domingo, 10 de abril de 2022

Pôr a nu


Os cordelinhos por que se movem os políticos mais conservadores, com reflexos sobre o companheirismo pró-Rússia, ao que parece, mas a discórdia dos amantes habituais dos russos…

A liberdade antiliberal de Viktor Orbán

Apesar de estar, com a Polónia, na linha da frente do acolhimento aos refugiados da Ucrânia e da vitória eleitoral esmagadora de Orbán, a Hungria não escapa à sanha dos “liberais”.

JAIME NOGUEIRA PINTO, Colunista do Observador

OBSERVADOR, 09 abr 2022, 00:1637

O povo é sábio e soberano. Excepto quando um partido “iliberal” ganha uma eleição por uma margem esmagadora, como 54% contra 32%. Aí, o povo continua a ser sábio e soberano mas foi enganado. Ou antes ou depois ou durante a eleição, tem de ter havido ali coisa. Até porque, como toda a gente sabe, os manipuladores estão todos à direita daquela linha vermelha que separa os bárbaros dos iluminados, os corruptos dos incorruptíveis, os disseminadores de fake news dos detentores de fact cheks, os nacionalistas dos globalistas, enfim, os “iliberais” dos “liberais”.

Este dilema foi instalado pela Esquerda, que encontrou uma nova linha amigo-inimigo, e pelo centro e pela direita “civilizada”, que, complacentes com o discurso ideológico dominante, não chegam sequer a estranhar o facto de a Esquerda os ter agora incluído (estratégica e episodicamente) no clube dos “bons”, dos “liberais”, um clube cujo leque vai da tal “direita civilizada” até à “esquerda multigéneros”.

Uma longa história

Tudo isto resulta de uma longa história, onde se misturam maniqueísmo e má-fé, temperados com alguma cegueira e ingenuidade.

A autodestruição do “socialismo real” na União Soviética e na Europa Oriental – ou na Europa Oriental e na União Soviética – trouxe um grande vazio às estratégias e projectos clássicos de contestação e destruição das “sociedades burguesas”. A agonia do comunismo no bloco ideológico e geopolítico do Pacto de Varsóvia, o triunfo do liberalismo anglo-americano, as teses neo-iluministas e neo-kantianas de uma nova paz, a corrupção das elites vanguardistas revolucionárias pela sociedade de consumo, impuseram aos vencidos de 1989-1991 a necessidade de uma reinvenção teórica.

Algumas variáveis da equação estavam a ser alteradas pela realidade, uma realidade que a teoria não conseguia nem entender nem alcançar. Algo parecido já acontecera antes com o “emburguesamento” das classes trabalhadoras no Ocidente e com a conversão à classe média dos trabalhadores da indústria nos Estados Unidos, nos anos 50. Depois veio a substituição das antinomias ideológicas por antinomias “culturais” (diagnosticada e analisada por S.P. Hungtinton que, contudo, dogmatizou algumas conclusões em vez de as deixar como cânones de interpretação da realidade).

Todos estes fenómenos alteraram a teoria marxista da evolução social. Confirmando o seu poder de autodestruição criativa, o capitalismo pós-Guerra Fria transformou o mundo num grande mercado, onde a oferta e a procura passavam a determinar a divisão internacional do trabalho. A Europa e parte dos Estados Unidos foram-se desindustrializando e as classes operárias quase desapareceram do mundo Euro-atlântico, ou foram sendo relegadas para a marginalidade.

A migração de capitais e indústrias do Euromundo deu-se rapidamente para as ex-zonas do “socialismo real”, que abriam portas ao capitalismo para conseguirem algum desenvolvimento. Depois dos “Tigres” asiáticos, foi a vez da China pós Mao Tsé-Tung, a China onde Deng Xiaoping, a partir dos desastres do Grande Salto em Frente e da Revolução Cultural, inventou Zonas Económicas Especiais para ensaiar um “capitalismo de direcção central”, bem controlado e vigiado.

Contra as teorias optimistas daqueles liberais que, crentes na reprodução do modelo evolutivo europeu, pensavam que à revolução industrial e ao nascimento da classe média se seguiria, por inerência, o liberalismo político-social, a República Popular da China passou a grande potência económica ascendente, sem liberalização ou democratização políticas, antes, adoptando uma “democracia chinesa de Partido Único. Na nova China a política continua a comanda a Economia, como o Presidente Xi não se cansa de fazer notar aos seus oligarcas.

