Do ser humano, assim desumanizado. Um texto
claro e lúcido de Rui Ramos sobre a
inesgotável vaidade humana de ultrapassar todas as barreiras do bom senso,
quando, afinal, tem sido movido, nas suas descobertas sucessivas ao longo dos
tempos, por ideais generosos de ajuda humanitária, quer relativamente à saúde
humana e animal, quer à superação dos esforços físicos, através dos mecanismos
tão úteis ao comodismo humano. Mas esta da IA não lembra ao diabo.
Há um novo medo: a Inteligência Artificial
Mais do que a Inteligência Artificial
e os seus riscos, devia-nos preocupar o que está por detrás do medo da
Inteligência Artificial: a degradação do conceito do que é um ser humano.
RUI RAMOS
Colunista do Observador
OBSERVADOR,02 jun. 2023, 00:2246
Ainda estão com medo das alterações
climáticas? Continuam a recear uma guerra nuclear? A probabilidade de outra
pandemia inquieta-vos? Desculpem, mas estão desactualizados. Tudo isso são
terrores fora de moda. Chegou um novo pavor: chama-se Inteligência Artificial.
Ainda não tem uma Greta, ainda não pôs miúdos a colarem-se às molduras nos
museus, mas já faz circular cartas com muitas assinaturas de gente que se acha
a si própria importante. Sim, esqueçam Godzilla e o “bug do ano 2000”: é a
Inteligência Artificial que, afinal, vai exterminar a humanidade, arrasar o
planeta, e fechar o café da esquina.
Que dizer deste novo susto? Primeiro, que continuamos apocalípticos. Em tudo vemos o fim do mundo. Segundo, que como na
proverbial morte de Mark Twain, é provável que haja aqui algum exagero, o que
não seria novidade nestes pânicos científicos (lembram-se da ovelha clonada?). Não, não
estou a dizer que a Inteligência Artificial não é uma coisa notável. Também
deve ter riscos, como tudo. Não vou discutir isso. Aliás, não vou sequer
discutir a Inteligência Artificial, que deixo aos milhares de “especialistas”
que todos os dias se esforçam por tornar o assunto um pouco mais
desinteressante. O que gostaria de discutir é outra coisa: as razões que nos
dão para tremermos e rangermos os dentes.
Essas razões resumem-se a uma palavra: substituição. Eis o que proclamam os púlpitos do terror:
a Inteligência Artificial tornará os seres humanos dispensáveis, para
finalmente os erradicar. Posto assim, é um medo antigo. Dois
exemplos do cinema: em 2001: Odisseia
no Espaço, de 1968, o
computador tenta liquidar a tripulação da nave; em Blade Runner, de 1982, é preciso um teste complicado para
reconhecer os androides, que até fazem poesia com “lágrimas na chuva”. Ou seja,
há bastante tempo que andamos a ser amestrados para ter medo de um dia nos
vermos substituídos por máquinas.
Podíamos ir até aos autómatos do século XVIII, mas fiquemos por aqui. Há muitas coisas para dizer, mas direi
apenas duas. Primeiro, seria altamente civilizado adoptar o princípio de que
ninguém deve perder um minuto da sua vida a fazer o que pode ser feito por uma
máquina, seja trabalho físico ou intelectual. As
máquinas vão deixar os seres humanos desempregados, agora que já fazem
diagnósticos, resumos, e pastiches? Não, vão libertá-los para outras
coisas, como libertaram muita gente das ceifas no campo ou das linhas de
montagem nas fábricas, sempre no meio de pânicos como o actual acerca da
redundância humana. O fim do mundo já aconteceu muitas vezes.
Segundo, que mais do que a Inteligência Artificial e os seus riscos, devia-nos preocupar o que está por detrás do medo da Inteligência Artificial: a degradação da ideia do que é um ser humano, causada pelo humanismo materialista. Ao rejeitar a ideia bíblica de que o ser humano foi criado por Deus à sua imagem e semelhança, o humanismo materialista eliminou o temor a Deus, mas também a ideia de que a humanidade é algo único e especial. Por um lado, diz-nos que o ser humano é tão poderoso que pode criar máquinas inteligentes; por outro lado, admite que o ser humano é tão pouca coisa, que uma máquina criada por ele o pode tornar supérfluo. No tempo em que os seres humanos supunham que Deus os concebera à sua imagem e semelhança, talvez não tivessem tanto receio de máquinas construídas por eles próprios, porque a origem divina valorizava a humanidade acima de qualquer artefacto. Adaptando a citação de Chesterton, digamos que quando o ser humano deixou de ter medo de Deus, passou a ter medo de tudo e mais alguma coisa.
