Do baloiço em que por aqui vamos baloiçando,
ora subindo, ora descendo, aos baldões, alguns parados, amorfos, outros
tentando compreender, com vozearia de permeio, de justificação ou de ataque, de
repúdio ou de aceitação, na mesquinhez dos nossos meios de acção, todavia,
reduzidos a percentagens de votações,
por vezes de volte-face inesperado. Mas muitos na lucidez da interpretação,
como este texto de Maria João
Avillez, que uns comentadores se apressam a justificar, outros a agredir.
O equívoco/ premium
Havia algo de aterrador na pura ira de
Costa contra a Galp: passou a ser legítimo que nos interroguemos até onde irá tão perigoso entendimento do
uso do poder em democracia.
OBSERVADOR, 29 set 2021usual
1Faltavam
três, quatro dias para o domingo eleitoral, cruzei-me numa rua lisboeta com um
“alto responsável” (não é assim que se diz?) do PSD, apoiante de sempre de Rui
Rio. Sendo também ele o “inventor” da candidatura de Carlos Moedas a
Lisboa, pareceu espantado com a minha desatenção profissional, e de resto não
só a minha: quem tinha dado conta de que Moedas até já estava “eleitoralmente
encostado a Medina” e isto quando ainda faltavam quatro dias?
2Era
verdade. Tudo se encaminhava para uma boa “possibilidade” de sucesso: as
sondagens internas que o PSD mandava diariamente fazer circunscrevendo-as
obviamente apenas a Lisboa e seguindo sempre um mesmo padrão de modo a obter
uma tendência, traziam não só indispensáveis indicadores como eram fiáveis
instrumentos de navegação. Com elas se navegou por mares adversos numa campanha
muito profissional e com um bom programa de candidatura.
“Mas
como nada acontece até ser contado” (Virginia
Woolf), e muito pouco disto nos era
realmente contado – ou dado a ver – houve duas campanhas: a da
coligação PSD/CDS que depois de um frouxo início seguiu (convictamente) o seu
caminho; enquanto a do poder, do governo, do PS, de Medina e da media,
seguiam (convictamente) o deles. Tal como sucede com as linhas paralelas,
nunca se poderiam encontrar. Mas enquanto Medina se movia (aparentemente,
pelo menos) assente na sua própria certeza de vencedor antecipado, Moedas
antecipou outra coisa, percepcionando o desagrado ou o cansaço de um eleitorado
– urbano, informado, politizado. E farto de abusos socialistas e dos
excessos do Rei-Costa-Sol. Ou seja, para além de uma escolha
circunstancialmente autárquica, houve um forte protesto político, com
oportunidade e data marcada: as eleições de domingo. E no domingo as urnas falaram. Demérito de Medina/Costa
mais que mérito de Moedas? Não, mas uma coisa é indesligável da outra.
A
dupla campanha de António Costa, ora secretário-geral socialista doublé de
chefe do governo, ora vice versa – era conforme –, virou o feitiço contra o
feiticeiro. Havia o
costume de se dizer “Costa é mau em campanhas” e ninguém fazia muito caso, estava
assente e há muito que tudo se lhe aceita e perdoa. Desta vez, porém e para
lá da costumeira falta de talento do líder do PS para campanhas e carne assada,
o que o eleitorado reteve foi também (sobretudo?) uma sucessão geográfica de puros abusos (ilhas
incluídas). Abusos enrolados numa litania infindável de promessas com dinheiro
que não é do PS.
A resposta – não sabemos se com
futuro consistente e persistente – foi o veto político de parte considerável
do eleitorado mais urbano que se apercebeu dessa espécie de “apropriação”
socialista dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência e não gostou. A
voracidade – visível e audível – com que na campanha os autarcas do PS se
congratularam com a aterragem garantida (para eles) de tais fundos também caiu
mal. E, last but not least, a
interferência nunca vista – na forma, no tom, no conteúdo, na dimensão do
despropósito – numa empresa privada, no decurso de uma campanha partidária (!)
caiu ainda pior. Por momentos houve mesmo qualquer
coisa de aterrador naqueles minutos de pura ira contra a Galp. Ou de
como passou a ser legítimo que nos interroguemos até onde irá (e actuará) um tão
perigoso entendimento do uso do poder? Sim, justamente em democracia.
