quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Ainda bem que o lembra


Homenagem a Salazar. Mas, tal como o AO 90, ela ficará no tinteiro. Bem pode, o Dr. Salles, querer tirar o cavalinho da chuva, justo que é. A tal homenagem já foi.

Se Salazar tivesse casado e tido filhos, ter-se-ia, talvez, humanizado um pouco e nunca teria permitido o aborto de uma lei chamada “Concordata”, impeditiva de divórcio aos casados pela Igreja, condenados a ligações escandalosas, naqueles tempos, caso pretendessem reconstituir as suas vidas em novos afectos. De resto, julgo que Salazar se casou com a Pátria e nisso o admiramos, nessa dedicação integral, que dele exigiu esforço de contínua atenção, para não descarrilar, mas sem grande abertura democrática, o que foi propício a desníveis sociais de que, de resto, sempre enfermou a sociedade portuguesa. Mas construiu casas e escolas por essas aldeias, escolas que o 25 de Abril fechou, em política pedagógica massificadora pouco séria. O Dr. Salles faz um bom retrato de Salazar, que merece ser reconhecido, sim. Leiamo-lo sem parti pris e respeitemo-lo, como nos compete, se formos isentos.

REVISITANDO SALAZAR

HENRIQUE SALLES DA FONSECA     A BEM DA NAÇÃO,07.09.21

Fascista ou democrata?  Austero ou avaro?  Calculista ou aventureiro?  Generoso ou egoísta?  Impoluto ou corrupto?

Todas estas alternativas (por esta ou por qualquer outra ordem) me ocorrem quando penso em Salazar. Não tanto por ele mas sobretudo pelo resultado das suas políticas; não tanto por ele mas sobretudo pelo tempo que construiu; não tanto pelo que ele possa ter sido mas sobretudo pelo que a «vox populi» dele diz.

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O meu ilustre primo Luís Soares de Oliveira, Embaixador, defende a tese de que, dentro da moral cristã, o Doutor Salazar perfilhava a via agostiniana e eu espero ansiosamente pelo seu texto «Epifania de Salazar» para conhecer os fundamentos dessa tese. Não é questão menor e creio que poderá esclarecer muitas questões ainda hoje enigmáticas. Aguardemos, pois.

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DAS POLÍTICAS PERENES

Professor de Direito, distinguiu-se pela determinação de construir um Estado que se desse ao respeito depois de sucessivas crises políticas e financeiras ao longo dos finais do regime monárquico e da primeira República. Chamado por Carmona ao exercício efectivo do Poder, não hesitou em ditar as regras que passariam a reger a gestão financeira do Estado. A gestão da tesouraria, sobretudo. E porque homens sérios tinham sido cilindrados pelas arruaças e quezílias de variado calibre, muniu-se de um «escudo invisível» que lhe permitisse «arrumar a casa» sem atropelos.

Assim foi que, para além da chefia do Governo, Salazar assumiu a pasta das Finanças e foi ao MI6 buscar quem lá prestava serviço há 15 anos, o Capitão Agostinho Lourenço que passou a dirigir a Polícia de Vigilância e Segurança do Estado, a PVDE, que mais tarde foi redenominada PIDE.

Eis a génese de duas das políticas mais perenes de Salazar:

Prioridade absoluta do equilíbrio das finanças públicas sobre todos e quaisquer apelos de desenvolvimento;

Imposição da tranquilidade na ordem pública pela contenção dos democratas republicanos e neutralização de todas as vias fascizantes de direita (Rolão Preto) ou de esquerda (os comunistas).

CONCLUSÃO – A perenidade destas políticas definiu todo o Consulado Salazarista mas ligou a então chamada «situação» ao imobilismo.

DO FASCISMO

Salazar nunca disse ser democrata e teve todo o seu Consulado para o demonstrar mas também não era fascista pois governava dentro de um quadro legal de grande estabilidade, do conhecimento público, obrigatório (o desconhecimento da Lei não isenta o infractor do seu cumprimento) e de aplicação universal no espaço nacional. Um Estado de Direito, sem dúvida, mas que era o seu: autocrático e de inspiração cristã. Nada a ver com fascismo que é a governação ao sabor do capricho do ditador[i].