Tudo isto tinha de levar a uma revisão dos dogmas do modelo evolutivo. O marxismo-leninismo não resistiu à revelação do universo concentracionário, do extermínio físico dos inimigos, da perseguição aos indiferentes. Nem ao balanço da economia e da sociedade. Atrás destas realidades veio, depois do negacionismo dos intelectuais orgânicos e da tentativa de responsabilização de Estaline, a crítica aos pais fundadores teóricos do sistema – Marx e Lenine – cuja estrela intelectual também decaiu.

A redescoberta de Gramsci

Desta queda dos ídolos veio a procura de novos guias para sociedades onde já não se assaltavam “Palácios de Inverno” ou se exterminavam hereges nas caves das Tchekas. E, retomando um tema antigo, um tema da revolução iluminista europeia, da revolução das mentalidades, descobriu-se ou redescobriu-se António Gramsci.

Gramsci tinha a biografia apropriada de pensador e mártir. No exílio interno e na prisão da Itália fascista, submetido à censura dos carcereiros, ainda que com tempo e acesso a obras de consulta, escrevera os Cadernos do Cárcere. Se tivesse tido a sorte dos intelectuais dissidentes da URSS não teria escrito coisa alguma: teria acabado com um tiro na nuca depois da autocrítica, ou apodrecido num campo de concentração, sem pena, papel ou tinta.

De qualquer forma, a partir dos anos 70, os escritos de Gramsci tornaram-se uma espécie de cartas de S. Paulo do neomarxismo ou do “marxismo cultural”. E Gramsci contribuiu para que se desenvolvesse o tema das diferenças estruturais ou histórico-sociais entre a Rússia – onde um Estado central dominava uma quase inexistente sociedade civil – e as sociedades da Europa Central e Ocidental, onde, fora do Estado, existia uma sociedade civil, através da qual, mesmo depois de uma eventual conquista do Estado pela Esquerda, as forças da burguesia manteriam poder e influência.

Daí vinha a importância da hegemonia que a classe burguesa, separando o poder político do poder económico, o Estado da Sociedade, poderia preservar, mesmo quando a Esquerda ou o Proletariado dominassem o aparelho do Estado.

A partir de uma leitura contemporânea de Maquiavel e das suas categorias analíticas do poder, Gramsci comparou o modo de actuação do Estado-poder político – pela decisão e pela coerção – e da sociedade civil, onde a hegemonia social se procurava através da influência e da conquista da direcção intelectual e da “superioridade moral”.

Como observou Perry Anderson, Gramsci escrevera os Cadernos com algum condicionamento de expressão, de linguagem, devido à esperada censura dos textos. Estava também a ler e interpretar o pensamento de alguns dos seus compatriotas, como Maquiavel e Croce, e a adaptá-los à ortodoxia marxista em revisão. A importância dos seus escritos vem também da indeterminação dos seus conceitos, uma actualização do marxismo-leninismo para tempos em que a força do Estado o tornava menos vulnerável ao assalto directo.

A longa marcha pelas instituições

Em sociedades onde as classes trabalhadoras estavam em extinção pela automação e desindustrialização, ou se tornavam conservadoras, a revolução teria de mudar de estratégia. Por isso o líder comunista estudantil Rudi Dutschke, em 1967, falava de uma “longa marcha através das instituições” a fim de capturar os centros de poder da sociedade civil – a religião, a família, a educação, os media, as leis.

Foi o que aconteceu e está a acontecer no Ocidente. À falta de classe trabalhadora como massa revolucionária – a que resta, em grande parte, vota na “direita radical” – partiu-se para a pesquisa e mobilização das micro-causas dos grupos marginais ou ressentidos, reais ou imaginários. Na enxurrada, e de forma gradual e silenciosa, vão desabando uma a uma as causas sociais da esquerda e vai-se perdendo o seu coração ideológico nas micro-lutas deste liberalismo individualista “de esquerda”.

A sociedade portuguesa é um exemplo de sucesso do modelo gramsciano: o poder cultural foi tomado, nos finais dos anos 50, pela Esquerda, que recuou com o sobressalto patriótico da guerra de África, mas que rapidamente se refez, até que o golpe militar de 74 a levasse à conquista do Estado. A resistência veio da sociedade civil, resistência às formas leninistas, mas não às formas gramscianas. Basta olhar para as ideias difundidas nas Ciências Sociais, nos media, na Educação, na Saúde, no Ambiente, e ver a forma como o Estado, nos seus aspectos alegadamente neutros, se deixa colonizar, para ver o sucesso local dessa “longa marcha através das instituições”.

