Uma grande tristeza emana deste texto de Jaime Nogueira Pinto, afinal, certamente que alguém bem formado, castigado por dores e desesperos próprios da impotência humana, de que muitos – e ele será um desses, de coração nobre e reflexão ponderosa que aparenta ter - se acompanham, sem pretenderem renegar altivamente uma fé que a sua intelectualidade, na esteira dos de superiores convicções negativistas, poderia repudiar, mas que a honestidade de uma convicção pessimista sobre o parco saber humano, admite, como os autores a quem se reporta, com os habituais saber e a reflexão que nos ajudam a melhor percepcionar essas leituras. Mas a tristeza do seu texto surge como uma oração, neste contexto de maldade e perversão humanas que, por enquanto, apenas atinge uma Ucrânia corajosa e destemida – oração a que nos associamos, julgo, mesmo os laicos, e cuja tristeza se faz bem sentir no poema seguinte de Fernando Pessoa, pese embora um sentimento mergulhado antes no mundo abstracto e imagético da vivência íntima.
Na sombra Cleópatra jaz morta.
Chove.
Embandeiraram
o barco de maneira errada.
Chove sempre.
Para que olhas
tu a cidade longínqua?
Tua alma é a
cidade longínqua.
Chove
friamente.
E quanto à mãe
que embala ao colo um filho morto —
Todos nós
embalamos ao colo um filho morto.
Chove, chove.
O sorriso
triste que sobra a teus lábios cansados,
Vejo-o no
gesto com que os teus dedos não deixam os teus anéis.
Porque é que
chove?
Quatro autores em tempo de Páscoa
Ainda que não consigamos ouvir a voz
subtil de Deus Pai, sabemos que só irmanados no Horto a Cristo e aos que sofrem,
fazendo o que depende de nós e dando a Deus o que Dele depende, seremos
resgatados
JAIME NOGUEIRA PINTO, Colunista
do Observador
OBSERVADOR, 16 abr 2022, 00:20
Para o cristão, que tem o privilégio e a inquietação de acreditar,
o tempo da Páscoa, o tempo da paixão, morte e ressurreição de Cristo, é o tempo
da intensa consumação de todos os mistérios. Mistérios com dois mil anos
e mistérios de sempre.
A
ideia de um Deus que se faz Homem e que, como nós e connosco, caminha pela
humilhação, pela dor e pela morte, de um Deus que se entrega à Terra para ser
semente de vida e redenção e para que, como Ele e com Ele, possamos também ser
semente de vida, não encontra senão frívolos paralelos nas incursões terrenas
dos deuses pagãos, contadas por Homero, na Ilíada e na Odisseia, por Hesíodo,
na Teogonia,ou por Virgílio, naEneida.
Aí,
dir-se-ia, também deuses e deusas coabitam com os mortais e com eles concebem
semideuses e heróis: Zeus seduz Alcmena que dá à luz Herácles, ou Hércules, o
dos Doze Trabalhos; Afrodite (a Vénus romana) gera, com Anquises,
Eneias, príncipe troiano e proto fundador de Roma; Aquiles é filho de
uma ninfa do mar, Tétis, e de Peleu, rei dos Mirmidões. Mas todos
esses semideuses e heróis são fruto das imaginárias excursões de um panteão
de divindades quase lúdicas e com especialidades mirabolantes pelas terras dos
homens e das mulheres. A semelhança com Cristo, com a irrupção de Deus na
História, destes arquétipos úteis e a-históricos, destas criativas bengalas
para perscrutar o enigma da contraditória natureza humana, destes lugares
literários que, da Eneida aos Lusíadas, a literatura europeia também foi
consagrando, é um mero exercício de hermenêutica crítica ou de semântica
comparada.
Cristo e a narrativa evangélica da
Sua Paixão, ou as quatro narrativas evangélicas da Sua Paixão, são outra coisa
e de outra natureza: entram a fundo no Mistério, têm uma presença permanente na
vida e na morte de cristãos e não-cristãos e um reflexo constante na vida
icónica, literária, dramática e poética da Cristandade ao longo dos séculos.