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COMENTÁRIOS:
Maria Emília Santos Santos: O medo é a arma da moda, ou seja; da actualidade! querem que nós
tenhamos medo, muito medo, para poderem mais facilmente nos dominarem! Então se nos querem dominar, é porque são nossos
inimigos, e, se são nossos inimigos, como podemos acreditar que eles usarão as
novas tecnologias e particularmente a IA, para o bem da humanidade? Claro
que não vão usar! Vão usá-la para nos controlar como na China, que já governa
quase o mundo, e depois para nos liquidarem! O Harari diz
isso com muita clareza no livro que o promoveu a primeiro conselheiro de Klaus
Schwab, o fundador e autoproclamado director do FEM, cujo objectivo é tornarem-nos
seus escravos! Só
que eles, esses diabos todos que são sem fim, só vão até onde o Deus de que
eles não gostam, os deixar! Deus, queiram eles ou não, ainda está no comando
do Planeta e continuará para sempre! António Agostinho
Guedes: "quando o ser humano deixou de
ter medo de Deus, passou a ter medo de tudo e mais alguma coisa" Aí está
tudo numa frase simples. Obrigado, Rui Ramos. Miranda: O Rui Ramos é um grande pensador que sabe tornar
simples e compreensíveis os temas mais complexos. Ângelo
Almeida: Se na horta pico na terra para apanhar minhocas, o
aparecimento de uma galinha representa uma ameaça para mim? Talvez seja sinal
para procurar coisas mais importantes para fazer. Ediberto Abreu: Tenho mais medo de o que o
Costa faz, do que da IA. Fernando
CE Barria: A globalização, o BUG do ano
2000, a pandemia, a informática, agora é a IA. não será o último. Francisco Almeida: Excelente artigo como já
habitual. Um exemplo desse medo apocalíptico ocorreu com o advento do
automóvel. Basta lembrar o enorme número de pessoas que dependiam do transporte
animal, a grande maioria pertencente a níveis etários e culturais que impediam
a sua adaptação a uma novidade tão radical. Joaquim Ribeiro: Os humanos sempre tiveram medo
do desconhecido e do que não controlam. Uns por medo físico, outros por medo
económico e outros por medo ideológico. Alguns até têm medo porque os outros
têm ou incutem o medo. A IA não foge à regra. Eu sugeria que antes de terem
medo, apreciem a obra que um punhado de humanos fez. Vão ao chatGPT,
"falem" com a máquina, apreciem a conversa e, se puderem, imaginem o
trabalho e a inteligência que está por trás de tal feito. Admirem-se e louvem
a capacidade do ser humano. Antes de terem medo! José Paulo C Castro: A IA não faz nada se não lhe
puserem motores auto sustentáveis acoplados. A IA não pensa nada se não
alimentarem a enorme base de dados a que precisa de se ligar. Como diz um amigo
meu, não destruam os cortes manuais das centrais eléctricas e não há motivo
para ter medo. Vida biológica é que é mistério poderoso. Continua a ser. Maria Paula Silva:
Muito bom, RR,
concordo consigo. De todas as invenções feitas até hoje, e sem retirar o mérito
a todas elas, para mim ponho no topo, e por razões meramente egoístas, a
máquina de lavar roupa e o computador que veio substituir a velha máquina de
escrever.:) Salvo erro em 2014 ou 2015 li muita coisa e vi muitos videos do Raymond Kurzweil (um dos pais do
Transhumanismo) em que ele afirmava que a AI seria uma realidade dentro de 10 a
15 anos. Desde há várias décadas, RK tem acertado com eficácia nos