Foi só isso que fez ganhar Moedas? Foi uma soma
de boas parcelas – candidato
confiável, programa, atitude, equipa –
mas é imprescindível somar-lhe o protesto sob pena de
não se perceberem as coisas. E não foi
só em Lisboa. Quem olhar para o Porto, por exemplo – onde o PS quase
se sumiu do mapa – perceberá bem o poder que um voto tem. Ou seja, estão aí os
sinais e alguns já acesos. O centro e
a direita ganharam? Não, mas.
3E
depois foi muito interessante de observar como, de um minuto para o outro, o
mal amado PSD passou a tema forte da longuíssima noite eleitoral e Moedas a um
inesperado produtor de suspense político.
Ou como Rio foi
expeditamente convocado do banco para o relvado como grande goleador (que
não é).
Claro
que o triunfo de Carlos Moedas
lhe conferiu a voz política e a influência partidária que nunca teve.
Que vai fazer com ambas será o mais difícil para ele mas da facilidade nada
reza. E o resto – à direita ou à esquerda – criou alguns equívocos.
Equivoco um: à
excepção de Coimbra, o líder do PSD pouco teve a ver, pessoal e politicamente,
com os municípios ganhos pelo PSD. O genuíno empenho e energia
postos na quilometragem feita de norte a sul por Rui Rio não se confunde com
capacidade de liderança, talento estratégico, projecto político, produção de
uma alternativa. Meia dúzia de vitórias municipais,
mesmo que muito suadas (por outros) não fornecem a um líder a capacidade
política que aparentemente lhe parece faltar e já vai tempo. Agora é mais fácil, Rio passou a “vencedor”? Só
aparentemente. Um mínimo
de racionalidade política recomenda que continuem em aberto no PSD os capítulos
previstos. Já anteriormente previstos. Há equívocos duros de roer. Se forem
políticos, ainda mais, são fatais.
Equívoco dois: a derrota
de Medina fragilizou-o mais no Largo do Rato do que na Praça do Município.
Inviabilizando (irreversivelmente?) a sua tão por ele sonhada futura liderança
do PS. O fracasso do
ex-autarca de Lisboa fez de imediato projectar sobre Pedro Nuno
Santos prognósticos taxativos: será dele
o próximo PS. Dele, do seu aparelho, das suas tropas, das suas certezas,
da sua ambição. É esquecer que António Costa acha – sabe – que seria um equívoco
politico grave “conceder” a liderança da sua casa de família a alguém que ele
não aplaude (politicamente) e de quem desconfia (politicamente). Não concederá. Nem consentirá. Nem que para isso
tenha de rever planos que lhe são caros e projectos que gostaria (muito) de
concretizar.
Equivoco três: seria mais
conforme à sua função que o
Presidente da República não insistisse no comentário ao ar do tempo político e
aos seus protagonistas, louvando-os ou desgraduando-os. Há arautos oficiais e oficiosos que se encarregariam
com júbilo e zelo da tarefa.
AUTÁRQUICAS
202 1ELEIÇÕES POLÍTICA CARLOS MOEDAS PAÍS RUI RIO
COMENTÁRIOS:
Carlos Monteiro: Gosto do que escreve MJA. Termina dizendo a verdade plena sobre o PR. Mas
fiquemos desiludidos,por mais que as pessoas (mesmo apoiantes de Marcelo) procurem
chamá-lo à razão,ele não corrige. Hitlerilas Ventura: Meus amigos, isto são tudo fait-divers que não
interessam para nada. O importante é o nosso partido recuperar os 300 mil votos
que perdeu domingo. Éramos 500 mil em Janeiro nas presidenciais e agora fomos
apenas 208 mil nas autárquicas. CHEGA! LUIS PIRES: Vindo de uma inveterada
cavaquista faz rir. Ou não fosse o comedor de bolo-rei um dos mais assanhados anti-progressistas
da História. Por exemplo, perguntem ao bolo-rei o que ele pensa (?) destes
novos factos. "San Marino, com 33 mil habitantes, é um dos últimos Estados da
Europa, à semelhança de Malta, Andorra e o Vaticano, onde a interrupção
voluntária da gravidez é totalmente interdita, mesmo em casos de violação,
incesto, perigos de saúde para a mãe ou má formação do feto. A interdição
remonta a 1865 sendo o aborto um crime punido com pena de prisão até três anos
para a mulher e seis anos de cadeia para o médico que participe no processo de
interrupção voluntária da gravidez. Em relação aos direitos das mulheres, San
Marino só aprovou a lei do divórcio em 1986, o voto das mulheres verificou-se
em 1964 e a ilegibilidade das mulheres só acontece desde 1974."
