sábado, 17 de junho de 2023

Promoções que ninguém pediu


Daqueles que a extrema sensibilidade dos seus defensores de hoje, todavia, protege com unhas e dentes, segundo nos conta Margarida Gomes Penedo, para que o retrato gentil desses que desde sempre conhecemos como infiltrados sem fazerem grandes ondas, mas vendendo por três escudos a gravata que inicialmente queriam impingir por cem. Aconteceu comigo várias vezes, com outros exemplos vendíveis, em que a minha anjice caía - não fora a discordância de quem me acompanhava na altura do negócio. O da gravata foi em 53, em Coimbra. Desejei oferecer uma gravata ao meu tio Belmiro, em cuja casa me acolitava nas férias, o qual me acompanhara a Coimbra, para me instalar no Patronato. Um cigano estava ali, no seu chão, a vender gravatas e eu aceitei de imediato uma pelo preço dos cem escudos pedidos, quando o meu tio propôs apenas três. Fiquei boquiaberta quando o cigano me estendeu imediatamente a gravata da minha ingenuidade lorpa, de resto nunca ultrapassada nas questões de “negócios” com ciganos, designação esta, aliás, tomada hoje como epíteto de outras “raças” de vendedores do mesmo calibre batoteiro, entretanto multiplicadas, sem ser forçosamente na venda de gravatas ou outros artefactos: de “ciganos” ou “ciganões" está o mundo cheio, embora, no nosso país de gente sensível, a nossa Amália tenha imortalizado uma “Carmencita”cigana, que destoou da sua raça, por ser bonita mas também de coração frágil, a pobre coitada.

O racismo mora à esquerda

Os representantes da esquerda consideram que os ciganos são uma raça. É bom saber-se onde moram as piores ideias, até para as podermos combater.

MARGARIDA BENTES PENEDO Arquitecta e deputada municipal

OBSERVADOR, 15 jun. 2023, 00:1652

O grupo dos deputados “não inscritos” – eleitos nas listas do PS em representação do radicalismo mais fanático – levou a debate na Assembleia Municipal de Lisboa uma recomendação para “promover a cultura e história da comunidade cigana. Vinham armados de ONU, bandeira cigana, hino cigano, e Dia Internacional da Pessoa Cigana. O que não traziam era vestígio de conhecimento sobre “cultura” ou “história cigana”; se trouxessem, sabiam que não existe uma “cultura cigana”, existem várias. Basta ver cinema. Emir Kusturia, quase todos; Guy Richie, com Snatch – Porcos e Diamantes; Carlos Saura, com Flamenco; ou Etienne Comar com Django, de 2017, sobre a vida e a música do extraordinário Django Reinhardt. Todos eles mostram comunidades ciganas, diferentes umas das outras.

O documento era racista. Postulava a seguinte lógica: quem não vê as coisas como estes deputados, é “contra os ciganos”; obviamente, “fomenta preconceitos” e comete o crime de “racismo” (sic). Sucede que o racismo é um preconceito formado a partir de uma distinção de raça. Os digníssimos deputados que assinaram aquele pedaço de acusação consideram que os ciganos são uma raça. Ou seja, o racismo mora ali, nas cabeças dos autores do documento. Mais um motivo para defender a liberdade de expressão, verbal ou escrita: todas as ideias devem ser expressas, sobretudo as piores, até para serem combatidas. É bom saber-se onde elas estão. Nenhum partido da direita portuguesa aceita a existência de raças. Mas elas existem na retórica, e portanto, nas cabeças, dos representantes da esquerda.

Convinha que a direita compreendesse bem este ponto: não somos obrigados a aceitar os pressupostos nem os termos da esquerda. Todos os assuntos podem e devem ser discutidos, sim, mas nos nossos próprios termos. Quem não sabe definir os termos de uma discussão, não sabe pensar sobre aquele assunto e dificilmente discute seja que assunto for. No momento em que a direita aceita os termos da esquerda, já perdeu o debate. É uma regra sem excepção. Como se viu aqui, neste assunto dos ciganos, assente no maniqueísmo: ou a direita concorda com a visão identitária da esquerda, ou é liminarmente culpada de “racismo”. A esquerda já não se limita a impor os seus argumentos, também precisa de criminalizar os adversários. De resto, mostrou mais uma vez esta sua prepotência na reacção crapulosa aos cartazes na manifestação dos professores. “Racismo” é tudo o que o PS decidir, em cada momento, e de acordo com a conveniência do PS. No fundo, “racismo” é, a partir de agora, toda a dissidência e toda a crítica ao comportamento do PS.