desenvolvimentos tecnológicos com 10 anos de antecedência. Se não conhece o
personagem, pesquise pois vale a pena, é mesmo muito interessante. António
Reis: A inteligência artificial vai ter consequências
desastrosas. Num mundo em constante progresso tecnológico com a esperança média
de vida a aumentar todos os anos, a ideia de que os humanos que serão
substituídos terão lugar noutras quaisquer actividades, parece-me algo
fantasiosa pois haverá sempre perda líquida de emprego. A pergunta que se deverá
pôr é: o que fará essa mole imensa de pessoas no seu dia a dia? Como ganharão o
seu sustento? Segurança social? joao Pacheco >
António Reis: Ainda por cima num país com
tanta falta de inteligência natural! Paulo Neves >
António Reis: Desde os Luditas, nas
sucessivas vagas tecnológicas desde o início da revolução industrial sempre
houve catastrofistas a anunciar o fim do mundo com desemprego generalizado. No
entanto nada disso se compara à peste negra ou à Inquisição espanhola. E ainda
cá estamos, melhor que nunca. Coronavirus corona > Paulo Neves: À inquisição espanhola? Nada se
compara à inquisição espanhola? Tem a noção de proporções ou é uma ideia que
tem na cabeça? Ark
Nabul: Máquinas que
substituem músculos são uma coisa, máquinas que substituem tudo são outra. A IA
consegue criar imagens e voz bastando-lhe um pequeno input. A partir daí, através
do digital para o qual se tem de transitar obrigatoriamente, assim nos dizem
dia e noite os especialistas de serviço, será muito fácil a propaganda manter a
narrativa. E o humano, divorciado do analógico, obedecerá sem pestanejar aos
novos Reis. bento
guerra: Fala-se muito, em abstracto, como é
próprio dos "especialistas". Pelo meio, falta de "inteligência
natural” Maria
Clotilde Osório: Como
já escrevi abaixo, não me parece que o medo nos dias de hoje, ou no passado,
tenha algo a ver com a presença ou ausência do divino. O medo é uma
característica antropológica da espécie humana que a tornou por isso capaz de
tentar resolver situações e antecipar problemas. A crença (no meu caso, fé) em
Deus permite confiar que o problema será resolvido. Mas o medo, esse, está lá.
Medo e confiança são duas coisas distintas. Acho que o Rui Ramos aqui se
baralhou Hipo
Tanso: E
quem garante que a Bíblia tem uma relação próxima, ou mesmo distante, com Deus?
Quem garante que a Bíblia É a palavra de Deus? Alguém daqui conheceu Deus?
Andou com ele na escola? Alguém daqui verdadeiramente conhece Deus para falar
dele com o mesmo à-vontade com que se refere a uma pessoa qualquer (ou mesmo a
um profeta, desses tantos que a história regista)? Coronavirus corona
> Hipo Tanso: De acordo com o cristianismo houve muita gente a
conhecer Deus. Todos os que conheceram Jesus Cristo conheceram Deus verdadeiro
de Deus verdadeiro, gerado e não criado, consubstancial ao Pai. Ah mas eu não acredito que era
Deus. OK. Mas o cronista não fez a avaliação da sua factualidade. Mas antes a
mudança provocada pela descrença. Não deixou de haver medos. Os medos até se
multiplicaram. Jose
Miguel Pereira: Podemos recuar mais, aos golem
hebraicos. José
Rego: Mas que grande
atrevimento, falar de Deus em público?! Isto é coisa de fundamentalista
radical! Tenha cuidado caro Rui Ramos, qualquer dia é cancelado. Fora ironias e
brincadeiras , excelente artigo.
