Homenagem a Salazar. Mas, tal como o AO 90, ela ficará no tinteiro. Bem pode,
o Dr. Salles, querer tirar o cavalinho da chuva, justo que é. A tal homenagem
já foi.
Se Salazar tivesse casado e tido filhos, ter-se-ia, talvez, humanizado um pouco e nunca teria
permitido o aborto de uma lei chamada “Concordata”, impeditiva de divórcio aos
casados pela Igreja, condenados a ligações escandalosas, naqueles tempos, caso
pretendessem reconstituir as suas vidas em novos afectos. De resto, julgo que
Salazar se casou com a Pátria e nisso o admiramos, nessa dedicação integral,
que dele exigiu esforço de contínua atenção, para não descarrilar, mas sem
grande abertura democrática, o que foi propício a desníveis sociais de que, de
resto, sempre enfermou a sociedade portuguesa. Mas construiu casas e escolas
por essas aldeias, escolas que o 25 de Abril fechou, em política pedagógica
massificadora pouco séria. O Dr. Salles faz um bom retrato de Salazar, que
merece ser reconhecido, sim. Leiamo-lo sem parti
pris e respeitemo-lo, como nos compete, se formos isentos.
HENRIQUE SALLES DA
FONSECA A BEM DA NAÇÃO,07.09.21
Fascista ou democrata? Austero ou avaro? Calculista ou aventureiro? Generoso ou egoísta? Impoluto ou corrupto?
Todas estas alternativas (por esta ou por
qualquer outra ordem) me ocorrem quando penso em Salazar. Não tanto por ele mas
sobretudo pelo resultado das suas políticas; não tanto por ele mas sobretudo
pelo tempo que construiu; não tanto pelo que ele possa ter sido mas sobretudo
pelo que a «vox populi» dele diz.
* *
*
O
meu ilustre primo Luís Soares
de Oliveira, Embaixador, defende a tese de que, dentro da moral cristã, o
Doutor Salazar perfilhava a via agostiniana e
eu espero ansiosamente pelo seu texto «Epifania de Salazar» para conhecer os
fundamentos dessa tese. Não é questão menor e creio que poderá esclarecer
muitas questões ainda hoje enigmáticas. Aguardemos, pois.
* *
*
DAS POLÍTICAS PERENES
Professor de Direito, distinguiu-se pela
determinação de construir um Estado que se desse ao respeito depois de sucessivas
crises políticas e financeiras ao longo dos finais do regime monárquico e da
primeira República. Chamado por
Carmona ao exercício efectivo do Poder, não hesitou em ditar as regras que
passariam a reger a gestão financeira do Estado. A gestão da tesouraria,
sobretudo. E porque homens sérios tinham sido cilindrados pelas arruaças e
quezílias de variado calibre, muniu-se de um «escudo invisível» que lhe
permitisse «arrumar a casa» sem atropelos.
Assim foi que, para além da chefia do
Governo, Salazar assumiu a pasta das Finanças e foi ao MI6 buscar quem lá
prestava serviço há 15 anos, o Capitão Agostinho Lourenço que passou a dirigir
a Polícia de Vigilância e Segurança do Estado, a PVDE, que mais tarde foi
redenominada PIDE.
Eis a génese de duas das políticas
mais perenes de Salazar:
Prioridade absoluta do equilíbrio das
finanças públicas sobre todos e quaisquer apelos de desenvolvimento;
Imposição da tranquilidade na ordem
pública pela contenção dos democratas republicanos e neutralização de todas as
vias fascizantes de direita (Rolão Preto) ou de esquerda (os comunistas).
CONCLUSÃO
– A perenidade destas políticas definiu todo o Consulado Salazarista mas
ligou a então chamada «situação» ao imobilismo.
DO FASCISMO
Salazar nunca disse ser democrata e teve todo
o seu Consulado para o demonstrar mas também não era fascista pois governava dentro de um quadro legal de grande
estabilidade, do conhecimento público, obrigatório (o desconhecimento da Lei
não isenta o infractor do seu cumprimento) e de aplicação universal no espaço
nacional. Um Estado de Direito, sem dúvida, mas que era o seu: autocrático e de inspiração cristã. Nada a
ver com fascismo que é a governação ao sabor do capricho do ditador[i].
CONCLUSÃO – Salazar era um autocrata que nada tinha a ver com
fascismo.