CONCLUSÃO Salazar era um autocrata que nada tinha a ver com fascismo.

DA AUSTERIDADE

Anacoreta, apologista da sua própria pobreza pessoal (não lhe eram conhecidos outros rendimentos para além do vencimento público) e sem grande vida de sociedade para além das relações previstas pelo Protocolo de Estado, era sabido que tanto podia estar a descansar (com humor, dizia-se que «o Senhor Presidente do Conselho descansa, não dorme como o vulgar cidadão») às quatro da tarde como estar a trabalhar às quatro da manhã e, de vez em quando, reunia o Conselho de Ministros. No dia seguinte, os jornais noticiavam que «Ontem, reuniu o Conselho de Ministros que tratou de assuntos da sua competência». Mas o normal era a dos ministros irem a despacho com Salazar sempre que disso necessitavam ou sempre que eram chamados. Para além dessa normalidade, havia uma outra rotina com alguém que não era ministro: o Capitão Agostinho Lourenço (Jimmy, nome de código no MI6) era recebido semanalmente para despachar «assuntos da sua competência». Mas deste, os jornais nada diziam. Hermetismo informativo e laconismo que bastava para fingir que «não se passava cavaco ao povo». Salazar era o pivot da governação, a coordenação governativa não saía da sua própria cabeça. Cada ministro geria o seu Ministério com o orçamento possível e, de preferência, que sobrassem verbas. E só muito raramente essas sobras passavam para o exercício seguinte (obras plurianuais).

CONCLUSÃO Claríssima austeridade na gestão dos dinheiros públicos com entesouramento acumulativo no longo prazo; apologia da sua pobreza pessoal.

DO CALCULISMO E DA AVENTURA

Ficou célebre a sua frase proferida em 27 de Abril de 1928 aquando da tomada de posse como Ministro das Finanças do Governo da Ditadura (militar): «Sei muito bem o que quero e para onde vou». O andamento da História confirmou o conteúdo desta frase no que se refere à política interna que a partir de 1933 ele controlou através do seu «Serviço de Informações» dirigido por Jimmy, o tal homem do MI6. Mas se deste modo, o controlo da situação interna lhe permitia ser calculista, na cena internacional não podia deixar de recorrer a alguma navegação às escuras. E, aí, não controlando as cartas do baralho, teve que se socorrer de «padrinhos» (os Aliados durante a guerra de 39-45) perante quem demonstrou grande ousadia raiando mesmo o aventureirismo. É disso exemplo o encontro com Franco em Sevilha em 1942.

CONCLUSÃO Calculista na política interna, ousado-aventureiro na política externa.

DA GENEROSIDADE E DO EGOISMO

Conta o Professor Adriano Moreira que certa vez chegou mais cedo do que o previsto ao forte de S. João do Estoril onde Salazar veraneava e que vislumbrou o Presidente do Conselho em oração na capela e a dispor a seu jeito as alfaias litúrgicas. O visitante esperou no exterior da capela que Salazar concluísse os seus trâmites de intimidade. Esta, sim, a relação que Salazar presava, com a Divindade; com os humanos era exigente perante os desígnios que ele próprio traçara para a Pátria. A generosidade e o egoísmo só têm cabimento no âmbito das relações sociais pelo que, limitadas estas à actividade inerente às suas funções oficiais, não é possível saber se Salazar era generoso ou egoísta.

CONCLUSÃO – É admissível que Salazar fosse generoso com a Divindade mas era claramente exigente com os humanos (não necessariamente egoísta).

DA CORRUPÇÃO

É com toda a tranquilidade que refiro a unanimidade entre salazaristas e anti-salazaristas quanto à condição impoluta do Doutor Salazar. É sobretudo desta característica que ressurge o prestígio que muitos portugueses hoje lhe atribuem como Homem de Estado.

CONCLUSÃO - Salazar era impoluto.

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Passo com total desinteresse ao largo da vida doméstica na residência oficial de S. Bento. Não me interessa saber quem lavava a roupa interior de Salazar e creio que a celebérrima D. Maria era politicamente acéfala e só se interessava pelos «arrozinhos» e nabiças que o Senhor Presidente comia.

