionalistas e os
conservadores não são minorias reaccionárias – como
em Portugal – nas concepções de família, ou mesmo nas opiniões sobre
as eleições americanas?
A economia é sempre o lado sensível nestas crises e
consequências económico-sociais dos entusiasmos globalizantes e de uma economia
capitalista financeira que atingiu vastas zonas do emprego industrial não
especializado, na Europa e nos Estados Unidos, que criou milhões de
desempregados ou empregados precários com baixos salários, perda de estatuto
social e ociosidade forçada. O que semeou revolta e protesto. Mas também
o entusiasmo das elites euro
americanas pela ordem internacional liberal, a cruzada
neoconservadora para a impor urbi
et orbi, levaram à dissidência e reacção de outras elites e outros quadros. E do povo. E como os
partidos tradicionais, intimidados pela correcção política académico-mediática,
deixaram cair os valores de orientação da tradição cristã europeia, trocando-os
pelas cláusulas do liberal-chick e do progressismo decadente, os novos partidos
e os novos líderes nacionais populistas, melhores ou piores que sejam, tiveram
um novo espaço.
Linhas Vermelhas
Estas são as questões de fundo, na
Alemanha e na Europa. Certo que na Alemanha, o detonador foi a onda
migratória de 2015; mas a crise
económica europeia, a decadência política, a subordinação aos interesses da
administração Biden, o receio de uma escalada do conflito russo-ucraniano, tudo
isso está aí a explicar um voto de rejeição e protesto que dá a dois partidos
novos – a AFD e a BSK – no seu conjunto, quase metade do voto popular. Apesar
de toda a propaganda contra.
Para variar, o Chanceler Olaf Scholz, cuja coligação SPD-Verdes-Liberais andou
pelos 10% dos votos populares nas eleições de Domingo, teve a originalíssima
reacção de recomendar às forças políticas que “fizessem governos estáveis”, sem
“os extremistas da extrema-direita”. Estes extremistas já são, nestes
Estados da Turíngia e da Saxónia, 30 a 33% dos eleitores. E se lhes somarmos os
eleitores da BSW, cujos princípios em imigração e política exterior são
próximos, vão quase aos 50%.
É certo que Sahra Wagenknecht tem dito
que o seu partido não pode juntar-se com a AFD; mas no fundo o espírito e os
programas aproximam-se em coisas importantes. E nestas coisas importantes –
imigração, guerra – o BSW também está muito longe dos partidos do sistema, pelo
que fazer um governo estável com eles não vai ser fácil.
COMENTÁRIOS (de 55)
Rui Lima: Muito do voto é de medo pelo fim do nosso modo de vida
e de dor pela perda do que tinham ao verem-se substituídos por outro povo ,
os sistemas de saúde em toda a Europa estão em colapso porque nenhum sistema
social é sustentável com fronteiras abertas , bem explicado
por David Friedman numa entrevista numa frase . Arturo Pérez-Reverte um dos grandes escritores
espanhóis que não será de direita fez um grande artigo sobre o fim da nossa
civilização e a Islamização da a Europa .Num texto publicado pela
imprensa espanhola e traduzido pela primeira vez para o francês foi
editado no Le Figaro no passado dia 2 , espero que em Portugal algum jornal o
faça. Começa assim: « Estou no
terraço de um café numa cidade do Norte de Itália e, no espaço de meia hora,
vejo passar uma dúzia de mulheres muçulmanas, com o rosto coberto, excepto
os olhos. Alguns seguram as crianças pela mão, outros carregam cestos de
compras e, ao olhar para elas, penso na fria inevitabilidade da história,
no facto de a transformação geopolítica do Mediterrâneo hoje passar
por barcos improvisados e de as ondas de migrantes serem um factor irreversível
da civilização. “E termina: “No
entanto, não viverei o suficiente para poder responder a uma pergunta: ao
transformar a Europa e apropriar-se gradualmente dela, os muçulmanos
poderão escapar à miséria que deixaram para trás? E aqueles
que fogem do rigor islâmico e das suas consequências, para onde irão refugiar-se