Assim,
a nossa história pessoal e colectiva, e particularmente
a História da Europa, dificilmente se conta sem a meditação da Paixão de
Cristo, e sem a reflexão sobre o desconcerto do Mundo, o sentido do sofrimento
e da morte e a esperança numa vida plena que a meditação da Paixão traz – desde
os populares mistérios medievais à Pietá de Miguel Ângelo e às muitas versões e
visões do planctus Mariae e da agonia do Deus feito Homem.
“Mas porque Deus quisesse, me é
oculto, a nossa redenção só deste modo”
A Divina
Comédia de Dante, como compêndio geral da História divina e humana
mediada pelo grande poeta medieval, não podia ficar alheia ao mistério
pascal da Redenção e da vitória sobre a morte. Dante concebe
um homem criado à imagem de Deus (imago Dei), um homem consciente da sua
liberdade de escolher entre o Bem e o Mal; e, uma vez criteriosamente arrumados
os “maus” no seu Inferno, é no Paraíso que se aproxima do mistério da Redenção
e do mundo dos que escolhem o Bem.
O
facto de os desígnios de Deus serem um mistério e continuarem a sê-lo é
ponto assente para o poeta, supremo devassador do oculto e sublime
perscrutador de mistérios. Talvez por isso, depois de confessar a sua
ignorância sobre a razão pela qual Deus, para resgatar os homens, decide
sacrificar o Seu próprio filho, Dante entregue a Beatriz a explicação da
Redenção – e do caminho de Deus-Filho pela vida e pela morte adentro. A imaginária
amada do Poeta explica-a como um acto de amor e compaixão de Deus pelo Homem, a
“mais nobre das suas criaturas”. Para isso, recorda a história da Criação e
da Queda do Homem, enganado pelo seu Inimigo, e lembra que o ser humano, por si
só, não podia já reabilitar-se das suas más escolhas para aceder à “vida em
abundância”, à vida plena, à “intera vita”, para a qual Deus o criara.
Assim, a reparação do pecado, a Salvação, tinha de vir do próprio Criador,
“pelos Seus caminhos”, pela Sua “bontá” (bondade) e “larghezza” (generosidade).
Na
visão dantesca do ciclo Paraíso-Queda-Redenção, só com o sacrifício do Seu Filho poderia Deus-Pai
salvar o Homem da perdição com que o pecado original o carregara. Criado
bom (“buono e a bene”), o Homem perdera-se, ao querer igualar-se a Deus, de
forma vã e apressada; mas poderia salvar-se pelo sacrifício de um Deus
encarnado, de um Deus feito próximo, feito Homem, capaz de carregar sobre os
ombros os pecados da Humanidade, revelando a Sua verdadeira face. Tal como
o pecado de Adão caíra sobre todos os seus descendentes, também, em Cristo,
o Novo Adão, todos podiam ser salvos, ou devolvidos “a sua intera vita”.
Quanto
aos danados que, à guarda
de Satanás, habitavam os círculos das trevas que Dante imaginara e
descrevera tão pormenorizada e eloquentemente, ali estavam e ali estariam por
terem escolhido o mal em liberdade, ou por terem escolhido, em liberdade, a
distância em relação ao Criador onde, para todo o sempre, crepitariam.
A Paixão, segundo Shakespeare
Shakespeare
também não poderia ter sido
indiferente ao mistério da Paixão de Cristo, tão presente nos enganos,
desconcertos e calvários causados e suportados pelo Homem; e o seu teatro
é o teatro de um autor cristão, instruído
na cultura do cristianismo europeu dividido do tempo das guerras religiosas,
numa Inglaterra marcada pela guerra das Rosas e pela reforma de Henrique Tudor.
