Modernizada. Robotizada. Do drone à ogiva
nuclear. Ponto final. Talvez sem parágrafo.
Como atacam os drones topo de gama que
ajudam a Ucrânia e se tornaram um símbolo da resistência
Os drones são capazes de eliminar
tanques antes mesmo que os russos percebam que estão a ser atacados. São tão
eficazes que os ucranianos dedicaram-lhes um hino. Como funcionam
OBSERVADOR, 15 abr 2022, 21:1080
O papel dos drones na guerra na Ucrânia
tem sido tão marcante que já existe uma música a falar de um desses aparelhos
de origem turca, o Bayraktar TB2. Há vídeos da
orquestra militar ucraniana a cantar este ‘hino’ e de civis a cantarem e a
dançarem ao som desta canção, num protesto contra as
tropas russas. E, espante-se, até já há uma página da Wikipedia dedicada a esta música.
Não se sabe ao certo a origem desta
canção, que insulta os militares russos e o seu Presidente Vladimir Putin, mas já
se tornou num símbolo da resistência ucraniana. E se provas faltassem do sucesso deste
drone na população ucraniana, aqui ficam mais alguns exemplos: um lemur nascido
no mês passado no Jardim Zoológico de Kiev foi batizado de Bayraktar e o mesmo
aconteceu a um cão da polícia ucraniana.
É inquestionável o impacto que os
drones estão a ter neste e noutros conflitos da história moderna. No caso
concreto da Ucrânia, o ministro da Defesa britânico assumiu, no mês
passado, queos drones têm sido “extremamente importantes” para atrasar e
bloquear a ofensiva russa, porque têm destruído a “artilharia e as linhas de
abastecimento”. São aparelhos cada vez mais utilizados por todo o mundo, mas
importa perceber de que forma é que estão a mudar os teatros de guerra.
No início, os drones eram utilizados
essencialmente para reconhecimento do território. Foi com esse objectivo que foi construído o MQ-1 Predator, um
veículo aéreo não tripulado utilizado pelos Estados Unidos em cenários de
guerra como o Afeganistão e o Iraque, lê-se na BBC. Isso mudou, contudo, quando colocaram
mísseis neste drone. O equipamento que se seguiu ao Predator, o Reaper, foi
criado já com o objetivo de perseguir e matar, uma vez que contava com um maior
alcance e conseguia transportar mais munições do que o seu antecessor. O Reaper
terá sido a arma escolhida por Washington para matar o general iraniano Qasem Soleimani, em
janeiro de 2020, em Bagdade, no Iraque.
Se no início os drones estavam nas
mãos das nações mais poderosas, como os Estados Unidos e Israel, hoje em dia já
não é assim. É que, ao contrário dos norte-americanos, que se têm
mostrado relutantes em exportar estes equipamentos para outros países — ainda
que, em março, tenham anunciado o envio de drones Switchblade para a Ucrânia —,
nações
como a China, actualmente o maior exportador de drones armados do mundo, a
Turquia e o Irão não se têm coibido de fornecer estes aparelhos. De acordo com a BBC, mais de 100 países e
grupos não-governamentais compraram veículos aéreos não tripulados, sendo que
há ainda outros actores que têm acesso a drones armados.
Estes
equipamentos, que numa primeira fase tinham um papel de contra-terrorismo,
agora são importantes em combate e, graças ao avanço da tecnologia, tornaram-se
mais sofisticados e, acima de tudo, mais acessíveis a outros países.
Samuel
Bendett, conselheiro
do Programa de Estudos da Rússia do Center for Naval Analyses (CNA), uma
organização de pesquisa e análise sem fins lucrativos, explica que na última
década houve um “crescimento xponencial no desenvolvimento e utilização de drones
militares” e que, nos dias que correm, são “inseparáveis” não só dos
“exércitos, militares e forças de segurança e da defesa”, mas também de
organizações e movimentos não governamentais que “procuram capacidades de
inteligência, vigilância e reconhecimento, juntamente com a capacidade de
lançar bombas e munições nos alvos”.
“No geral,
os drones permitem a observação persistente do terreno ou do campo de batalha, fornecendo
informações aos seus operadores, que podem usar esses dados para análise e
ordenar ataques ou movimentos específicos com base no que foi visto e conduzir
operações de guerra eletrónica”,
referiu Bendett ao Observador. Esta guerra eletrónica, segundo a
BBC, passa por “localizar as forças inimigas através de sinais que emitem e
depois isolá-las, bloqueando as suas comunicações”.
