É o que me parece que merecemos todos,
gozando, de facto, com quem trabalha, a ter que receber tal moeda nos trocos do
seu reembolso! Não há figuras pátrias mais significativas do que uma com esse
nome de Xutos e Pontapés, certamente que simbólicas, sim, de um povinho
habituado a isso e que disso gosta, ou que, pelo menos, continue a ter quem
dele se ria, oferecendo-lhe uma moeda com “xutos e pontapés”, a que fora
habituado desde os primórdios, com as claras distinções sociais distribuídas pelos
representantes mores, que lhe ofereceram não uma educação extensiva a todo o
ser populacional, mas segundo as prosápias sociais distintivas. Pobre pátria
que foi berço, sim, de gente válida, mas ainda hoje aviltada por uma simples
moeda dos trocos, a acrescentar a tantas mais vilezas de desrespeito pátrio a
que se é sujeito por cá. E isso, provavelmente, porque muitos desses trocos não
foram ganhos com o suor do nosso rosto…
Moeda dedicada aos Xutos & Pontapés
entra em circulação esta quarta-feira
Num dos lados
da moeda vê-se um X feito com os braços, o símbolo da banda, e no outro lado
foi escrito "Xutos & Pontapés" e "Rock 'n' Roll desde
1979". A moeda comemorativa tem o valor de cinco euros.
OBSERVADOR, 04 set. 2024, 07:41
▲A série
da Casa da Moeda dedicada aos músicos portugueses foi iniciada no ano passado,
com uma moeda dedicada a José Afonso
O Banco de Portugal coloca esta
quarta-feira em circulação uma moeda de coleção, com o valor de cinco euros,
dedicada aos Xutos & Pontapés, no âmbito da série “Músicos Portugueses”.
Num dos lados da moeda, desenhada pelo
guitarrista Tó Trips, vê-se um X feito com os braços, tal como os fãs da banda
costumam fazer durante os concertos. No outro lado foi escrito “Xutos &
Pontapés” e “Rock ‘n’ Roll desde 1979” e a letra “X”, que é o símbolo da banda.
A série da Casa da Moeda dedicada
aos músicos portugueses foi iniciada no ano passado, com uma moeda
dedicada a José Afonso.
O nascimento oficial dos Xutos
& Pontapés aconteceu há 45 anos, em 13 de janeiro de 1979, no salão de
baile dos Alunos de Apolo, em Lisboa, numa noite em que tocaram quatro músicas
em pouco mais de cinco minutos.
Na altura, o grupo, que chegou a
chamar-se Delirium Tremens e depois Beijinhos e
Parabéns, integrava os jovens Zé Pedro, Kalú, Tim e Zé Leonel,
influenciados pelo punk rock que entrava em força na cena musical estrangeira.
Ao longo dos primeiros anos da década de
1980, em diferentes momentos, Zé Leonel abandonou o grupo, e entraram João
Cabeleira e Gui.
Quarenta e cinco anos depois do primeiro
concerto, o grupo persiste na música portuguesa com mais de uma dezena de
álbuns e muitas canções que servem de âncora para um clã do rock com milhares
de fãs de várias gerações.
Mesmo
depois da morte do guitarrista Zé Pedro, em 2017, a banda manteve-se activa,
em palco e em estúdio, com Tim (vocalista e baixista), João Cabeleira
(guitarrista), Gui (saxofonista) e Kalú (baterista).
No final de 2019, editaram “40 Anos a Dar no Duro”, um duplo
álbum que reuniu as 40 músicas mais marcantes da carreira da banda, alinhadas
por ordem cronológica.
A colectânea começa por “Sémen”, o
primeiro single da banda, com letra de Zé Leonel e música de Tim, lançado
em 1981 pelo radialista António Sérgio e produtor do álbum de estreia da banda,
“78/82”, editado em 1982.
Em 14 de setembro, a banda vai celebrar
os 45 anos de carreira e o aniversário de Zé Pedro com um concerto no Porto.
Zé Pedro nasceu em 14 de setembro de
1956. Este ano completaria o 68.º aniversário.
Do alinhamento do espectáculo deverão
fazer parte alguns dos temas mais populares da banda, como “Contentores”, “A
minha casinha”, “À minha maneira”, “O homem do leme”, “Mundo ao Contrário”,
“Remar, remar”, “Chuva Dissolvente” e “Circo de Feras”.
A primeira parte do concerto será
assegurada pelos Meu General e os Conjunto Evite.
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