«Inesquecível» que vira no sábado à
noite, no “Canal Memória” e revi no Domingo à tarde, no
mesmo Canal, lamentando que não seja transposto
ao I Canal, aliás como tantos outros
“Inesquecíveis” de Júlio Isidro, feitos sempre com grande competência comunicativa, não só relativamente
à questionação aos convidados como à reposição das figuras convidadas, nos
programas onde aquelas eram mais jovens, e de cujas participações na RTP I bem nos lembrávamos,
que fizeram o nosso prazer ao longo dos tempos, tantas vezes lamentando o
desaparecimento dessas figuras de destaque – caso de Carlos Guilherme, e da sua voz de tenor, vindo de
Moçambique por alturas da debandada e que só mais tarde conhecêramos, quando a
fama o catapultou da docência para as suas participações no teatro de S. Carlos
e noutros lugares do mundo, como se referiu na entrevista Inesquecível de sábado à noite e
reposta no domingo à tarde.
Uma hora ou mais de autêntica feeria
musical, no prazer de actuações de peças que nos ficaram inesquecíveis e tal
foi este caso, que trouxe à baila outras figuras, como Dulce Pontes ou Pedro Barroso, mas sobretudo a voz que nunca mais a RTP fora buscar
para programas de maior envergadura cultural, que repusessem orquestras e
figuras identificáveis com arte e cultura diversa dos cozinhados e dos casos
pessoais da nossa simpatia humana.
Um programa de encher as medidas, que terminou
em homenagem a José Afonso, com a
excelente participação do pianista Amílcar
Vasques Dias e do violinista Luís Pacheco da Cunha - mais uns ilustres artistas que no estrangeiro
obtiveram nome e acompanhamento que o seu país lhes recusou, voltados que
estamos para os concertos do ruído e da movimentação caudalosos.
Com - “Eu fui ver a minha amada” - de José
Afonso, na interpretação de Carlos
Guilherme, terminou este espectáculo de reposição de temas clássicos e de música
ligeira, nessa sua voz de tenor, há muito desaparecida da notoriedade nacional,
e que foi acompanhado, na sua interpretação, pelos músicos referidos, que antes
tinham apresentado um extraordinário arranjo musical ao piano e violino do “Venham mais cinco”, do mesmo Zeca.
Só desejamos um permanente Júlio Isidro actuante,
ainda que apenas no seu Inesquecível, do Canal Memória, sentindo-nos
felizes, todavia, quando é mostrado pelos actuais transmissores dos programas,
como a nossa expressiva Tânia nas suas
entrevistas competentes, de valorização das nossas figuras nacionais.
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