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O actual prestígio de Salazar – passados que são 50 anos sobre a sua morte – tem muito a ver com a sua condição impoluta quando posta em contraste com as desconfianças que hoje correm por aí… mas também porque muitos dos neo-salazaristas não viveram naquela época nem se preocupam com uma análise menos simplista das suas políticas.

As minhas críticas assentam nomeadamente no que segue:

Uma anacrónica (absurda no séc. XX) estrutura corporativa que tapava os problemas em vez de os resolver; Uma política de entesouramento com prejuízo do desenvolvimento; Uma política elitista de educação que nos fez suportar muito para além do seu Consulado elevadas taxas de analfabetismo, de impreparação cívica e profissional; Uma política ultramarina avessa ao desenvolvimento intelectual e cívico das populações independentemente do grau de concentração da melanina – o terrível «Estatuto Ultramarino» de 1953 que só foi tardia e parcialmente corrigido em 1961. E não refiro detalhes nem consequências pois quem me lê não espera nem carece de explicações.

De tudo, estou em admitir que…

Se Salazar tivesse saído do exercício do poder lá por 1947/8, o país estaria hoje cheio de monumentos em sua memória; Está na hora de, sem mais complexos nem medo de fantasmas, se lhe prestar alguma homenagem na sua terra natal, Santa Comba Dão.           Setembro de 2021            Henrique Salles da Fonseca

[i] - Perdi a referência em que Dino Grandi terá dito a um jornalista algo como: «Fascismo é a prodigiosa capacidade de improviso do Duce».

COMENTÁRIOS:

Francisco G. de Amorim 08.09.2021: Muito bom

Adriano Miranda Lima 08.09.2021: Sr. Dr. Salles da Fonseca, li atentamente as suas considerações nesta "revisita" a Salazar e devo-lhe dizer que estou completamente de acordo consigo, pouco ou nada tendo a acrescentar. Mas faço um reparo. Por ter também revisitado recentemente o que foi a acção da famigerada polícia política, pergunto se a aparente normalidade que foi restituída à vida pública justificava tudo. O mesmo é perguntar qual é mais precioso para a condição humana: a liberdade e o sentimento de dignidade que ela oferece ou ter o estômago confortado.

Henrique Salles da Fonseca 08.09.2021: Sim, Senhor Coronel Miranda Lima, incido a minha crítica no entesouramento com prejuízo do desenvolvimento (estômagos desconfortáveis) e não aceito a tortura aos presos.

Anónimo 08.09.2021: Esta "revisita a Salazar" que o A Bem da Nação nos oferece tem pano para muita manga e obriga-nos à necessidade de alargar e relativizar a forma como olhamos para a história. Tudo na vida é transitório e só o curso do tempo permite que possamos analisar os factos e acontecimentos da história com o espírito liberto de preconceitos. De outra forma, enredamo-nos na malha das nossas visões e comprometimentos pessoais e ficamos incapazes de perceber a complexidade do ser humano e das sociedades que ele cria. Comecei a ler há alguns meses a biografia de Salazar escrita por Franco Nogueira. Já concluí o III volume e vou a iniciar o IV. Com o III, encerrou-se o capítulo da II Guerra Mundial e a derrota do nazismo e do fascismo, ou seja, o triunfo do mundo livre e da democracia, se bem que a URSS, uma das vencedoras, nada tivesse com a liberdade e a democracia. A história tem também os seus paradoxos. De facto, conforme diz o Dr. Salles da Fonseca nas suas considerações, Salazar teria entrado para a história de Portugal como um dos seus grandes vultos caso tivesse deixado o poder ou afeiçoado o seu regime aos valores da democracia liberal, o que implicava necessariamente encontrar uma solução para as colónias, tal como outros o fizeram. Ora, isto para dizer que nunca tinha lido essa obra de Franco Nogueira por uma simples questão de preconceito político. Admiti que o autor se limitava a fazer um panegírico de Salazar. Depois de já ter lido os 3 primeiros volumes, quase 1.500 páginas, não estou certo de que o tenha feito. Utiliza muita objectividade e rigor na sua abordagem, não se coibindo até de denunciar algumas fragilidades ou defeitos do biografado, mas mais ao nível da sua condição humana do que como estadista. A obra é de extrema utilidade na medida em que é um repertório condensado de dados e informações de extrema importância e que não é fácil ter à mão senão mediante consultas e pesquisas dispersas. Franco Nogueira é de um rigor e exactidão irrepreensíveis nos dados que põe à disposição do leitor. É um facto que enaltece a acção de Salazar como estadista, mas como não o podia fazer se a sua obra, pelo menos até a esse III capítulo, foi merecedor de reconhecimento e apreço por políticos estrangeiros insuspeitos das democracias europeias? Agora, peca por passar praticamente ao lado da repressão política: presos políticos, tortura, deportações e encerramento no campo de concentração do Tarrafal. Ora, Nogueira não tinha de o fazer, praticamente não fazendo uma alusão explícita ao lado odioso do que foi a política do estado Novo. Estou agora curioso de saber se o autor da biografia vai continuar a manter o mesmo critério a partir do IV volume, cuja leitura vou em breve iniciar. Pelo que já li até agora, reafirmo a minha concordância com o Dr. Salles da Fonseca: é gratuito e abusivo classificar Salazar como “fascista”, quando ele até reprimiu os excessos de Rolão Preto. Autoritário, repressor e ditador, talvez, mas nunca fascista.

