terça-feira, 26 de abril de 2022

Um filho da Rússia.


Dos verdadeiros. Com palácio e tudo. Falo de Putin, não de Stone, que também nasceu de uma mãe. E a guerra continua.

Oliver Stone. "O Putin que conheci não é o assassino que os media representam e comparam a Hitler"

“O homem que conheci não tem nada a ver com o louco, irresponsável e assassino que os média apresentam agora, comparando-o a Hitler e Stalin", assegura o premiado realizador de cinema.

·        Texto

OBSERVADOR. 26 abr 2022, 15:40 

 Disse-o Stone,O realizador de cinema Oliver Stone, que privou com o Presidente russo no passado, usou o Twitter para sair em defesa de Vladimir Putin. “O homem que conheci não tem nada a ver com o louco, irresponsável e assassino que os media apresentam agora, comparando-o a Hitler e Stalin”, afirmou, questionando se terá mesmo sido a Rússia que foi responsável pelo massacre em Bucha.

Desde o massacre nessa cidade, que tem sido atribuído ao exército russo, Stone tem feito várias publicações sobre o seu posicionamento quanto à guerra na Ucrânia, nas quais parece alinhar-se com alguns dos argumentos de Moscovo para justificar o conflito.

Esta terça-feira, o cineasta voltou a tocar no tema durante a apresentação do documentário que realizou sobre o assassinato do Presidente Kennedy, em Barcelona. Stone saiu em defesa do Presidente russo, Vladimir Putin, que entrevistou por várias vezes para a série The Putin Interviews, em 2017.

Segundo o El País, Stone garante que o Putin que conheceu na altura não se parece em nada com o líder que é agora retratado pelos media.O homem que conheci não tem nada a ver com o louco, irresponsável e assassino que os media apresentam agora, comparando-o a Hitler e Stalin”, afirmou, acrescentando: “O Putin que eu conhecia era racional, calmo, a agir sempre no interesse do povo russo, um verdadeiro filho da Rússia”.

Não é a primeira vez que Oliver Stone se pronuncia sobre o tema. A 26 de fevereiro, dois dias após o começo da invasão na Ucrânia, acusavam-no Twitter os jornais de ocultarem informação importante sobre o conflito.

 “No meio de toda esta histeria dos media ocidentais, a gritar ‘assassínio sangrento’ contra Putin, omitindo factos importantes sempre que são inconvenientes, é importante compreender todo o espectro do que está a acontecer”, referiu.

Mas foi só em março que Stone foi mais longe e esclareceu a sua posição sobre o conflito e o que, na sua opinião, está na sua origem. “Apesar de os Estados Unidos terem muitas guerras de agressão na sua consciência, isso não justifica a agressão de Putin à Ucrânia”, começa por afirmar numa publicação de três partes na rede social, onde admite que a “Rússia estava errada em invadir” a Ucrânia.

O erro da Rússia, explica, foi ter subestimado a resistência dos ucranianos, a reação europeia à invasão e o poder da NATO. Mas lança também a questão: “Como é que Putin podia ter salvo o povo de língua russa de Donetsk e Lugansk?”. Este tem sido um dos argumentos usados pelo Kremlin para justificar a invasão.

Para Oliver Stone, os Estados Unidos não são inocentes e têm a sua quota de responsabilidade, com Putin a cair na “armadilha” norte-americana e comprometendo as suas forças armadas.

Acho que Putin, provavelmente, desistiu do Ocidente, e isso aproxima-nos mais do que nunca de um confronto final”, refere. E quem ganha com isto? Segundo o cineasta, os inimigos russos, aqueles que há anos sonhavam com isso: “Biden, o Pentágono, a CIA, a UE, a NATO, os média convencionais”.

Mais recentemente, Oliver Stone questionou o massacre de Bucha, que tem sido atribuído ao exército russo, sugerindo aos seus seguidores do Twitter que consultem fontes alternativas de informação.

Na publicação, Oliver Stone partilha a ligação da página War on Fakes – acusado de desinformação – onde se defende que as imagens de satélite dos mortos na estrada são falsos.

Stone já teve a oportunidade de entrevistar o Presidente russo para série The Putin Interviews. Ao longo de quatro episódios são discutidas várias questões sobre as relações entre os Estados Unidos e a Rússia.

O cineasta já foi alvo de polémicas quanto à sua proximidade em relação a Putin. Em 2019, numa entrevista com o Presidente russo, chegou mesmo a pedir que este fosse padrinho da filha de 22 anos, apesar de não ser conhecido se isso chegou a acontecer.

GUERRA NA UCRÂNIA  UCRÂNIA  EUROPA  MUNDO  VLADIMIR PUTIN  RÚSSIA

Nenhum comentário: