quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Riso escancarado

 

Postura retraída… Nunca Kamala definiu o seu pensamento… Concordo com vários comentadores deste texto de BRUNO BOBONE, e deste grave alerta do mesmo. Eu votaria em Trump, menos cínico.

Kamala ou Trump

Não gosto do que propõe Kamala, nem acredito que o Mundo melhore com a sua governação, mas para mim ela está sozinha neste acto eleitoral.

BRUNO BOBONE

OBSERVADOR, 22 ago. 2024, 00:0488

Uma curiosa reviravolta nas eleições dos Estados Unidos transformou a disputa pela Casa Branca de uma competição entre dois candidatos de muita idade e em que o extremo estava mais à direita, para uma outra discussão com maior paridade no extremismo, mas com uma proposta de idades muito diferente. Também passámos a assistir a uma corrida entre um candidato homem, caucasiano e milionário, contra uma mulher afro-asiática e woke.

Para a maioria dos americanos, como para a maioria das pessoas, uma mudança destas pouco efeito terá nas suas opções quando confrontadas com a necessidade de escolher, mas, para um pequeno grupo, tudo mudou e isso poderá trazer uma alteração completa na expectativa dos resultados esperados.

Na verdade, a política hoje está muito fanatizada e é muito comum assistirmos a pessoas que consideramos razoáveis defender posições inadmissíveis por parte dos seus líderes políticos, apenas porque são da sua linha política, ainda que nas suas convicções tal fosse inaceitável e nunca o aceitassem a nenhum dos seus adversários.

Por isso, tem sido frequente ler em vários artigos, mesmo de pessoas que considero, defender qualquer dos candidatos sem terem o cuidado de chamar a atenção, quando destacam os valores positivos das diferentes candidaturas, sobre os erros de actuação e de pensamento que não deveriam ser aceites nas suas propostas.

Naturalmente que, sendo eu uma pessoa de convicções alinhadas com as políticas mais conservadoras e de direita, terei muita dificuldade em entender a solução Kamala como uma excelente alternativa para a presidência americana.

Por todas as razões que defendo em relação às políticas de esquerda que não contribuem para o desenvolvimento da sociedade, junta-se agora a vontade de destruição de uma sociedade ocidental baseada nos valores da pessoa humana, que tentam substituir por teorias absurdas do “tudo é possível apenas porque eu quero”, ainda que isso possa prejudicar todas as pessoas em seu redor.

Contudo, e não conseguindo defender a candidatura democrata nesta nova versão Kamala, ainda que tenha a virtude de trazer novas alternativas ao espectro político americano, é-me completamente impossível defender a candidatura de Trump à presidência.

E é-me tão impossível fazê-lo não porque não esteja de acordo com algumas das posições que ele assume ou até na perspetiva de que entre dois males posso optar pelo mal menor, que seria aquele que defende muitos dos temas da sociedade na linha mais próxima do meu pensamento.

Aquilo que não me deixa apoiar o candidato republicano é simplesmente a sua própria postura relativa à sociedade que eu defendo e que é a base do mundo ocidental com que me identifico.

Para mim é inaceitável aceitar como candidato alguém que, na função de Presidente dos Estados Unidos, tenha promovido, incitado, desculpado ou apenas aceitado um ataque a uma instituição que representa a própria essência da democracia, num país que foi durante décadas o seu bastião.

Para mim, independentemente das posições que cada candidato defenda e antes de fazer qualquer avaliação da sua proposta para o governo do seu país, considero completamente desclassificado, por não cumprir os mínimos para viver na sociedade em que quero viver, o candidato republicano.

Eu quero viver em liberdade e em democracia, e isso é, para mim, incontornável. Para isso me baterei tanto à esquerda como à direita. Por isso defendo que haja partidos extremos de cada lado se assim o eleitorado quiser. Por isso sou contra as políticas de esquerda que tentam destruir os valores da sociedade em que acredito, mas por isso também, aceito a alternância governativa, em que os governos sejam de esquerda ou de direita, conforme o eleitorado preferir.

Não gosto do que propõe Kamala, nem acredito que o Mundo melhore com a sua governação, mas para mim ela está sozinha neste acto eleitoral pois o candidato republicano está desclassificado.