Por último, não se chegou a saber qual era a parte da “cultura cigana” que estes deputados querem promover. No papel que apresentaram não se deram ao trabalho de nos informar. Mas nós sabemos que a esquerda gosta de promover estereótipos, basta olhar para as marchas do “orgulho gay”. De maneira que podemos imaginar. É viverem nos acampamentos, sem privacidade, sem protecção do frio ou calor, sem condições de higiene? É casarem as miúdas, aos treze ou catorze anos, com os tios e os primos adultos? É levantarem as crianças, às cinco horas da manhã, para vender camisolas na feira? É abandonarem a escolaridade obrigatória?, como a miúda de Avis, a quem um tribunal português dispensou de estudar para ir “realizar-se” de acordo com “as tradições” e “a cultura do seu povo”, pelo expediente libertador de “ajudar a mãe nas tarefas domésticas”?

Peço licença para discordar. Isto não é “cultura”, é miséria. Seria como apontar aquelas comunidades operárias ou agrícolas do Portugal da década de 1950, de pessoas pobres, descalças, magras e remendadas, sem escolaridade, onde as crianças trabalhavam a partir dos 10 anos, e declarar: tenhamos “orgulho”, vamos “promover a cultura portuguesa”. Sim, estamos no mesmo nível de abominação. Repito, “cultura” é outra coisa, isto é pobreza e miséria. Não deve ser promovido, deve ser combatido. Estas pessoas, os ciganos de agora, como os portugueses de 50, dispensam a humilhante “promoção”; precisam é de ser ajudadas, trazidas para a nossa sociedade, para os nossos valores, para a nossa cultura e para a nossa maneira de viver.

LISBOA   PAÍS   RACISMO   DISCRIMINAÇÃO   SOCIEDADE   POLÍTICA   CULTURA

COMENTÁRIOS:

Pedro Calado: Muito bem! 👏👏👏                Pontifex Maximus: Ui há que tempos não lia uma coisa destas no Observador! Maravilhosamente escrito, sim senhor, a ponto de começar a dar a atenção devida à colunista, pois isto não vem de uma cabeça qualquer.           Carminda Damiao: Gostei do artigo.           Isabel Amorim: Totalmente de acordo e não tenhamos receio de discutir e discordar, era o que mais faltava o povo português acobardar-se               Alberto Gonçalves: Fantástico artigo 👏👏👏              Pedro Alves: Totalmente de acordo!               Mario Bastos: Quer a Biologia quer a Antropologia, seja a sua variante Física seja a sua variante Cultural e Social, há muito que recusam a existência de raças humanas. Não há raças humanas. A espécie homo sapiens só tem uma única raça. O que há, sim, são grupos étnicos, grupos humanos com valores culturais e sociais diferentes. Nem a cor da pele tem já qualquer relevância para determinar a etnia de uma pessoa.                 Paulo Silva > Mario Bastos: Quem aventou a ideia de que as raças humanas não existem foi o sr. Claude Lévi-Strauss, antropólogo marxista, a pedido da ONU após a exposição do holocausto nazi, (os nazis diziam que os judeus constituíam uma raça erradamente; os judeus nunca foram uma raça). Confundir ‘raça humana’ com ‘espécie humana’ não passa de ignorância, ou desonestidade intelectual. A 'etnia' é um conceito diferente de 'raça' porque se alicerça nos traços culturais, e não nos traços morfológicos ou biológicos; fenótipos. Por isso foi escolhida por Lévi-Strauss para substituir a 'raça' sob encomenda da ONU.             António Fernandes: Parabéns pelo artigo. Todos os "ismos" moram à esquerda...mas a maioria dos seus colegas jornalistas são "fofinhos" com a esquerda e extrema-esquerda               Rui Pereira: Muito bom artigo.          Glorioso SLB: Ñ há raças!? Claro q há. Ñ deve é haver discriminação positiva ou negativa pela questão da raça ou da religião. A única regra que deve haver é a regra que nos deve regular a todos q é a lei. Discutível em determinados termos (gays, abortos, etc). Quem ñ cumpre a lei, amplamente aceite, cm por ex só se poderem casar na maioridade, ter de ter autorização para ter arma de fogo, pagar impostos, tem de ser levado a cumprir!