Tristão: Gostei do artigo, bem escrito como sempre. Contudo, tendo a discordar da
influência da laicização, sobretudo do ocidente alargado (como se diz agora, na
existência destas teorias apocalípticas. Como sabe, mil vezes melhor que eu, essas
teorias são, diria, milenares, é a própria Bíblia que trata do fim do mundo no
capítulo Apocalipse, por sinal o último. Concluindo a minha opinião, diria que
a existência de teorias do fim de mundo nada têm a ver com a perda da
influência religiosa nas nossa sociedades (embora parecesse lógico) como pelo
contrário, deixou um legado que as influencia até hoje. Maria Clotilde
Osório > Tristão: O livro do Apocalipse não é uma descrição do "fim
do mundo". É dos livros mais complicados da Bíblia e trata do "fim
dos tempos" numa visão escatológica que ultrapassa em muito o mundo
visível e material. Vem no seguimento da religião judaica que, mais tarde, também influenciou
a religião islâmica. O seu sentido tem que ser lido no contexto da vida
eterna e na ressurreição dos mortos, crença intimamente ligada à cidade de
Jerusalém. O medo no ser humano é intrínseco a qualquer um em qualquer
parte do mundo. Seja esquimó ou pertença a uma tribo do deserto. É esse medo
que fez e faz com que a espécie esteja em constante aperfeiçoamento e na tentativa
de resolver problemas que possam surgir. Não me parece que tenha nada a ver com
religião. É uma questão antropológica. Tristão > Maria Clotilde Osório: Sim, sei da complexidade do
livro Apocalipse, com interpretações difíceis e várias. Contudo, a
interpretação que vingou, a mais popular, digamos assim, foi associar o
Apocalipse ao “fim dos mundos”. Toda a temática do juízo final, dos cavaleiros
do apocalipse (fome, guerra, peste e fome), bem ou mal, conduziram a essa
interpretação. A sua opinião parece-me até a mais acertada, só acrescentaria tratar-se de
uma questão antropológica cultural 🙂 Deixe-me acrescentar, já agora, que sou um leigo na matéria. Coronavirus corona > Tristão: A "interpretação" da Maria é a que decorre
da teologia. Se depois houve pessoas a fazer interpretações enviesadas isso não
é culpa da igreja mas delas mesmas. A laicização é uma coisa. O afastamento da
religiosidade da sociedade é outra. O laicismo pegou apenas no mundo
católico. No protestante nem por isso Lourenço de Almeida:
Perfeito! Carlos Fernandes:
Não creio que o principal
desafio da IA seja a substituição dos humanos por máquinas na execução de
tarefas laborais. Quando se reduz a isto, é porque, em geral, não se percebe o
que é a IA. O principal desafio é a eventual substitução dos humanos pela IA
na tarefa de pensar e de agir com base nesse pensamento. Maria
Paula Silva > Carlos Fernandes: Recomendo a audição de um episódio da rubrica
"Ciência Pop" aqui no Observador, sempre com o Prof. Carlos Fiolhais,
sobre o assunto da IA: "A Inteligência Artificial vai dominar o mundo? 23
abr. 2023 Rosa
Santos Graça: Exactamente. S Belo: Muito obrigada, Rui Ramos; um excelente artigo! Fernando
Cascais: Ainda ontem comprei um livrinho sobre o
futuro da inteligência artificial chamado "Inteligência Artificial
2041" escrito por dois chinocas. Vem isto a propósito da inteligência
artificial numa fase mais evoluída não ser arregimentada a nenhum regime. Nessa
altura, dentro de 100 anos, a inteligência artificial na China não será diferente
da inteligência artificial na Alemanha. A inteligência artificial não obedecerá
a ideologias políticas, a descriminações de raça ou de género ou a estatutos
sociais. Uma questão interessante é saber se a evolução da inteligência
artificial na nossa civilização terá o mesma sentido da evolução da
inteligência artificial de outra civilização diferente mesmo alienígena, ou
seja, a inteligência artificial na sua plenitude não ter variantes. Existem
riscos para o Homem? Creio que sim. Não já, mas, com a infinitude de
possibilidades da evolução da inteligência artificial sim, e o desemprego será
o menor dos problemas na minha opinião. Fernando Cascais
> Fernando Cascais:
... e ainda, terá a inteligência
artificial limites ao seu desenvolvimento? Poderá a inteligência artificial
continuar a ser cada vez mais inteligente sem ter um fim? Creio que sim, e
nesta perspectiva, Deus seria o produto da inteligência artificial na sua
máxima plenitude, e seria esse Deus, produto da inteligência artificial que criaria
o Homem para inventar e desenvolver a inteligência artificial, num universo,
onde o tempo é totalmente relativo.
Maria Paula Silva > Fernando Cascais: Sem dúvida. Obrigada pela dica, vou ver se compro,
pesquisei e deve ser mto interessante. Fernando Cascais
> Maria Paula Silva: Olá Maria Paula, a referência do livro foi apenas para
abrir o caminho para dizer que a inteligência artificial quando estiver mais
desenvolvida não terá diferenças da china autocrática para uma Alemanha democrática.