E vem falar do
perigoso Costa? Santa Maria!
João Afonso: Geralmente os comentadores não socialistas têm sempre esta postura de
incredulidade e uma certa ingenuidade perante o somatório de sinais ditatoriais
oriundos da esquerda. Os discursos socialistas-comunistas-neo-comunistas não
deixam qualquer dúvida sobre que valores políticos defende esta gente. São
profundamente anti-democráticos. Porquê tanta dúvida e tanta esperança que algo
mude no futuro? Francisco
Correia: Muito importante
não esquecer que o PS acende todos os dias uma "velinha" para que Rui
Rio (que se define como não sendo de Direita) se mantenha como líder do PSD. PEDRO AIRES
PEREIRA:
Eu não tenho só ira contra a Galp mas contra todas as petrolíferas e
empresas de energia como a EDP. São
empresas monopolistas e cartelistas que usam os recursos naturais que são de
todos para ganharem fortunas
Os portugueses do verdadeiro sector privado não têm
aumentos de salários há anos mas eles estão sempre a aumentar os preços para
engordar os accionistas e administradores e convenhamos que os trabalhadores
também ganham bem acima da média do país. Nunca percebi a política de preços
dessas empresas glutonas. Se, por exemplo o barril de petróleo está a 50
dólares e sobe para 52 eles aumentam 20 cêntimos os combustíveis. Mas se logo a
seguir o barril desce para 30 dólares eles só baixam 10 cêntimos. Ou seja com
esta prática enganadora e exploradora os preços dos combustíveis ficaram mais
caros com o barril a 30 dólares do que quando estava a 50. Mais vale
nacionalizar essas empresas, pelo menos ficamos com a ilusão de que os lucros
são para o povo. E já agora nacionalize-se também a banca comercial pois não
vejo vantagem nenhuma em ser privada. Quando perdem dinheiro paga o povo,
quando ganham ou dizem que ganham fica para eles. Tanto falavam do anterior
regime mas eles eram meninos de coro comparados com esta bandidagem
democrática. E também não gosto que as empresas portugueses sejam vendidas aos
chineses! joão barbosa:
Em Portugal é
sempre fácil passar de besta a bestial e vice-versa (RR ) . Nada a fazer. Só
que o votante não é tão estúpido como parece Maria da Graça de
Dias > joão barbosa
: @ ...claro que os
votantes estão atentos, daí a gloriosa vitória de Carlos Moedas em Lisboa.
Parabéns a Carlos Moedas e sua equipa…. Mais um brilhante artigo da MJA sobre
os muitos "equívocos" nestas autárquicas, e a perspicaz e finíssima
interrogação sobre o exercício do poder em democracia. MJA uma profissional da
comunicação social com conhecimento, sabedoria e pensamento muito bem
estruturados. Parabéns. josé
maria: Costa, nas declarações
públicas, que fez sobre a galpada,
cometeu uma enorme argolada... joão reis: O título está correto 'O
equívoco' foi exactamente o que aconteceu no dia das declarações do PM que tal
como todos os outros políticos/partidos se esqueceram de que os acontecimentos
tinham ocorrido em 2020. Maria
Madeira: Excelente texto Sérgio Coelho: Excelente artigo! Penso o mesmo! Isto é, Rui Rio não teve
qualquer mérito pela vitória de Carlos Moedas! Foi uma vitória unicamente do próprio
e com a ajuda da inaptidão e incompetência do nepotista que estava no poleiro e
do seu chefe que disparava a bazuca para todos os lados (xuxalistas) como se a
guita fosse do largo dos ratos e não do país (na realidade dos contribuintes
poupados e civilizados do norte da Europa). O discurso de RR, miserável e com
recados à direita ?!? diz tudo! Vai continuar "fofinho" para com o
DESgoverno mais inapto e incompetente da história, nepotistas e DDT e
unicamente ao "centro". Este RR não é solução para o PSD e só um
