segunda-feira, 27 de setembro de 2021

O quarto poder favorecedor


Do medo. Sendo o medo um sentimento espontâneo, como todos os outros sentimentos, motivado por causas concretas ou puramente imaginárias, mas real e incomodativo, os escritores de histórias infantis simbolizaram-no no papão e na bruxa má como seus provocadores, e outros de histórias para adultos traduzem-no de muitas outras formas, demonstrativas, tantas vezes, de uma sociedade dominada por prepotentes simbólicos, que homens perversos reais se apressam a copiar, explorando esse seu poder de aterrorizar – tantas vezes pelo extermínio. Mas o texto de Helena Matos trata de um tema dos nossos tempos largamente dominados pelo pânico do futuro catastrófico causado pela imprevidência humana, destruidora do ambiente – o que naturalmente assusta os nossos descendentes, se não houver travagem na escalada ecológica destrutiva. É contra esse medo actualmente vincado, de extinção da Terra, como habitat natural, causada pelo desvario humano, e tema constante das notícias difundidas, a ponto de influenciar os jovens nos seus pânicos de sobrevivência, que se insurge Helena Matos, com comentadores atentos e documentados, que formam o prazer da nossa leitura - da crónica como dos comentários.

Educados no medo /premium

Crianças que não dormem com medo das alterações climáticas. Jovens que não querem ter filhos para não comprometerem o futuro do planeta... Quando é que esta lavagem ao cérebro vai parar?

HELENA MATOS  Colunista do Observador

OBSERVADOR, 26 set 2021

«”Penso demasiado nas catástrofes ambientais à minha volta”, explica a jovem de 16 anos. E os exemplos são vários: há cada vez mais plantas e animais em risco de extinção, a subida do nível do mar continua a obrigar muitas pessoas a abandonar as suas casas e os episódios meteorológicos extremos são cada vez mais frequentes – inundações, furacões, tempestades ou mesmo a seca, que já é apontada pela Organização das Nações Unidas como a próxima pandemia. “Já tive ataques de ansiedade a pensar nisto”, diz a jovem. “Se hoje já acontece tanta coisa devastadora, o que posso esperar do futuro?”, questiona.» — Este testemunho consta de um artigo do PÚBLICO sobre o que se designa como “ansiedade climática”.

Ao ler estas declarações ou os dados que aparecem nuns estudos que citam outros estudos que por sua vez referem outras declarações somos confrontados com um universo de medo que se alimenta do medo: «Quase seis em cada dez jovens estão muito ou extremamente preocupados com a crise climática, diz um estudo feito em dez países, que “sugere pela primeira vez que elevados níveis de angústia psicológica nos jovens estão ligados à inércia dos Governos”. Jovens portugueses estão entre os mais preocupados.» (PÚBLICO); «Quatro em cada 10 jovens receiam ter filhos devido à crise climática» (VISÃO); «Alterações climáticas. Mais de metade dos jovens dizem que “o futuro é assustador” e que “a humanidade está condenada”, conclui estudo» (EXPRESSO)….

Realmente há algo de muito assustador nisto mas não é o clima nem o planeta mas sim o termos criado uma geração de crianças e jovens que olham para o mundo com o fanatismo e a ignorância das seitas apocalípticas! As fogueiras pagãs de um planeta em chamas substituíram os caldeirões infernais no imaginário dos novos beatos!

Pode argumentar-se que a presente “crise climática” é apenas mais um capítulo do manual de desmoralização das sociedades liberais: nos anos 70 do século passado também se acreditou estar o mundo a caminhar para uma calamidade sem retorno, não porque a humanidade estivesse a destruir o clima mas sim porque se estavam a esgotar os recursos naturais. Eram os tempos em que não se questionavam os cenários catastróficos de relatórios como “Os Limites do Crescimento” e em que os jovens activistas da época constituíam comunidades alternativas para escaparem ao capitalismo e seu fim mais que anunciado.

Como se sabe nenhum daqueles cenários de fome, miséria e destruição se confirmou (antes pelo contrário) e as tão incensadas comunidades alternativas essas sim acabaram por inviabilidade ou tragédia. Mas nada disso impede que ciclicamente o discurso do derradeiro combate regresse. E sobretudo que regresse sem ser questionado. Cavalgar a onda do que foi o aquecimento global, depois passou a alterações climáticas e agora já vai em crise climática é a palavra de ordem para políticos e empresas. Neste domínio a imaginação não tem limites e o ridículo ainda menos. (No capítulo do ridículo para já o prémio parece-me ir para a Iberdrola, empresa produtora de energia, que resolveu escrever a propósito da eco-ansiedade: “Um estudo realizado pela empresa de tendências globais WGSN, revela que 90% dos entrevistados em âmbito mundial afirmam que pensar na crise climática lhes provoca incomodidade em relação ao seu futuro, um incómodo que, especialmente nos mais jovens, se transforma em um activismo ecológico como o representado pela icónica Greta Thunberg e que faz pensar em um futuro mais próspero para o planeta.” Como é que a Iberdrola vê um futuro mais próspero para o planeta ou para o que quer que seja quando contempla a “icónica Greta” é que não vislumbro por mais que me esforce. Mas também isso não interessa. O que interessa é que a empresa disse uma coisa que fica bem!)