Lições de Budapeste

A Hungria, ideologicamente, está no polo oposto de Portugal e não parece interessada em deixar-se espezinhar pela “longa marcha” da Comissão Europeia, feita de alegadas “violações do Estado de Direito” (acompanhadas de chantagem com os Fundos para a Reconstrução), de resoluções do Parlamento Europeu para impor a Agenda LGBTQ+ e os “novos Direitos Humanos” na Hungria e de tentativas de colagem de Viktor Orbán ao diabólico Putin – apesar de a Hungria já ter recebido mais de 600 mil refugiados e condenar a invasão da Ucrânia.

Ainda assim, e com tudo isto, Orbán e o Fidesz derrotaram uma coligação negativa, um verdadeiro arco-íris que ia dos (até serem contra Orbán) neo-nazis do Jobbick ao PS húngaro (a continuidade em evolução do antigo Partido Comunista). E ganharam 54% dos votos populares, contra os 32% da oposição, elegendo 135 deputados contra 56 da coligação opositora e 7 de um partido nacionalista identitário.

Qual a razão desta vitória em condições, à partida, adversas e com a ameaça e a chantagem (sobre a Hungria e também sobre a Polónia, que está na linha da frente a receber o grosso dos refugiados da Ucrânia) da senhora von Der Leyen de lhes cortar os fundos europeus de Reconstrução, a Bazuca, alegando a “corrupção”? Não deixa de ser extraordinário que, numa União Europeia onde as acusações de corrupção e os casos de corrupção se multiplicam, seja a “iliberal” Hungria a única a ser formalmente visada e acusada: o que e é que se passa?

O que se passa é que, por um processo gramsciano de hegemonia cultural, a ortodoxia da correcção política adoptou os conteúdos e os caminhos do marxismo cultural. E um país, um povo e um governo que se proclamem nacionalistas, conservadores e populares são uma coisa inadmissível para a harmonia e equilíbrio das distopias em formação. Além disso, a Hungria está a tornar-se um polo de resistência cultural, com livros, revistas, academias que enfrentam a ofensiva do marxismo cultural na batalha dos valores e das ideias.

É certo que a Europa Central e Oriental, que esteve sujeita aos regimes comunistas, ganhou à própria custa outras defesas contra este tipo de agressões culturais; e que o congelamento destas sociedades num modelo totalitário as conservou, também pela resistência, num quadro de valores nacionais e conservadores, sem as doçuras e as agruras individualistas e libertárias do Ocidente euroamericano do último meio século.

Talvez também por isto o conflito aberto na Europa com a ofensiva de Bruxelas para impor uma Agenda contrária à vontade popular nos ex-países comunistasque, independentemente das ideologias específicas dos seus governos, são nacionalistas em política e conservadores em costumes – tenha tudo para não acabar bem.

Entretanto, Orbán e o Fidesz resistem nas urnas e não desistem do combate cultural. Chamam-lhe “iliberais” mas, argumenta Órban, o que é hoje o “liberalismo” e quem são hoje os “liberais”?

Dizermo-nos hoje “não-liberais” é dizer que somos o Diabo. Mas, insisto, na política actual são os liberais que são contra a liberdade. Porque os liberais, que antes eram partidários do pluralismo, querem agora ter a hegemonia da opinião. Sim, sou hoje um lutador pela liberdade contra os liberais. E se sou um lutador pela liberdade contra os liberais, por que é que estou eu a lutar? Por uma “sociedade iliberal”, o que quer hoje dizer uma sociedade baseada na liberdade contra os liberais.”