cegueta não vê.... mamadorchulo
dostugas: O bazuco pensava
que eram favas contadas, saiu-lhe o tiro pela boca grande. Nuno Pê: A Maria Joãio não falou da ira
que levou um PM a ter a coragem de roubar durante anos os subsídios de férias e
de natal a tantos milhões de pessoas, só para ir além da troika. Mas quando a
ira é contra a GALP que despede centenas e tem milhões de lucro, a Maria João
já tem medo da ira. O que dirá da ira dos berlinenses que pensam em expropriar
prédios de multinacionais para baixar as rendas, acabando com a especulação
imobiliária? Serão eles, num país desenvolvido e decente, uns irados? Ou uns
corajosos? Sérgio
Coelho > Nuno Pê: Credo, tanta idiotice.....O "roubo" teve de
ser feito para evitar a BANCARROTA dos seus camaradas do largo! Ou já esqueceu
quem chamou a TROIKA porque não havia guita para pagar sequer salários?! Típico
esquerda com palas.... Mestre
Nhaga > Nuno Pê: Os primeiros cortes, foram feitos pelo grande
construtor da bancarrota o inefável 44, bancarrota essa , que foi conseguida
com a preciosa ajuda do habilidoso. Todos os cortes subsequentes, tiveram como
responsável moral o mesmo 44 e toda a tralha que o auxiliou, muita da qual,
acompanhou o habilidoso na usurpação do lugar de primeiro-ministro. Joaquim Rodrigues: A “Oligarquia” não gosta, mas
acima de tudo desconfia do que possa vir a ser Rui Rio como Primeiro Ministro. Desde
a primeira hora, com o apoio da Comunicação Social e da inabilidade política do
próprio Rui Rio, que anda a preparar o terreno para poder correr com ele da
liderança do PSD. Mas só o queria fazer quando tivesse a garantia de que, no
seu lugar, podia pôr um “funcionário” ao seu serviço. Não esqueceram o fiasco
que foi a tentativa de correr com Sá Carneiro para pôr lá o Sousa Franco. Nessa
altura o tiro saiu-lhes pela culatra. Comprovámos a “natureza” do Moedas
quando, enquanto Comissário Europeu, usurpado o lugar de Primeiro Ministro a
Passos Coelho, veio a correr de Bruxelas, prestar vassalagem ao Costa. O
“problema” para os "oligarcas" é que o Moedas se revelou muito fraco
e deitou a perder toda a “estratégia” que tinham montado. Reparem que num
universo de 26 000 votos perdidos pelo Medina, o Moedas só conseguiu ir buscar
pouco mais de 2000. Rui Rio, se quiser continuar, tem que perder o medo de
afirmar um “Programa Político” claro, como Sá Carneiro afirmou, na defesa da
“libertação da sociedade civil”, da “livre iniciativa privada”, do “mercado e
da concorrência” da “igualdade de oportunidades” e da “liberalização da
economia”. Se não o fizer, nunca terá condições políticas para “Reformar o
País” e corre o risco de vir a ser o “trampolim” para que a “Oligarquia”
coloque um “lacaio” seu como líder do PSD. Caso Rui Rio, antes de chegar ao
poder, não afirme o seu Programa Político, mobilizando a Sociedade Civil em
torno das suas Propostas de Reforma do Sistema, nunca terá condições políticas
para fazer as Reformas de que o país necessita. E, nesse caso, mais vale deixar
o lugar para outro que honre a memória e o Projecto Político de Sá Carneiro o
qual, infelizmente, passadas 4 décadas, mantém plena actualidade.....Tivesse o
PSD apresentado um candidato minimamente competente à Câmara de Lisboa, capaz
de capitalizar o descontentamento do povo de Lisboa em relação ao Medina e hoje
estaria a comemorar uma maioria absoluta na Câmara. Jose Costa: Lamento mas o grande responsável
por esta vitória do PSD foi mesmo Rui Rio. Não vale a pena tentar apoucar o seu
papel, foi ele que escolheu o candidato a Lisboa e definiu o rumo do partido.