Tudo e o seu contrário é apresentado como positivo desde que se apresente como visando salvar o planeta: dá-se como adquirido que o nível dos mares vai subir mas simultaneamente constrói-se como nunca à beira-mar.

Nunca se invocou tanto a ligação à terra mas não só se despreza o mundo rural como se condena esse mundo rural a sobreviver sob a tutela dos iluminados citadinos.

Nunca se invocou tanto o clima mas nunca se subestimou tanto que ele existe: ao contrário do que se pode concluir vendo as televisões, o bom tempo não é aquele que nos permite ir à praia e as tempestades e os furacões, tal como as ondas de calor e de frio, fazem parte do clima.

Durante o próximo mês e meio, até à Conferência do Clima que vai ter lugar em Glasgow, veremos crescer esse discurso do combate derradeiro para salvar o planeta. Já é perceptível como à medida que as notícias sobre a Covid vão perdendo destaque crescem os títulos sobre a “ansiedade climática”, a “eco-ansiedade” e a “crise climática”. É já evidente que mediática e politicamente passaremos de uma pandemia para outra. Voltarão os mesmos cenários de terror. A mesma culpabilização pelo nosso comportamento pecaminoso. Os mesmos governos que não governam, salvam os povos. Os mesmos políticos escondendo o estatismo crescente atrás do unanimismo implícito aos combates ditos derradeiros. E, sobretudo, a mesma incapacidade de perguntar as consequências de tudo aquilo que está a ser apresentado como indispensável à salvação. Outrora das nossas almas. Agora do planeta.

A recente polémica em torno do custo da electricidade é um bom exemplo de como a pretexto de salvar o planeta nos está a ser imposta uma agenda politica e ambientalmente questionável. Por exemplo, enquanto se fecham centrais nucleares na Europa, quantas abrem na China? Ou como pode um país como Portugal apressar-se a encerrar a central de Sines, alegadamente para descarbonizar, e em seguida comprar electricidade a Marrocos (sim, proveniente das centrais a carvão que ali foram inauguradas recentemente)? E o que se pretende exactamente com a recente instituição do direito a um “clima estável”, seja isso o que for? A falta de espírito crítico que rodeou a aprovação da Carta Portuguesa de Direitos Humanos na Era Digital e do seu célebre artigo 6º que legaliza a censura pode ter resultados ainda mais perigosos nas chamadas leis do clima.

Não questiono as alterações climáticas nem a possibilidade de elas poderem ser influenciadas pela actividade humana. Mas também por isso acho urgente que se recupere a racionalidade e nos libertemos desta onda de histeria. Quanto aos adolescentes eco-ansiosos podem procurar informação sobre a cruzada das crianças. Quem sabe, talvez esses exemplos de outras ansiedades passadas os levem a dormir melhor.  E ganhar juízo, coisa de que andamos todos faltados.

PS. Podemos aproveitar este dia 26 de Setembro em que não se pode reflectir sobre o que está a acontecer, para reflectir sobre o que aconteceu a 18 de Junho? Indo directamente à reflexão sobre o acontecido há três meses e uma semana, que obviamente nada compromete a reflexão a que hoje estamos obrigados: a que velocidade seguia o carro em que viajava o ministro Eduardo Cabrita quando no dia 18 de Junho atropelou mortalmente o operário Nuno Santos?