(Viktor Orbán em entrevista a JNP, Expresso, 5 de Junho de 2021)

HUNGRIA   MUNDO   UNIÃO EUROPEIA   EUROPA

COMENTÁRIOS:

Liberales Semper Erexitque: Muito lhe agradeço a reprodução dos discursos do suíno húngaro, a fazer lembrar os de um cabo austríaco em 1933. Para quem não sabe, os nazis eram grandes defensores e lutadores pela "liberdade". Enchiam as bocarras com ela. Os húngaros, que não vivem actualmente em democracia no sentido ocidental, foram pelo menos colaborantes com os nazis, e se calhar sentem saudades desses tempos. Brussels, we have a problem. Ainda quanto ao vivaço Nogueira Pinto, devemos esclarecer porque estão muitos ucranianos na Polónia e na Hungria: são países da fronteira ocidental ucraniana, a única pela qual os ucranianos podem fugir em massa e com alguma segurança.         Da Grreite Rizete: Como Orbán se atravessou no caminho de Soros, toca a fazer uma "smear campaign" contra ele. Mas o povo húngaro reconheceu o valor de quem o governa. Ver no B itchute => Hungary vs Soros: The fight for civilization             João Afonso: Mais uma excelente texto de JNP. Saliente-se a realidade brilhantemente exposta da sociedade portuguesa no que toca ao sucesso das teorias gramscianas, talvez sem paralelo no mundo ocidental. Plagiando uma frase a propósito da nossa língua: "Su questo lato del confine fiorisce l'ideologia Gramsciana"             Filipe Paes de Vasconcellos: Somos uma sociedade que se acobardou. Aqueles que acusam todos os que tiveram vitórias que não foram as suas, e portanto saíram derrotados, são os “democratas” e “liberais” que durante toda a vida colaboraram com regimes totalitários que sempre esmagaram a liberdade  Esta corja não aceita que se tenha tomates.       Mr. Lobby: Historicamente o liberalismo é o obstáculo óbvio a projectos totalitários/autoritários, que nele definem o inimigo fundamental e o combatem como «mal primeiro» inimigo da «boa ordem» totalitária/autoritária. No Ocidente foi assim com a igreja cristã, milenar bastião antiliberal, prosseguindo, na era moderna, o trilho antiliberal pelos regimes totalitários/autoritários autodefinidos como «democráticos e populares»...  E eis que nos aparece o cronista, ao modo de Pequim, Pyongyang, Moscovo ou Budapeste, a observar e mascarar a «liberdade anti-liberal» que mais não é do que o uso ilegítimo do poder político totalitário/autoritário para condicionar significativamente, ou mesmo coartar, liberdades naturais fundamentais.