Alfredo Vieira: Não gosto sempre do que escreve a autora. Mas desta feita, acertou em cheio!             João Das Regras: Excelente texto como sempre e já agora qual foi o resultado? Foi aprovado?               jorge espinha: Uma cultura de miséria. Isso mesmo. Ou uma cultura do atraso de vida. São maioritariamente xenófobos, homófobos e machistas. Qualquer uma dessas características num "homem branco" são negativas. Num cigano, o molhe completo é virtude! Não apostam na educação dos filhos e cultivam a dependência do estado. O traço cultural que lhes reconheço é o péssimo Português que falam, que é na maioria dos casos o único idioma que dominam. Mas se os ciganos se mantiverem assim, apresentam uma fonte enorme de empregos para a esquerdalha.  Sociólogos, assistentes sociais, animadores, mediadores e outros parasitas. o "Welfare industrial complex" necessita ser alimentado.            Sérgio: Soberbo. Esquerdalhos fanáticos e com tiques de autoritários e de superioridade moral e donos únicos da verdade! Um grupelho escumalha parasita e inaptos medíocres e iletrados sem uma única "ideia"....Apenas propagandear idiotices e banalidades e futilidades e cretinices em busca de protagonismo e em busca de tachos ou poleiros. Tipo a escumalha do ps radical do pXp e do BErloque e do Podemos.... É urgente varrer esta escumalha que não pode viver de comer da gamela do CONTRIBUINTE!!

Haja bimbos igualmente iletrados para os aceitar!               Carlos Quartel: Adenda ao comentário anterior : 

A questão cigana nada tem a ver com racismo, é simplesmente comportamental. Têm muitos casos de miscigenação e há ciganos de todos os tons, até loiros de olhos azuis.           J. Lopes: O saco azul do PS e os do PCP e BE pagam aos avençados aqui decerto como assinantes, são assessores dessa gente que tem destruído o país quando contrariados e sem argumentos, insultam, afirmo que quando escrevem querem resposta, há uma maneira, é deixar e passar por cima basta ler as primeiras palavras para saber quem são, alíás nem sei como mudam o nome nos comentários, mas quanto mais falam, mais se enterram. Já contribuí para o Observador, apoiem com o pouco ou que podem, é um dos jornais que não pode ser destruído.            Carlos Quartel: Sempre achei curioso o horror que alguns sentem perante a constatada espécie humana não é especial e que deve ser tratado como um ser vivo normal. Com as suas diferentes espécies, com aspectos físicos diferentes e características comportamentais diferentes. Chamar-lhe raça, tipo, espécie, etnia, são só assuntos de gramática.

