Como povo, correndo parelhas com o
tamanho dos tais painéis publicitários, provocadores do nosso tamanhão nas
questões… paineleiras?…
MENTIRAS GIGANTES
A esquerda acusou Moedas de mentir e
o PS alegou que ele era responsável pela localização dos painéis publicitários.
Afinal a localização estava definida por Medina desde 2016. Quem mentiu foi o
PS.
MARGARIDA BENTES
PENEDO, ARQUITECTA E DEPUTADA MUNICIPAL
OBSERVADOR, 26
set. 2024, 00:1660
De
novo uma história crapulosa. De novo com origem na Assembleia
Municipal de Lisboa, desta vez durante a sessão plenária de terça-feira da
semana passada, dia 17 de Setembro. De
novo um enredo à moda da esquerda levou à suspensão dos trabalhos dos deputados
e agitou as redacções dos jornais e televisões pelo menos até sexta-feira ao
final do dia. Não mais do que isso, como se compreenderá.
Explico o que aconteceu. Discutia-se
a Informação Escrita do Presidente, documento de apresentação periódica
obrigatória em que o executivo presta contas à Assembleia do que andou a fazer. O governo da cidade, sentado de frente
para a Assembleia, ao correr de uma mesa forrada com saias de pano preto, vai
cochichando, cada vereador com o respectivo chefe de gabinete. E uma dúzia de assessores. E outra dúzia de
portáteis, telemóveis, e tablets. A Presidente da Mesa, sentada lá em
cima, tem direito a um ramo de flores, e o Presidente da Câmara, ao centro, cá
em baixo, também tem. Quem olha para
o arranjo da sala vê o protocolo de todas as salas e todas as solenidades da
nossa conselheiral democracia. Estamos na avenida de Roma, mas podíamos estar
em qualquer outro metro quadrado do regime. Os deputados perguntam, comentam,
acusam, divagam, e o Presidente ouve. Depois responde-lhes, um por um. Segue
para o deputado seguinte. À parte estes atavismos, alguns agitam-se e outros
bocejam.
A esquerda, aproveitando a oportunidade preciosa deste assunto não
vir a propósito, decidiu atacar Carlos Moedas com a instalação dos novos
painéis publicitários. Primeiro através de José Sobreda Antunes, deputado daquele partido português com assento
em todo o lado apesar de nunca ter recebido dos eleitores um único voto. Porque os “painéis gigantes” tinham área
excessiva, e eram muito luminosos, e muito digitais, e estavam nos sítios
errados, e provocavam riscos de segurança rodoviária. Também na
Assembleia Municipal de Lisboa o PEV faz de conta que é um partido e toda a
gente faz de conta que acredita. Sobreda Antunes é um bom malandro, simpático e
educado, “Mestre Sobreda” para a malandragem miúda. Já com anos de Assembleia,
e um olho pidesco para as gralhas de ortografia, é uma espécie de corrector
oficial dos textos das comissões. Se lhe escapa uma vírgula fica doente. Carlos
Moedas explicou com paciência a Sobreda Antunes que, no capítulo dos novos
painéis, a Câmara estava condicionada por decisões do executivo anterior – do
PS e de Fernando Medina.
Seguiu-se o Bloco de Esquerda,
na pessoa da deputada Maria Escaja, que na doce voz de falsa freira que só as
deputadas da extrema-esquerda conseguem produzir, chamou mentiroso a Carlos
Moedas. Assim: “A localização [dos painéis publicitários]
foi decidida pelo executivo Novos Tempos, tal como foi noticiado ainda ontem
no Expresso, que é insuspeito de estar refém da extrema-esquerda
radical.”
Aqui concordamos. Ouvi dizer que há
dois ou três jornalistas do Expresso que não militam nem se deixam
guiar por gurus da extrema-esquerda radical.
Mas Maria Escaja avançou: “O que eu digo a seguir não vem sem mágoa
e sem pesar. Porque ao culpar reiteradamente o antigo executivo, Carlos Moedas
mente. E mentiu-nos a nós, cidadãos eleitos aqui presentes, e mente à população
de Lisboa, e eu peço-lhe, senhor Presidente explique-nos o porquê de o ter
feito. Porque é que não assume as suas responsabilidades (…) e porque é que nos
tenta enganar?”
Carlos Moedas declarou que não iria
responder ao Bloco de Esquerda, nem ficaria na sala enquanto o Bloco de
Esquerda estivesse a falar. Levantou-se e saiu.
Mas
a história, ao contrário do que se viu nos jornais, não ficou por aqui. Veio
outra deputada do BE, Joana Teixeira, subiu ao púlpito e disse que a saída de
Carlos Moedas da sala mostrava a incapacidade de ele “responder às perguntas
dos deputados”. Isto criou uma onda de apartes compreensivelmente furiosos dos
partidos da coligação, sobretudo da bancada do PSD.