DA AUSTERIDADE
Anacoreta, apologista da sua própria
pobreza pessoal (não lhe eram conhecidos outros rendimentos para além do
vencimento público) e sem grande vida de sociedade para além das relações
previstas pelo Protocolo de Estado, era sabido que tanto podia estar a
descansar (com humor, dizia-se que «o Senhor Presidente do Conselho descansa,
não dorme como o vulgar cidadão») às quatro da tarde como estar a trabalhar às
quatro da manhã e, de vez em quando, reunia o Conselho de Ministros. No dia seguinte, os jornais noticiavam que «Ontem, reuniu o Conselho de Ministros que tratou de
assuntos da sua competência». Mas o
normal era a dos ministros irem a despacho com Salazar sempre que disso
necessitavam ou sempre que eram chamados.
Para além dessa normalidade, havia uma outra rotina com alguém que não
era ministro: o Capitão Agostinho Lourenço (Jimmy, nome de código no MI6) era
recebido semanalmente para despachar «assuntos da sua competência». Mas deste,
os jornais nada diziam. Hermetismo informativo e laconismo que bastava para
fingir que «não se passava cavaco ao povo». Salazar era o pivot da governação,
a coordenação governativa não saía da sua própria cabeça. Cada ministro geria o seu Ministério com o
orçamento possível e, de preferência, que sobrassem verbas. E só muito
raramente essas sobras passavam para o exercício seguinte (obras plurianuais).
CONCLUSÃO – Claríssima
austeridade na gestão dos dinheiros públicos com entesouramento acumulativo no
longo prazo; apologia da sua pobreza pessoal.
DO CALCULISMO E DA AVENTURA
Ficou
célebre a sua frase proferida em 27
de Abril de 1928 aquando da
tomada de posse como Ministro das Finanças do Governo da Ditadura (militar): «Sei
muito bem o que quero e para onde vou». O andamento da História confirmou o
conteúdo desta frase no que se refere à política interna que a partir de
1933 ele controlou através do seu «Serviço de Informações» dirigido por Jimmy,
o tal homem do MI6. Mas se deste modo, o
controlo da situação interna lhe permitia ser calculista, na cena internacional
não podia deixar de recorrer a alguma navegação às escuras. E, aí, não controlando as cartas do baralho, teve
que se socorrer de «padrinhos» (os Aliados durante a guerra de 39-45) perante
quem demonstrou grande ousadia raiando mesmo o aventureirismo. É disso exemplo
o encontro com Franco em Sevilha em 1942.
CONCLUSÃO – Calculista na política interna, ousado-aventureiro na
política externa.
DA GENEROSIDADE E DO EGOISMO
Conta
o Professor Adriano Moreira que certa vez chegou mais cedo do que o
previsto ao forte de S. João do Estoril onde Salazar veraneava e que vislumbrou
o Presidente do Conselho em oração na capela e a dispor a seu jeito as alfaias
litúrgicas. O visitante esperou no exterior da capela que Salazar concluísse os
seus trâmites de intimidade. Esta, sim, a relação que Salazar presava, com a
Divindade; com os humanos era exigente perante os desígnios que ele próprio
traçara para a Pátria. A generosidade e o egoísmo só têm cabimento no
âmbito das relações sociais pelo que, limitadas estas à actividade inerente
às suas funções oficiais, não é possível saber se Salazar era generoso ou
egoísta.
CONCLUSÃO
– É admissível que Salazar fosse generoso com a Divindade
mas era claramente exigente com os humanos (não necessariamente egoísta).
DA CORRUPÇÃO
É com toda a tranquilidade que refiro
a unanimidade entre salazaristas e anti-salazaristas quanto à condição impoluta
do Doutor Salazar. É sobretudo desta característica que ressurge o prestígio
que muitos portugueses hoje lhe atribuem como Homem de Estado.
CONCLUSÃO - Salazar era
impoluto.
* *
*
Passo
com total desinteresse ao largo da vida doméstica na residência oficial de S.
Bento. Não me interessa saber quem lavava a roupa interior de Salazar e creio
que a celebérrima D. Maria era politicamente acéfala e só se interessava
pelos «arrozinhos» e nabiças que o Senhor Presidente comia.