Análise enviesada e tendenciosa, na minha opinião. Joaquim Ribeiro: Ora aí está em marcha o assalto
ao poder. Com uma vitória, que o foi, no PSD cheira a poder e a uma possível
vitória nas legislativas. Começa a contagem das facas. Maria João, tal como
ontem Henrique Raposo no Expresso e outros, começam com a ofuscação de Rui Rio
na vitória, que o foi, nas autárquicas. Lembram-se do que Costa fez a Seguro em
que a direita achou abominável? Pois, agora já não é! Francisco Correia > Joaquim Ribeiro: Não queira confundir as
pessoas! Costa desafiou Seguro fora do período eleitoral (vá ver quando, em
condições normais, terminava o mandato de Seguro como Secretário Geral do PS).
Agora já há muito tempo que se
sabe que haverá eleições para a liderança do PSD em Janeiro e qualquer
militante, que reúna as condições, as pode disputar. Joaquim Ribeiro > Francisco Correia: Caro Francisco Correia,
como sabe, quando queremos defender
a nossa dama, argumentos é coisa que não falta. Penso que aceita que havia
pessoas no PSD a contar com o ovo no dito cujo como ,por exemplo, o Paulo
Rangel e o Jorge Moreira. Acontece que as autárquicas lhe estragaram os planos
e a solução qual foi, o Rio ganhou por "poucochinho". Apesar de você
tentar dar a volta ao assunto, isto foi exactamente o que aconteceu com o Costa
e o Seguro, com o Costa a dizer que o Seguro ganhou as eleições na altura
europeias por "poucochinho". Sabe, isto em política não há santos de um lado e
pecadores de outro. Tem dias... Francisco Correia > Joaquim Ribeiro: Uma coisa é dizer que ganhou
por "poucochinho", outra coisa é desafiar o líder do seu partido,
ainda com o mandato longe de terminar, para eleições. Costa, se fosse sério, tinha
concorrido às eleições em que Seguro fora eleito. O facto de não haver santos em
política, não nos deve isentar de observar e interpretar os acontecimentos
políticos com rigor. Seguro foi desafiado fora de tempo. Rio sê-lo-á em devido tempo. Joaquim Ribeiro > Francisco Correia: Sabe que isto do rigor varia
com os sentimentos e disposição de quem "rigora". Você tem o seu
rigor e eu tenho o meu. Já os expusemos. Fiquemos assim. Alberto Rei > Francisco Correia: JR, o Correia tem razão. Como
disse em baixo, não se pode ofuscar parte dos resultados positivos conseguidos
por Rio para o PSD. Ele tem grande parte na estratégia que foi delineada para
as eleições, isso é indiscutível, até teve atritos por causa disso, mas
porfiou. Outra coisa é a seu comportamento como líder da oposição, que de resto
também penso que não é incisivo e espectacular o suficiente. Talvez não seja o
seu estilo, mas é preciso denunciar os podres xuxas a todo o instante. Andando,
O Francisco tem razão porque o tal, está-lhe no sangue, lixou Seguro, fora do
tempo eleitoral, quis mostrar que era o maior da cantareira, foi sacanita. A
luta que se avizinha, e estou certo que Rio não a enjeitará, está programada.
Mª João e Raposo escolheram, tudo bem. Iremos ver as cartas de Rio, estou
curioso, mas falta muito tempo. Deixemos pra já os xuxas à nora.