quando toda a Europa se tornar uma mesquita? “ Ed 7: Está a acontecer, desde há décadas, uma traição à
Europa e ao Ocidente. É por demais visível que várias forças globalistas
concebem, financiam e executam um plano de enfraquecimento geral dos princípios
e fundamentos da Civilização Europeia e Ocidental. Tudo está integrado e
controlado por esses sectores: os meios de comunicação social, as agências de
publicidade, o próprio processo constitucional e eleitoral. Portugal é um
exemplo disto, há pelo menos 50 anos que os grupos socialistas-maçónicos põem e
dispõem do país como se fosse uma reserva de caça. Ainda se mantém na lei
fundamental uma sinistra referência ao socialismo. E até parece que não existe
uma Resolução do Parlamento Europeu de 2 de Abril de 2009 a equiparar e
condenar os regimes totalitários, nomeadamente o Comunismo e o Nazismo, ambos
de base socialista. Nem se vislumbrou qualquer comemoração do “Black Ribbon
Day” (23 de Agosto) em solidariedade com as vítimas dessas ideologias. No
entanto, haja esperança, apesar de desenvolverem esforços para que vençam os
seus sinistros propósitos, esses sectores vem com desespero o aumento
vertiginoso de quem já não acredita na sua mensagem. Já se sente o vento da
mudança. A derrota dos sectores socialistas maçónicos vai ser inevitável e
total. E vão ter que enfrentar tribunais internacionais onde não vão poder por
e dispor. Deus escreve direito por linhas tortas. Rui Lima > Manuel Gonçalves: Em poucos anos - não precisamos de séculos - está a
acontecer uma brutal alteração na Europa como nunca na história. \ De hoje, num
jornal francês, passou a ser a
normalidade,os casos são muitos até que haja polícias que cheguem
para todos proteger , ou todos se calarem por medo. Esta a viver
escondida com proteção de polícia, que fez de mal apenas disse isto
. Excelente
comentário, mas não são só os socialistas, são também os sociais democratas
liberais, em Portugal representados pela AD!
Maria Cordes: Há um complot
subterrâneo para minar a Europa, em todas as suas vertentes.O cidadão comum,
cada vez mais ineducado, pelo arraso na escola da literacia, cidadania e
valores, como o existente em Potugal, nas últimas décadas, o empobrecimento da
população, a perda de identidade, pela entrada de hordas não assimiláveis e a
atribuição da nacionalidade, a eito, e ainda , o facto de grande parte dessa
entrada, pertencer à cultura islâmica, com a progressão de mesquitas e
madrassas, discursos de ódios, pela calada, são o caldo em que a Europa se está
a dissolver., com grande gáudio de uma esquerda frustrada e psicologicamente
traumatizada. Do outro lado maçons e senhores do poder, de que praticamente,
tudo ignoramos. Tem sido trigo limpo, pela passividade, astenia e mesmo
colaboracionismo dos governantes anestesiados.
Rui Lima > Manuel Gonçalves: Caro Manuel coisas reais a realidade do dia a dia ver
para crer o que acontece em muitas partes da Europa fácil de ver em Paris,
Génova e Marselha….onde em largas áreas existe uma civilização de há muitos
séculos lá o poder político pior que não existir está agachado os chamados
territórios perdidos. Discutir o
sexo dos anjos quando os valores em que acreditávamo-nos estão a
arderl Vitor Batista: . “Quantas mulheres devem ser mortas pelos talibãs
para que o mundo reconheça o apartheid de género como um crime? Por ter denunciado
o obscurantismo dos talibãs, por ter defendido as suas "irmãs" a
atleta afegã Marzieh Hamidi, de 21 anos, foi vítima desde domingo de uma enxurrada
de ameaças de morte. Perseguida por mensagens de ódio a França, o
país dos Direitos Humanos" onde se refugiara há três anos, deve agora
viver escondida, sob protecção policial…” Tim do AEd 7: Jaime Nogueira Pinto a explicar
as eleições na Alemanha com mestria e clareza. bento guerra: O sinal é a VW.vai fechar
fábricas, a eco-estupidez europeia. Maria Nunes: JNP, obrigada por mais um excelente e esclarecedor
artigo.