* *
*
O actual prestígio de Salazar – passados que são 50 anos sobre a sua morte – tem
muito a ver com a sua condição impoluta quando posta em contraste com as
desconfianças que hoje correm por aí… mas também porque muitos dos
neo-salazaristas não viveram naquela época nem se preocupam com uma análise
menos simplista das suas políticas.
As minhas críticas assentam nomeadamente
no que segue:
Uma anacrónica (absurda no séc. XX)
estrutura corporativa que tapava os problemas em vez de os resolver; Uma
política de entesouramento com prejuízo do desenvolvimento; Uma política
elitista de educação que nos fez suportar muito para além do seu Consulado
elevadas taxas de analfabetismo, de impreparação cívica e profissional; Uma
política ultramarina avessa ao desenvolvimento intelectual e cívico das
populações independentemente do grau de concentração da melanina – o terrível
«Estatuto Ultramarino» de 1953 que só foi tardia e parcialmente corrigido em
1961. E não refiro detalhes nem consequências pois quem me lê não espera nem
carece de explicações.
De tudo, estou em admitir que…
Se Salazar tivesse saído do exercício do poder lá por
1947/8, o país estaria hoje cheio de monumentos em sua memória; Está na hora
de, sem mais complexos nem medo de fantasmas, se lhe prestar alguma homenagem
na sua terra natal, Santa Comba Dão. Setembro de 2021 Henrique Salles da Fonseca
[i] - Perdi a
referência em que Dino Grandi terá dito a um jornalista algo como: «Fascismo é
a prodigiosa capacidade de improviso do Duce».
COMENTÁRIOS:
Francisco G. de
Amorim 08.09.2021: Muito bom
Adriano Miranda Lima 08.09.2021: Sr.
Dr. Salles da Fonseca, li atentamente as suas considerações nesta
"revisita" a Salazar e devo-lhe dizer que estou completamente de
acordo consigo, pouco ou nada tendo a acrescentar. Mas faço um reparo. Por ter
também revisitado recentemente o que foi a acção da famigerada polícia
política, pergunto se a aparente normalidade que foi restituída à vida pública
justificava tudo. O mesmo é perguntar qual é mais precioso para a condição
humana: a liberdade e o sentimento de dignidade que ela oferece ou ter o
estômago confortado.
Henrique Salles da Fonseca 08.09.2021: Sim, Senhor Coronel Miranda Lima, incido a minha
crítica no entesouramento com prejuízo do desenvolvimento (estômagos
desconfortáveis) e não aceito a tortura aos presos.
Anónimo 08.09.2021: Esta
"revisita a Salazar" que o A Bem da Nação nos oferece tem pano para
muita manga e obriga-nos à necessidade de alargar e relativizar a forma como
olhamos para a história. Tudo na vida é transitório e só o curso do tempo
permite que possamos analisar os factos e acontecimentos da história com o
espírito liberto de preconceitos. De outra forma, enredamo-nos na malha das
nossas visões e comprometimentos pessoais e ficamos incapazes de perceber a
complexidade do ser humano e das sociedades que ele cria. Comecei a ler há
alguns meses a biografia de
Salazar escrita por Franco Nogueira. Já
concluí o III volume e vou a iniciar o IV. Com o III, encerrou-se o capítulo
da II Guerra Mundial e a derrota do nazismo e do fascismo, ou seja, o triunfo
do mundo livre e da democracia, se bem que a URSS, uma das vencedoras, nada
tivesse com a liberdade e a democracia. A história tem também os seus
paradoxos. De facto, conforme diz o Dr. Salles da Fonseca nas suas
considerações, Salazar teria entrado para a história de Portugal como um dos
seus grandes vultos caso tivesse deixado o poder ou afeiçoado o seu regime aos
valores da democracia liberal, o que implicava necessariamente encontrar uma
solução para as colónias, tal como outros o fizeram. Ora, isto para dizer
que nunca tinha lido essa obra de Franco Nogueira por uma simples questão de
preconceito político. Admiti que o autor se limitava a fazer um panegírico de
Salazar. Depois de já ter lido os 3 primeiros volumes, quase 1.500 páginas, não
estou certo de que o tenha feito. Utiliza muita objectividade e rigor na
sua abordagem, não se coibindo até de denunciar algumas fragilidades ou
defeitos do biografado, mas mais ao nível da sua condição humana do que como
estadista. A obra é de extrema utilidade na medida em que é um repertório
condensado de dados e informações de extrema importância e que não é fácil ter
à mão senão mediante consultas e pesquisas dispersas. Franco Nogueira é de um rigor e exactidão irrepreensíveis nos dados
que põe à disposição do leitor. É um facto que enaltece a acção de Salazar como
estadista, mas como não o podia fazer se a sua obra, pelo menos até a esse III
capítulo, foi merecedor de reconhecimento e apreço por políticos estrangeiros
insuspeitos das democracias europeias? Agora,
peca por passar praticamente ao lado da repressão política: presos políticos,
tortura, deportações e encerramento no campo de concentração do Tarrafal. Ora, Nogueira
não tinha de o fazer, praticamente não fazendo uma alusão explícita ao lado
odioso do que foi a política do estado Novo.