Embora
nas relativas boas graças do poder, o Bardo sabia-se sob a sua severa
censura, prévia e póstuma, e tratava de evitar quaisquer referências ou imagens
que pudessem insinuar-se como manifestações de papismo – vistas com duplo
horror pelas autoridades isabelinas, quer como abjecta emanação da corrupta
igreja de Roma, quer como traição patriótica por conluio com os cúmplices do
supremo inimigo da Inglaterra – o Áustria de Espanha. Talvez por isso, e
pelas linhas tortas com que sempre se “reinventa o humano”, o tema da Paixão de
Cristo, ou mais concretamente o tema da Pietá, surja inesperadamente
trasvestido em Henrique VI.
Era
um tempo de derrota, esse ano de 1453, o final da Guerra dos Cem Anos,
com os ingleses vencidos pelos franceses. Sir John Talbot, o “Aquiles
inglês”, condestável das tropas de Henrique VI em França, recebia o cadáver do
filho, John Lisle, morto na batalha de Châtillon. O bravo guerreiro tomava
então o cadáver do filho nos braços e chorava-o, numa reedição paternal da dor
de Maria com o corpo de Jesus nos braços. E é abraçado ao filho morto que
Talbot expira, em Henrique
VI.
Nessa
sua “peça histórica”, Shakespeare dava consideráveis voltas à História para
servir os objetivos do drama. Não só reproduzia o planctus Mariae no abraço
ao filho morto do terrível comandante inglês, temido pelos franceses pela
sua bravura e crueldade, como punha John Talbot a enfrentar Joana d’Arc na
batalha – para, no acto seguinte, matar por bruxaria a que viria a ser a
santa padroeira de França. Os Talbot, pai e filho, tinham de facto morrido
na batalha de Châtillon, em 1453, mas Joana d’Arc fora julgada e condenada à
morte em 1431, 22 anos antes.
É,
no entanto, em King Lear, a tragédia estreada em 1605-1606 (ou The True
Chronicle of History of the Life and Death of King Lear and His Three Daughters
na versão escrita de 1608) que Shakespeare recria com maior profundidade e
subtileza a Paixão de Cristo. King Lear acaba mal, coroando com um trágico
equívoco último muitos outros equívocos. Mas a peça, que pela profunda tristeza
e desolação do desfecho viu a sua exibição recusada por longos anos, e que
conheceu até versões alternativas com um “final feliz”, não deixa de transmitir a redenção dos que escolhem a
porta estreita do Bem.
Com
Lear, destronado por Regan e Goneril, as filhas más, Shakespeare torna
presente, na humilhação de um rei sem reino nem poder, o Cristo humilhado pelo
povo, coroado com uma coroa de espinhos e crucificado sob o dístico satírico
“Rei dos Judeus”. O “Escárnio de Cristo”, que
inspirou uma galeria de grandes artistas, de Fra Angelico a Tiziano e a Van
Dick, reencena-se em Shakespeare na figura patética de Lear, o rei sem trono,
traído pelos seus e enlouquecido de dor e humilhação. Mas é em Cordélia, a
filha boa, que o Bardo reproduz a imagem do Cristo humilde, injustiçado e
perseverante. Lear não vê a falsidade e a traição de Regan e Goneril nem o amor
e devoção de Cordélia, que evoca o sal, o evangélico sal da Terra, para
expressar o seu amor pelo pai. Habituado a um círculo de incondicionais
veneradores, o Rei não vê nem ouve o que se passa, tomando as duas filhas
intriguistas por boas e por má a filha que se recusa a entrar numa falaciosa competição
pela sua aprovação e favor.
Como
narrativa de terríveis maquinações e traições, de grandes torturas e
sofrimentos, de grande desconcerto do mundo, de caos primitivo e selvagem, King Lear pode também ser o símbolo de um mundo
pré-cristão ou de um mundo abandonado por Deus. E a Graça chega a esse mundo através do amor
silencioso e incondicional de Cordélia, um amor inalterado perante a ingratidão
e a loucura do pai, um amor capaz de ser “sal da terra” e “luz do mundo” numa
terra que, mergulhada nas trevas, perdeu o sabor, um amor que, tal como o de
Cristo, se mostra capaz de “redimir a natureza” (“Thou hast one daughter / Who
redeems nature from the general curse”).