JOVENS  SOCIEDADE  AMBIENTE  CIÊNCIA  EDUCAÇÃO

COMENTÁRIOS

Censurado sem razão: É curioso que quem polui são os Estados Unidos, a Europa e o malandrou do Bolsonaro. A China, a Índia a Indonésia são os faróis que conduzirão a humanidade à salvação. Já ninguém fala dos crimes ambientais perpetrados pela união soviética. O mar Aral, o maior lago interior do planeta desapareceu, mas ninguém sequer fala nisto. O mundo ocidental é que contribui para as alterações climáticas. Brilhante!           Harry Dean Stanton: Dizem sempre o mesmo mas a preocupação deles é os comentários?! E nem um para explicar à HM que foi precisamente o desrespeito pelos limites ao crescimento que conduziu ao aquecimento global! E já pensaram na gasolina que o Kosta gastou na campanha? Até parece que quer ganhar as eleições! Inadmissível em Democracia!           José Pinto de Sá > Harry Dean Stanton: Só por curiosidade, caro comentador, a propósito dos "limites ao crescimento": já ouviu falar no Malthus? Ou das profecias feitas em 1970 pelas grandes cabeças de que o petróleo acabaria em 30 anos?           José Pinto de Sá: Perfeito. Esta noite também sonhei com as alterações climáticas. Que, se fosse viver para o Árctico, sofreria uma alteração climática a que me adaptaria como esquimó. E que se fosse viver para o Saara, teria de me tornar beduíno para sobreviver. E que se fosse para a África tropical, sem antipalúdicos morreria num ápice. Até mesmo se fosse para a Escandinávia ou para o nordeste do Brasil. O planeta está cheio de climas diferentes e basta mudar de local para "sofrer uma alteração climática". E depois há a evolução no tempo, das coisas. O Saara já foi húmido e teve crocodilos. Diz que os europeus do norte passaram do vinho para a cerveja por causa do mini-idade do Gelo. Nada com que não possa viver. A actual lavagem ao cérebro assenta no terrorismo climático.     Elvis Wayne: Mais uma vez, não posso deixar de dar um grande obrigado! Agora, de cada vez que é necessário debater um alterado do clima, um covideiro e restante súcia, basta abrir aspas e citar os artigos da Helena de Matos, pois diz tudo e de forma perceptível até para as mentes woke.            Vossa Eminência: Séculos e séculos a educar pelo medo, moldando a sociedade disciplinar, e a Helena só agora acordou para a eficácia da educação pelo medo?!...Enfim...        TIM DO Ó > Vossa Eminência: Neste momento, e por ironia, são os liberais norte-americanos quem comanda a censura mundial.          Censurado sem razão > TIM DO Ó: Os liberais americanos são comunista, senhor. Quem mais poderia comandar a censura? Sabe o que acontece aos opositores nos países socialistas? Tem tendência a beber água estragada. Liberdade e Democracia Ensaio reformista e respectivas conclusões. Esta juventude está perdida. Pobres de espirito, estacionados no século passado.          TIM DO Ó > Liberdade e Democracia: A juventude mais "preparada" de sempre é a juventude mais enganada de sempre pelos velhos matreiros egoístas. E isso é muito evidente no endividamento dos países que os mais novos caminham alegremente para pagar (a boa vida dos mais velhos que empenharam o futuro dos mais novos românticos).            TIM DO Ó: Não, Helena Matos. A lavagem ao cérebro não vai parar. Porque por detrás dela está o poder tremendo dos grandes "filantropos" e das suas milionárias fundações: os liberais multimilionários e capitalistas selvagens dos mercados e da globalização. Bill Gates e os outros grandes poderosos de Silicon Valley e afins, como George Soros. Têm mais dinheiro e poder do que os Estados e por isso querem acabar com os países e as suas sociedades, economias (endividando-os) cultura e passado (História) para criarem um grande governo mundial todo poderoso e perigoso que controlará toda a população mundial mansa a seu belo prazer. O admirável mundo novo controlador de Orwell. Isto tudo com a ajuda da esquerda radical ingénua, que são as suas marionetas idiotas úteis. É a guerra dos muito ricos liberais contra o povo. E estão a ganhar, conseguindo habilmente e extraordinariamente a ajuda da extrema- esquerda, que financiam para ajudar a dar cabo das sociedades e conquistarem o poder absoluto global.            Manuel Ferreira21: Excelente artigo. Concordo, vamos ver como reage essa gente quando subir a conta da electricidade e outras. Joao Pedro Ferreira: Artigos de opinião que começam sobre os impactos da crise climática no crescimento dos jovens e acabam sobre a velocidade a que o carro do Sr Cabrita ia, com o consequente atropelamento de um civil inocente, deixam o leitor confuso. E hoje vivemos uma confusão de opiniões muito pouco claras sem perceber qual o objectivo dos jornalistas. Se o objectivo é falar sobre as incoerências da existência humana, que já agora sempre existiram, desde Adão e Eva, é importante que se faça essa nota introdutória e assim o leitor decide se continua a leitura ou não. Se o objectivo é falar sobre temas concretos, parece-me que o jornalismo fará um melhor serviço se falar de cada tema, criticando-o mas apresentando soluções. Implícito também no texto um certo negacionismo perante um assunto (mais um) cientificamente demonstrado. Mas enfim hoje até jovens, utilizando as redes sociais, falam com propriedade e colocam em causa temas que cientistas e investigadores demoraram anos a aprender.             