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COMENTÁRIOS (de 88)

Pombo Tostado: Muito bem! Totalmente de acordo e pela primeira vez leio o essencial, ou seja, esse indivíduo côr de laranja que até representa o meu espectro político é um ditador em potência e uma séria ameaça à democracia.                 Manuel Rocha: O cronista quer viver em liberdade e democracia, também eu. Não vi Trump limitar a democracia nem a liberdade enquanto foi Presidente. Já as ideias woke de Kamala cancelam tudo com que não concordam. Será o que quer o cronista?  José B Dias: O cronista baseia-se numa narrativa de responsabilidade de Trump pela invasão do Capitólio ... mais uma vez fica provado que, mesmo entre aqueles com Cultura e educação, uma mentira muitas vezes repetida acaba por se instalar como se da verdade se tratasse. É pena!              Tim do A: Pois. Mas o candidato rico republicano é o único que defende o povo pobre e a classe média em desaparecimento nos EUA cada vez mais socialistas (excepto para os grandes milionários). E a candidata defende o mundo decadente Woke dos milionários globalistas comunistas (comunistas para os outros, claro, ao estilo dos elitistas do BE) contra o povo pobre e a classe média em desaparecimento por empobrecimento. Eu não hesito entre um e outro, meu caro. O que é que o Bobone não está a ver? Também já está a tender a preferir a ditadura comunista Woke? Temos mais um liberal comunista Woke? Não faz sentido.             Coxinho  > Pombo Tostado: Ainda se lembra da ditadura dele enquanto presidente dos EUA? Eu não dei por isso!           Paulo Machado: Pois eu acho que as ideias de Kamala ou não existem ou são perigosas. Temo muito mais que os EUA sejam governados por pessoas na sombra que não são sufragadas. É difícil aceitar que isso é democracia.               Fernando ce: Nos EUA votaria Trump, sem dúvida, apesar dos seus  defeitos. O que defende a economia de mercado. Por exemplo, com Kamala temos a agenda woke. Ainda a proposta de Kamala ao defender  a fixação de preços para determinados produtos, faz-me lembrar o nosso PREC de Vasco Gonçalves e a Venezuela onde até falta o papel higiénico       Maria da Assunção Gaivão: O cronista deve lembrar-se de que é o povo americano que vai a votos. A América e o seu povo estão a milhas desta Europa em constantes guerras entre si (umas ideológicas e outras não tanto…) É o partido Republicano e não Trump que vai a votos arrastando consigo a ideia duma América de oportunidades e riqueza para o homem comum americano. É uma enorme democracia que resolve os seus problemas internamente … Parte da América está cansada de ser polícia do mundo mas continua apostada em distinguir o bem do mal, nos tribunais, nos media etc. A oportunidade e o mérito são determinantes na sua força. Oxalá o velho continente europeu soubesse ir beber às fontes do cristianismo e distinguir o Bem do Mal!             Maria Emília Ranhada Santos: Temos dois extremos, Kamala que quer levar o país para a ditadura da NOM, ou globalização, da qual ela faz parte, e se ela ganhar estarão as portas abertas para os senhores donos do mundo entrarem e se instalarem à vontade, matando o terço ou quarto da população mundial, para eles ficarem à vontade! É o governo de Kamala! Trump com todos os seus defeitos, também tem qualidades e uma delas e a maior de todas, é ser contra a ditadura mundial da NOM. Trump é tão odiado pela comunicação social, porque esta está na mão dos apoiantes de Kamala! Trump é tão odiado pelos revolucionários da cultura  woke ou  do cancelamento, porque ele se opõe em primeiro lugar à perversíssima ideologia de género nas escolas, ao cancelamento do bem em função do mal, ao apoio às minorias LGBT que têm por objetivo destruir a família e a procriação! É contra a imigração descontrolada, contra os grupos formados e subsidiados de terroristas para desmantelarem a sociedade e as nações! É contra uma política de esbanjamento dos bens de cada um! Claro que quem vê TVs já tem o cérebro manipulado por isso já pensa como eles, mas esta política já era usada por Hitler e outros como ele! Por tudo isto e muito mais, Kamala nunca, e se ela conseguir, não é ela quem o consegue mas sim os ditadores da NOM do governo único        Ronin kaishakunin: Explique lá muito bem explicadinho o que não disse com todas as letras. Foi o ataque ao Capitólio provocado e bem encenado por Pelosi, é disso que fala? Ou é sobre a NATO? Eu também não gosto de muita coisa, mas de uma coisa tenho a certeza se Kamala vencer, os USA ou terão grande convulsão ou serão a Venezuela da América do Norte em breve, basta transformar muitos Estados, em Estados como a Califórnia, ora o que safa muitos deles é a independência em relação a Washington, não é como por aqui na UE, em que já se vive num Estado Federal sem ter Constituição e sem apoio dos cidadãos, com a diferença do poder a perder o apoio dos USA em termos de Defesa, atendendo , por exemplo, à invasão do Islão, apoiada por Bruxelas e pelos globalistas do PS e PSD.                   