Estou agora curioso de saber se o autor da biografia vai continuar a manter o
mesmo critério a partir do IV volume, cuja leitura vou em breve iniciar. Pelo
que já li até agora, reafirmo a minha concordância com o Dr. Salles da Fonseca:
é gratuito e abusivo classificar Salazar como
“fascista”, quando ele até reprimiu os excessos de Rolão Preto. Autoritário,
repressor e ditador, talvez, mas nunca fascista.
Anónimo 08.09.2021: Como eu disse
no meu comentário anterior, a obra de Franco Nogueira é de uma riqueza de dados
fora do comum. Tanto sobre o estadista e a sua política como sobre aspectos
particulares da sua vida pessoal e até íntima. Diria que estas duas facetas
conjugadas da obra a tornam de leitura agradável e aliciante. Além disso, a
escrita é de grande recorte literário e de uma clareza exemplar. Cito uma
particularidade muito curiosa como exemplo do que atrás disse. Depois de
Salazar se ter mudado para o palácio de S. Bento, a sua governante fez
alterações no espaço do jardim e arranjou forma de instalar nele um galinheiro.
Com esta medida, ela obtinha ovos caseiros fresquinhos e de forma económica
para as refeições. Mas, a partir de certa altura, a produção de ovos excedia
largamente as necessidades domésticas, pelo que a D. Maria sugeriu que
passassem a ser vendidos a pessoas da vizinhança, pois que não era desprezível
o lucro que daí adviria, com vantagem para o orçamento doméstico. Conta
Nogueira que Salazar torceu o nariz a semelhante ideia mas não a impediu. Este
episódio serve para mostrar a forma modesta em que vivia Salazar. Independentemente
do julgamento político que se lhe possa fazer, a personalidade de Salazar era
fascinante e suscitava imensa curiosidade entre os estudiosos.
Adriano Miranda Lima 08.09.2021:
Inseri dois comentários mas dei-me conta de que não
preenchi os dados de identificação. Outrora, estavam permanentemente presentes
no meu espaço de intervenção, mas desde há algum tempo deixou de o ser e não
encontrei ainda a explicação. Assim, tenho de cuidar sempre de os introduzir em
cada comentário. A finalidade desta observação é ligar a minha identificação a
esses dois referidos comentários.
Anónimo 08.09.2021: Dr. Henriques,
magnífica revisita dos anos do Doutor Salazar; toca em todas as teclas, as
favoráveis e as outras. O singular problema com os autocratas é de que, no
decurso dos anos, convencem-se ser messiânicos, esquecendo que são mortais. E é
raro que no seu "entourage" haja um adulto que lhes possa sussurrar
certas verdades ao ouvido. Tive o habitual prazer em ler o seu artigo. António
Fonseca
Adriano Miranda Lima 08.09.2021: Um
dos actos que mais contribuiu para o prestígio de Salazar como estadista foi a
forma dura como negociou com a Santa Sé o novo acordo sobre a Concordata, que
foi assinado em 7 de Maio de 1940. Isto contraria a ideia corrente de que ele
estava submetido aos interesses da Igreja. Tanto que o cardeal de Roma
interveniente na negociação terá tido estas palavras face à intransigência de
Salazar para salvaguardar os interesses do estado português: "Este homem é
a encarnação do diabo". Também as negociações para manter a neutralidade
de Portugal no conflito da II Guerra Mundial e ao mesmo tempo respeitar a
aliança com a Inglaterra e manter os negócios de volfrâmio com a Alemanha,
demonstraram a sua têmpera e sagacidade. No centro da contenda estava a
situação algo problemática das nossas ilhas atlânticas. Desenvencilhou-se muito
habilidosa e manhosamente da teia das negociações, não sem muita tensão diplomática
e alguns amargos de boca. Disto dá conta de forma muito detalhada e bem
documentada Franco Nogueira. Isto é um indiscutível activo nos seus méritos e
nenhum historiador o deixará de reconhecer.