Zé Cunha: Liberalism is a mental disease.           Elvis Wayne: Foi alguém que disse certa vez: o Marxismo é o Liberalismo em decomposição.           João Ramos: Excelente clarificação sobre o estado actual da política desastrosa da actual UE que nos está a conduzir para uma sociedade amorfa e contra tudo o que a Europa sempre foi ao longo dos séculos, embora com alguns interregnos que não chegaram a vingar por muito tempo, se calhar estamos infelizmente a viver mais um desses interregnos, valha-nos o exemplo de Zelenski e do povo Ucraniano para nos acordar da letargia em que temos estado impregnados…            miguel cardoso: Muitos parabéns pelo seu artigo que para mim representa a posição certa contra o pensamento único que hoje, por todo o lado, nos pretende avassalar.            josé maria: É verdadeiramente impressionante que Jaime Nogueira Pinto consiga sempre estar do lado dos desvalores anticivilizacionais.... Do lado de Salazar, de Pinochet, de Putin, de Orban... Deve ser um caso para tratamento psicanalítico...           João Ramos > josé maria:  “Idiotas úteis”, infelizmente ainda há muitos…        José Miranda > josé maria: E tu Zézinho, sempre do lado de Lenine, Estaline, Mao, Pol pot, Fidel, Putin ( com este estás dividido). De que tratamento precisas?           José Maria Fernandes > josé maria: Pois é. São ambos antagonistas em valores civilizacionais. O senhor em contrapartida apoia o expoente máximo da civilização Coreia do Norte, China, Venezuela, Cuba, Nicarágua e seus apaniguados, sem esquecer seu amigo socialista Staline. Fitios!  como dizia o saudoso Raul Solnado.     Francisco Tavares de Almeida: Mais uma excelente lição sobre o neo-marxismo. Em Portugal, enquanto não se puder esclarecer o 25 de Novembro, enquanto as pessoas praticamente ignorarem que a sua grande figura nunca foi Ramalho Eanes mas Melo Antunes e que este tinha a admiração dos jovens capitães de Abril porque "até tinha lido António Gramsci", pouco há a esperar de resistência ao que se passa na comunicação, na cultura mas, sobretudo, na Educação. Polónia e Hungria são motivo de esperança mas Viktor Órban, que apoia sem reservas na protecção dos jovens à doutrinação multigénero, merece-me reservas pela interferência governamental no sistema judicial. Há limites perigosos de transpor e, de facto, ninguém sabe quem virá a suceder a Órban no Fidesz.           Pedro Fontes: depois de 2 anos de ditadura covid em que nos quiseram injectar com um produto do qual nada se sabe (savia) de efeitos a longo prazo, coagindo e restringindo liberdades, censurando opiniões divergentes, e com a aparente corrupção ao mais alto nível da ue, já não sei bem o que é ser liberal.... os únicos pontos da agenda (dita) liberal de hoje é o wokismo e o lgbtanismo, e....... o apoio ao sr. Zelensky           Hugo c: a crise dos refugiados, levou a 3 milhões de Ucranianos entrarem na Polónia. Trabalho com Polacos, uma delas foi a sua terra natal, uma vila que faz quase fronteira com a Ucrânia. O feedback que ela traz, não é nada positivo. Primeiro, o governo Polaco criou um fundo, para qualquer cidadão que queira abrigar uma família Ucraniana, tem direito a uma quantia. isso é interesse, não é solidariedade. Ela me contou, que os Ucranianos de um dedo querem o braço, mal agradecidos, deu-me histórias de Ucranianos que recusaram comer a comida, que essa dona de casa tinha feito, e fizeram na cozinhar o que eles queriam, e pratos diferentes pra família toda. Diz que deixaram de contar, quantos Ucranianos estavam a entrar, e assim está muito preocupada, pois no final do conflito, podem não saber o número que é pra repatriar. A Polónia que estava bem estável, está agora quase fomentando uma destabilização. Com certeza o mesmo se passa na Áustria, na Eslováquia, na República Checa.          MGLA Age Of Excuse: Os liberais na Europa não são a mesma coisa dos Liberais Americanos, e o JNP como académico sabe muito bem, mas de vez enquanto a veia populista/conservadora fala mais alto. Emuma coisa o Comunismo ,Fascismo e Nazismo estão de acordo: o combate ao liberalismo!          Henrique Frazão: Excelente artigo!         Ping PongYang: Há umas semanas alguém no The Guardian chamou Bumbling Bufoon ao PM Johnson. Órban já passou essa fase há muito. É curioso que estes 2 "países" que estendem cobertores e bebidas quentes (e bem) aos refugiados Ucranianos, estendiam "concertinas" de arame farpado aos Sírios e Afegãos há menos de 3 meses. Eles vão "tomando notas"...           Elvis Wayne > Ping PongYang: E você? Quantos sírios e afegãos tem em casa? Quanto a Órban, vá dizer isso ao seu querido Kosta, que há uns aninhos foi a Budapeste pedir batatinhas...          Ping PongYang > Elvis Wayne: Eu sei que não faz por mal, Elvis mas peço-lhe por favor que evite o pronome você. Sou alérgico ! Tenho 4. Todos eles Afegãos. Curiosamente, não tenho nenhum Sírio, mas estou a pensar trazer 2 Marroquinos. Além disso nunca pedi batatinhas a quem quer que seja. Até vendo e ofereço grande parte das que cultivo !           