É
neste momento que Miguel Graça, deputado “não inscrito” eleito nas listas do
PS, e famoso pelo fanatismo, pede uma interpelação à Mesa. A Mesa dá-lhe a
palavra. E Miguel Graça diz que o PSD só interrompe “deputadas mulheres”; que
“isso tem um nome”; e que a Assembleia “não pode continuar”, porque “não é
digno”.
O
que faz a Presidente da Mesa da Assembleia? Suspende a sessão. Eu própria
preparava-me para sair atrás de Carlos Moedas, a fim de o felicitar pela
atitude que tomou ao abandonar a sala, e de lhe dizer que foi a resposta forte
a um ataque forte e injusto. Mas não me deram essa liberdade; tive de ficar a
ouvir um sermão da Presidência da Mesa, para quem os acontecimentos,
insinuadamente provocados pela direita, eram “uma vergonha para os lisboetas”.
E deu ordem aos serviços para cortarem a transmissão directa (todas as sessões
são transmitidas em directo no YouTube, e ficam disponíveis
no canal da AML; esta é a 132ª Reunião Plenária). Os trabalhos da
Assembleia Municipal de Lisboa, a pedido de um deputado da extrema-esquerda,
estiveram parados por vinte e seis minutos.
Toda a discussão dizia respeito aos
novos painéis publicitários a instalar em Lisboa, alguns deles digitais,
parecidos com grandes televisões – por isso lhes chamam “painéis gigantes”.
Resultam de um contrato de concessão de mobiliário urbano (mupis, outdoors,
paragens de autocarro, etc.), durante 15 anos, para publicidade, em troca de
8,3 milhões de euros por ano que a empresa JC Decaux, ganhadora do concurso,
vai pagar à Câmara de Lisboa. A história vem de 2016, concurso aberto
em 2017. Nessa altura houve uma decisão do júri, depois o concurso foi
impugnado, tudo isto levou tempo, e as coisas só ficaram definitivamente decididas
em 2022, ano em que Moedas assinou o contrato.
A
parte curiosa? Em Setembro de 2022, o contrato tinha sido aprovado em reunião
de Câmara, praticamente por unanimidade; quase todos os vereadores votaram a
favor, com apenas duas abstenções (do Livre e da vereadora Paula Marques,
independente eleita nas listas do PS). Ou seja, a própria oposição, do PS, o
PCP, e o Bloco de Esquerda, votou a favor do contrato que Moedas viria a
assinar.
Dois
anos depois, terça-feira da semana passada, na reunião plenária da Assembleia
Municipal, a esquerda execra os painéis, e as deputadas do BE acusam Moedas de
mentir. Moedas abandona a sala. Seguiu-se a indispensável polémica nos jornais
e televisões, a esquerda verteu raiva em artigos tendenciosos contra Carlos
Moedas, e o PS explicou que Moedas era responsável pela localização dos
“painéis gigantes”. Na sexta-feira seguinte, ao final do
dia, uma notícia no jornal Público confirmava
que a localização dos painéis estava decidida desde 2016, descrita no anexo III
ao Caderno de Encargos de Fernando Medina. Quem mentiu foi o PS, desde o
primeiro minuto, sabendo que mentia.
CARLOS MOEDAS PAÍS PS POLÍTICA DEMOCRACIA SOCIEDADE
COMENTÁRIOS (DE 60)
Tem Dias: O pessoal do PS falta à
verdade com frequência: ou porque gosta de dobrar rectas da verdade a que
chamam narrativas; ou porque são néscios e não sabem mais por serem preguiçosos
e não procurarem saber mais... SDC Cruz: Mais uma história da
esquerdalha que já não me espanta.. A mentira sempre foi uma arma para essa
gente. Felizmente para nós, leitores do Observador, temos a MDP que
semanalmente nos vai dando conta das mentiras que ouvem na Assembleia Municipal
de Lisboa. Obrigado. Lourenço
de Almeida: Mas porque é que o Moedas não abanou na cara do comunas a acta da sessão em
que o contracto foi aprovado, de preferência insultando-os de ultra mentirosos
em vez de sair da sala quando tinha tudo para os espezinhar? Jose Augusto Mira Pires
Borges: Pois. Mas a Comunicação Social que tantas loas teceu às deputadas
(mentirosas) do BE e do PS que acusaram Moedas de mentir, agora que a verdade
veio ao de cima, nicles....Vão lá acusar os mentirosos compulsivos do PS de
mentir.