Anónimo 08.09.2021: Como eu disse no meu comentário anterior, a obra de Franco Nogueira é de uma riqueza de dados fora do comum. Tanto sobre o estadista e a sua política como sobre aspectos particulares da sua vida pessoal e até íntima. Diria que estas duas facetas conjugadas da obra a tornam de leitura agradável e aliciante. Além disso, a escrita é de grande recorte literário e de uma clareza exemplar. Cito uma particularidade muito curiosa como exemplo do que atrás disse. Depois de Salazar se ter mudado para o palácio de S. Bento, a sua governante fez alterações no espaço do jardim e arranjou forma de instalar nele um galinheiro. Com esta medida, ela obtinha ovos caseiros fresquinhos e de forma económica para as refeições. Mas, a partir de certa altura, a produção de ovos excedia largamente as necessidades domésticas, pelo que a D. Maria sugeriu que passassem a ser vendidos a pessoas da vizinhança, pois que não era desprezível o lucro que daí adviria, com vantagem para o orçamento doméstico. Conta Nogueira que Salazar torceu o nariz a semelhante ideia mas não a impediu. Este episódio serve para mostrar a forma modesta em que vivia Salazar. Independentemente do julgamento político que se lhe possa fazer, a personalidade de Salazar era fascinante e suscitava imensa curiosidade entre os estudiosos.

Adriano Miranda Lima 08.09.2021: Inseri dois comentários mas dei-me conta de que não preenchi os dados de identificação. Outrora, estavam permanentemente presentes no meu espaço de intervenção, mas desde há algum tempo deixou de o ser e não encontrei ainda a explicação. Assim, tenho de cuidar sempre de os introduzir em cada comentário. A finalidade desta observação é ligar a minha identificação a esses dois referidos comentários.

Anónimo 08.09.2021: Dr. Henriques, magnífica revisita dos anos do Doutor Salazar; toca em todas as teclas, as favoráveis e as outras. O singular problema com os autocratas é de que, no decurso dos anos, convencem-se ser messiânicos, esquecendo que são mortais. E é raro que no seu "entourage" haja um adulto que lhes possa sussurrar certas verdades ao ouvido. Tive o habitual prazer em ler o seu artigo. António Fonseca