Desde o milho às baleias não hesitamos em classificá-los, discutimos o seu aspecto, as suas características, sem complexos. Chegamos ao homem, falar em raças é sacrilégio e dizer que os pretos correm mais que os brancos, pecado mortal. Moral curiosa .... Quanto à crónica sofre do paternalismo bem-intencionado de alguns. Os ciganos não querem integrar-se no nosso modo de vida, consideram-nos uma presa a que há que explorar, o trabalho regular, diário, das tantas às tantas, é ideia que abominam. Convivam com eles, que ficam a saber .....             Alberto Pereira: Excelente artigo. Bem haja!           MF A: Brilhante!           Hipo Tanso: 100% de acordo!              José Vaz: Boa crónica mesmo.              Meio Vazio: E se houver raças? Há algum problema nisso? É indesejável pertencer a "uma raça"? Há raças impróprias? "Não há raças humanas", mais do que uma tese científica, é uma piedosa proposta política, eivada de má-consciência (da raça branca, pois então): "Nós humanos somos, afinal, uma única raça" (leia-se "Não há diferenças fenotípicas entre nós" ou, gato escondido com rabo de fora, "A rigor, somos todos brancos"). O maior preconceito racista esconde-se, precisamente, na pior via para "combater o preconceito": iludir ou retorcer a realidade.             Tristão > Meio Vazio: Muito, mas muito bem, e corajoso também 🙂. É uma evidência, há raças, mas a má consciência de algumas raças, como as loucuras eugénicas e manias de superioridade, determinaram a sua não existência. Só que a realidade não pode ser escondida, há raças nos humanos como há raças nos animais irracionais, afinal somos todos animais.                Paulo SilvaMeio Vazio: Parabéns pelo comentário. ‘Não há raças humanas’ só é tese científica para engajados e alguns ditos ‘cientistas sociais’. Useiros e vezeiros na confusão entre as noções de ‘raça’ e de ‘espécie’, e em definições ultrapassadas, para levaram a agenda avante. As diferenças fenotípicas que os nossos olhos registam não são ilusões de óptica. Estão lá.               Nuno Borges > Meio Vazio: Combater o preconceito é para os socialistas combater a realidade, transformar o Homo sapiens num novo Homo sovieticus. Que aceite sem pestanejar as diretivas do politburo do comité central.               José Paulo C Castro > Meio Vazio: Quando você perceber que os seus genes definem-no menos que o ambiente em que você e os seus antepassados habitaram, vai perceber porque não há raças. Dê algumas gerações a brancos em África e a pele começa a escurecer. Faça o contrário e a melanina deixa de se expressar. Temos os genes para nos adaptarmos a qualquer ambiente onde os nossos antepassados viveram, até porque os mais remotos vieram de África e adaptaram-se a outros ambientes. A adaptação é que demora gerações a surgir. Se por raça quiser identificar subgrupos homogéneos que expressam as mesmas caraterísticas aparentes, pois aí há muitas. E muito diferentes entre si. Mas a diferença é sempre menor que a do ambiente cultural. E o choque a que chamamos de 'racismo' é essencialmente um choque de culturas, com a desculpa da pele para as justificar.            Meio Vazio > José Paulo C Castro: E então? Obrigado pela redundância.              MCMCA A > José Paulo C Castro: Os boers, mistura de Huguenotes franceses com holandeses estão no sul de África desde o séc. XVI mantêm um cabelo bem louro e uma tez muito branca. A adaptação dos nossos antepassados africanos a zonas com menos sol originou fenotipos mais claros porque eram determinantes na sobrevivência da espécie: pele escura no norte da Europa leva a hipocalcémia por deficiência na produção de vitamina D. E, com baixos níveis de cálcio não se desenvolve um ser humano no útero materno.                 