Já
o jornalista de ciência e tecnologia David Hambling, autor do livro “Weapons
Grade, Swarm Troopers: How small drones will conquer the world” (“Como
pequenos drones vão conquistar o mundo”, numa tradução livre), destaca o
facto de os drones estarem “acessíveis” até aos países que “não poderiam pagar
ou não saberiam manobrar” aeronaves dirigidas — e dá como exemplo o
conflito entre a Arménia e o Azerbeijão, a propósito do enclave
Nagorno-Karabakh. Neste caso, em que a Arménia é apoiada pela Rússia e o
Azerbeijão pela Turquia, Ancara forneceu o drone Bayraktar TB2, que permitiu a
destruição de “centenas de tanques arménios” por parte do Azerbeijão, “uma
nação que não teria forma de financiar aviões de ataque de topo de gama”.
“No
geral, os drones permitem a observação persistente do terreno ou do campo de
batalha, fornecendo informações aos seus operadores, que podem usar esses dados
para análise e ordenar ataques ou movimentos específicos com base no que foi visto
e conduzir operações de guerra eletrónica” Samuel
Bendett, conselheiro do Programa de Estudos da Rússia do Center for Naval
Analyses (CNA)
Além
do mais, com a disseminação da tecnologia dos drones, praticamente “qualquer
pessoa consegue construir o seu próprio drone armado por centenas de dólares”, explica Paul Scharre, director de estudos do Center
for a New American Security (CNAS) à BBC.
Com
todas estas capacidades atribuídas aos drones, os conflitos estão a ganhar uma
nova dimensão. Samuel
Bendett sublinha o facto de o uso destes aparelhos em larga
escala poder “complicar os planos dos atacantes”, não só porque as posições e
movimentos das forças militares estão “constantemente” a ser expostas, mas
também porque permitem ataques seja através dos próprios drones, seja através
de aeronaves, artilharia ou mísseis que são lançados para as localizações
identificadas por estes equipamentos. Algo que não acontecia com a mesma
facilidade há alguns anos.
Apesar de estes veículos aéreos não
tripulados não serem propriamente uma novidade, isso não faz com que seja mais
fácil lidar com eles em combate. Isto porque, de acordo com Paul Scharre, são
necessárias “defesas aéreas diferentes” para detectar os drones, que são mais
pequenos do que as aeronaves clássicas.
Eles voam de forma mais lenta e mais
rente ao solo e isso significa que muitos sistemas de defesa aérea não estão optimizados
para os abaterem”, afirmou o
especialista do CNAS, acrescentando que vários
países já estão a desenvolver mecanismos de defesa contra estes equipamentos.
Scharre
deixa ainda um alerta para o que pode vir a ser um problema “dramático”, no
futuro, em cenários de guerra: o ataque em massa de drones. Ou seja, vários aparelhos utilizados ao mesmo
tempo em “ataques simultâneos e multidirecionais”, de tal forma que os seres
humanos não consigam contra-atacar.
Bayraktar TB2, Orion e DJI: qual tem sido o papel dos drones da
Ucrânia?
A guerra na Ucrânia não tem sido excepção
no que toca ao uso de drones. Estão a
ser utilizados aparelhos tanto de vigilância — sejam eles modelos militares ou
civis — para controlo
e recolha de informação, como de combate, sendo que estes últimos são
equipamentos militares que podem atingir alvos no terreno, explica Samuel Bendett ao Observador.
Para
David Hambling, um lado
“fascinante” do uso de drones no conflito ucraniano é o facto de eles permitirem “ver tudo” o que se passa
no terreno, não só a destruição que provocam, mas também em termos “tácticos”. “Por exemplo, há vários vídeos de tanques a serem
destruídos por armas guiadas em que o tanque foi claramente localizado através
de um drone. Esta visão aérea mostra que até os veículos escondidos podem ser
localizados e perseguidos”, disse o jornalista ao Observador.
