quarta-feira, 15 de setembro de 2021

As histórias de êxito na Coreia do Norte

 

E outras menos. Mas o mundo pula e avança. Sempre a chutar. Ou a disfarçar.

I - MUNDO / KIM JONG UN: Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos na costa leste, confirma Seul

A informação foi confirmada pelas autoridades da Coreia do Sul que afirmam não ter havido danos. Japão condena o

FRANCISCA DIAS REAL

OBSERVADOR, 07:07

Kim Jong-un testou no fim de semana mísseis de longo alcance

KCNA/EPA

A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos ao largo da sua costa oriental esta quarta-feira, avança a AP com fonte do exército da Coreia do Sul, que está vigilante com o novo cenário. O lançamento acontece dois dias depois de Pyongyang ter afirmado que testou com sucesso um novo tipo de míssil de longo alcance durante o fim de semana.

A informação foi avançada pelo Joint Chiefs of Staff (JCS) da Coreia do Sul em comunicado, que dava conta de que os mísseis tinham sido lançados de uma localização no centro da Coreia do Norte e que terão sido lançados em direcção às águas da costa da península coreana.

O Japão também terá confirmado o disparo destes objectos que caíram nas águas entre o Japão e a península da Coreia, já fora da Zona Económica Exclusiva japonesa, não tendo havido danos causados por nenhum dos mísseis, segundo a guarda costeira do Japão. O primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga chamou ao lançamento “ultrajante”, citado pela BBC, dizendo que este vem ameaçar a paz e a segurança na região — o governo japonês também se disse “preocupado” esta segunda-feira em reacção aos testes norte-coreanos.

Não é ainda claro o destino ao qual os mísseis se destinavam ou o seu alcance de voo, mas o JCS disse que os seus militares mantinham “uma postura de prontidão total em estreita cooperação com os EUA”.

A BBC relembra que os testes de mísseis balísticos violam as resoluções das Nações Unidas, destinadas a pôr um travão nas atividades nucleares do Norte, isto porque os mísseis balísticos são uma ameaça maior pois podem transportar cargas maiores e mais potentes, têm maior alcance e são mais rápidos. Os testes realizados pelo país no fim de semana não violava as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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II -MUNDO / COREIA DO NORTE  Pak Jong Chon é uma estrela em ascensão no exército coreano. Foi nomeado quinto membro do presidium do politburo

Pak Jong Chon, responsável pelo desenvolvimento de mísseis de curto alcance do exército norte-coreano, foi promovido por Kim Jong Un para o Partido dos Trabalhadores da Coreia.

OBSERVADOR, 08 set 2021

Nos últimos anos, Pak foi promovido a general do exército de quatro estrelas e liderou os militares como chefe do estado-maior do exército

KCNA/EPA

Kim Jong Un, Presidente da Coreia do Norte, nomeou o general Pak Jong Chon, há muito tempo visto como uma estrela em ascensão no exército do país, como quinto membro do presidium do politburo do Partido dos Trabalhadores da Coreia (WPK).

A sua eleição para o cargo, num dos órgãos de decisão mais poderosos do país, veio depois de ter recebido várias críticas em Julho. O líder Kim Jong Un acusou-o, na altura, juntamente com outros oficiais, de ter causado uma “grande crise” com lapsos na gestão da pandemia do novo coronavírus.

Contudo, estes lapsos nunca foram explicados e Yang Moo-jin, um professor da Universidade de Estudos da Coreia do Norte, citado pela Reuters, explicou o porquê de, ainda assim, o general ter sido nomeado para o cargo. A seu ver, as aparentes críticas e reprimendas “podem ter sido uma espécie de formalidade para mostrar às pessoas que o general estava a assumir a responsabilidade pelos fracassos.” Deste modo, o professor acreditava que “a sua posição seria provavelmente restabelecida a qualquer momento.” E assim foi.