João Floriano > Fernando Cascais: Bom dia caro Fernando. Em 2016, Trump, tão feio como é hoje, venceu uma carinha laroca também woke de seu nome Hillary Clinton, que ainda por  cima tinha o apoio do marido que apesar do truca truca com a Mónica, foi um bom presidente. E não obstante as qualidades da Hillary (e olhe que politicamente Mrs Clinton tem um curriculo assombroso de serviço público  e mesmo na sua vida familiar foi impecável como se manteve ao lado do malandreco do marido.) Em 2008 assumiu o cargo de Secretária de estado de Obama. Errou muito, é verdade mas quer se goste ou não, foi esta personalidade espantosa com experiência internacional  vastíssima que se apresentou em 2016 ao eleitorado e perdeu para Trump. A grande diferença que eu vejo em Trump quando comparado com outros políticos como Kamala ou Walz é que a acção não é dominada pela ideologia. Com Kamala teremos uma presidente enleada na ideologia, com Trump alguém muito pragmático. Eu prefiro Trump e não faço prognósticos sobre quem vencerá. E olhe lá. a avozinha existe mesmo ou é uma avozinha tipo Mortágua em risco de ser despejada pelo senhorio satânico?              bento guerra: Uma chefia com provas dadas e um casal de palhaços. Nos tempos actuais, de domínio dos media e propaganda, a escolha é difícil (a menos que surjam uns milhões de votos, pelo correio, já com urnas fechadas, como em 2020)               A D > José Carvalho: Seria mais simples dizer descendente de indianos e de pretos, mas a linguagem politicamente correcta vigente no mundo ocidental impede até a designação adequada de cores! E depois não é racismo!          Luis Figueiredo:  Entre uma tontinha que passa o tempo todo a rir e de boca aberta e com propostas socialistas , por exemplo, na questão do controle de preços, e um autêntico boçal e com tendências antidemocráticas (mas isso as instituições americanas resolvem sempre o problema, como já o fizeram tantas vezes em mais 2 séculos), prefiro o que se conhece. E com Trump o mundo sabe o que o espera. Da  tontinha nada se sabe. E o risco do desconhecido por parte de uma criatura destas tem um preço enorme, sobretudo numa altura em que o mundo está cada vez mais estranho, porque mais intolerante e com possibilidade de agravamento de conflitos nas várias áreas do globo, sem solução à vista.                Paul C. Rosado: Cursos de reeducação obrigatórios, directivas nas empresas para os brancos serem os últimos a falar, assassínio livre de bebés nas barrigas das grávidas, ofertas de emprego baseadas no tom de pele, despedimentos por delito de opinião, permitir invasão em massa de estrangeiros pela fronteira sul de forma a alterar a demografia e o voto, não são ameaças à democracia? Está bem...             Luis Figueiredo > L F S Martins: Trump já foi presidente e estamos vivos. E o mundo só piorou nos últimos anos , com o alastrar do conflito no MO e a invasão da Ucrânia. Trump não era Presidente...                Manuel Gonçalves > JAP: Mas Trump não foi presidente durante quatro anos? Não houve eleições a seguir?             João Floriano: «Não gosto do que propõe Kamala,.....» Eu não sei o que propõe Kamala mas a verdade é que tão pouco sei o que propõe Trump. Sabemos o que cada um dos candidatos representa, sabemos o que são mas não sabemos o que têm  a propor porque  a campanha americana está muito feia e recheada de insultos e acusações mútuas. Também não gosto de Kamala e do seu wokismo. Mas tão pouco gosto de Trump.  Ambos os candidatos são maus mas eu diria que Kamala é pior para o futuro da América do que Trump. Já escrevi aqui que me causou estranheza um documentário que passou na televisão sobre o percurso profissional de Kamala e que combinava igualmente a sua vida familiar, que para o caso não é para aqui chamada. A ênfase do comentário era dada á sua actuação como procuradora e senadora woke. Ora o que mais deveria interessar nesta campanha seria o currículo de Kamala como vice presidente. esse seria o seu melhor cartão de visita e endorsement, melhor do que os Obama e os Clinton. mas nem uma palavra. Que garantias dá Kamala aos americanos que uma vice presidente pouco evidente vai conseguir dar uma boa presidente, após passar o efeito inicial e  a novidade de ver uma mulher não caucasiana na Sala Oval? Não sei se  a crónica foi escrita já depois do Kennedy, penso que sobrinho de John e filho de Robert anunciar a desistência e  a cedência  a Trump a  troco de um bom lugar na administração. Mais um momento feio da campanha, mas é mesmo assim: qual luta de cavalheiros, qual quê? Vale tudo até tirar olhos se fosse possível. A minha opinião é que os debates serão o teste do algodão. Kamala não se sente particularmente á vontade num debate onde não convém ter explosões de riso á toa e onde vai ter de falar de propostas que até agora não sabemos quais são,  a não ser lançar os Estados Unidos definitivamente na deriva wokista. Nunca é demais salientar que a esquerda americana não corresponde à esquerda europeia ipsis verbis, mas dos dois lados do Atlântico há vícios comuns como o controle da informação e o interesse pelas causas fracturantes.

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