“A tecnologia dos drones amadureceu ao ponto de
praticamente qualquer pessoa poder comprar um drone civil a um preço acessível
e pilotá-lo durante um conflito, como vemos hoje na Ucrânia”, explica o conselheiro do CNAS ao Observador,
acrescentando que “os voluntários ucranianos conseguiram pôr no ar muitos
aparelhos, recolhendo dados sobre as forças russas”. O especialista norte-americano dá como
exemplo o drone de
origem chinesa DJI, um
aparelho não militar que tem sido usado tanto pelas forças ucranianas como
pelas russas e que pode ser facilmente integrado “organicamente em qualquer
força”. No entanto,
importa sublinhar que estes drones não foram concebidos para combate.
De
acordo com David Hambling, o tipo de drones usados pelos dois lados do conflito
vão desde o clássico drone com quatro rotores, que pode ser adquirido por
qualquer pessoa — o governo ucraniano pediu aos cidadãos para “doarem os seus”,
recorda o especialista — até aos mais sofisticados, como o drone turco
Bayraktar e o russo Sirius, que é do tamanho de uma pequena aeronave.
“Os
ucranianos estão a dar um uso muito eficaz a pequenos multirotores que
conseguem transportar granadas antitanques de um quilo com efeito letal. A
tripulação dos tanques nem chega a ver o drone que os atacou. Já os drones
maiores são usados para enviar um míssil e disparar artilharia”, afirmou Hambling ao Observador, acrescentando que a
Ucrânia está a “desenvolver vários drones kamikaze, que explodem quando embatem
no alvo, mas muito provavelmente ainda não estão prontos”.
No
caso da Rússia, os drones são essencialmente usados para direccionar os mísseis
de longo alcance, entre eles o míssil guiado a laser Krasnopol, que consegue
atingir um alvo que esteja a 20 quilómetros de distância. “Mais uma vez, aqueles que são atingidos não vêem o
drone e são localizados sem sequer se aperceberem do seu inimigo”, sublinha
David Hambling.
Samuel
Bendett também fala num uso “muito eficaz” por parte dos ucranianos não só dos
Bayraktar TB2, mas também de um modelo mais pequeno deste drone turco para
operações de inteligência, vigilância e reconhecimento. Outros modelos utilizados pela Ucrânia incluem o Leleka, o
PD-1 e o DJI para vigilância e, “possivelmente”,
o drone kamikaze de origem polaca Warmate. Do lado russo, o especialista do CNA refere os drones
não militares DJI e os militares Eleron-3, Takhion, e Orlan-10 para vigilância,
os drones kamikaze KUB tanto para ataques e como para vigilância e ainda
os Forpost-R e Orion para combate. O
Bayraktar TB2 e o Orion, de origem russa, são ambos modelos de média
altitude e longa resistência e, por isso, equiparáveis em combate.
Uma
curiosidade (e que demonstra a importância destes aparelhos): dois operadores
russos de drones Orlan-10 receberam medalhas militares pelo seu trabalho ao localizarem
soldados ucranianos que estavam a emboscar tanques russos — 13 ucranianos terão
morrido neste ataque — e uma zona que foi destruída nos arredores de Kiev, onde
os ucranianos armazenavam equipamento militar, lê-se na Forbes.
Mas
mais importante do que o tipo de modelo e se é ou não mais avançado a
nível tecnológico é a forma como
o drone é operado no cenário de guerra. “Os
ucranianos demonstraram que podem fazer pairar um drone DJI sobre as posições
russas sem serem detetados antes de largar uma granada em cima de um tanque ou
veículo russo. O DJI não
é assim tão avançado, mas pode ter uma capacidade de combate que excede em
muito o seu preço”, acrescenta
Bendett ao Observador.
Ainda
assim, apesar da experiência na Síria e na Crimeia em 2014, onde os militares
russos usaram drones, e do investimento de nove mil milhões de dólares para
produzir cerca de 500 drones em oito anos, para Vikram Mittal, professor de
sistemas de engenharia em West Point, a Rússia não está em vantagem. Num artigo para a revista IEEE Spectrum,
este especialista diz que a situação se explica com o embargo colocado ao país
após a anexação da Crimeia, que não permitiu aos russos terem acesso a
tecnologias de ponta que poderiam ter feito a diferença não só na produção
destes aparelhos, como também nos sistemas antidrones, que se desenvolveram
rapidamente na última década para acompanhar a também rápida evolução destes
veículos aéreos não tripulados.