Nos últimos anos, Pak foi promovido a general do exército de quatro estrelas, liderou os militares como chefe do estado-maior do exército e fez aparições proeminentes ao lado do presidente norte coreano. Analistas e investigadores como o professor Yang Moo-jin atribuíram sua ascensão, em parte, ao seu papel no desenvolvimento de mísseis de curto alcance.

Pak parece ter substituído Ri Pyong-chol, outro poderoso general que desempenhou um papel importante no programa de mísseis balísticos da Coreia do Norte. Já Rim Kwang-il, que serviu como chefe da agência de inteligência militar, foi nomeado para chefe do estado-maior do exército, substituindo Pak.

 

COREIA DO NORTE  MUNDO  KIM JONG UNPOLÍTICA

MUNDO/ COREIA DO NORTE

Kim Jong Un convocado por tribunal japonês sobre programa de repatriamento Depois do polémico programa de repatriamento de estrangeiros da Coreia do Sul, Kim Jong Un foi convocado por um tribunal japonês para depor. Os lesados pedem 769.000 euros por violação de direitos.

AGÊNCIA LUSA         Texto

OBSERVADOR, 07 set 2021

Cerca de meio milhão de japoneses de etnia coreana vivem no país, mas continuam a enfrentar discriminação na escola, no trabalho e na vida quotidiana

KCNA/EPA

Um tribunal japonês convocou o líder norte-coreano para responder a queixas de japoneses de etnia coreana, que alegam ter sofrido violações de direitos humanos após a adesão a um programa de reinstalação na Coreia do Norte.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, não deve comparecer na audiência do tribunal, marcada para 14 de outubro, mas a decisão do juiz de o convocar é uma rara instância em que não foi concedida imunidade a um dirigente estrangeiro, afirmou Kenji Fukuda, um advogado que representa os cinco queixosos.

Os lesados exigem 100 milhões de ienes (769.000 euros) cada um como compensação da Coreia do Norte por violações dos direitos humanos, que dizem ter sofrido no âmbito do programa de reinstalação.

Cerca de 93.000 residentes de etnia coreana no Japão e membros das suas famílias regressaram ao país há décadas perseguindo a promessa de uma vida melhor, já que muitos enfrentaram discriminação no país nipónico como coreanos.

Eiko Kwasaki, de 79 anos, uma coreana nascida e criada no Japão, tinha 17 anos quando deixou o país, em 1960, um ano após a Coreia do Norte ter começado o programa de repatriamento para compensar os trabalhadores mortos na Guerra da Coreia, fazendo regressar os coreanos do estrangeiro.

O programa continuou até 1984, acolhendo muitas pessoas com proveniência da Coreia do Sul, mas o Governo japonês também aderiu, já que considerava os coreanos como forasteiros, e ajudou a organizar o transporte para a Coreia do Norte.

Kawasaki argumentou que esteve confinada na Coreia do Norte durante 43 anos, até que foi capaz de desertar em 2003, deixando para trás os seus filhos adultos.

Pyongyang teria prometido cuidados de saúde gratuitos, educação, empregos e outros benefícios, segundo a queixosa, mas nada estava disponível e foi atribuída à maior parte das pessoas trabalhos manuais em minas, florestas ou quintas.

“Se fôssemos informados da verdade sobre a Coreia do Norte, nenhum de nós teria ido”, garantiu hoje em conferência de imprensa.

Kawasaki e outros quatro desertores do programa apresentaram uma acção judicial em agosto de 2018 contra o Governo da Coreia do Norte no tribunal distrital de Tóquio, exigindo indemnizações.

O tribunal, após três anos de discussões pré-julgamento, decidiu convocar Kim Jong Un para a sua primeira audiência em 14 de outubro, disse Fukuda, o defensor dos queixosos.

Fukuda disse ainda que não espera a comparência de Kim Jong Un nem que conceda as indemnizações mesmo que seja ordenado pelo tribunal, mas espera que o caso possa estabelecer um precedente para futuras negociações entre o Japão e a Coreia do Norte na procura da responsabilidade dos coreanos e na normalização dos laços diplomáticos.