Joaquim
Ribeiro > Alberto Rei: Caro Alberto Rei, pelos seus comentários reparei que é
uma pessoa isenta e ponderada. Como tal, na tal luta que se avizinha pelo poder
no PSD, não há nada como bater num lider "frouxo" e que, não vá o
diabo tecê-las, mostrar que ganhou por "poucochinho". Por acaso, a
vitória que teve em Lisboa também foi com uma pessoa que tem, pelo menos a
fama, de ser "frouxo". Felizmente que o lado bom, o seu, ao contrário
do outro, não está a usar a imprensa amiga para promover o bota-abaixo do actual
lider. Claro que, para tudo ser claro no PSD, vão andar a queimar o homem em
lume brando até às eleições que, para se demarcarem do outro, não vão ser em
Directas porque a gentalha não sabe o que quer. Por fim, deixe-me dizer que não
pertenço ao outro. Tenho, é verdade, uma estima por Rui Rio, mas o que me move
ao escrever isto é apenas e só mostrar que isto da ética e do bom senso tem
dias... Carlos
Monteiro > Alberto Rei: O mais grave é eliminar o Seguro por ter ganho por
poucochinho e depois perder, tendo de agarrar-se a quem sempre foi contrário às
opções do PS. Carlos Quartel: Rio não mudou nada e muitos destes resultados têm a
ver com Costa, com o "algo aterrador" que a autora define muito bem. Um
lado escuro, ditatorial, ameaçador que alertou milhares de eleitores. Penso e
desejo que esse alerta não esqueça. Pode mesmo fazer-ironia com o tirar da
máscara, não só a anti-covid mas também a máscara democrática e tolerante que
disfarçava uma alma irrascível e autoritária. Quanto a Rio, é dramática a
insensibilidade com que debita vazios, insistindo numa social-democracia (que
já tem dono) e num centro que é uma abstracção, revelando, aliás um profundo
desconhecimento do que é a política e as opções de governação. Qualquer partido
democrático, preparado para a alternância e para perder eleições não pode
deixar de ser social. Boris é direita mas apoia e financia o NHS o sistema
educativo, as vias de comunicação, etc Querer limitar as opções entre direita,
centro e esquerda, cada uma delas muito bem definida, é usar linguagem do século
XIX O PSD precisa de outra liderança, imediatamente João Floriano: Análise muito lúcida e
sobretudo muito inteligente. Concordo integralmente com a apreciação que faz do
papel de Rui Rio. Estou curioso para ver como vai ser a actuação de Rui Rio nos meses que
faltam para Janeiro ( é em Janeiro que a questão da sucessão se vai colocar,
não é?). Vai continuar a fazer oposição ocasional e inócua ao PS, deduzindo que
os resultados eleitorais das autárquicas se ficaram a dever à sua atitude
conciliadora, ou vai mudar? Em relação ao equívoco dois, com o qual também
concordo, espero que MJA esteja certa e António Costa não queira mesmo entregar
as «chaves do galinheiro» a uma figura como PNS. António Costa é um
verdadeiro raposão e a entrega do cartão de militante a Marta Temido
parece-me uma leitura inteligente da sua sucessão. PNS não tem de se preocupar
com Medina, aparentemente, porque em política há vários casos de fénixes (o
plural é assim?) renascidas e uma que ainda não renasceu mas que muitos temem e
muitos esperam que renasça futuramente. Agora com Marta Temido, PNS tem de ter
especial atenção. Carlos
Vito: De acordo. A
vitória de Moedas não foi graças a Rio, mas "apesar" de Rio. Quem até agora nunca fez
oposição e, pelo contrário, foi um apoiante de Costa devia era demitir-se. Caso
contrário vão ser mais 4 ou 5 anos ainda a sermos governados pelos mesmos, com
o que isso significará de soberba, má administração e incompetência. Pedro Almeida: Costa é mais perigoso que Sócrates!
Nunca me enganou! afonso
moreira: O povo português
tem-se libertado cada vez mais, da bolha mediático-lisboeta. Uns por
interesses, outros por simples desconhecimento do resto do país e outros ainda
porque os argumentos, com a elasticidade conveniente, têm sempre de confirmar
as ideias feitas. No entanto a realidade é que o que é, e Rui Rio, mesmo com as
suas insuficiências também ganhou. Não dizem tantas vezes, citando Salazar, que
em política o que parece é? Alberto
Rei: Maria João,
excelente análise pós-eleitoral. Não concordo que Rio apenas teve a ver com Coimbra.
Está redondamente enganada. Moedas tem muito mérito, acreditou, lutou e venceu.
Mas Rio, ali na sombra, também desenhou a campanha autárquica. Tem
inegavelmente mérito, goste-se ou não. Provou umas quantas coisas, aferrou-se
às suas ideias e modo de agir, foi fiel à sua estratégia e esta deu resultados.
Pô-lo de canto, não é correcto, isto sem prejuízo de uma luta pela liderança
que se avizinha. É problema futuro. De resto, aquela escrita habitual, e
eloquência que não dispenso. Um beijinho e cumprimentos.
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