Como disse o Dr. Salles da Fonseca, pena foi ele não se ter reclassificado ou
abandonado o poder a seguir a 1948. Mas para mim ele jamais se reclassificaria
porque a sua mentalidade era medularmente avessa à democracia liberal. Por
outro lado, não fugindo à regra, habituou-se ao poder de tal forma que jamais,
segundo penso, sobreviveria sem ele. O poder exerce uma sedução irresistível
mesmo sobre homens de vida e hábitos simples e modestos, como era o seu caso.
Ainda que em certos momentos tenha ameaçado demitir-se, é possível que tudo não
passasse de encenação para atingir objectivos de percurso, como algumas vezes
aconteceu.
Contudo, tudo fica irremediavelmente maculado com a famigerada polícia política
e a supressão dos direitos cívicos dos portugueses, situação que se manteve
inalterável até ao seu desaparecimento e mesmo no consulado de Caetano. A PIDE
foi uma aberração e de tal modo que parecia um outro estado dentro do estado
Anónimo 08.09.2021 Fernando Catarino. Carcavelos. e-mail: catarino.mangas@gmail.com Li, com muito interesse, a sua opinião sobre a figura
política do seu ilustre familiar. Achei-a importante, abalizada e
excelentemente organizada. Permito-me pedir-lhe que discorde ter chamado à Dona
Maria, acéfala. E TER OMITIDO OS DERRIÇOS DA CRISTINE GARNIER! Nasci em 1932. Fui salarista, MOCIDADE
MILÍCIA COM MUITA HONRA E SEM VERGONHA. A bem dizer desde "A BEM DA
NAÇÃO". Um pouco como fui, natural e felizmente, baptizado na Igreja
Católica de que Cerejeira havia de ser Cardeal! AMBOS SE CONHECIAM BEM
INTIMAMENTE! Pelo "estilo" e posição de meu Avô José Vieira Mangas,
comerciante e industrial de serração de madeiras, E que ia ouvindo de minha
Mãe, A VOZ era o único jornal até fim da década de 30.bem com a Guerra de
Espanha assinava-se (também o Século e o Diário de Notícias). O avô Mangas
dava-se tanto com republicanos como alguns alguma nobreza de títulos bem
recentes, mais ou menos monárquicos e "torna viagens" como Acácio de
Paiva, filho, Governador Civil de Leiria a quem, pessoalmente pedi boleia,
devidamente acompanhado por um policia do Governo civil, quando do enterro de
minha Avó materna. Minha Mãe, Josefa da Piedade Mangas, nasceu em 1900, foi
sempre, pelo que julgo hoje, republicana envergonhada. PENA NÃO TER CELEBRADO O
25 DE ABRIL! MORREU ESCASSOS MESES ANTES. A morte do Rei e do Príncipe a morte
do Sidónio, ouvia dela as em repetidas versões apropriadas a cada idade.
Retenho das derivas anárquicas, à miséria e dificuldades sempre mais graves no
meio urbano meio, a nossa entrada, por força de do que nos restava em África do
"império" que a Exposição de Belém demonstrou aos portugueses e ao Mundo.
Em Plena Segunda Guerra. O Chega vai cercá-lo e não é por Salazar não ter sido
um fascista típico. Que eu saiba só Mussolini o foi. A finalizar, o
enternecedor momento de Adriano Moreira, no forte a esperar que ele enchesse e
arrumasse as galhetas da missa, merecia registo gráfico no braço da filha. Lembro-me
numa versos pícaros que escrevi para um aniversário redondo do CNC mas quem não
recordo a data. Agradeço que possa contestar este meu despautério, já agora. Se
o Botelho-Moniz não fosse "lé-lé da cuca" acontecia-lhe bem mais
tarde, é certo, o mesmo que ao Delgado. Cumprimento-o com muita admiração e
apreço. Fernando Catarino. VIVA O 25 DE ABRIL que vai fazer 50 anos! Cortejos e
procissões Grémios, Caixas sindicais, 30 anos de cultura Arre porra que é
demais....
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