José Paulo C Castro > MCMCA A: A adaptação ocorre na exacta medida da necessidade de sobrevivência, da pressão seletiva que o ambiente exerce. Sem isso, a variabilidade é medianamente igual. Se os boers tivessem de andar a percorrer savanas todo o tempo para sobreviver (e não já agricultores), aposto que só restariam os descendentes dos que desenvolvessem melanina suficiente. Assim, e com roupinhas feitas dos trapos europeus que os colonizadores levaram para África (trapos valorizados!) a pressão é nula.           Paulo Silva > José Paulo C Castro: O que diz não demonstra a não existência de raças. Não são as espécies igualmente fruto da adaptação?... Não há uma teoria que diz que todas as espécies derivam da evolução adpatativa a partir de um ancestral comum?... Nessa perspectiva, se, por exemplo, africanos e europeus se tivessem confinado aos seus territórios durante o tempo suficiente, acabariam em espécies humanas distintas, como já aconteceu no passado da humanidade. A noção de ‘raça’ pode ser entendida como uma categoria de ‘subespécie’, um meio caminho interrompido pelo desenvolvimento da tecnologia da mobilidade humana… mas como ‘raça’ não é o mesmo que ‘espécie’, embora muitos distraídos as confundam, permite o fenómeno da miscigenação. Em relação à sua resposta ao pertinente caso dos Boers aqui apresentado, pergunto: Os afro-americanos descendentes dos escravos traficados de África para a América do Norte, na mesma altura em que os Boers se instalaram na África austral, continuam com melanina a mais do que a suficiente e a expressar-se. Qual a razão?... As discriminações negativas, entre as quais se insere o racismo, derivam das diferenças ou dos desvios de padrão, sejam esses fenotípicos, culturais ou ambos.          A B: Que clareza de exposição! Magnífica crónica. Não há uma ideia aqui escrita com a qual não concorde. Para a esquerda vale tudo, um vazio de ideias, são tudo slogans vazios, o amor pelos assuntos irrelevantes é total, posto que os assuntos que importam não são o que fazer com eles esses incompetentes e oportunistas.          TIM DO Á: Que confusão de artigo.              Paulo Silva > TIM DO Á: É confuso apenas porque, embora a autora comece muito bem por dizer que ‘o racismo é um preconceito formado a partir de uma distinção de raça’, (tal como se poderá dizer que a xenofobia é um preconceito formado a partir de uma distinção identitária, como a 'etnia' ou a 'nacionalidade'), acaba por borrar a pintura toda resvalando para o politicamente correcto ao afirmar taxativamente que as raças não existem… Essa é precisamente a ideia dos anti-racistas ideológicos. As raças não existem porque [só] existem na cabeça dos racistas; equivalente na forma à afirmação de que o comunismo só existe na cabeça dos comunistas, (ideia que corroboro neste caso, mas não no primeiro).           João Amorim: Poucas pessoas têm a clarividência e a assertividade desta mulher              Pedra Nussapato: Esta sra não percebeu (pior, acho que finge não perceber) que quando se usa socialmente o termo "racista", este extravasa o conceito estritamente biológico de raça, e inclui muitos outros elementos tais geográficos, religiosos e sócio culturais. Na verdade, o conceito biológico de raça é no mínimo discutível que se aplique à espécie humana.