Já a Ucrânia, que no conflito na Crimeia
não tinha quaisquer drones e actualmente tem cerca de 300 no terreno, não só
investiu nesta tecnologia de ponta, como os países que a têm apoiado têm acesso
a esses sistemas antidrones topo de gama.
Os
drones russos, principalmente os originários do país, têm sido repetidamente
abatidos pelos sistemas antidrones da NATO. Entretanto, os drones ucranianos, como os
[Bayraktar] TB2 produzidos pela Turquia, tiveram vários sucessos contra os
sistemas antidrones russos”, sublinha Vikram Mittal.
Bayraktar
TB2 como arma para campanha nas redes sociais
Aliás,
o sucesso deste drone turco vai muito além do seu papel no combate em si.
Apesar de se ter tornado conhecido com o conflito na Ucrânia, o Bayraktar
TB2 está operacional há vários anos e tem sido usado pelas forças turcas desde
2014 no norte do Iraque e na Síria, refere a CNN.
O
seu nome deriva do seu criador, Selcuk Bayraktar, genro do Presidente da
Turquia, Recep Tayyip Erdogan e responsável tecnológico da Baytar. Esta empresa
fez contratos com pelo menos 19 países, entre eles a Polónia — o único membro da NATO e da União Europeia que
encomendou estes aparelhos
— , sendo que a maior parte destes acordos foram assinados nos últimos 18 meses.
Antes
do início do conflito, os drones já eram uma realidade na Ucrânia a vários
níveis. Não só
Ancara já fornecia mísseis a Kiev — o primeiro foi em 2019 e, até ao momento, o
país liderado por Volodymyr Zelensky já encomendou 36 — como a Ucrânia era
produtora de motores para o drone Akinci, o modelo mais avançado do drone
Bayraktar. Os planos eram mesmo começar a coproduzir estes aparelhos com os
turcos, mas a invasão da Rússia acabou por interromper esses planos.
A
venda de drones turcos à Ucrânia era uma situação que incomodava Moscovo ainda
antes da invasão. No ano
passado, o porta-voz do Kremlin considerou que os veículos aéreos não
tripulados de origem turca iriam ter um impacto “desestabilizador” na região. Actualmente,
a Turquia, que tem tido um papel de mediador do conflito entre a Ucrânia e a
Rússia, quase não faz referência ao sucesso do Bayraktar TB2, como se pode ver
pelas declarações do seu criador à CNN.
Acho
que é um símbolo da resistência, acho que lhes dá esperança”, afirmou Selcuk
Bayraktar.
Mas,
mais do que o seu papel no teatro militar, o Bayraktar TB2 tem sido parte
integrante de uma “campanha” dos ucranianos nas redes sociais e que dão a ideia
de que “os militares russos estão a perder” a guerra “e que são vulneráveis”,
explicou Samuel Bendett à CNN.
“O Bayraktar não é a única solução do
mercado e não é necessariamente a solução que vai salvar os militares
ucranianos. Afinal, isto é uma guerra terrestre. Mas ter um drone como este que
pode fazer vigilância, que pode fazer ataques… ter vídeos desses ataques
espalhados pelas redes sociais dá um grande impulso moral e é também uma
vitória tática”, acrescentou o especialista à CNN. “É também uma vitória das
relações públicas ucranianas.”
Os riscos dos drones que atacam em
modo automático
Apesar
de o Bayraktar TB2 estar a concentrar todas as atenções no conflito
Kiev-Moscovo, houve um outro drone de origem turca que causou alguma preocupação
em maio do ano passado. Um relatório das Nações Unidas sobre o conflito na Líbia fazia
referência ao drone Kargu
2, criado pela empresa STM, relatando que
poderá ter “perseguido e atacado” soldados do general líbio Khakifa Haftar. O
relatório refere ainda que estes “sistemas
de armas autónomas letais foram programados para atacar alvos sem exigir uma
ligação entre o operador e a munição”, ou seja, recorrendo a Inteligência
Artificial. “De facto,
uma verdadeira capacidade ‘dispara, apaga e encontra” (“fire, forget and find”,
no original).”
Aquando
da retirada das forças do general Haftar, o drone perseguiu os militares, que “foram
alvo de um contínuo assédio por parte dos veículos aéreos não tripulados e dos
sistemas de armas autónomas letais”. Não se sabe ao certo, porém, quantas
pessoas morreram na sequência deste ataque — a ONU fala apenas em “perdas significativas” e destaca o peso da “avançada tecnologia militar turca” neste conflito.