José Barros: Orban é o defensor da liberdade contra os liberais? Só o emaranhado "erudito"  mas culturalmente medíocre de Jaime Nogueira Pinto pode admirar esta palermice. A esquerda não é, nunca foi e nunca será liberal. Os caminhos da "colonização" da sociedade civil pela esquerda nada têm a ver com qualquer imitação do liberalismo nem as agendas LGBGT+ são especialmente prosseguidas pelos liberais. Pelo contrário, essa agenda é prosseguida pela esquerda, como se vê bem em Portugal como forma (uma das formas) da destruição das instituições sociais e da família, antes de mais. O grande problema da sociedade de hoje é a defesa do indivíduo contra a organização, maxime o Estado, como a própria vida quotidiana evidencia. Só o liberalismo, só a intransigente defesa dos direitos individuais pode preservar a liberdade e a democracia. Porque a democracia não é essencialmente o voto de tempos a tempos. É a defesa dos direitos dos cidadãos contra a prepotência. Orban é a prepotência, como bem demonstram as suas amizades. A sua vitória legislativa deveu-se ao facto de liminarmente ameaçar os Húngaros que, com ele, não haveria guerra, visto ser amigo do Putin.  Pedro Fontes > José Barros: "A sua vitória legislativa deveu-se ao facto de liminarmente ameaçar os Húngaros que, com ele, não haveria guerra, visto ser amigo do Putin. "Você não sabe do que fala ao colocar essa frase É certo que o Orbán (espero que os outros políticos da ue tb...), não queria a invasão/guerra. Contudo ele sempre alertou para os caminhos frágeis para os quais caminhávamos Quando a guerra estalou em plena campanha eleitoral, tornou-se um tópico. A coligação que correu contra Orbán apoiaria uma intervenção da nato, o Orbán sempre disse que aquela  guerra não era dos húngaros (verdade) e que não queria interferir no desfecho dos eventos colaborando no envio de armamento. Durante as discussões da Nato, alertou para o facto de estarem em cima da mesa propostas perigosas nomeadamente o "no-fly zone", o que colocaria uma aliança defensiva em posição de agressora. A Hungria esteva na linha da frente na recepção dos refugiados e ajuda humanitária, a apanhar a merda das acções de outros. o Orbán sempre foi claríssimo na sua mensagem dizendo que a prioridade principal era a segurança dos húngaros. o único ponto em que cedeu foi na aprovação das primeiras sanções da eu        Américo Silva: O capitalismo liberal está pronto a aplicar a experiência soviética: A Amazon quer lançar uma aplicação bloqueando e sinalizando certas palavras dos empregados como, aumento salarial, assédio, WC, equidade, salário digno. "Estamos sempre a pensar em ajudar os funcionários, reduzir o desgaste promovendo a felicidade do trabalhador, com um sistema de recompensas em que recebem estrelas e crachás virtuais por atividades que agregam valor comercial directo".           Diogo Manoel: Excelente artigo. Obrigado JNP           Luís Pombo: Artigo Espectacular.          Julius Evola: Liberalismo é a ideologia mais nojenta na história da humanidade. Começou logo na revolução Francesa com os massacres de centenas de milhares em nome da "liberdade" e "igualdade". Foi depois a génese dos movimentos socialistas, comunistas ou marxistas.  É hoje a base do globalismo arco-iris, só para ser ainda mais nojenta.           V. Oliveira:  "Apesar de estar, com a Polónia, na linha da frente do acolhimento aos refugiados da Ucrânia" , também está na linha da frente em proibir que circulem no seu território as ajudas às forças armadas ucranianas. Faltou referir que tem sido criticada pela Polónia. Igualmente faltou mencionar que tem uma população de origem húngara na Ucrânia que importa acolher, e quanto a gás, está literalmente pendurada na Rússia.  Uma página inteira com "filosofias"... É a real politik caro senhor.          Antonio Marques Mendes: Nos anos 90 trabalhei na Hungria e fiquei com a impressão que são o povo mais parecido com o Português. Ambos foram dominados pelas tentativas católicas de impor as teses alternativas ao capitalismo da Rerum Novarum. Inicialmente pelo fascismo de Horthy e Salazar, depois pelo comunismo de Kadar e o socialismo marxista de Soares. Hoje, em vez de se libertarem destes dois regimes, tentam encontrar versões renovadas através do proto-fascismo de Orban e da geringonça do Costa. Ambos temem sobretudo o liberalismo e o capitalismo de mercado. É tão simples como isto Dr JNP, não precisa de filosofar tanto. Claro que há algumas diferenças em relação à moderação e ao anti-semitismo mas são secundárias.           Elvis Wayne > Antonio Marques Mendes: Não percebo a sua aversão ao catolicismo e à Doutrina Social da Igreja. Quanto ao suposto ódio à liberdade de mercado, basta atentar na evolução da economia húngara em relação à nossa. A Polónia também é católica e esteve sob jugo de uma ditadura comunista. Só nós neste burgo esquecido, é que estamos neste estado lastimável. PS: quanto ao "anti-semitismo" e a "moderação", têm absoluta razão, são secundários.         bento guerra. A solução seria retirar todos os húngaros e trocá-los por ucranianos           Henrique Frazão > bento guerra: Suspeito que os ucranianos, tal como os polacos sejam todos muito parecidos com os húngaros, quando a Ucrânia estiver na UE vamos ter oportunidade de o constatar.

 

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