Ainda não li o livro, está numa lista de espera de outros que fui comprando
entretanto. Tenho a mania dos livros e uma bibliotecazinha com muitos deles à
espera de serem lidos, mas, infelizmente também me viciei na HBO e afins, e,
tenho lido cada vez menos... uma m... a provocar danos piores que os da
inteligência artificial. Maria
Paula Silva > Fernando Cascais: ahahah... olhe, está como eu. Alguns em lista de
espera, e até já deixei de comprar livros, mas este da IA em 2041 vou comprar
de certeza. Num comentário acima deixei referência a Raymond Kurzweil, não sei
se conhece, mas se não, vale a pena pesquisar. Ele é o único que tem adivinhado
com 10 anos de antecedência todos os avanços tecnológicos e acerta sempre. Em
2015 vi uns videos em que ele afirma que a IA será uma realidade dentro de 10 a
15 anos. Também, como boa cinéfala inveterada, HBO, Netflix e uma plataforma
portuguesa mas excelente, muito boa mesmo, recomendo, a FILMIN. E não é cara. Fernando Cascais
> Maria Paula Silva: Obrigado, vou pesquisar sobre Raymond Kurzweil. Se
calhar até tenho alguma coisa dele em lista de espera... No momento actual creio que a HBO é a plataforma com as
melhores séries. Succession é um bom exemplo, mas, tem outras muito boas como
por exemplo The Last Of Us que acabei de ver há pouco tempo. Maria Paula Silva > Fernando Cascais: Concordo. O último episódio da Succession é brutal. Tem
muitas, muito boas. Billions tb gosto. E se não viu, há uma hilariante
"Why Women kill" (são poucos episódios, já vi há tempos). E ninguém
gosta, mas eu adoro... The Big Bang Theory :) Ana Silva: A perspectiva de Rui Ramos é
sempre refrescante. Baseada num conhecimento histórico muito amplo e, como tal,
capaz de estabelecer comparações e ilações realistas a partir dos tempos
passados. Apenas algumas notas: - Qualquer avanço tecnológico
ou científico acarreta o risco do seu mau uso. A coisa
em si que se inventa, se descobre, se desenvolve, é sempre neutra. - É
para isso que serve a Ética e como resultado dela a moral, consubstanciada em tradições, instituições e leis, para conter as acções
maliciosas dos seres humanos, que ponham em risco os mais fracos e frágeis de
qualquer sociedade (para que fique claro, não estou de todo a falar das
minorias seleccionadas com pinças e aproveitadas até ao escândalo pela
ideologia woke para destruir o paradigma judaico-cristão das sociedades ocidentais). É por isso que existem as leis
nas sociedades mais livres e para as quais interessa sobretudo o
desenvolvimento dos seus cidadãos, começando pelo crescer saudável das suas
crianças e jovens e das suas famílias, do trabalho digno, da qualidade de vida,
da pacificação social, e muito mais.…. (e muito mais haveria a dizer, mas um
comentário é sempre limitativo). A IA terá aplicações muito positivas, mas
também será por certo tentativamente usada pelo egoísmo humano, assim como pelo
erro e pela maldade, mas tenhamos esperança que os nossos governantes quer a
nível nacional (não estes que lá estão, como é óbvio) quer no concerto das
nações, saibam acautelar e defender as pessoas, pois é para o serviço do
interesse da comunidade e não o próprio que os povos soberanos lhes entregam em
eleições livres as rédeas dos três poderes, legislativo, executivo e judicial
(esta nota final é só para recordar o que muitos esqueceram: que a soberania
está nos povos e não nos seus governantes). S Belo: Muito bem ! Alexandre de
Sousa – Ator: Obrigado!
Rui Lima: E se Portugal
fosse governado pela a inteligência artificial teria muito a perder? , Entre
Antonio Costa e a IA qual seria a escolha dos portugueses? Eu voltarei a votar
no dia em que a IA seja candidata. Rui Pedro Matos: 2001 Odisseia no Espaço! O preâmbulo, cinematográfico,
desta realidade que muitos desejam! Um enorme filme! Maria Clotilde Osório: Muito bom
J SantosMaria > Clotilde Osório: Diria mesmo mais: muito bom!
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