Também por cá a China tem muito poder. Eu, pelo menos, é lá, na loja
chinesa daqui, que compro os meus sapatos maleáveis e até as toalhas de
plástico da mesa da cozinha e umas canetas pequenas, que cabem no porta-moedas…
e nem sei bem mais o quê, até roupas, que eles têm tudo, e mesmo o silêncio,
salvo quando estão a telefonar infinitamente, talvez para a China, a dar conta
do negócio… Como eu compreendo os angolanos! Embora sem pretender rivalizar em
parceria económica, claro!
Angola é o maior parceiro económico
africano da China com 258 projetos financiados
Entre 2000 e 2022, a China investiu
mais de 45 mil milhões de dólares em Angola, sendo o país o maior parceiro
africano da potência asiática. Energia e transportes são os principais projectos.
OBSERVADOR, 02 set. 2024,
12:01 5
Angola é o maior parceiro económico da
China na África subsariana, contabilizando mais de 45 mil milhões de dólares,
entre 2000 e 2022, em empréstimos e financiamentos do país asiático para 258
projetos, principalmente na energia e transportes.
De acordo com o Centro de
Desenvolvimento Global de Políticas, da Universidade de Boston, desde o ano
2000 até 2022 a China emprestou mais de 45 mil milhões de
dólares (cerca de 40,2 mil milhões de euros ao câmbio atual) a Angola.
Este país africano lusófono é o maior
recetor de financiamento chinês, seguido da Etiópia, com 14,1 mil milhões de
dólares (12,6 mil milhões de euros), e do Quénia, com 9,7 mil milhões de
dólares (8,6 mil milhões de euros) desde o início do século.
No caso angolano, e ainda de acordo com
este reputado centro de estudo sobre a relação económica e financeira entre a
China e África, os financiamentos são mais avultados no setor energético,
com 26 mil milhões de dólares em 37 empréstimos, mas são em maior número do
setor dos transportes, com 6,2 mil milhões de dólares canalizados para 67
projetos.
No total continental, e ainda segundo os
dados deste Centro que é geralmente reconhecido como a mais abrangente fonte de
informação económica e financeira no relacionamento entre os dois blocos, desde
o início deste século o gigante asiático emprestou 170 mil milhões de dólares
(153,78 mil milhões de euros) para 1.243 iniciativas.
Desse total, quase 60 mil milhões de
dólares foram canalizados para projetos na área da energia e quase 50 mil
milhões foram para projetos no setor dos transportes.
Apesar de ainda ser o maior parceiro do
continente africano, o financiamento chinês aos países africanos caiu para
menos de mil milhões de dólares (904,6 milhões de euros) em 2022, o último ano
para o qual há dados compilados, representando o valor mais baixo em quase duas
décadas.
Desde o pico de 28,5 mil milhões de
dólares atingido em 2016, em 2021 a China fez apenas sete empréstimos no valor
de 1,22 mil milhões de dólares, e em 2022 o valor caiu para 994 milhões de
dólares, com apenas nove financiamentos, o nível mais baixo desde 2004.
“A pandemia de Covid-19 influenciou estes
números, mas muita da descida explica-se com a redução do nível de exposição” à
evolução das finanças públicas africanas, comentou o investigador deste Centro
e um dos gestores da bases de dados do Centro sobre este tema, referindo-se à
degradação da situação económica dos países africanos no seguimento da
pandemia, que aprofundou dificuldades já existentes e obrigou vários países a
renegociarem os termos dos empréstimos chineses, com alguns, como a Zâmbia e o
Chade, a entrarem em Incumprimento Financeiro (default).
No caso particular de Angola, a China
ofereceu, em 2021, uma moratória sobre o pagamento dos empréstimos durante dois
anos, e já este ano aceitou que parte das verbas depositadas numa conta de
garantia de pagamento dos empréstimos pudesse ser usada para ajudar o país a
cumprir com as suas obrigações financeiras.
Para além dos investimentos feitos pela
China, a dívida do segundo maior produtor de petróleo na África subsariana ao
‘gigante asiático’ equivale a cerca de 40% de toda a dívida externa, num
montante a rondar os 17 mil milhões de dólares, disse a ministra das Finanças
angolana no início do verão.
Estes temas, da dívida, investimento e
modelo de relação estarão nos debates no FOCAC 9, esta semana, que tem este ano
o lema ‘Unir as Mãos para avançar a modernização e construir uma comunidade de
alto nível sino-africana com um futuro partilhado’.
O fórum realiza-se de 4 a 6 de setembro
em Pequim, com reuniões técnicas já esta segunda-feira e contará com a presença
do Presidente chinês, Xi Jinping, e delegações da União Africana e das dezenas
de países africanos que mantêm relações diplomáticas com a China”, segundo o
Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
COMENTÁRIOS:
Maria Paula Silva: então, não se percebe porque pedincham tanto ajuda a Portugal, o
"colonizador"?
João Eduardo Gata: Parceiro? Antes colónia, ou seja, um país totalmente dependente da China.
Mas que julga que é um país independente.
Maria Paula Silva > João
Eduardo Gata: antes de 1961 já a URSS
tinha lá os tentáculos metidos a financiar o "terrorismo" e o que mais
tarde viria a ser MPLA. Ainda antes da "tão bem feitinha
independência" já a China e Cuba se aproximavam. Assim que se dá a "independência", começam os 3,
URSS, China e Cuba a retirar sofregamente
matérias-primas, barcos russos a fazerem arrastões ao fundo do mar e peixe e
marisco às toneladas iam para Moscovo! Desde 1974 China ainda não parou de retirar matéria-prima. Mas Portugal, o "colonizador" é que
é o mau da fita, apesar de durante décadas ter construído e ter proporcionado
boa vida a todos, sem excepção.
Passam a vida a culpar Portugal e a pedinchar ajuda financeira, não se
percebe. Afinal nem ficaram independentes nem se vê o que os governos angolanos
fizeram em 50 anos de "independência"? Nada. Deixaram-se
colonizar pelos países comunistas. E vivem mal, muito pior, há miséria que
antes não havia.
vitor Manuel: Enquanto, e muito bem, esses vão sacando o mais que podem há
outros que unicamente servem de esgoto...
Francisco
Louro: O Parceiro mais endividado que
trocou o petróleo que não produziu por dinheiro desviado para as elites. É a
triste realidade dos imperialistas que corroem os países com recursos naturais.
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