Mais
concretamente, o Kargu-2 é um drone kamikaze que aprende qual o alvo a
atacar com base numa classificação automática de objectos e consegue trabalhar
em simultâneo com outros 20 aparelhos iguais, explica a revista Bulletin of the Atomics Scientist.
Ao
Observador, Samuel Bendett diz que “não há provas” do uso de drones
Kargu na Ucrânia, enquanto David Hambling afirma que havia “poucas provas”
de que estejam a ser usados drones kamikaze, não descartando por completo que
as forças militares usem outros aparelhos deste tipo.
Enquanto
os Estados-membros das Nações Unidas debatem se vale ou não a pena avançar
com restrições ao uso de armamento automático, a opinião pública já está
dividida, refere a Bulletin of the Atomics Scientist. Há quem diga que estes
aparelhos podem ser essenciais para travar ataques rápidos, como uma ofensiva
em massa de drones e poderão reduzir o risco para as populações, porque a
probabilidade de erro é menor do que em sistemas comandados por seres humanos. Por outro lado, figuras como Stephen Hawking e Elon
Musk ressalvam o facto de estes equipamentos não saberem distinguir civis de
soldados, defendendo, por isso, que devem ser banidos.
Em
2017, o dono da Tesla considerou mesmo a inteligência artificial “um risco para
a existência da civilização humana”.
“A inteligência artificial é um dos
raros casos em que acho que precisamos de ser proactivos na regulação, em vez
de sermos reactivos, porque quando formos reactivos na regulação da
inteligência artificial, será demasiado tarde”, afirmou Elon Musk, que, nesse mesmo ano, foi um dos 116
signatários de um apelo feito às Nações
Unidas para banir o desenvolvimento e o uso de robots letais.
O
autor do artigo em questão, um investigador do National Consortium for the
Study of Terrorism and Responses to Terrorism, da Universidade de Maryland
(EUA), destaca alguns riscos quanto ao uso destas armas
autónomas. Entre eles está a forma como se ensina a estes drones e outros
aparelhos qual é o seu alvo. Eles aprendem a distinguir, por exemplo, autocarros
escolares de tractores ou de tanques através de treinos de dados para saberem
classificar vários objetos — mas se os dados não forem complexos o suficiente
podem ocorrer erros trágicos.
“Os
sistemas actuais baseados em aprendizagem mecânica não conseguem distinguir de
forma eficaz um agricultor de um soldado. Os agricultores podem segurar
uma espingarda para defender as suas terras, enquanto soldados podem usar um
ancinho para derrubar várias armas”, lê-se no artigo.
E se no caso de equipamentos
controlados por seres humanos qualquer acção errada pode ser corrigida, nos
sistemas autónomos isso pode não acontecer. Outra coisa a ter em conta é o tipo de armamento que
estes drones autónomas podem ter: “Disparar acidentalmente contra alguém é
horrível, mas muito menos do que detonar acidentalmente uma ogiva nuclear.”
GUERRA NA
UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA MUNDO DRONES TECNOLOGIA
COMENTÁRIOS
(Apenas 3. Entre 80)
Pedro Fontes > António Cézanne:
É capaz de haver gente que não apoia o que o Putin fez,
mas acha que a resistência romântica e suicida do comediante não é tb o caminho
acertado. e quanto às
sanções…. Ainda bem que os europeístas estão a gostar do seu empalhamento de
morte lenta.
António Cézanne > Pedro Fontes: E o que poderia fazer esse "comediante" como
lhe chama? Diga
lá alternativas. Negociar? Muito bem, mas os russos não cedem, querem território
ucraniano, coisa que não pode ser. Essa hipótese está posta de parte. Diga lá outra que seja realista e justa para ambas as
partes. Criticar
só porque sim, não é rigorosamente nada. Miguel A. > Pedro Fontes: Sabe qual é a raiz desse pensamento contra o que chama
de "resistência romântica? "Cada um por si, primeiro eu e depois os
outros", se fosse generalizado, não haveria conceito de nação nem o tipo
de organização que nos permitiu chegar até onde chegámos enquanto Humanidade.
As pessoas que lá estão a resistir abandonaram essa sua mentalidade e estão a
defender a sua nação e os seus. Coisa que nunca compreenderá.
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