Adriano Miranda Lima 08.09.2021: Um dos actos que mais contribuiu para o prestígio de Salazar como estadista foi a forma dura como negociou com a Santa Sé o novo acordo sobre a Concordata, que foi assinado em 7 de Maio de 1940. Isto contraria a ideia corrente de que ele estava submetido aos interesses da Igreja. Tanto que o cardeal de Roma interveniente na negociação terá tido estas palavras face à intransigência de Salazar para salvaguardar os interesses do estado português: "Este homem é a encarnação do diabo". Também as negociações para manter a neutralidade de Portugal no conflito da II Guerra Mundial e ao mesmo tempo respeitar a aliança com a Inglaterra e manter os negócios de volfrâmio com a Alemanha, demonstraram a sua têmpera e sagacidade. No centro da contenda estava a situação algo problemática das nossas ilhas atlânticas. Desenvencilhou-se muito habilidosa e manhosamente da teia das negociações, não sem muita tensão diplomática e alguns amargos de boca. Disto dá conta de forma muito detalhada e bem documentada Franco Nogueira. Isto é um indiscutível activo nos seus méritos e nenhum historiador o deixará de reconhecer.
Como disse o Dr. Salles da Fonseca, pena foi ele não se ter reclassificado ou abandonado o poder a seguir a 1948. Mas para mim ele jamais se reclassificaria porque a sua mentalidade era medularmente avessa à democracia liberal. Por outro lado, não fugindo à regra, habituou-se ao poder de tal forma que jamais, segundo penso, sobreviveria sem ele. O poder exerce uma sedução irresistível mesmo sobre homens de vida e hábitos simples e modestos, como era o seu caso. Ainda que em certos momentos tenha ameaçado demitir-se, é possível que tudo não passasse de encenação para atingir objectivos de percurso, como algumas vezes aconteceu.
Contudo, tudo fica irremediavelmente maculado com a famigerada polícia política e a supressão dos direitos cívicos dos portugueses, situação que se manteve inalterável até ao seu desaparecimento e mesmo no consulado de Caetano. A PIDE foi uma aberração e de tal modo que parecia um outro estado dentro do estado

Anónimo 08.09.2021 Fernando Catarino. Carcavelos. e-mail: catarino.mangas@gmail.com Li, com muito interesse, a sua opinião sobre a figura política do seu ilustre familiar. Achei-a importante, abalizada e excelentemente organizada. Permito-me pedir-lhe que discorde ter chamado à Dona Maria, acéfala. E TER OMITIDO OS DERRIÇOS DA CRISTINE GARNIER!  Nasci em 1932. Fui salarista, MOCIDADE MILÍCIA COM MUITA HONRA E SEM VERGONHA. A bem dizer desde "A BEM DA NAÇÃO". Um pouco como fui, natural e felizmente, baptizado na Igreja Católica de que Cerejeira havia de ser Cardeal! AMBOS SE CONHECIAM BEM INTIMAMENTE! Pelo "estilo" e posição de meu Avô José Vieira Mangas, comerciante e industrial de serração de madeiras, E que ia ouvindo de minha Mãe, A VOZ era o único jornal até fim da década de 30.bem com a Guerra de Espanha assinava-se (também o Século e o Diário de Notícias). O avô Mangas dava-se tanto com republicanos como alguns alguma nobreza de títulos bem recentes, mais ou menos monárquicos e "torna viagens" como Acácio de Paiva, filho, Governador Civil de Leiria a quem, pessoalmente pedi boleia, devidamente acompanhado por um policia do Governo civil, quando do enterro de minha Avó materna. Minha Mãe, Josefa da Piedade Mangas, nasceu em 1900, foi sempre, pelo que julgo hoje, republicana envergonhada. PENA NÃO TER CELEBRADO O 25 DE ABRIL! MORREU ESCASSOS MESES ANTES. A morte do Rei e do Príncipe a morte do Sidónio, ouvia dela as em repetidas versões apropriadas a cada idade. Retenho das derivas anárquicas, à miséria e dificuldades sempre mais graves no meio urbano meio, a nossa entrada, por força de do que nos restava em África do "império" que a Exposição de Belém demonstrou aos portugueses e ao Mundo. Em Plena Segunda Guerra. O Chega vai cercá-lo e não é por Salazar não ter sido um fascista típico. Que eu saiba só Mussolini o foi. A finalizar, o enternecedor momento de Adriano Moreira, no forte a esperar que ele enchesse e arrumasse as galhetas da missa, merecia registo gráfico no braço da filha. Lembro-me numa versos pícaros que escrevi para um aniversário redondo do CNC mas quem não recordo a data. Agradeço que possa contestar este meu despautério, já agora. Se o Botelho-Moniz não fosse "lé-lé da cuca" acontecia-lhe bem mais tarde, é certo, o mesmo que ao Delgado. Cumprimento-o com muita admiração e apreço. Fernando Catarino. VIVA O 25 DE ABRIL que vai fazer 50 anos! Cortejos e procissões Grémios, Caixas sindicais, 30 anos de cultura Arre porra que é demais.... 


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