The Real Donald Trump > Joao Pedro Ferreira: O meu comentário foi apagado, mas torno a colocar porque no meu entender não viola qualquer das regras de publicação de comentários (a não ser a de algum desesperado radical do clima. Aqui vai: "O único negacionismo que eu vejo é na sua cabeça. Em lado nenhum deste texto a autora refere que as alterações climáticas ou a influência do ser humano nas mesmas são mentira. O que a autora refere é que, e eu estou de acordo, se está a entrar numa onda de histeria sem necessidade nenhuma disso. Deixo-lhe um conselho: vá escrever nas caixas de comentários do Publico, por lá é que artigos de opinião sobre o desastre do clima, o fim da humanidade e demais radicalismos histéricos são louvados, insultando mesmo quem ousar sequer mostrar alguma relutância em aceitar a histeria deste "desastre" em que vivemos. Quanto ao carro do Sr Cabrita, em que houve uma vítima envolvida (essa pessoa, coitada, já não tem que ter medo das alterações climáticas) está escrito em post-scriptum, um aparte que acho muito bem que seja feito, porque o resto da imprensa vai andando muda e surda."          Liberal Assinante do Local: Está certa Helena Matos ao apontar o carácter religioso do movimento conhecido como "ambientalismo". A Greta Thunberg, por exemplo, foi dado o papel de santa. A santa não comete pecados, logo a santa viaja para a América de veleiro. Já dos pecadores espera-se que se arrependam dos seus pecados e que se juntem à igreja salvífica do mundo, muito naturalmente, abdicando dos seus bens materiais - o espírito salvífico compensá-los-á amplamente da privação. Naturalmente que os dirigentes da igreja não são tão estúpidos que realmente acreditem nas tretas com que evangelizam os pobres de espírito, e assim deles não se espera realmente nenhuma privação, bem pelo contrário. Tenham medo desta igreja, e não do "fim do mundo". Muito medo.          Pedro Pedreiro: Há um cientista americano, ex conselheiro de Obama, cujo grupo de investigação concluiu que a maior parte das alterações climáticas tem a ver com a actividade do Sol. Publicou um artigo ou mesmo um livro dedicado ao assunto. Adivinhem, já lhe chamam de negacionista.              José Paulo C Castro > Pedro Pedreiro: Não é difícil provar isso. O registo da temperatura contido nos blocos de gelo da Groenlândia prova que, no passado até há 10 mil anos, houve alterações ou oscilações de temperatura iguais ou maiores do que a registada nos últimos 150 anos. Sem intervenção humana com combustíveis fósseis... Aliás, a tendência deste último século parece ser o retorno ao normal depois de uma súbita descida no final da Idade Média, em tudo igual à actual subida mas de sentido contrário. Quem olha as coisas naquela escala vê que não há crise nenhuma nem clima estável possível. Andam a lutar por uma utopia e a querer criar uma culpa falsa. A actividade humana é muito irrelevante face à do Sol e não explica o aumento da radiação deste. Basta olhar para aquele gráfico para perceber que o foco nos últimos 150 anos é enganador. A inquisição chegou à ciência por causa do financiamento estatal desta: a ciência tornou-se uma ferramenta política e as fogueiras são o resultado. Elvis WaynePedro Pedreiro: O Sol tem um ciclo de actividade de 11 anos. O último máximo foi ( se não me engano) em 2013, logo em 2024 preparem-se para o pânico generalizado nos mídia.                jorge espinha: Quem recusa a opção nuclear não é sério em relação à descarbonização. Vamos ver o quão verdes estarão os Europeus quando se confrontarem com as contas de electricidade e com a perca de competitividade da economia graças ao aumento dos custos energéticos. O carros eléctricos necessitam de electricidade que provém de centrais eléctricas, isto aumentará a procura da electricidade, a promoção de bombas de calor em substituição de caldeiras aumentará em muito a procura de electricidade. Com o fecho das centrais de carvão, com o nuclear em suspenso ou retracção, sem que se tenha resolvido o problema da acumulação da energia produzida pelo solar e vento, com a exclusão do “fracking”, …Não sei se a Europa não estará a esperar intervenção divina.        