Sérgio Rodrigues: Não percebo porque é que o
“Novo assinante” não é banido do Observador. Tim do A > Rui Lima: Territórios perdidos. Eu diria
já colónias dos muçulmanos na Europa. A situação está a inverter-se face ao que
existia até meados do século XX.
João
Floriano: Excelente informação sobre o que aconteceu na Alemanha na passada semana.
Pergunto como vai o governo de Olaf Scholz aguentar-se depois de uma derrota
tão evidente? Alemanha e frança são dois bons casos de estudo sobre a
democracia e o partidarismo na Europa. A percepção que se tem é que mesmo
perante a objectividade dos números de votos, os partidos tradicionais se
agarram como lapas ao poder e perturbam o bom funcionamento da democracia, pois
os democratas são eles e não os que o povo escolheu. Foi assim em França com o
RN, é agora assim na Alemanha embora as eleições tivessem sido para diferentes
órgãos de soberania. O que a Alemanha prova igualmente é que não é só o centro
que está em apuros. A esquerda tradicional com as suas causas
fracturantes também já não convence ninguém. Daí o tal fenómeno
BSW. Por cá vai-se martelando no centrão, com as consequências e os resultados
que estamos a ver. A extrema-esquerda portuguesa está pelas ruas da
amargura e não seria admiração se acontecesse algo parecido com o BSW. O
problema está nas caras novas porque o mais provável será termos os do costume. João Floriano > Maria Cordes: Excelente também o seu
comentário, à semelhança do de Rui Lima. Começa a ser criminosa a passividade
e a indiferença com que os políticos no poleiro encaram este problema tão
sério para a sobrevivência dos europeus e do seu bem-estar, assim como
dos que nos procuram para trabalhar e não para nos atacar. Nuno Borges: A queda da Europa é também o
fim da democracia. A democracia contém em si as sementes da sua queda. Tim do A: Mais um excelente e
esclarecedor artigo de Jaime Nogueira Pinto. Tim do A > Rui Lima:
Muito bom
comentário. José
B Dias > Rui Lima: Subscrevo! Ronin kaishakunin > Rui Lima: O último parágrafo responde nas próprias perguntas às
inquietações, se é que foram perguntas, mas sim respostas que o próprio, Arturo
Pérez-Reverte, de forma retórica escreve. É
da história do Islão actual, depois da constituição dos Estados árabes que por
exemplo o UK ajudou a constituir, em parte contra os turcos na altura e depois
com os USA, até por fim com os Neocons e destruição de muitos dos estados
laicos, em nome da democracia em que eles próprios não acreditam. Agora e no
futuro as perguntas aí estão, respondidas, afinal o Islão não é uma religião
é uma ditadura política em nome de Alá de alguns, sobre a maioria dos crentes,
miseráveis sempre, mas crentes que o digam os monarcas da Arábia Saudita e
Marrocos ou os teocratas do Irão, ora desde a Idade Média que assim é. GateKeeper > Manuel Gonçalves: Meu caro MG, seria melhor estudar mais a fundo a História
conhecida da Humanidade. Assim evitaria esta tipologia tão
"corriqueira" e "à la mode" situacionista-globalista do Mundo.
O tempo e 'os modos' actuais são incompatíveis com a sua análise "super
estrutural" da(s) sociedade(s). Até porque, na verdade, o Poder nem está
nas mãos de quem o apregoa aos 4 (?...) Ventos. Como já deveria saber, o
verdadeiro poder "esconde-se" nas oligarquias do virtual/artificial
dos ecrãs ; as/os "fake leaders actuais" são e continuarão a ser
meros "serviçais bem remunerados" do efectivo Poder que jaz nas mãos
dos ditos. Deixe lá as utopias em Paz e "desça à nossa Terra", sff.
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