A
peça acaba com a morte de Cordélia e a consequente morte de Lear, finalmente
consciente de todos os seus loucos enganos. Shakespeare não ressuscita
Cordélia, mas deixa-a como alegoria do Bem paciente e obediente que faz o seu
caminho indiferente à incompreensão, à ingratidão e à traição. Cordélia
atravessa todos os calvários por obediência e entrega ao pai, à verdade e à
justiça; e de olhos postos num tempo outro e num bem maior, parece repetir
com a vida as palavras que Jesus dirige a Pedro na última ceia: “O que Eu faço,
não o entendes agora, mas hás-de compreendê-lo depois.”
O Cristo de
Charles Péguy
Dante
é um mestre visionário e profético, um
cristão incendiário e colérico que não hesita em encerrar no Inferno os seus
inimigos vivos, e até alguns Papas; Shakespeare é
um reinventor da condição humana, um tratadista dos grandes limites da Terra e
do Céu; Peguy, o terceiro autor cristão que me acompanha nesta
Páscoa, é menos ilustre, mas não deixa de ser um grande poeta e um grande
exemplo de católico empenhado no testemunho da Fé, e no amor a Deus, aos homens
e à Pátria.
É um cristão e católico singular, que
parece estar nos antípodas dos católicos conservadores da sua geração: um socialista cristão, alinhado, no caso Dreyfus,
pelo lado que, para a Direita, era o lado do “traidor”. Isto no tempo de
Maurice Barrès, de Édouard Drumont, de Charles Maurras. Péguy funda
a Amitié
Judéo-Chrétienne e vai
morrer, voluntário, nas primeiras semanas da Grande Guerra. É Tenente de reserva e é dos primeiros a morrer em
combate, a 5 de Setembro de 1914, em Villeroy.
Órfão
de pai, educado na fé e nos “valores da velha França” (da decência, da
disciplina e do trabalho bem feito) numa família modesta e na escola
primária, Péguy vai ser depois aluno
de Romain Rolland e de Henri Bergson. Tem
o seu baptismo de fogo político no caso Dreyfus, num tempo de “beatitude
revolucionária”. Milita em causas humanitárias, como a defesa dos
arménios, funda uma revista e um grupo de reflexão e discute ideias com amigos
e inimigos. Mas, em Setembro de 1908, escreve a Joseph Lotte, um seu amigo
escritor e católico: “Je n’ai pas tout dit… J’ai retrouvé la foi… Je suis catholique”.
Era
o termo de um longo caminho, em que a leitura da Paixão segundo S. Mateus e da Imitação
de Cristo tinham sido determinantes.
Péguy
é um construtor de catedrais, mas é também um iconoclasta de mitos antigos e
modernos. É um
católico que critica o clero do seu tempo, acusando-o de desconhecer a condição
humana, mas é também um crítico insistente e sem medo da ideia de progresso, “a
grande lei das sociedades modernas”, e da própria modernidade, que considera um
tempo fútil, um “reino de bárbaros” embrutecidos e despreocupados, que não
conhecem o conceito da irreversibilidade e tem por Deus o Dinheiro. A
modernidade não é laica, é anticristã; e é governada por um “Partido
intelectual” que controla as universidades, as revistas, os jornais, a opinião,
e que, através da opinião, condiciona a política e os decisores das políticas.
Foi há 120 anos, mas parece que foi
ontem…
Péguy
era um socialista cristão, um patriota francês da Terceira República que, pela
leitura mística e a peregrinação interior, evoluiu para o nacionalismo e para o catolicismo.
A Paixão de Cristo é para ele, o
ponto-chave da grande História de Deus e dos Homens, e a chama da fé nova
parece abri-lo a fecundos atrevimentos interpretativos. Cristo é, para ele, a suprema comunhão com a
miséria e o desconcerto do mundo; e o cristão está ligado ao corpo de Jesus, de
um modo físico, místico, misterioso, que faz com que o sofrimento, a
humilhação, a doença e a morte, o projectem para junto Dele na noite do monte
das oliveiras.