Embora legalmente impedida de pedir responsabilidades ao Governo japonês por ter ajudado o programa, Kawasaki espera poder ajudar milhares de participantes a regressar da Coreia do Norte.

“Penso que o Governo japonês também deveria assumir a responsabilidade”, vincou.

O pai de Kawasaki estava entre as centenas de milhares de coreanos levados para o Japão, muitos deles forçados, para trabalhar em minas e fábricas antes e durante a II Guerra Mundial.

O Japão colonizou a península coreana entre 1910 e 1945, um passado que ainda limita as relações entre o país nipónico e os dois vizinhos.

Hoje, cerca de meio milhão de japoneses de etnia coreana vivem no país, mas continuam a enfrentar discriminação na escola, no trabalho e na vida quotidiana.

“Demorámos tanto tempo a chegar até aqui. Finalmente, é tempo de justiça”, finalizou Kawasaki.

 

III- MUNDO / COREIA DO NORTE - Estados Unidos mostram preocupação sobre situação alimentar na Coreia do Norte

Com todas as medidas de contenção aplicadas na Coreia do Norte e com a instabilidade provocada pelo ambiente de hostilidade para com os EUA, o país enfrenta grave situação alimentar.

Kim Jong Un alertou sobre a situação "tensa" no que diz respeito à falta de alimentos admitindo que o país enfrenta a "pior crise de sempre".

YONHAP/EPA

A vice-secretária de Estado norte-americana disse esta sexta-feira que a Coreia do Norte enfrenta uma grave situação alimentar resultante da pandemia de Covid-19 e reiterou os pedidos para o regresso de Pyongyang às negociações com Washington.

Recentemente, o líder norte-coreano, Kim Jong Un alertou sobre a situação “tensa” no que diz respeito à falta de alimentos admitindo que o país enfrenta a “pior crise de sempre”.

Mesmo assim, Pyongyang insiste que apenas admite negociações caso Washington venha a abandonar atitudes de hostilidade.

“Todos sentimos que a população da República Democrática Popular da Coreia [Coreia do Norte] enfrenta grandes dificuldades devido à pandemia” disse Wendy Sherman em Seul referindo-se à segurança alimentar dos norte-coreanos.

 “Só esperamos o melhor para as pessoas da República Democrática Popular da Coreia”, disse ainda a vice secretária de Estado norte-americana.

Sherman falou aos jornalistas depois de um encontro com as autoridades da Coreia do Sul, em Seul, tendo as duas partes reafirmado que vão manter os esforços diplomáticos no sentido de convencer a Coreia do Norte a regressar às conversações sobre o programa nuclear de Pyongyang.

“Esperemos avanços construtivos por parte da República Democrática Popular da Coreia”, sublinhou referindo-se sempre ao nome oficial da Coreia do Norte.

As conversações entre Washington e Pyongyang conheceram poucos avanços desde 2019, depois do fracasso da segunda cimeira entre o líder norte-coreano e o então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devido às sanções dos Estados Unidos contra o regime da Coreia do Norte.

Desde 2019 que Kim Jong Un ameaça construir novas armas caso os Estados Unidos “não levantem as políticas de hostilidade”.

Em declarações recentes, o líder da Coreia do Norte apelou para os 26 milhões de norte-coreanos para estarem preparados para restrições prolongadas devido à pandemia de Covid-19 indicando que o país ainda não está preparado para reabrir as fronteiras.

Depois de Seul, Sherman vai visitar a Mongólia e a República Popular da China tratando-se da primeira visita de um alto responsáv el da nova Administração norte-americana a Pequim.

Wendy Sherman disse que vai discutir a situação da Coreia do Norte durante os encontros com as autoridades da República Popular da China no próximo domingo.

“A Administração Biden já disse que as nossas relações com a China são complicadas. Há aspectos que são competitivos, há desafios e aspectos em que podemos cooperar”, afirmou Sherman.

“A desnuclearização da Coreia do Norte é certamente uma área de cooperação”, sublinhou a vice-secretária de Estado norte-americana.

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