advoga diabo: A diferença entre quem olha para o presente como se não houvesse amanhã, e quem age também em função do respeito pelas gerações vindouras é responsabilidade, sensibilidade e bom senso!               Hipo Tanso: Helena Matos, sempre Helena Matos. Um dos pilares do Observador.        Maria Clotilde Osório: Muito bom. Como em todas as matérias o desconhecimento gera medo. A solução está na leitura, aquisição de conhecimento e uso da massa cinzenta. Depois de entender os problemas, há que enfrentá-los. Os problemas ambientais existem e devem levar à procura científica de formas de os minorar. O desconhecimento do público em geral e da comunicação social em particular faz com que se ignorem os avanços que se estão a fazer na Europa, nomeadamente em França, no que respeita às novas centrais nucleares e ao uso da fissão nuclear. As preocupações de quem vive num mundo onde não precisa de se preocupar com a sobrevivência no dia-a-dia faz com que se possa entreter a pensar em "produtos vegan" para os cabelos, viajar em barco à vela e deslocar-se numa bicicleta eléctrica (que tem bateria de lítio e  tem de ser carregada e que, até ao produto final, foi responsável por uma quantidade de emissões de gases com efeito de estufa). E já agora ... em deprimir com medo de ter problemas na vida              Eduardo Lopes: Bom dia! Uns dizem que precisam de criar porcos e vacas, outros dizem que o mau cheiro é insuportável, outros dizem que as vacas produzem muito metano, outros dizem que os carros poluem, outros são loucos por corridas. Como é sabido é difícil de agradar a gregos e a troianos. Contudo, é certo que se começou a mudança muito tarde, porque as empresas petrolíferas ainda tinham muito petróleo para sugar em muitos países e era quase de borla. Agora, como dizem alguns entendidos os poços não são rentáveis, e vêm à pressa com esta das alterações climáticas e que tem que passar tudo para as renováveis. Normalmente todo o investimento e principalmente o privado tem o escopo o lucro e retorno rápido, razão pela qual isto tem que ser tão agressivo para a mudança para os eléctricos entre outras energias. Na situação do COVID, lançou-se o medo, e todos tomaram a vacina, neste caso aumenta-se o preço dos combustíveis e /ou pagas de um lado ou pagas do outro. Certamente, que ninguém com uma capacidade média de pensar, acredita que os ricos que tem 20 carros desportivos, dois ou mais iates, jactos, motas de água e, até naves espaciais para fazer viagens ao fim de semana ao espaço está preocupada com o ambiente? a única preocupação que o move é meter os pobres a andar de bicicleta e a pé, para eles terem oxigénio para respirar enquanto não descobrem outro lugar para viver. Porque se isto está tão mau, porque não se proíbem alguns desportos poluentes? Porque manda quem passa o cheque.            Vasco Alves: Deixe as pessoas sentir medo, porque o medo racionalizado pode alterar vidas no bom sentido. A nossa geração cresceu com o medo das guerras nucleares, e conseguimos evitá-las, cresceu com o medo da SIDA, e conseguimos (a maioria das pessoas) evitá-la, e crescemos todos com alguns medos. Portanto, é necessário que as novas gerações sintam também medo, que o racionalizem, e que resolvam melhor alguns problemas, motivados também por ele.         Ashley Albuquerque > Vasco Alves: Penso que não leu o artigo com atenção. A autora não nega a pertinência das preocupações climáticas e refere-o explicitamente. Crítica a agenda mediática sensacionalista em torno dessa questão e critica alguma hipocrisia jovem que sentada numa "coffee shop" urbana a beber um café de 6 euros em copo reciclável, calçada com ténis de 100 ou duzentos euros, posta no seu i-phone de 600 ou 1000 euros o seu desagrado pelo estado do mundo e a sua ânsia por valores mais espirituais, menos materialistas e mais ecológicos...           Coronavirus corona > Vasco Alves: Os talibãs dizem o mesmo: o medo é uma coisa boa. Os fanáticos tendem a ver méritos no medo. Só uma nota: vivi o tempo da Guerra Fria na minha juventude. Num país que era a fronteira dessa mesma guerra. E nem eu nem os meus amigos deixávamos de dormir, de brincar ou de nos divertir por causa do perigo nuclear. As reivindicações dos jovens eram por liberdade. Por isso o que diz é treta. Ao defender o medo está a ser um fanático.           Antonio Mello: Muito bom e o eterno conflito geracional sempre presente, agora em torno do clima e para onde vamos todos… A informação/ media continuam a ser os grandes influencers que escolhem os grandes temas e focos de notícias e o que é ou não notícia. O vulcão das Canárias é há uma semana o grande tema nacional… Já nem podem entrar em erupção hoje em dia! Ridículo e caricato. A natureza, felizmente terá sempre razão num mundo cada vez mais estupidificante…

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