Conheci-o de menino, alegre e meigo, que brincou com os meus filhos. A vinda para cá, dos pais, fez-nos ir várias vezes a Pombal, na estreita amizade do meu marido com a sua irmã mais velha, de mãos virtuosas tanto no trabalho da horta, como na sua cozinha saborosa, onde não faltava o calor da lareira. Mas a mãe morreu, mulher de mérito, faltando aos filhos. E ao marido, que arrastou como pôde a sua solidão, até há um ano, por este mês.
Hoje, foi a vez do Fernando, que muitas vezes nos veio ver, na outra
casa e nesta, sempre alegre e galhofeiro e prestável e forte, que vimos pela
última vez no funeral do pai, já ele pouco se movia, conservando, no entanto,
aquela força anímica que lhe advinha dum lar feliz, com uma mulher e duas
filhas de íntegro e meigo companheirismo.
Morreu hoje, à 1 hora da madrugada. Um viver final de muito sofrimento seu,
e dor de todos nós.
Inexplicável este absurdo da vida, que nos leva os jovens, de tanto
mérito por vezes, como foi o teu caso. Uma sentida lágrima de todos nós, os teus
amigos, por ti, que eras um bom nosso amigo.
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