S N > Pedra Nussapato: Então invente outro nome. Racismo está para raça. Para mais nada.               A B > Pedra Nussapato: Esta senhora, pelo contrário, falou de todos os aspectos não biológicos, parece que não leu. Nuno BorgesA B: Um comunista só lê o que lhe convém, e a verdade de hoje pode ser o oposto da de amanhã. Num dia apoiantes do nazismo, no dia seguinte seus inimigos figadais.                Paulo Silva > S N: Inventar até já inventaram a ‘ciganofobia’, numa clara tentativa de empoderar essa etnia como mais uma soldadesca de assalto ao poder, mas o termo mais correcto seria ‘xenofobia’; quando este se justifica por discriminação com base em preconceito. O problema é que na realidade existe um problema real, passe o pleonasmo, de auto-exclusão da comunidade cigana. Alguns fazem um esforço para se integrarem, mas a maioria não o faz. A comunidade judaica também tem um longo historial de perseguições, mas integrou-se. Os ciganos, em geral, não. Não sei se por razões culturais, até se misturam, mas não se integram...              Ark Nabul > Pedra Nussapato: Já se sabe que para o neomarxista, que rejeita agora a biologia e defende que qualquer pessoa pode ser mulher, a raça é uma ideia, um espírito, uma entidade que possui o distraído e inocente humano que se vê assim na condição de opressor ou de oprimido para que a teoria do confronto possa ser usada. Desse ponto de vista, o racista é todo aquele que defende a cultura ocidental. Se ele for branco o racismo é mais do que evidente pois está a defender o seu privilégio. Se ele não for branco então é racista porque interiorizou a supremacia branca que lhe oculta a sua verdadeira identidade, o verdadeiro Eu e que deriva do seu tom de pele. Se se desfizer a lavagem cerebral, ele verá a verdade da sua opressão, o que deverá despoletar a ação transformadora e a luta pela Justiça Social que somente poderá ser alcançada desconstruindo o Ocidente.            Pobre Portugal: Caramba! Que maravilha de crónica. Enquanto o PSD não defender claramente esta ideia não merece ser governo.              Nuno Borges > Pobre Portugal: O PSD é de esquerda.                 Paulo Silva > Nuno Borges: A social-democracia é uma corrente de esquerda, hoje de centro-esquerda. Mas o nosso PSD não é de esquerda, é apenas uma grande confusão motivada pelo momento da sua génese, e pelo pragmatismo dos seus fundadores, em especial de Sá Carneiro. Quantos portugueses em 1974 sabiam o que era, e de onde vinha a social-democracia?… A esmagadora maioria via e vê o PPD/PSD como um partido de direita, à excepção de uns quantos dirigentes, e outros tantos que só espalham a confusão.                 Paulo Silva: Cara colunista, coisas como o racismo, real ou imaginário, são o oxigénio que a esquerda fanática respira. Sem isso não sobrevive. É bem verdade o que diz quando alerta para os perigos da aceitação de todas as regras do jogo impostas pelo adversário. O que a esquerda faz com o ‘racismo’ faz com tantas outras coisas, como já fez no passado com o ‘capitalismo’ ou o ‘fascismo’. Termos cujos conteúdos foram despidos do sentido original e/ou totalmente adulterados transformados em labéu para diabolizar adversários. Por exemplo, o anti-fascismo foi uma criação bolchevique para atacar todos aqueles que discordavam das políticas de Lenine. Nem socialistas nem sociais-democratas escaparam à ignomínia… Por isso, voltando ao tema da raça, não posso de deixar de referir que os fenótipos humanos são uma realidade e que terão certamente uma explicação científica, se não a têm já, (parece que a maior quantidade de melanina de certos grupos humanos está associada à maior exposição solar nos territórios habitados durante milénios pelos ancestrais desses grupos). Por isso não tenho tanta certeza de que as raças humanas não existam. Aliás, parece até que o género humano já foi constituído por várias espécies: homo sapiens, homo neanderthalensis, homo erectus, homo ergaster, etc… e essa teoria não constitui qualquer escândalo. Se vamos caracterizar certos conjuntos de diferenças fenotípicas como ‘raça’ ou ‘etnia’, não me parece o mais importante, embora haja diferenças entre as duas noções. Não aceito é a definição ultrapassada de ‘Raça’ de que a esquerda convenientemente se serve, (a de que as raças se distinguem pela superioridade de umas relativamente a outras), para encaixar à sua narrativa vitimista culpabilizadora do ‘homem branco’. A esquerda ataca as teorias da superioridade racial sabendo que estas estão em desuso, ao mesmo tempo que continua a assumir posturas de arrogância e superioridade moral. Esta sim, é em boa verdade uma forma de ‘racismo’… ou de preconceito, se preferirem.                Nuno Borges > Paulo Silva: A esquerda pretende criar agora o Homo sovieticus, raça humana sem coluna vertebral como lhes convém.                Paulo Silva > Nuno Borges: A esquerda nunca conseguiu disfarçar a sua natureza religiosa e escatológica. O objectivo foi sempre o de criar ‘homens-novos’, seguindo a doutrina do apóstolo Paulo. Mas a primeira táctica que os materialistas dialécticos usaram foi a da força bruta nos campos de re-educação soviéticos. A segunda é a da lavagem cerebral nas madrassas da democracia, as universidades... usando-se do prestigio da ciência para propagar mentiras e falácias doutrinais.                 MCMCA APaulo Silva: Raças distintas correspondem a fenótipos distintos de um genótipo porque a leitura do genoma depende de múltiplos factores tais como o ambiente em que se vive. Existem diferentes raças humanas assim como existem várias raças de cães, gatos etc. o disparate é associar raças humanas a diferentes capacidades cognitivas           Paulo Silva > MCMCA A: Nem que se provasse que as raças estão associadas a diferentes capacidades - cognitivas ou físicas - isso justificaria os crimes contra a humanidade. Esse é que é o grande ‘disparate’. Mas a esquerda que agita hipocritamente o espantalho do racismo já justificou crimes hediondos contra a humanidade com base em critérios de distinção de classe… O holodomor é tão condenável quanto o holocausto.

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