Sempre ouvi dizer que a sociedade está
cada vez mais envelhecida e dificilmente os “ainda” jovens poderão assumir os
encargos da administração pública no que respeita às reformas dos velhos. Por
tal motivo, desde que me reformei que tenho sentido peso na minha consciência
pelo peso no orçamento do Estado que a minha vida actual tem constituído para o meu
país, que tem o encargo de me pagar o vencimento de hoje, para o qual parece
que descontei, mas não o suficiente, ao que se afirma, país com a nossa fragilidade
de recursos, o que também se afirma, vivendo, como sempre, do imposto e do
empréstimo, como já acontecia no tempo do Eça, vício a que Salazar pôs cobro, o
que também se disse, embora a maioria aponte a vida de mediocridade no tempo
dele, sobretudo entre as classes mais medianas, naturalmente exploradas pelos
que forneciam os empregos e arrecadavam as massas em quantidade abusiva, na
exploração e na humilhação dos que contribuíam para que eles as angariassem.
Até já me passou pela cabeça lançar-me de uma das pontes – de preferência a “Vasco da Gama”, que não tem linha de
comboio ainda, e por isso a minha morte passaria mais discretamente, sem tantos
mirones a levantar suspeitas sobre os motivos de tão drástica atitude, lançando
intrigas mesquinhas, as quais não poupam sequer os modestos anonimatos, mas das
bocas do mundo ninguém se livra, mesmo que se seja de vetusta idade, e agora já
não há Poirots a elucidar brilhantemente sobre os crimes e os suicídios, o que
seria mais nobremente romanesco do que as actuais intrigas dos telejornais ou
mesmo dos convívios populares televisivos.
Todo este desordenado memorial, tendo
realmente a ver com o sentimento de culpa que me assiste por ainda existir, a pesar
no saco orçamental, vem a propósito do texto de opinião de Salles da Fonseca,
sobre a carga fiscal, propondo mesmo a desvinculação do sistema de ensino, não
sei se por achar que os professores são demasiados, se são inúteis e se devem
ir à vida, por conta dessa carga fiscal.
Acho tremendamente inconsistente, este
ponto de vista tão soturno e leviano. Deve haver outro sentido mais construtivo
no texto de Salles da Fonseca, que habitualmente sorri, embora como todos
fazemos hoje... com esgares.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 19.02.19
Eles,
ali em baixo assinados, declararam solenemente cumprir com lealdade as funções
que lhes foram confiadas.
A
ver… dentro de meses, o veredicto será dos
contribuintes eleitores.
Entretanto,
DIZ
A DIRECÇÃO
GERAL DA ADMINISTRAÇÃO E DO EMPREGO PÚBLICO QUE
Em
Dezembro de 2018, o emprego no sector das administrações públicas se situava em
683.469 postos de trabalho, revelando um aumento de 2,1% em termos homólogos
(mais 14.190 postos de trabalho).
E
DIGO EU QUE
Não
há Contribuinte que possa suportar tamanha carga fiscal e que está mais do que
na hora de desvincular o sistema de ensino.
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