E a crónica em vários
andamentos, de Salles da Fonseca, sobre
o estranho de uma progressão histórica e social, a nível mundial a partir da
segunda guerra do passado século, e sob o influxo de um avanço tecnológico de
uma acuidade implacável, acompanhado por conceitos de liberdade e igualdade
raiando a irracionalidade - pois que nem na restante natureza viva se observam
- chegou ao seu fim, com fotos de autêntico horror, cabeças e membros
decepados, espalhados no chão do ódio, é certo que dos exterminadores
islâmicos, ambiciosos de difusão mundial do seu insaciável culto. Em
Moçambique, de um povo ordeiro que se ia pouco a pouco desenvolvendo, e de quem
não esquecemos esses pedidos dos criados ou empregados que a tantos de nós
suplicavam que os trouxéssemos também, no atropelo do mísero “retorno”, talvez
cientes do resultado dessa independência que os beneméritos da doutrina
unilateralmente fraterna lhes prometiam, seria esse que as fotos de Salles
da Fonseca exemplificam. Sim, abandonámo-los às prepotências dos seus
novos governantes, nós próprios abandonados às prepotências, embora mais
contidas, dos nossos. E o resultado tem-se visto, em Angola, em Moçambique, nos
desequilíbrios sócio-económicos e nos atropelos da irracionalidade e da
perfídia.
Na nossa orientação
democrática, de que Salles da Fonseca extrai as lições de uma malignidade à
solta, num balanço de profunda indignação, apelando para a responsabilidade dos
homens – inutilmente, é verdade, de tal modo a cegueira nos afronta, fruto
de um crescendo de ignorância – meditemos no mal que estamos a causar às
gerações futuras, que têm perdido valores e consciência humana, cada vez mais
debruçados sobre as suas maquinetas manipuladoras, numa insensibilidade e
desumanização graduais, que não são menos responsáveis pela sua infelicidade próxima - e tão presente já.
É preciso arrepiar caminho. Já.
HENRIQUE
SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 31.01.19
-
Já disse, não há tempo a perder, quero tudo e já!
Quem assim pensa não tem tempo para avaliar se os meios são
legítimos para alcançar o objectivo e muito menos tempo tem para saber se os
procedimentos são éticos. E não tem tempo para analisar a questão ética porque
a ignora propositadamente ou – pior ainda - porque a desconhece em absoluto.
Então, para ter tudo imediatamente, há que ter os meios de
pagamento para o efeito e, das duas, uma: ou os herda ou os cria.
A herança pode, contudo, não ser suficiente para o financiamento
das ambições (que podem ser desmedidas) e, portanto, lá vai o ambicioso ter que
criar mais riqueza.
A criação (de riqueza) é, contudo, confundida amiúde com posse (da
dita riqueza) sendo que esta segunda pode resultar da produção propriamente
dita ou do roubo, tendo este a ver com a posse de algo por meio ilegítimo.
Então, estamos numa de que quem tudo quer de
imediato e não olha a meios para alcançar fins, não hesita em recorrer a todos
os expedientes para satisfazer as ambições. Daí, à trafulhice, não dista muito
ou não dista mesmo nada.
E o que é que está a dar lucros que se vejam?
Tem tudo a ver com o risco: quanto mais
arriscado um negócio, maiores perspectivas de lucro ele apresenta. E se o risco
passar para as bandas da ilegalidade, então as margens são ainda mais altas.
A tentação é grande e há muito quem se sinta tentado.
Mas há «coisas» que por aí andam, de que muita
gente fala às claras, mas que também me fazem muita confusão. Refiro-me ao «bitcoin» cuja publicidade nos entra
pelos e-mails a oferecer lucros
chorudos num piscar de olhos.
Moeda virtual, quem a emite e quem lhe garante
um valor? E o valor que alguém lhe atribui, como é calculado?
Eis um tema sobre que eu
gostaria de ouvir o «Banco de Portugal» a transmitir uma ou outra informação e,
no seu silêncio, que fale o «Banco Central Europeu» ou, mais sofisticado ainda
nos dias que correm, o «Banco de Inglaterra».
Aos gananciosos não lhes chega
o «narcodólar» e inventaram agora uma nova moeda falsa.
E é neste mundo que vivemos - não há dúvida, o
maligno anda mesmo à solta.
Quem quiser, que se arrisque mas se tudo der
para o torto, que não se queixe pois o risco é a alma do negócio, muito mais do
que o segredo.
(continua)
1 comentário
Adriano
Lima 31.01.2019 :
O maligno é uma constante da realidade humana, em tudo e mais alguma
coisa. O homem vai fazendo evoluir continuamente as suas técnicas em tudo e
mais alguma coisa, mas o "maligno" está-lhe impregnado na mente ao
mesmo tempo que lhe anestesia o coração. O maligno não tem nada de metafísico,
está mesmo em nós, na nossa natureza. Fico à espera de mais dados sobre o bitcoin, que parece ser novo estratagema do dito cujo.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 01.02.19
Dos temas que abordei neste conjunto de
crónicas relativas à liberdade do Maligno
. ascensão
da China,
. invasão
muçulmana da Europa e correspondente «revivalismo» sunita,
. tensão
totalitária na Turquia e na Venezuela,
. bitcoin e narcodólar,
façamos um caldinho do
revivalismo sunita, da tentação totalitária e do narcodólar e vejamos no que dá:
Imagens bem recentes, que me chegaram há muito poucos dias, relativas aos ataques
terroristas muçulmanos na Província de Cabo Delgado no extremo norte de
Moçambique.
Alguém fica com dúvidas de que o maligno anda
por ali à solta?
Com que objectivo e instigado por quem?
Aceitam-se pistas.
Fevereiro de 2019
FIM
COMENTÁRIO:
Anónimo 01.02.2019:
Horror
!
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