Embora
o tema perpasse em toda a obra poética de Péguy, é no volume Clio 1 – Dialogue de l’histoire et de l’âme païenne, (um texto póstumo publicado pela primeira vez em
1955), que encontra a sua expressão mais acabada. Recém-convertido (o
texto original é de 1909), Péguy mergulha aí no “mistério central do
cristianismo, na encarnação redentora”; e com o à-vontade que só a Graça da
fé profunda explica, avança por cima de quase vinte séculos de teologia e
exegese polémica de Doutores da Igreja e filósofos agnósticos para, como Inácio
de Loyola, se meter na pele de Cristo nas horas terríveis de Getsemani.
Depois, melhor que muitos teólogos, chega à razão da terrível agonia e
tristeza do Deus feito Homem nas Suas horas finais, da “Tristis,
tristes usque ad mortem” do Evangelho de
Mateus. Diz Péguy que
Cristo estava assim porque sabia que o seu sofrimento salvaria muitos, mas
que não salvaria todos; e que muitas almas se perderiam, apesar daqueles
últimos momentos em que, aparentemente, “o Pai o abandonara”.
Quando
li Péguy pela primeira vez, há cerca de sessenta anos, foi esta a ideia que
mais me tocou e impressionou. Até hoje.
Papini e a última esperança
Escreveu
recentemente o Papa Francisco que o profeta Elias foi talvez o primeiro a
descobrir que o nosso Deus era sempre “um Deus das surpresas, até mesmo na
forma como passava e se fazia sentir” – não no vento impetuoso, não no
terramoto, não no fogo, mas na brisa suave –, e que era para essa “voz subtil
do silêncio” que devíamos “preparar os nossos ouvidos”.
Mas
estaria a ouvir bem Giovanni
Papini – um outro
teólogo improvisado e também de conversão tardia, como Péguy – quando, contrariando dois mil anos de Teologia,
apresentou uma possibilidade final para a História humana e divina capaz de
responder à tristeza de morte do Cristo do poeta francês e de pôr fim aos
suplícios dos habitantes dos infernos de Dante?
Em
1953, Papini, autor
da Storia di Cristo e escritor católico consagrado, propunha, como possibilidade, o perdão ou a amnistia
geral de todos os condenados ao Inferno, incluindo do próprio Lúcifer, por um acto
de infinita misericórdia de Deus. O livro, Il Diavolo, foi um êxito
editorial, com edições sucessivas (doze em dois meses), e levantou grande
polémica, com as autoridades eclesiásticas a hesitar entre a surpresa e o
choque perante a heresia do escritor católico. Papini, que nascera em
Florença em 1881, “autodidata,
pobre, malvestido, solitário, esquecido”, e
que estava então quase cego e paralisado, aguardou disciplinadamente o
veredicto eclesial, argumentando que não queria fazer doutrina ou substituir-se
à doutrina da Igreja e aos seus ensinamentos, mas acrescentando que aquilo que
“não era lícito ensinar como verdade certa e segura”, podia e devia ser
“admitido como esperança humana e cristã”.
Um
Inferno vazio e um Céu cheio? Quem sabe, talvez o aviso no início da
peregrinação dantesca para que os que ali entravam abandonassem toda a
esperança pudesse ser revogado e ficasse a misericórdia última, a misericórdia
do “Deus das Surpresas”, movido pela infinita tristeza do seu Filho na noite de
Getsemani.
Seja
como for, e ainda que, por vezes, não consigamos ouvir a voz subtil de Deus Pai
ou a oiçamos mal, sabemos que só irmanados no Horto a Cristo e à
humanidade que sofre, só fazendo o que depende de nós e entregando a Deus o que
Dele depende, podemos ser resgatados.
PÁSCOA
SOCIEDADE JESUS CRISTO CATOLICISMO…CRISTIANISMO RELIGIÃO
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