Carlos Chaves > Tem Dias: Não meu caro/a, tudo isto é estratégia, são mais
inteligentes do aquilo que pensa! A prova é que toda ou quase toda CS reproduz
as mentiras destes mentirosos e nepotistas socialistas! E o povo acredita, até
lhes deu maiorias absolutas. Peter
Leash: Até o, cada vez menos engraçado, RAP fez piadas sobre o episódio,
focando-se no acessório (a saída de Moedas da Assembleia) em vez de abordar o
essencial (o processo de contratação dos painéis)....
Gabriel Madeira: Descrição deliciosa da fauna
de Esquerda. Assim se vê a verticalidade dos "políticos" de esquerda,
neste caso do município de Lisboa.
Manuel Lisboa: Porque é que não estou
surpreendido com este episódio edificante de socialistas, bloquistas,
comunistas e respectivos simpatizantes de memórias curtas e hipócritas?! Pela
mesma razão por que não me surpreendeu o desplante das declarações do líder
socialista a andar, ultimamente, pelas regiões do país, que mais sofreram com
os recentes incêndios. Falava como se nunca tivesse tido responsabilidades
governativas, até há cerca de sete meses ou o seu partido não fosse governo
apoiado na tão badalada "geringonça" (comunistas e bloquistas),
quando aconteceram as horríveis tragédias de JUNHO e OUTUBRO de 2017. Pudor
para não falar em vergonha é algo que a esquerda e extrema portuguesa
desconhecem. Aliás, essa mesma atitude de irresponsabilidade política revelou-se, clara e
inequivocamente, entre 2011 e 2015, pois quem ouvia os socialistas nesses
quatro anos e também no triste tempo da "geringonça", parecia que não
nada tinha a ver com a situação socio-económica e financeira do país nesse
período tão árduo para todos os portugueses e que não fora um governo
socialista a assinar o acordo com a então chamada "troika". João Floriano: Só posso concluir que as
sessões da Assembleia Municipal de Lisboa são algo de muito animado,
embora não haja surpresas no «espectáculo» fornecido. A esquerda apresenta
sempre a palhaçada do costume. Por isso é que muita gente detesta palhaços. E
então quando se trata de palhaças feministas como as bloquistas , nem se fala. Antonio C.: Invejo a paciência de Moedas
para aturar a corja de parasitas de extrema-esquerda que vivem à custa do
erário na CML. Espero, honestamente, que nas próximas eleições esta escumalha
seja posta no seu devido lugar, i.e., no olho da rua. João Queiroz e Lima: Foi um escândalo enquanto era
Moedas que mentia. Quando se percebeu que afinal era a esquerda, o tema morreu... As mentiras dos anjos não
passam de formas de atingir a bondade. José B DiasFilipe Bacelar: A ser como refere fica-me a
dúvida sobre o que de relevante ficou fixado no contrato? Será que apenas o
preço e as condições de pagamento? Como, ainda assim, se estabelece um preço para muitos
anos sem estarem definidos o número, localização exacta e dimensão dos
equipamentos a instalar? É que todas essas variáveis afectam de forma hiper
significativa o interesse dos potenciais anunciantes e o preço que estes
estarão na disposição de pagar ... Seria como eu assinar um contrato com uma televisão
para inserção de anúncios publicitários onde o número, duração e horário de
difusão dos mesmos fossem definidos posteriormente ao acordo do preço e pelo
canal de radiodifusão! Em uma: Cheira tudo muito mal e, no final, parece-me mesmo que não haverá
quem não minta ou tenha mentido 🤔 PS: se continuar a responder a si próprio fica difícil
descobrir que o fez ... João
Ramos: O PS e a sua continuação da estrema esquerda, como nunca têm razão, apenas
sabem mentir, ainda não perceberam, coitados, que “mais depressa se apanha um
mentiroso do que um coxo”… Pedro
Ferreira: Nada de novo portanto! Lily Lx: Palhaços. Gente que pertence
ao circo e não à política.
António Soares: O PS só não mente para Putin.
Todos os dados dos manifestantes que o Medina forneceu ao carniceiro de
Moscovo, estavam de acordo com a verdade. Miguel
Sanches: Enquanto essa gente andar à solta a dizer e a fazer disparates,
"isto" não vai a lado algum. É assim há cinquenta anos. Filipe Bacelar: Faça favor de justificar o que escreveu! José B Dias > Filipe Bacelar: Seria bastante mais produtivo se explicitasse o que
considera ser falso e porquê? Assim
é mesmo só manhoso! PS: confesso
que a questão da dimensão dos tais ecrãs não me ficou ainda clara quando e como
foi decidida e já li versões conflituantes sobre as localizações exactas.
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